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A noção de ESTRUTURA em Psicanálise

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A noção de ESTRUTURA em Psicanálise
--Freud praticamente não a emprega. Menciona uma só vez que a histeria é uma estrutura com três elementos: 
1-Um arquivo de lembranças
2-Um fio lógico
3- Um núcleo que se torna tão mais resistente quanto mais próximos dele nos encontramos
--Mas encontramos em seu texto referências a três estruturas clínicas que se diferenciam umas das outras pela defesa utilizada frente ao encontro com as castração (antes de mais nada, a castração do Outro materno):
1) Neurose: estrutura que se define pela Verdrängung ou Recalque, que se manifesta enquanto “esquecimento”. É um “não saber” a nível consciente que implica em um saber inconsciente.
2) Perversão: estrutura que se define pela Verleugnung ou Desmentido, que se manifesta por “eu sei mas, mesmo assim, faço de conta que não seu”; há um saber e um não saber simultaneamente conscientes.
3) Psicose: estrutura que se define pela Verwerfung ou Foraclusão, que se manifesta por um “não querer saber nada no sentido da castração”; “o que não se inscreveu dentro retorna desde fora” (FREUD); o significante do Nome-do-Pai que não se inscreveu no simbólico retorna no real (das alucinações e delírios)”(LACAN)
O que é a estrutura para Lacan?
--Em um texto chamado “Observação sobre o relatório de Daniel Lagache: “Psicanálise e estrutura da personalidade” ( Escritos,pp.643-691), Lacan (1960) diz que o termo estrutura é o princípio de muitas tendências contemporâneas de investigação sobre o homem, tais como a antropologia e a sociologia.
--Em seguida, observa que ele mesmo pauta o uso que faz da estrutura em Claude Lévi-Strauss, o qual observou que os significantes vem da natureza em forma de pares de oposição: claro-escuro, dia-noite, homem-mulher, criança-adulto etc...
--A categoria de conjunto serve para introduzir a noção de estrutura porque evita as implicações da totalidade ou as depura. Mas isso não quer dizer que seus elementos não sejam isoláveis nem somáveis, eles podem ser colocados em subconjuntos.
---A estrutura não é a forma, nem o modelo teórico; são as combinações significantes (metafóricas e metonímicas) que determinam a realidade psíquica de cada um, ou seja, suas fantasias. 
--É a máquina original que põe o sujeito em cena. Lagache fala que o sujeito antes de nascer já é “um polo de atributos”. Para Lacan, o sujeito terá de emergir dos significantes que o recobrem no Outro, enquanto campo da Linguagem.
--Se “o inconsciente é estruturado como uma linguagem”, o sujeito- $- é o que um significante representa para outro significante. Suas leis são as da metáfora e da metonímia (substituição de um significante por outro; deslizamento de um significante para outro)
--- LACAN (1953/1998, p. 260-261) “O inconsciente é o capítulo da minha história que é marcado por um branco ou ocupado por uma mentira: é o capítulo censurado. Mas a verdade pode ser resgatada: na maioria das vezes já está escrita em outro lugar. Qual seja:
---nos monumentos: e esse é meu corpo, isto é, o núcleo histérico da neurose em que o sintoma histérico mostra a estrutura de uma linguagem e se decifra como uma inscrição que, uma vez recolhida, pode ser destruída sem perda grave;
--nos documentos de arquivo: e essas são as lembranças de minha infância, tão impenetráveis quanto eles, quando não lhes reconheço a procedência; 
--na evolução semântica: e isso corresponde ao estoque e às acepções do vocabulário que me é particular, bem como ao estilo da minha vida e ao meu caráter;
---nas tradições, ou seja, nas lendas que sob forma historicizada veiculam minha história;
-- nos vestígios, enfim, que conservam inevitavelmente as distorções exigidas pela reinserção do capítulo adulterado nos capítulos que o enquadram.
--Para Lacan, a estrutura é a linguagem, que, uma vez incorporada, faz o afeto.
O que Freud diz sobre a neurose obsessiva?
--Ela lhe parece um pouco menos frequente que a neurose histérica, e de uma estrutura um pouco mais complexa;
--No entanto, pode-se dizer que as duas têm a mesma estrutura, a qual seria dada pelo recalque primevo, que corresponde ao que nunca foi consciente, nem nunca será. Trata-se da afirmação de que o inconsciente inclui o recalcado, o que sofreu o recalque secundário, aquilo que foi expulso da consciência, e mais alguma coisa, o recalcado desde sempre.
Lacan falará no inconsciente-saber e no inconsciente-real.
--- Freud diz que o sintoma primário da neurose obsessiva é a ESCRUPULOSIDADE, mas também fala em FOBIA AO TOQUE. Os sintomas secundários são os pensamentos de morte e os rituais. Rituais podem ser sintomas bifásicos, que consistem em fazer e desfazer sucessivamente uma mesma ação.
---Mas Freud também fala no “pensar obsessivo” que compreende impulsos auto e hetero agressivos, tentações e desejos.
---Mas o obsessivo não se considera um sujeito agressivo, pelos contrário, porque ele desconhece a enunciação da sua própria agressividade.
---O Outro do obsessivo, diz Lacan, é a morte.
__As formações reativas mais típicas da neurose obsessiva são a generosidade e a limpeza, cujo excesso denuncia que, no inconsciente, trata-se justamente do contrário: prazer em reter e prazer com a sujeira, ambos podendo ser ditos prazer anal.
--A análise de um caso de neurose obsessiva, nomeado Homem dos ratos pelo próprio Freud, desvelou a equação simbólico-imaginária de neurose em que os termos [ pênis, fezes, dinheiro, bebê ] tornam-se intercambiáveis, substituindo-se uns aos outros no inconsciente do sujeito, a partir da significação fálica da castração. Dito de outro modo, tornam-se termos equivalentes, ao se colocarem sobre o falo como denominador comum.
--O falo é o significante que, nos seres de linguagem, substitui o gozo sexual. Por isso, fala-se em gozo fálico.
--A neurose obsessiva foi também denominada por Freud de “dialeto da histeria”, a qual corresponderia então a uma língua imaginária. 
---A neurose obsessiva é um religião particular, um conjunto de normas a serem rigidamente seguidas.
__Freud comenta que, apesar dos impulsos agressivos da neurose obsessiva, seus atos sintomáticos costumam ser banais e inofensivos. São raros os casos de suicídio.

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