Buscar

ANCILOSTOMIDEOS aula 9

Prévia do material em texto

AULA 9
ANCILOSTOMIDEOS
ANCILOSTOMÍOSE (amarelão; doença do Jeca Tatu)
Doença anemiante e debilitante
Doença negligenciada
Transmitida pelo solo
Mais de 880 milhões de crianças precisam de tratamento
É uma geohelmintose
Helmintos bem adaptados a espécie humana.
Taxonomia: 
Filo nemathelmintos > corpo cilíndrico e coberto por cutícula
Gênero: Necator (sp.: Necator americanus)
 // : Ancylostoma (sp.: Ancylostoma duodenale)
[ ] principais que infectam os humanos
Morfologia
Ovos: semelhante entre as 2 espécies; formato ovóide ou elíptico, casca fina e transparente; medem de 50 a 90 micrômetros; massa embrionária no interior quando sai nas fezes.
Adultos: dioicos; formato cilíndrico medindo por volta de 1 cm; vivos são avermelhados (sangue do hospedeiro) e mortos são brancos.
Possuem cápsula bucal muito desenvolvida; 
Fêmeas maiores com extremidade fina e afilada;
Machos menores com extremidade mais larga pela bolsa copulatória
OBS: Cápsula leucal = revestida por uma cutícula; bem desenvolvida; possui “dentes”; é possível diferenciar as espécies; serve para a fixação na parede intestinal e por aspiração de alimentos de sangue e fragmentos de mucosa
Aspectos gerais:
Habitat: intestino delgado
Ciclo estenoxeno (menor variedade de hospedeiro)
Ciclo monoxeno (ciclo se completa em 1 só hospedeiro)
Hospedeiro: homem
Geohelmintos
Mecanismo de transmissão: ativo cutâneo (as 2 espécies) ou passivo oral (apenas Ancylostoma duodenale)
Formas evolutivas:
L1 > rabditoide; sai do ovo e vai para o ambiente
L2 > rabditoide (L1 vira L2)
L3 > filarioide, é a estrutura infectante (L2 vira L3)
Ciclo biológico:
Liberação dos ovos nas fezes do hospedeiro >>>> a massa embrionária se divide e vira L1 >>>> L1 sai do ovo e vai para o solo >>>> L2 >>>> L3 >>>> vai para circulação sanguínea ou linfática, chegando ao coração >>>> vai para o pulmão e vira L4 >>>> migração pulmonar; ascendem com o muco e são deglutidos >>>> chega ao intestino delgado (L5 = adulto) >>>> postura de ovos, reiniciando o ciclo
[ ] > encistada (cutícula)
> geotropismo NEGATIVO
> hidrotropismo POSITIVO
> termotropismo POSITIVO
> tigmotropismo (superfície sólida) POSITIVO 
OBS: quando ocorre mecanismo passivo oral ele não realiza a muda no pulmão, sendo deglutido diretamente e fazendo as mudas (L3 > L4 > L5) no intestino delgado.
Patogenia e manifestações clínicas:
Pele: agressão lítica e traumatismo na pele; dermatite alérgica
Pulmão: agressão traumática (a larva deixa uma cutícula que irrita);
reações inflamatórias = febre, tosse seca e eusinofilia sanguínea
Intestino delgado: agressão traumática (pela fixação na mucosa);
 agressão lítica (liberam enzimas na mucosa);
	 agressão espoliativa (pela ingestão de sangue)
	 perda de vilosidades 
Sintomatologia:
Maioria assintomáticos; dependem da idade, da imunidade e da carga parasitária
Fase aguda: intenso prurido na área de penetração da larva
Reinfecções: migração pulmonar = tosse seca, febre, etc; mal-estar abdominal; vômitos; cólica; diarreia; perda de peso.
Fase crônica: principalmente em imunodepressivos.
Anemia ancilostomática; disenteria (fezes com muco e sangue); lipoproteinemia (edema, etc.)
No coração: dilatação; derrames
No fígado: degeneração gordurosa
Nos rins: albumina e sangue
Epidemiologia:
Alta distribuição geográfica
Indivíduos parasitados com hábitos de higiene precários
Solo arenoso favorece a migração de larvas
Quente e úmido (favorece o desenvolvimento das larvas)
Áreas rurais
Falta de saneamento básico
Fonte de infecção para 2 espécies: homem
Alta liberação de ovos
Os helmintos adultos são mais resistentes no ambiente (2 anos)
Gestantes e crianças são mais sensíveis a ação patogênica
Diagnóstico
Clínico: sugestivo na fase crônica e na fase inicial não é possível.
Laboratorial: técnicas de flutuação (ovos são leves); pesquisa de ovos em fezes formadas; pesquisa de larvas em fezes envelhecidas (1, 2 semanas)
Biologia moléculas: PCR
Profilaxia:
Programas de saúde eficientes
Descoberta de reservatórios
Saneamento básico
Campanha preventiva
Não usar fezes com adubo
Evitar contato próximo sem proteção com o solo
Uso de luvas e calçados
Diagnóstico e tratamento
LARVA MIGRANS
- Migração de larvas nematoides de animais em tecidos dos seres humanos.
- Migram no tecido do ser humano e não completam seu ciclo biológico, não há formação de adultos.
LMC = larva migrans cutânea (bicho geográfico)
LMV = larva migrans visceral
LMC
- Ancylostoma braziliense (principal) = canídeos e felídeos
- Ascylostoma caninum = canídeos
- Ancylostoma tubaeforme = felídeos
Ciclo biológico:
Parasito no intestino delgado do hospedeiro definitivos (cães e gatos) >>>> ovos saem nas fezes >>>> vão para o meio ambiente >>>> L1 >>>> L2 >>>> L3 (filarióide) >>>> vão para o ser humano por mecanismo ativo cutâneo >>>> atravessam as camadas subjacentes e ficam migrando
Patogenia e manifestações clinicas:
Agressão traumática (penetração)
Agressão lítica (liberam enzimas)
Agressão irritativa (se movimenta no tecido)
Agressão mecânica compressiva (larva no tecido)
Reação inflamatória = dermatite
Lesões cutâneas:
Assintomático em maioria
Prurido; escoriações na pele; infecções secundárias
Túneis irregulares
Hipersensibilidade a penetração
Reação inflamatória – eosinofilia
Deixa para trás um cordão saliente, irregular e pruriginoso; vesículas, tende a inflamar.
Bicho geográfico: dermatite linear serpiginosa (forma de serpente)
- Principais áreas acometidas: mãos, pés, antebraços, glúteo, coxas.
Diagnóstico: aspectos dermatológicos das lesões e evolução; histórico
Tratamento: Tiabendazol (oral e/ou tópico)
Cura espontânea em dias, semanas ou meses
Epidemiologia:
Ampla distribuição
Cães e gatos infectados
Praias e terrenos arenosos
Áreas quentes e úmidas
Habito dos gatos de enterrar as vezes
Crianças em recreação
Jardineiros e agricultores
Profilaxia:
Educação em saúde
Tratamento dos animais parasitados
Recolher as vezes do ambiente
Impedir animais a tanques de areais
Usar luvas e calçados
Reduzir a população de animais errantes (de rua)
LMV
Espécies: 
Toxocara canis – hospedeiro: canídeos (+ relatada e + importante)
Toxocara cati – hospedeiro: felídeos
Formas evolutivas:
Adulto: fêmea maior que o macho; boca trilabiada
Ovos: 60 a 80 micrometros de diâmetro; casca espessa (muito resistente no ambiente); irregular 
Ciclo Biológico:
Ovos são eliminados nas fezes dos animais >>>> humanos ingerem os ovos >>>> no intestino delgado o ovo eclode e libera as larvas infectantes (L2) >>>> vão para os órgãos >>>> reação inflamatória >>>> ação de eosinófilos e fibroblastos formam camada fibrosa de colágeno >>>> agressão mecânica e reação inflamatória nos órgãos (FIGADO, globo ocular, pulmão, snc)
Patogenia e manifestações clinicas:
Fígado: 
Hepatite
Hepatomegalia dolorosa
Perda de apetite
Febre, leucocitose, eosinofilia
Pulmões: tosse, dificuldade respiratória, agressão irritativa no tecido
SNC: similar a tumor, sintomas variados (epilepsia, meningite, etc)
Globo ocular: (LMO = larva migrans ocular)
Unilateral
Descolamento de retina
Opacificação do humor vítreo
Redução ou perda de visão
Diagnóstico:
Laboratorial: 
ELISA (antígenos secretados pela larva)
Hematológico (busca de eosinófilos)
Radiológico
Biópsia de fígado
Exame de fezes (negativo)
Epidemiologia:
Alta distribuição
Convivência com cães e gatos
Ser humano como hospedeiro eventual
Ovo resistente
Crianças são mais suscetíveis
Solos contaminados (parques públicos, caixas de areia)
Fêmea – 200.000 ovos/dia
Profilaxia:
Diagnóstico e tratamento de animais
Fezes em local adequado
Educação em saúde
Diminuir a população de animais errantes
ENTEROBIUS VERMICULARES (principalmente em humanos)
Filo Nemathelmintes > Classe Nematoda > Gênero Enterobius
Formas evolutivas:
Adultos:
Corpo fusiforme
Coloraçãobranca
Fêmea muito maior que o macho
Fêmea com cauda fusiforme e macho com calda encurvada
Dimorfismo sexual marcante
Região anterior: boca com 3 ou menos lábios
Habita o intestino grosso (região do ceco)
Fêmea fica com os ovos (5.000 a 16.000) dentro do útero
Ovos: 
Pequenos
Formato de “D”
Casca fina e transparente (albuminosa) – confere aderência 
Superfície viscosa
Ovo com L2 (larva já se desenvolve na fêmea)
Ciclo biológico: (NÃO SÃO GEOHELMINTOS)
Adultos no intestino grosso >>>> macho e fêmea copulam >>>> fêmea gravida vai para o reto (a noite com a queda da temperatura corporal do hospedeiro) >>>> oviposição na região perianal (ovo com L2) >>>> fêmea morre >>>> ovos com L2 > L3 > L4 > L5 >>>> ingestão passivo oral de ovos com L5 >>>> eclosão no intestino delgado >>>> vão para o intestino grosso
Patogenia e manifestações clinicas:
Região perianal: assintomáticos em parasitismo leve
Agressão mecânica e irritativa (prurido intenso)
Vermelhidão
Escoriações
Pontos hemorrágicos
Diagnóstico: histórico; observação em roupas das crianças; método de Graham.
Epidemiologia:
Alta distribuição
Clima temperado
Aumenta com a diminuição do número de banhos
Monoxeno e estenoxeno
Ovos em roupas de dormir, roupas intimas e de cama
Crianças em idade escolar
Ambientes fechados
Mecanismos de infecção:
Reinfecção: autoinfecção passivo oral
Heteroinfecção: inalação e ingestão de ovos dispersos por via aérea
Profilaxia:
Diagnóstico e tratamento
Mudança frequente de roupas intimas e de dormir
Banhos diários
Medidas higiênicas
TRICHURIS TRICHIURIA (parasita primatas humanos e não humanos)
Habitat: intestino grosso; tubo digestório de mamíferos e aves
Mecanismo de transmissão: passivo oral
Morfologia:
Adultos: 
3 a 5 cm de comprimento
Região anterior filiforme
Região posterior fusiforme
Geohelminto
Fêmea (põe de 3.000 a 10.000 ovos/dia) maior que o macho
Ovos:
Bioperculados
Formato de bandeja
3 camadas
Coloração acastanhada
3 anos no meio ambiente
Estrutura infectante: ovo com L1
Ciclo biológico: (monoxeno e estenoxeno)
Ovo com L1 contamina água e alimentos >>>> hospedeiro ingere >>>> no intestino delgado, L1 sai do ovo >>>> vai para o intestino grosso e migra na mucosa do I.G. >>>> L2 > L3 > L4 > L5 (adulto) >>>> parte posterior fica solta para copular e a parte anterior fica grudada na mucosa para se alimentar
Patogenia e manifestações clinicas:
Maioria assintomático
Maior carga parasitária: crianças imunodepressivas, por ex.
Agressão traumática ao se grudar na mucosa do I.G.
Reação inflamatória
Em crianças: alteração do peristaltismo, diminuição da absorção de líquidos, diarreia mucosa, ulceras na mucosa, dor abdominal
Prolapso retal (principalmente em crianças com alta carga parasitária)
Lesão da mucosa
Crianças subnutridas
Diagnóstico: Coproparasitologico – pesquisa por ovos nas vezes (quali ou quantitativo)
Epidemiologia:
Distribuição mundial
Monoxeno e estenoxeno
Meio ambiente com condições favoráveis
Crianças são mais acometidas
Geohelminto
Falta de saneamento básico
Passivo oral
Alimentos e mãos sujas
Alimentos e água contaminados
Profilaxia:
Saneamento básico
Medidas de higiene pessoal
Diagnóstico e tratamento
Lavar frutas e verduras
Água filtrada
Cortar as unhas
Uso de calçados e luvas ao mexer com terra

Continue navegando