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IC-615 – Química Inorgânica I – Experimental Prof. Dr. Antonio Gerson Bernardo da Cruz (2012) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Departamento de Química EXPERIMENTO II: BORO E ALUMÍNIO BORO E SEUS COMPOSTOS O boro é um elemento relativamente raro e se apresenta na forma do ácido ortobórico, H3BO3 e boratos (bórax – Na2B4O7.10H2O e kernita Na2B4O7.3H2O). De todos os elementos que constituem o grupo IIIA da Tabela Periódica, somente o Boro forma anidridos e oxiácidos e, por conseguinte, oxissais bem determinados. O bórax reage com ácido em meio aquoso formando ácido bórico: Na2B4O7 + 2 HCl + 5 H2O → 2 NaCl + 4 H3BO3 O ácido bórico é um composto que cristaliza em forma de escamas incolores, brilhantes, untuosas ao tato, solúvel em água, sobretudo a quente. A volatilidade do ácido bórico é maior em solução, o qual se inflama com chama de cor verde. O melhor procedimento para reconhecer o ácido bórico consiste em agitar a substância pulverizada com gotas de H2SO4 conc. adicionar álcool etílico e inflamar a mistura: H3BO3 + 3 CH3CH2OH → B(OCH2CH3) + H2O A determinação quantitativa do ácido bórico pode efetuar-se com dissolução normal de KOH ou NaOH empregando como indicador a fenolftaleína e adicionando previamente certa quantidade de glicerol. Como o ácido bórico é um ácido monobásico muito fraco, na verdade é um ácido de Lewis, sua acidez é devido à aceitação do par de elétrons isolado da água ao invés da doação direta de prótons como é o caso dos ácidos de Brönsted-Lowry. B(OH)3 +H2O [B(OH)4]- + [H3O]+ Na presença de glicerol ou mantel (compostos poli-hidroxilados) o ácido bórico comporta-se como um ácido muito mais forte; a reação pode ser representada por: Este ácido então pode ser titulado com NaOH usando fenolftaleína como indicador. Os oxissais de boro são chamados de boratos. Todos os boratos alcalinos são solúveis em água e suas soluções aquosas têm reação alcalina pelo efeito da hidrólise que experimentam. Assim, uma solução concentrada de borato alcalino, como por exemplo, de bórax, se comporta como se fosse uma solução de ácido bórico livre e de metaborato de sódio, que se hidrolisa parcialmente pondo em liberdade íons OH−. Quanto mais diluída é a solução, mais intensa é a hidrólise, de sorte que uma solução muito diluída de bórax, se comporta como uma solução de ácido bórico não dissociado e de Na+ e OH−. Isto faz com que as soluções de boratos alcalinos atuem de maneira distinta com os reativos segundo sejam sua concentração e temperatura. Os boratos não alcalinos são dificilmente solúveis em água, mas todos se dissolvem facilmente nos ácidos e em solução de NH4Cl. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Departamento de Química 9 IC-615 – Química Inorgânica I – Experimental Prof. Dr. Antonio Gerson Bernardo da Cruz (2012) QUESTIONÁRIO 1- Demonstre todas as reações envolvidas, fazendo, sempre que possível, os comentários sobre as mudanças químicas observadas. 2- Explique a diferença de comportamento observada para o cálcio em relação ao magnésio, na reação com a água. 3- Como você explicaria o maior descoramento da solução de permanganato de potássio e/ou da solução de tiocianato férrico, na presença de zinco granular? 4- Qual a diferença básica entre um amálgama e uma liga? 5- Como varia a solubilidade dos carbonatos e dos haletos de metais alcalinos ao longo do grupo? Os resultados obtidos na prática estão de acordo com esta tendência? 6- Por que a liberação de gás hidrogênio é maior na reação de metais alcalinos terrosos com ácido sulfúrico do que com ácido acético? 7- Explique as diferentes velocidades de formação dos sulfatos de metais alcalinos terrosos. 8- Compare os produtos da decomposição térmica dos nitratos de magnésio e cálcio. Explique as diferenças observadas. EXPERIMENTO II: BORO E ALUMÍNIO BORO E SEUS COMPOSTOS O boro é um elemento relativamente raro e se apresenta na forma do ácido ortobórico, H3BO3 e boratos (bórax Na2B4O7.10H2O e kernita Na2B4O7.3H2O). De todos os elementos que constituem o grupo IIIA da Tabela Periódica, somente o Boro forma anidridos e oxiácidos e, por conseguinte, oxissais bem determinados. O bórax reage com ácido em meio aquoso formando ácido bórico. Na2B4O7 + 2HCl + 5H2O → 2NaCl + 4H3BO3 O ácido bórico é um composto que cristaliza em forma de escamas incolores, brilhantes, untuosas ao tato, solúvel em água, sobretudo a quente. A volatilidade do ácido bórico é maior em solução, o qual se inflama com chama de cor verde. O melhor procedimento para reconhecer o ácido bórico consiste em agitar a substância pulverizada com gotas de H2SO4 conc. adicionar álcool etílico e inflamar a mistura. H3BO3 + 3CH3CH2OH → B(OCH2CH3) + H2O A determinação quantitativa do ácido bórico pode efetuar-se com dissolução normal de KOH ou NaOH empregando como indicador a fenolftaleína e adicionando previamente certa quantidade de glicerol. Como o ácido bórico é um ácido monobásico muito fraco, na verdade é um ácido de Lewis, sua acidez é devido à aceitação do par de elétrons isolado da água ao invés da doação direta de prótons como é o caso dos ácidos de Brönsted-Lowry. B(OH)3 + H2O ⎯ →⎯← ⎯⎯ [B(OH)4] - + [H3O]+ Na presença de glicerol ou mantel (compostos poli-hidroxilados) o ácido bórico comporta-se como um ácido muito mais forte; a reação pode ser representada por: Este ácido então pode ser titulado com NaOH usando fenolftaleína como indicador. Os oxissais de boro são chamados de boratos. Todos os boratos alcalinos são solúveis em água e suas soluções aquosas têm reação alcalina pelo efeito da hidrólise que experimentam. Assim, uma solução concentrada de borato alcalino, como por exemplo, de bórax, se comporta como se fosse uma solução de ácido bórico livre e de metaborato de sódio, que se hidrolisa parcialmente pondo em liberdade íons OH−. Quanto mais diluída é a solução, mais intensa é a hidrólise, de sorte que uma solução muito diluída de bórax, se comporta como uma solução de ácido bórico não dissociado e de Na + e OH −. Isto faz com que as soluções de boratos alcalinos atuem de maneira distinta com os reativos segundo sejam sua concentração e temperatura. Os boratos não alcalinos são dificilmente solúveis em água, mas todos se dissolvem facilmente nos ácidos e em solução de NH4Cl. IC-615 – Química Inorgânica I – Experimental Prof. Dr. Antonio Gerson Bernardo da Cruz (2012) Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Departamento de Química ALUMÍNIO E SEUS COMPOSTOS: O alumínio é o metal mais abundante na crosta terrestre. É um metal extraordinariamente leve e bastante reativo. É branco prateado brilhante e flexível, maleável, podendo-se formar lâminas delgadas e pelo seu baixo peso específico e sua estabilidade tem grande aplicação; tem grande tendência a formar compostos covalentes, mas quando combinado com os elementos mais eletronegativos, ele existe sob a forma do íon Al3+. A combinação peculiar de peso pequeno e resistência tornam o alumínio aplicável em muitas circunstâncias onde não é possível usar outros metais. Peso por peso o alumínio tem o dobro da condutividade do cobre e tem elevada ductibilidade em temperaturas altas. O alumínio forma comumente ligas com outros metais - cobre, magnésio, zinco, silício, cromo e manganês - e, por isto, sua utilidade é reduplicada. O alumínio metálico ou ligas de alumínio especialmente com o magnésio são empregadas em estruturas de aeronaves, de automóveis, caminhões e de vagões ferroviários em condutores elétricos e peças fundidas ou forjadas. Resiste bastante bem à corrosão, quando é usado apropriadamente. A resistência e a ductilidade aumentam em temperaturas muito baixas, o que é o oposto do que ocorre com o ferro, e com o aço.Devido a sua posição na série eletroquímica reage com ácidos não oxidantes formando sais simples e H2: Al + n HX → AlXn + n/2 H2 Com ácidos oxidantes tais como o HNO3, é passivado na presença de ácido nítrico concentrado e diluído devido à formação de uma camada de óxido. O alumínio finamente dividido dissolve-se lentamente quando em ácido nítrico concentrado a quente. Reage também com soluções concentradas de hidróxidos metálicos fortemente básicos, produzindo gás hidrogênio e hidroxo-complexos: 2 Al + 2 NaOH + 10 H2O → 2 Na[Al(OH)4(H2O)2] + 3 H2 O hidróxido de alumínio é uma substância gelatinosa, de fórmula geral Al(OH)3.nH2O que se dissolve tanto em ácidos como em bases. Reação com ácido: Al(OH)3 + 3 HCl → AlCl3 + 3 H2O Reação com base: Al(OH)3 + NaOH → Na[Al(OH)4] No laboratório pode obter-se o hidróxido de alumínio por hidrólise de sais de alumínio, passando corrente de CO2 através de uma solução de aluminato alcalino ou precipitando um sal solúvel de alumínio mediante NH3 ou (NH4)2CO3. O sulfato de alumínio forma com os sulfatos dos metais alcalinos, sais duplos chamados “alumens” [MI(H2O)6][Al(H2O)6](SO4)2MI. O alumínio dos alumens pode ser substituído por outros íons metálicos trivalentes, formando-se sais duplos que têm analogia muito grande com o alúmen de potássio, KAl(SO4)2.12H2O. Os cristais tem a forma de octaedros e são muito puros. Os alumens são usados no tratamento de água e, algumas vezes, em tinturaria. Nessas aplicações, foram substituídos, em grande parte, pelo sulfato de alumínio, que tem maior equivalente de alumina por unidade de peso. Farmaceuticamente, o sulfato de alumínio é empregado em soluções diluídas, como adstringente suave e anti-séptico para a epiderme. Sua maior aplicação é na clarificação da água. Alumínio deve reagir espontaneamente com ar e água, mas estas reações não ocorrem devido a passivação, ou seja, a formação de uma fina película de óxido de alumínio na superfície do metal. Esta película pode ser removida por amalgamação, isto é, a formação de uma amálgama com mercúrio que promove a remoção desta camada protetora e ataque a superfície do metal. 2 Al + 3 Hg(NO3)2 → 2 Al(NO3)3 + 3 Hg
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