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Analise critica texto sobre o inicio do tratamento Freud

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Estagiária: Jackeline Alves da Rocha e Costa 
Matricula: C3561I-0 
Análise Critica do texto: Sobre o inicio do tratamento (1913)
    No texto citado Freud utiliza-se de sua experiência para dar algumas recomendações referentes à prática psicanalítica. Enfatizando que nessas recomendações devem se levadas em consideração os limites e a complexidade dos processos mentais de cada um.
            Segundo o texto quando o paciente chegar para ser analisado é preciso iniciar uma preliminar (de uma ou duas semanas) anterior ao início do tratamento, onde o analista poderá colher maiores informações sobre o indivíduo amenizando também o sentimento de frustração caso não se adaptem aos métodos propostos, pois terá em mente que o tratamento ainda não havia iniciado. Nesta fase preliminar, o analista deve interromper o mínimo necessário, fazendo com que o paciente sinta-se confortável para dizer tudo que lhe vem à mente. Ele alerta que se deve desconfiar dos pacientes que resistem ao início do tratamento, pois podem não comparecer quando a ocasião é combinada e fala também sobre as dificuldades encontradas em atendimentos de pessoas próximas, que mantém um laço de amizade, ou laços sociais.
            Considera de pouca importância o nível de confiança que o paciente sustenta pelo tratamento, já que isso se torna mínimo frente às resistências internas. Segundo ele inclusive aquele que também possui suas resistências internas, pode perfeitamente realizar uma análise em outras pessoas.
            Ao se iniciar o tratamento psicanalítico, deve-se acordar em relação ao tempo e o pagamento. Cabe ao paciente arcar com aquele horário que lhe foi atribuído, sendo ele utilizado ou não. Assim Freud acredita que se reduzem as resistências e se mantém o material trabalhado. O analista não deve sentir-se culpado caso o paciente não compareça, pois mesmo o paciente não comparecendo a análise continua a acontecer. Porém, abre uma exceção para doenças físicas, nas quais o paciente pode apresentar um interesse psíquico de comparecer.
            Em relação à freqüência, Freud refere trabalhar com seus pacientes todos os dias da semana, sendo três vezes por semana os casos leves ou que já se encontram melhor. Alegando que mesmo interrupções breves como dos finais de semana já prejudicam o conteúdo trabalhado. Assim como o tempo de sessão, em que alguns casos, uma hora não é suficiente.
            Quanto ao tempo de duração do tratamento, Freud coloca como uma pergunta quase sem resposta, já que o trabalho varia de acordo com cada funcionamento psíquico e não se pode atingir uma conclusão antecipada de como o trabalho irá prosseguir. Porém afirma que a psicanálise não acontece de forma breve, considerando que as profundas mudanças da mente necessitam de tempo para acontecer.
            Coloca como necessário o conhecimento de que as neuroses funcionam como um todo, não sendo possível tratar sintomas isoladamente. Sendo o paciente ideal aquele que busca saúde completa e disponibiliza o tempo que for necessário para a realização do trabalho.
            Em relação valor da sessão, Freud considera condição básica para que o trabalho aconteça, sugerindo para que não se faça caridades ou tratamentos gratuitos, pois quando se sobrecarrega de forma não equilibrada uma das partes, a análise pode ser prejudicada. Interferindo inclusive na relação transferencial. Segundo ele Deve-se falar com o paciente sobre dinheiro de maneira aberta e clara, assim como sexualidade, demonstrando que ambos podem ser tratados de maneira civilizada e esclarecida.
            O analista deve cobrar um valor considerável tendo em mente que possui um método de trabalho útil e eficaz, assim como um cirurgião, pontuando que a doença e a estupidez são sempre mais “caros” que qualquer tratamento.
               Sobre a utilização do divã ele explica, que em primeiro lugar é feita para benefício do próprio analista, que deve estar preservado de influenciar através de seus pensamentos inconscientes e expressões corporais na corrente dos pensamentos do paciente, assim como evita de ser “observado” durante toda sua jornada de trabalho.
            Inicialmente deve-se deixar que o paciente inicie sua fala do ponto onde escolher, porem anteriormente deve-se fazer a observação para que ele diga tudo que sabe a seu respeito, procurando dizer principalmente conteúdos que parecem ser censurados pela mente, trazendo a impressão de que não devem ser ditos. Orienta que nunca se deve esperar um relato sistemático, como não se deve incentivá-lo, alegando que cada detalhe pode ser usado como conteúdo de trabalho e que repetições sempre acontecem.
           Às resistências, as influências e o “desperdício” de conteúdos importantes diminui quando o paciente evita comentar sobre o tratamento com pessoas de seu convívio.
           Somente após uma eficaz transferência e vínculo já estabelecido é que se deve comunicar ao paciente as interpretações e intervenções. Não sendo recomendado utilizar pontos de vistas que contrariem ou julgue de forma moral aquilo que o paciente diz. Assim como se deve atentar para não realizar “diagnósticos relâmpagos” que geralmente acontecem no momento em que o paciente não se encontra preparado, gerando assim um efeito contrário no sucesso da análise. Fazendo como que a resistência aumente a possibilidade de superá-la diminua.
            Freud recorda que o que motiva o paciente a fazer análise é o sofrimento vivido por ele e o desejo de curar-se, não tendo para este fim o conhecimento necessário do caminho a seguir e de como ter energias para romper com a resistência, sendo esses os dois pontos oferecidos a ele durante a análise. Assim torna-se possível reduzir ou eliminar os sintomas ao longo do processo de mudança e ganhar uma maior compreensão intelectual sobre si próprio.
 Durante esse processo de estágio que estamos iniciando vários desses fatores podem vir à tona com nossos futuros pacientes. Essas recomendações deixadas por Freud são fundamentais para a instrução do estagiário tendo em vista o medo do “não saber fazer”. Deixar que o inconsciente apareça, deixar que o paciente inicie sempre a sessão de onde quiser, saber se calar e pontuar nas horas certas, bem como a resistência analítica são pontos importantes trazidos no texto para a orientação de quem tem o desejo de torna-se analista.

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