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1 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GESTÃO DA EDUCAÇÃO NÃO FORMAL: 
UMA EXPERIÊNCIA 
b 
 
Lucimar Azevedo Costa de Medeiros Nóbrega
1
 
Maria das Graças Ferreira
2
 
 
 
RESUMO: Este trabalho descreve a experiência no Estágio Supervisionado em Gestão da Educação 
Não Formal (disciplina 6EST616), componente da grade curricular do curso de Pedagogia da 
Universidade Estadual de Londrina - UEL. Está composto de discussões referentes às atividades 
desenvolvidas e a reflexão sobre a importância do pedagogo nesses espaços. O principal objetivo foi 
vivenciar na prática os conceitos aprendidos em teoria, com a intenção de contribuir para a 
organização educacional nos espaços da Educação não Formal. Foram realizadas observações e coleta 
de dados por meio de diário de campo, o que possibilitou verificar a presença e atuação do pedagogo e 
dos demais educadores, bem como a rotina dos mesmos diante das diferentes situações pertinentes a 
este ambiente. Com base nas observações, intervenções e vivências do estágio pudemos afirmar que é 
possível oferecer ao público atendido uma proposta de aprendizado que se desenvolva de maneira 
díspar, com respeito ao espaço e a heterogeneidade dos vários lugares educativos e que a universidade 
tem condições de contribuir para uma mudança significativa onde esta for inserida. Foi possível 
comprovar por meio deste estágio que existem sim outros espaços de aprendizagem além da escola 
formal. 
PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado; Educação Não Formal; Jovem Aprendiz 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A presente síntese tem como objetivo retratar a descrição do estágio obrigatório 
supervisionado em Gestão da Educação não formal, relatando as experiências, refletindo 
sobre a importância deste para a formação docente. O estágio foi realizado no período de 
22/03/14 a 31/05/14 no NEIS, Núcleo Espírita Irmã Sheila, situado a Rua das Ameixeiras, 
155 no Jardim Marabá – Londrina, PR. 
Nesta síntese será encontrada a caracterização do campo de estágio, ou seja, o nome, 
lugar e fatos importantes sobre a instituição, bem como as metodologias utilizadas tanto 
nas observações e nas intervenções respaldadas em autores como: Brandão (2007), Gohn 
(2006), Silva e Perrude (2013), entre outros. Com base nesses autores pudemos compreender 
 
1
 Formanda do 5º ano do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina – email: 
lucimar.medeiros@sercomtel.com.br 
2
 Docente do Curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina – e mail eduadu@uel.br 
 
 
2 
 
melhor as questões referentes ao estágio supervisionado em gestão da educação não formal. 
Apresenta também o planejamento e o relatório das atividades realizadas. 
 
CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO 
 
O estágio teve início no mês de março e o término em junho de 2014, com carga 
horária de 72 horas. Realizou-se aos sábados no horário das 08h00min às 12h00. A Instituição 
foi criada por um professor da doutrina espírita que preocupado com as condições do lugar, 
pesquisou no bairro entre os mais jovens buscando identificar quais suas carências. Com isso 
surgiu à ideia de oferecer-lhes cursos que pudessem facilitar sua inserção no mercado de 
trabalho. Deu início então aos cursos de marcenaria, datilografia e com a evolução 
tecnológica passou a oferecer também informática. Com o tempo iniciou parcerias com 
empresas enviando-lhes estes jovens com o intuito de capacitá-los (para o trabalho?). Seu 
empenho era tanto que chegava a pagar os encargos sociais destes jovens por até três meses. 
Esta Instituição já existe há 20 anos. 
A média dos jovens atendidos aos sábados no período da manhã é de 
aproximadamente 40, sendo que ocorrem também atendimentos a outros grupos de jovens 
durante a semana. Os aprendizes podem permanecer no programa por no máximo dois 
anos e quando este sai outro ocupa sua vaga. 
São atendidos jovens da Região Leste, mais precisamente do Jardim Marabá, mas 
devido à escassez de projetos que atendam ao programa Jovem Aprendiz esta Instituição abre 
algumas exceções atendendo jovens de outras localidades. 
A Instituição atende a crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade 
social e visa a formação moral e ética destes tendo a missão de dar sua contribuição para a 
transformação das comunidades situadas neste espaço geográfico. Com o trabalho realizado 
tem a intenção de ser exemplo para o público atendido e outras instituições que oferecem 
trabalhos similares, sempre em busca de melhores resultados. Com base nos relatos da 
Pedagoga da Instituição, existe um tripé entre: formação moral, profissional e assistência 
social, com o objetivo de fazer destes jovens “homens e mulheres de bem”. 
 
 
3 
 
A Equipe Pedagógica é composta por cinco professoras, duas Assistentes Sociais, uma 
Pedagoga e um Auxiliar Administrativo. Muitos dos que ajudam na instituição são 
voluntários, dentre eles os professores de Educação Moral e as merendeiras. 
O espaço onde funciona a Instituição é composto de departamento de pessoal, sala de 
informática, biblioteca, berçário, dois auditórios, refeitórios, sanitários e quadra de esportes. 
Tem também belos jardins que decoram o ambiente tornando-o mais agradável. 
As salas de aula são arejadas, iluminadas de forma regular e em bom estado de 
conservação. Fica a cargo do NEIS manter conservadas tais instalações. 
Em todos os momentos de observações, pude perceber uma nítida preocupação por parte 
da equipe pedagógica em orientar os jovens na questão de como se comportar no ambiente de 
trabalho, considerando que muitos deles já estão engajados em empresas que mantém convênio 
com o programa. Devido à imaturidade e a falta de vivência profissional muitos acabam perdendo 
a vaga, pois a empresa pode vir a pedir a substituição do aprendiz, o que poderá prejudicá-lo. 
Atitude como jogar no celular, acessar redes sociais e até mesmo conversas ao telefone os leva a 
não cumprir as tarefas a eles destinadas causando o seu desligamento da empresa. 
O compromisso do NEIS é dar prioridade à aprendizagem que possibilitará a estes 
jovens oportunidades de emprego, propiciando a eles integrar -se à sociedade tendo como 
alvo a valorização de seus conhecimentos e suas potencialidades. 
Para que este trabalho se torne possível a Instituição constrói parcerias com empresas 
interessadas em dar sua contribuição à sociedade valorizando a aprendizagem em busca de 
uma sociedade mais humana e mais justa. 
 
JOVEM APRENDIZ 
 
Com a promulgação da lei do Jovem Aprendiz do Governo Federal de 1995, 
foi possível proporcionar a estes jovens a oportunidade de adquirir capacitação para o mundo 
do trabalho. Segundo Almeida e Penteado (2013), 
 
[...] é com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB 9.394/96 - e a Lei de 
Aprendizagem 10.097/2000, que se começa a desenhar uma política de juventude que busca 
responder suas demandas. A nova lei da educação estabelece, no Artigo 69, que a união 
deve gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de seus 
orçamentos com a educação e o ensino público. Determina ainda que o ensino fundamental 
 
 
4 
 
passe a ser obrigatório e gratuito (art. 4) e a educação infantil (creches e pré-escola) se torna 
oficialmente a primeira etapa da educação básica. (p.503) 
 
Esta lei prevê a realização de atividades teóricas e práticas, sempre sob o olhar 
pedagógico da instituição, sendo esta com qualificação para a formação técnico- profissional 
metódica, realizando atividades práticas tendo o empregado como coordenador. Almeida e 
Penteado (2013) aindacomplementam que, 
 
a Lei da Aprendizagem nº. 10.097/2000, regulamentada pelo Decreto nº. 5.598/2005 
determina que todas as empresas, obrigatoriamente, deverão contratar adolescentes e jovens 
de 14 a 24 anos, variando a porcentagem de aprendizes a serem contratados de acordo com 
a quantidade de funcionários adultos que compõe o quadro da empresa. (p. 503) 
 
Após esta lei os cursos antes oferecidos tiveram que ser extintos e a instituição teve de 
se adequar às novas normas. Em nova fase a Instituição realizou convênio com 50 empresas e 
hoje presta atendimento a jovens menores de 18 anos que estão cursando o 9º ano do Ensino 
Fundamental ou o Ensino Médio. Os requisitos necessários para seu ingresso no programa 
são: prova cognitiva, que possa avaliar seu nível de aprendizagem. Se aprovado terá 
avaliação no seu dia-a-dia e, conforme seu interesse dedicação e aprendizagem poderá ter a 
chance de participação em uma entrevista de emprego. Se este jovem for dedicado em seus 
estudos trazendo sempre seu boletim para verificação poder permanecer no programa. 
Todo este trabalho é realizado aos sábados no período da manhã, onde é obrigatória a 
presença dos jovens que já atuam em empresas como aprendizes em horários alternados com a 
escola. A proposta da instituição é a mudança de conceitos e criação de perspectivas de futuro 
para eles. Além das atividades oferecidas aos sábados por meio de oficinas de matemática e outras 
eles também recebem orientações sobre Educação Moral, onde voluntários do projeto passam 
ensinamentos utilizando para isto um tempo de sessenta minutos. 
 
METODOLOGIA/PROCEDIMENTO OBJETIVOS 
 
De acordo com a proposta do Estágio em Educação não Formal foram estabelecidos 
alguns objetivos: contribuir para o processo de formação dos profissionais Pedagogos, fazendo a 
relação entre teoria e prática; possibilitar a construção e reconstrução de práticas e saberes 
 
 
5 
 
necessários à práxis pedagógica; proporcionar novas possibilidades de atuação para o Pedagogo; 
conhecer a instituição de Educação não Formal; contribuir com esta através da intervenção. 
A proposta de intervenção veio por meio de observação e conversa com a equipe 
pedagógica e teve como objetivo promover uma reflexão junto aos jovens aprendizes sobre a 
importância do trabalho em equipe e desenvolver comportamentos adequados no ambiente de 
trabalho. 
A metodologia utilizada deu-se por meio de dinâmicas desenvolvidas com o grupo, 
voltadas à reflexão sobre a importância das Relações Interpessoais no Trabalho. A segunda 
intervenção foi a Feira de Profissões, a qual consistiu em apresentar aos jovens cursos 
técnicos profissionalizantes os quais poderiam escolher para atuar em diversas áreas. Foram 
apresentados cursos gratuitos oferecidos por Escolas Públicas e também por Instituições 
particulares. As atividades realizadas nas intervenções estão em anexo ao trabalho. 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Sobre a finalidade do estágio, Pimenta e Lima (2004), dizem que: 
 
O estágio é o eixo central na formação de professores, pois é através dele que o profissional 
conhece os aspectos indispensáveis para a formação da construção da identidade e dos 
saberes do dia-a-dia” e ainda complementam que “os estagiários ao entrarem em contato 
com profissionais, são estimulados a estarem sempre inovando, buscando informações para 
a realização de uma boa prática. (p.09) 
 
Nesse sentido passo a refletir sobre o Estágio realizado e a oportunidade de 
aprendizado proporcionado por essa experiência estabelecendo uma relação entre o Formal e 
o não Formal no campo da profissionalização do pedagogo. 
Considerando que o estágio foi desenvolvido numa instituição que atende jovens 
aprendizes, apresento algumas considerações teóricas sobre o assunto. 
Dando início a minha reflexão sobre educação não formal, quero conceitua-la e buscar 
seu lugar em nossa sociedade, e o que a diferencia da educação formal existente nas 
Instituições Educacionais. Para Gohn (2006), 
 
A Educação Não-Formal apresenta como intencionalidade criar determinadas qualidades 
e/ou objetivos em espaços não escolares articulando seus trabalhos em variadas 
dimensões, objetivando a formação do indivíduo nos aspectos políticos, contribuindo para 
 
 
6 
 
a conscientização dos sujeitos sobre seus direitos enquanto cidadãos, como também a 
capacitação desses para o mundo do trabalho, seja por meio da aprendizagem de 
habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades, capacitando os indivíduos a se 
organizarem com objetivos comunitários, atentando ainda para o ensino- aprendizagem 
diferenciado daquele que perpassa os conteúdos da escolarização formal. 
 
Porque educação não formal? Porque ela não tem o formato da educação escolar 
tradicional, que acontece na escola. "A educação não formal é aquela que se aprende “no 
mundo da vida”, via os processos de compartilhamento de experiências, principalmente em 
espaços e ações coletivas cotidianas" (GOHN, 2006, p.28). 
E diferente da educação formal, que se desenvolve nas escolas, com conteúdos 
previamente demarcados, a educação não formal apresenta algumas especificidades assim 
definidas por Gohn (2006, p.30), 
 
A educação não-formal tem outros atributos: ela não é organizada por séries/ 
idade/conteúdos; atua sobre aspectos subjetivos do grupo; trabalha e forma a cultura 
política de um grupo. Desenvolve laços de pertencimento. Ajuda na construção da 
identidade coletiva do grupo (este é um dos grandes destaques da educação não formal na 
atualidade); ela pode colaborar para o desenvolvimento da autoestima e do empowerment 
do grupo, criando o que alguns analistas denominam o capital social de um grupo. 
 
Tendo verificado isto na prática ao discutir a importância do bom 
relacionamento com o grupo de jovens, vi que é utilizando a educação como chave que 
poderei, segundo Silva e Perrude (2013), “desenvolver a condição necessária para o 
enfrentamento de novas relações societárias”. Por isso vi a importância de se 
desenvolver nesses espaços não formais atividades que não são trabalhadas e não se adquirem 
na educação formal. 
Silva e Perrude (2013, p.48) definem que estes espaços, 
 
[...] transcendem objetivos como a leitura e a escrita e se inserem num contexto mais 
amplo, proporcionando a seus frequentadores oportunidades de aprendizagem diferenciada 
das proporcionadas pelo ensino formal. 
 
Algumas Instituições têm como objetivo preparar estes jovens e adolescentes para 
encarar a vida e leva-los a entender que esta capacitação serve como um preparo para encarar 
o mundo do trabalho, o que envolverá uma série de obstáculos a serem vencidos por eles. Para 
isso cursos como: de artesanato, informática, dança, capoeira serão de grande serventia. 
 
 
7 
 
Para Brandão (2006 apud Silva e Perrude, 2013, p.49) 
 
[...] não há uma única forma nem um único modelo de educação; a escola não é o único 
lugar em que acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática e o 
professor profissional não é o seu único praticante. 
 
Tendo em vista a boa formação destes jovens aprendizes, existe também a 
preocupação do papel do pedagogo responsável pela instituição em questão, pois este se torna 
um profissional de suma importância na concretização do projeto em si. Segundo Silva e 
Perrude (2013, p.52) “Muitas vezes os próprios cursos de formação de professores, e em 
especial os de pedagogia, não privilegiam em seus currículos uma fundamentação mínima que 
ampare o profissional que irá atuar nesse campo”.Desta forma, à medida que a sociedade destinou a escola como espaço de construção e 
transmissão de conhecimentos e, consequentemente, de atuação do pedagogo, para entender 
os processos de organização e gestão da educação atual, bem como seus espaços de ação 
concreta é preciso que estes profissionais tenham condições para esta atuação. 
Considero que a presença de um pedagogo nesses espaços é de extrema importância, 
pois esse profissional, durante a sua formação é capacitado para atender as diferentes áreas da 
educação, no entanto, parece que há uma falta desses profissionais nesses locais. Pois sua 
atuação se torna necessária não somente nos espaços de educação formal, mas também em 
espaços não formais. Sua tarefa é bem ampla, começando pelas atividades desenvolvidas por 
ele na instituição. Ele atua também em espaços como: biblioteca e laboratórios de informática 
favorecendo a inclusão digital. De acordo com Brandão, 
 
[...] a educação existe onde não há escola e por toda a parte pode haver redes e estruturas 
sociais de transferência de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criado a 
sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado. (BRANDÃO, 2007, p. 13) 
 
Conforme diz a história, a educação é passada de gerações a gerações, de acordo com 
os costumes de determinados lugares, tribos, cultos religiosos dentre outros. E ao contrário do 
que se pensa nem sempre existiram espaços formais e exclusivos para que a educação 
acontecesse. 
Tratando da legislação na própria Lei maior que rege toda a educação a LDB 9.394/96, 
tais formas ampliadas de educação são apreciadas já em seu artigo 1º: “a educação abrange os 
 
 
8 
 
processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no 
trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da 
sociedade e nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996). 
É importante (re) lembrar que, de uma forma ou de outra todo sujeito é agente de um 
ato educativo que independe de tempo e espaço: 
 
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de 
muitos, todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para 
aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias 
misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias Educações. (BRANDÃO, 
1981, p. 07) 
 
O pedagogo tem como meta principal nesses espaços de educação não formal, 
propiciar ao sujeito a construção da sua identidade contribuindo para sua formação humana 
por meio de projetos sociais e de promoção de cidadania, além de desenvolver trabalhos 
contra a discriminação. Sendo um educador não formal o pedagogo aumenta as chances de 
ensino ao oferecer outros lugares para aprendizagem, tendo assim maior flexibilidade com 
relação a tempo, espaços e métodos. 
Desta forma, fica claro que nesta instituição o trabalho desenvolvido pela pedagoga 
não é limitado, mas se expande desde a formulação e prática de planejamentos, 
como monitoramento e avaliação. Por esse viés percebe-se que o processo educativo de 
educação não formal ocorre através de situações interativas construídas coletivamente 
intermediadas pelo pedagogo. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O estágio me proporcionou a análise das situações do cotidiano da gestão não formal o 
conhecimento de diferentes realidades em que o pedagogo poderá atuar e que o processo de 
aprendizagem não ocorre apenas no espaço formal sistematizado, mas também no espaço 
não formal. 
Realizar o estágio no NEIS (Núcleo Espírita Irmã Sheila) me revelou uma 
enorme diferença entre gestão formal e não formal. Pelas observações no campo de estágio foi 
 
 
9 
 
possível perceber que no espaço não formal há um grande comprometimento com relação aos 
educandos, a família e a comunidade. As ações são norteadas pelas Portarias do Ministério do 
Trabalho e Emprego – MTE nº 723 de 23/04/2012 e MTE nº 1.005, de 01/07/2013, e seu 
objetivo maior é o fortalecimento de vínculos. 
Minha primeira intervenção realizada do dia 24/05/14 se tratava de dinâmica s 
motivacionais em que os jovens demonstraram grande interesse tendo cem por cento de 
participação ocorrendo de forma tranquila e muito proveitosa. 
Na segunda intervenção realizamos uma feira de profissões com o objetivo de trazer a 
estes jovens escolas que oferecem cursos profissionalizantes voltados ao interesse deles em se 
profissionalizar em alguma área. Estiveram na Instituição profissionais do SENAI, UTFPR, 
UNIFIL, IFPR. Além dos profissionais, os jovens puderam ainda orientar-se por meio de um 
banner confeccionado pela equipe de estágio que ficou exposto na instituição, indicando 
quais escolas públicas oferecem cursos profissionalizantes gratuitos. 
Os resultados alcançados com meu trabalho foram muito bons e, dando-me a sensação 
de dever cumprido tendo meus objetivos atingidos. 
Foi gratificante ver o quanto estes jovens se interessaram pelos cursos demonstrados 
pelos profissionais e o encantamento de cada um por determinadas áreas. E isto para mim 
enquanto futura Pedagoga vem trazer uma dose a mais de ânimo, por ter descoberto 
trabalhos como este realizado pelo NEIS destinados a comunidades carentes, além de 
reforçar para mim da área de Educação esta vivência prática num espaço muitas vezes 
desconhecido. Depois da experiência do estágio passei a admirar e compreender ainda mais o 
trabalho realizado pelas entidades envolvidas. 
Já que tenho que falar sobre minhas dificuldades no estágio, não posso deixar de 
relatar minha apreensão em não coseguir horários na semana para a realização deste estágio 
obrigatório, devido à falta de disponibilidade durante a semana em horário comercial. Desta 
forma tive que começar meu estágio mais tarde que o normal. Porém fico feliz, pois todos 
estes contratempos não impediram que o estágio fosse bem sucedido. 
 
 
 
 
 
10 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALMEIDA, Ivana Cristina Lima de; PENTEADO, Fabiane Prado. As políticas públicas brasileiras 
pós-1995 para a formação profissional do jovem. XI Congresso Nacional de Educação, EDUCERE 
2013 
 
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense: 2007. (Coleção 
Primeiros Passos). 
 
Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: Estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. Brasília: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 1996. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acesso: 15 ago. 2010. 
 
GOHN, Maria da Glória. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 27-38, 
jan./mar. 2006. 
 
SILVA, Ana Lucia Ferreira da; PERRUDE, Marleide Rodrigues. Atuação do Pedagogo em espaços 
não formais: algumas reflexões. Rev. Eletrônica Pro docência/UEL, v.1, n. 4, jul-dez. 2013. 
 
PIMENTA, Selma Garrido e LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e Docência. 2.ed. São Paulo: 
Cortez, 2004. 
 
 
ANEXOS 
Organização do Projeto de Intervenção no Campo de Estágio – NEIS 
Tema: Relações Interpessoais no Trabalho 
 
Intervenção para 24/05 e 31/05 
 
Objetivo Geral: Trabalhar Comportamentos Adequados no Ambiente de Trabalho. 
 
Objetivos Específicos: Levar os aprendizes a perceber a importância do seu trabalho com 
relação ao do outro; levar o aprendiz a ter atitudes colaborativas em grupo. 
 
Justificativa: De acordo com sugestão da coordenadora da instituição que evidenciou a 
necessidade de trabalhar com jovens o comportamento adequado dentro das empresas, é que 
foi escolhido este tema para o projeto de intervenção. 
 
Metodologia: Serão desenvolvidasduas dinâmicas que possibilitarão aos jovens, refletir e tomar 
consciência sobre o comportamento necessário nas empresas, quando terão a possibilidade de 
passar de estagiários à funcionários no encerramento do contrato de jovens aprendizes. 
 
 
 
 
11 
 
24/05 – 1ª Intervenção 
Desenvolvimento: No primeiro momento será realizado um quebra gelo, com o objetivo de 
despertar os jovens para a realização das atividades que serão propostas, intitulado montanha 
russa, onde os jovens ficarão de frente para os estagiários realizando uma sequência de 
movimentos que simulam o comportamento em uma montanha russa, tendo como tempo 
estimado 3 minutos. 
 
Atividade 1: Dinâmica da teia. 
Material: Um rolo de barbante e uma bexiga grande. 
Tempo estimado: Trinta minutos. 
Os jovens serão dispostos em circulo e ficarão em pé. Posteriormente será dado ao que inicia 
a teia um rolo de barbante que deverá segurar a ponta do rolo, falar uma atitude que para ele é 
importante no ambiente de trabalho. Após esta fala, ele amarra a ponta do barbante em seu 
dedo e arremessa o rolo de barbante para outro colega, que também deverá expressar-se da 
mesma forma. Esse processo deve se repetir até que todos os presentes tenham apresentado 
uma atitude e estejam interligados formando uma teia. 
Reflexão da atividade: Ao final das apresentações o coordenador do grupo solicita aos presentes 
que comentem o que os colegas disseram. Destacar o que mais chamou atenção para os jovens 
e realizar os comentários relacionados à união de uma equipe. Após essa reflexão, será colocado 
sobre a teia um balão grande e cheio, e será orientado que o coordenador irá mencionar alguns 
nomes que deverão sair da teia soltando o barbante, pois em uma empresa acontecem imprevistos 
e situações como: atestados médicos, férias, falecimentos, transferências de setor, etc. que 
fazem que com que pessoas se ausentem do trabalho. 
 
Atividade 2: Dinâmica de equipe. 
Material: bexigas e palitos de dente. 
Tempo estimado, vinte minutos. 
Os jovens serão dispostos em circulo, receberão uma bexiga cada um que, deverão enchê-la e 
guardá-la e também um palito de dentre. Será dada a seguinte orientação: quem permanecer 
com a bexiga cheia até o final da atividade, ganhará um ponto. 
Reflexão da atividade: Por que vocês estouraram as bexigas dos amigos se, o intuito era de 
manter a bexiga cheia? O que você entendeu com isso. 
Vídeo Motivacional: Seja a mudança que você quer. 
 
 
 
31/05 – 2ª Intervenção 
Realização da feira das profissões, convidamos vários profissionais como: Massoterapeuta, 
Esteticista, Gastronomia, Informática, Químico, etc., que ficarão a disposição dos jovens em 
stands para dar informações sobre a prática profissional. Faremos também banners com a 
listagem de escolas, localização, tempo de duração, probabilidade de salários, diferença do 
curso integrado e subsequente, se é pago ou gratuito, como no quadro a seguir: 
 
 
 
 
12 
 
Quadro 1 - Demonstrativo de cursos técnicos/formação de docentes (município de Londrina) 
 
Fonte: http://www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=155 
 
REFERÊNCIAS 
 
Disponível em: <http://posdidatica2010.blogspot.com.br/2010/09/dinamica-do-rolo-de-barbante-ou- 
teia.html> Acesso em: 23 maio 2014. 
 
Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/22969/dinamicas-para- 
socializacao-e-apresentacao-vence-quem-tem-o-balao-cheio> Acesso em 23 maio 2014. 
 
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=NLsIduszWx0> Acesso em: 23 maio 2014.

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