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DIABETES MELLITUS PATOLOGIA E SUAS COMPLICAÇÕES

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INTRODUÇÃO
O Diabetes Mellitus é uma doença metabólica que tem aumentado cada vez mundialmente se tornando uma epidemia mundial, o estado de hiperglicemia é o principal indicativo para confirmar se o paciente possui esta doença, quando acometido o indivíduo pode apresentar diversas complicações como desenvolver em conjunto a hipertensão, ter problemas renais ou talvez até mesmo a falência dos rins, problemas vasculares que podem levar até mesmo a amputação de algum membro, entre outras complicações. Temos algumas classificações para o diabetes sendo o tipo 1 e 2, que serão mais abordados neste trabalho, juntamente com o diabetes gestacional que são os mais conhecidos. 
A prevenção dessa doença consiste basicamente em atenção primária a saúde, que visa a educação, um conhecimento mais aprofundado sobre a doença, os antecedentes familiares, o sedentarismo, a dieta, etc. 
A fisioterapia em si não tem muita atuação, ela atua mais na atividade física, como um educador físico, porém a maioria dos pacientes com DM só procuram um fisioterapeuta quando há alguma outra patologia associada ou decorrente do DM, como por exemplo, AVC, Pé diabético, Neuropatias, etc. O que não é bom, uma vez que, se o paciente estivesse tendo um acompanhamento adequado desde o começo do descobrimento da doença, essas patologias poderiam ter sido evitadas ou mesmo que ocorressem poderiam ter ocorrido com um grau de severidade menor.
DEFINIÇÃO
A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica complexa de causa múltipla, que está ligada diretamente com a diminuição ou deficiência de insulina, que a impede de realizar seu trabalho de forma efetiva. A insulina permite que a glicose atravesse a membrana celular e vá para o interior das células, mais quando temos o diabetes ocorre um acúmulo de glicose no sangue que conhecemos como hiperglicemia. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas, que faz com que haja a passagem da glicose na corrente sanguínea para o interior das células sendo o meio de transporte, ou seja ela transporta a glicose, quando temos um problema nesta locomoção. Quando temos o quadro hiperglicêmico a longo prazo pode levar a diversas complicações, sendo elas em vários órgãos como rins, coração, nervos, vasos sanguíneos e a visão por exemplo, é importante ressaltar que o diabetes é uma doença que consequentemente leva a pessoa a desenvolver outras doenças em conjunto, como por exemplo a hipertensão arterial, ambas em conjunto estão entre o principal índice de mortalidade mundial. Esta doença também é conhecida como uma doença silenciosa.
Podemos classificar o diabetes como tipo 1 e 2, o diabetes gestacional e outros tipos, mas esses três são os mais comuns em acometer a população. 
O tipo 1 que antigamente era chamado de diabetes juvenil ou insulino-dependente ocorre quando o sistema imunológico cria células para destruírem as células Beta pancreáticas que são produzidas no pâncreas, nestes casos temos uma doença auto-imune que atinge o organismo do individuo fazendo com que ele produza pouca ou nenhuma insulina, comum aparecer em crianças ou adolescentes, mas é possível que adultos também sejam diagnosticados com este tipo. Os sintomas mais comuns são: fadiga, fome excessivo, sede excessiva ou suor, náusea ou vômito, enurese (micção durante o sono) ou micção excessiva, dor de cabeça, perda de peso, ritmo cardíaco aumentado, sonolência ou visão embaçada.
O tipo 2 que antigamente era chamado de diabetes não-insulino-dependente ou diabetes estável adulto, é caracterizado principalmente quando temos um quadro de resistência a insulina onde o indivíduo passa primeiro por um quadro de hiperinsulinemia onde o pâncreas produz insulina em excesso para tentar compensar a captação da glicose, e meses ou anos depois o organismo deste indivíduo produz menos insulina e/ou não produzir mais este hormônio. Há alguns fatores que predispõem o desenvolvimento do diabetes tipo 2 sendo o principal a obesidade, devido ao acúmulo e aumento de gordura no corpo e principalmente na região abdominal onde ocorre um aumento da gordura intra-abdominal e/ou visceral, que já é uma causa para desenvolver a resistência à insulina, também podemos citar a genética do indivíduo, que caso tenha algum familiar que teve diabetes a chance dele também desenvolver é grande. Os sintomas mais comuns são: aumento da sede, micção frequente, fome e sede excessiva, má cicatrização de feridas, visão embaçada, fadiga.
A diabetes gestacional ocorrer na mulher no decorrer da gestação, sabe-se que para o desenvolvimento da criança, é necessário que o organismo da mulher passe por várias mudanças, sendo elas físicas e hormonais, e seu corpo durante essas alterações buscam um equilíbrio, com relação a parte hormonal há alterações que podem interferir na produção de insulina, por exemplo a placenta é responsável pela diminuição dos níveis de insulina no organismo da gestante, tem casos que o pâncreas consegue aumentar a produção e compensar a ausência que foi causada pela placenta, mas existem casos que isto não é possível e causa um quadro de hiperglicemia na gestante, e leva ela a ter um quadro de diabetes gestacional, a partir da 24º semana é necessário que a gestante seja submetida ao teste de glicose em jejum. Na maioria dos casos não há nenhuma apresentação de sintomas.
EPIDEMIOLOGIA
O diabetes já é considerado uma epidemia mundial, o número de adultos com diabetes no mundo aumentara de 135 milhões (dados de 1995), para 300 milhões (estudos apontam para até o ano de 2025). Este aumento é visível principalmente em países que estão em desenvolvimento, entretanto os países desenvolvidos também terão aumento de 51 milhões para 76 milhões (esses dados são da OMS). 
Em pesquisa atualizada no ano de 2017, houve um aumento de 61,8% nos casos do diabetes no Brasil nos últimos dez anos (2007) de acordo com o ministério da saúde, a maior incidência de casos esta localizada no Rio de Janeiro com 10,4 casos para cada 100 mil casos. A faixa etária mais acometida de acordo com os registros são idosos de 65 anos ou mais devido ao envelhecimento e as alterações que vem em conjunto com o avanço da idade. Em 2014, estimou-se que existiriam 11,9 milhões de pessoas, na faixa etária de 20 a 79 anos, com diabetes no Brasil, podendo alcançar 19,2 milhões em 2035. O estudo multicêntrico sobre a prevalência do diabetes no Brasil evidenciou a influência da idade na prevalência de diabetes e observou incremento de 2,7% na faixa etária de 30 a 59 anos para 17,4% na de 60 a 69 anos, ou seja, um aumento de 6,4 vezes. Em relação à escolaridade, observou-se maior taxa de diagnóstico de diabetes (9,6%) entre os indivíduos sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Foi evidenciado também que a prevalência do diabetes é mais comum no sexo feminino em relação ao masculino. 
FATORES DE RISCO
Os fatores de risco para o tipo 1 é a hereditariedade, sabe-se que se algum familiar próximo com a doença, aumenta significativamente as chances do indivíduo a ter também.
Os fatores de risco para o tipo 2 são vários, os mais importante são; a idade (45 anos), excesso de peso, sedentarismo, hipertensão arterial, dislipidemias, hereditariedade (familiar com diabetes), ovários policísticos, ter diagnóstico para pré-diabetes (glicemia em jejum acima de 100), entre outros.	
Os fatores de risco para gestante são: idade avançada, sobrepeso, obesidade ou ganho de peso rápido durante a gravidez, excesso de gordura abdominal (antes da gestação), histórico familiar de diabetes, crescimento fetal excessivo, baixa estatura (menos de 1,50 m) e síndrome de ovários policísticos. 
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico fica mais claro de ser identificado, quando os sintomas específicos estão associados com uma dosagem alta de glicose no sangue. Mas quando a pessoa não apresenta sintomas evidentes e existe a suspeita de diabetes, se torna necessário um teste laboral para confirmar o diagnóstico. Atualmente, para uma pessoa ser considerada diabética, a glicemia de jejum precisaria estar acima de 125mg/dl (American Diabetes Association, 1997).
COMPLICAÇÕES
Existem algumas complicações secundárias ao Diabetes Mellitus, elas podem ser crônicas ou agudas.
Complicações crônicas:
Oculares crônicas- O diabetes é a principal causa de cegueira no mundo.
Nefropatia- É caracterizada pela perda de capacidade dos rins de realizarem seu trabalho. O líquido e substâncias, que seriam eliminados na forma de urina, começam a se acumular na corrente sanguínea, causando hipertensão arterial.
Doença vascular- O coração do diabético que não toma os devidos cuidados, padece, porque a pessoa apresenta tendência muito maior para formar os temidos ateromas, placas endurecidas nas paredes dos grandes vasos sanguíneos, aumentando a chance de infartos.
Pé diabético- As paredes dos pequenos vasos vão ficando mais espessas, diminuindo o espaço interno para o sangue fluir. Isso somado aos danos dos nervos, torna os pés um ponto frágil. Como eles consumam formigar e perder a sensibilidade eles acabam deixando de perceber a dor e o calor, o que ocasiona muitas feridas e queimaduras, com uma maior facilidade.
Complicações agudas:
Cetose e Cetoacidose Diabética- A cetoacidose diabética é uma das formas externas de descompensação diabética, acometendo geralmente pacientes dependentes de insulina (DM1). Existem algumas causas, como, infecção aguda, tratamento interrompido ou inadequado, pancreatite aguda, estresse emocional, acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e neoplasia.
Coma Hiperosmolar Não-Cetônico- É também uma das formas extremas de descompensação diabética, acometendo, porém, indivíduos geralmente não dependentes de insulina (DM2), que possuem uma certa reserva pancreática de secreção insulínica. É uma situação clínica grave, com mortalidade bem maior que a associada à cetoacidose.
TRATAMENTO CLÍNICO
O tratamento do Diabetes Mellitus tem como objetivo, o melhor controle metabólico possível de acordo com critérios clínicos laboratoriais. Ele consiste basicamente em exercícios físicos, que variam de tipo de intensidade de acordo com o paciente, controle metabólico, controle do peso, dieta hipocalórica, terapia medicamentosa, no caso a insulina e o controle do colesterol.
PREVENÇÃO
A prevenção do Diabetes Mellitus consiste basicamente em uma atenção primária a saúde. Lembrando que o Diabetes Mellitus 1 um não tem uma prevenção, uma vez que ele é um fator já pré-disposto pela pessoa em questão. 
Já no Diabetes Tipo 2 a prevenção se baseia em uma vida com atividade física regular, peso ideal, conhecimento do histórico familiar da doença e o conhecimento da própria doença, uma dieta equilibrada e pobre em açucares e gorduras, diminuição do consumo de álcool e de drogas, controle do stress, check-up preventivo com uma frequência de pelo menos uma vez no ano, principalmente se já houver algum caso na família, monitoramento da sua pressão arterial e se necessário utilizar de métodos para diminui-la.
FISIOTERAPIA
A fisioterapia de um modo geral no Diabetes vai atuar com atividades físicas, em alguns casos que haja algum problema decorrente do diabetes esse tratamento pode mudar para atender a necessidade daquele paciente, porém se há apenas o Diabetes propriamente dito o tratamento é apenas a atividade física.
Algumas recomendações são feitas quanto ao exercício físico:
Deve ser realizado um exame médico prévio avaliando as condições da própria doença, cardiovasculares e oftalmológicas;
Iniciar sempre com cargas leves para moderadas, aumentando de forma progressiva e lenta;
Automonitorização da glicemia, documentando bem as respostas orgânicas em diferentes circunstâncias, antes, durante e após o exercício físico;
Não se exercitar no pico da ação da insulina para evitar hipoglicemia;
Quando possível, exercitar-se 30 minutos após refeições importantes, de preferência de manhã, que pode contribuir para melhor controle da doença;
Ficar atento para possível hipoglicemia, que pode ocorrer, inclusive, horas após a sessão de exercícios.
Além desses cuidados a cuidados que devem ser tomados também no caso de problemas decorrentes da glicose.
RETINOPATIA DIABÉTICA
É uma das complicações da diabete e uma das principais causa da cegueira nos adultos. Ocorre devido alterações estruturais nos vasos sanguíneos da retina .Isso causa o estreitamento e as vezes o bloqueio do vaso sanguíneo e o enfraquecimento da parede ocular. A retinopatia diabética pode causar perda de visão exsudativa e proliferativa.
Na Exsudativa ocorre quando fluido sanguíneo afeta a região macular que provoca edema e perda de visão.
Na proliferativa ocorre quando a doença dos vasos sanguíneos da retina progride o que faz proliferar novos vasos anormais.
Sintomas e prevenção
Para evitar tem que controlar cuidadosamente com dieta adequada, pílulas hipoglicemientes (metformina), insulina ou combinando os dois.
Os sintomas variam bastante de acordo com a doença.
No inicio é sem sintomas, por isso o diabético não tem sintoma visual, devendo realizar exame ocular uma vez por ano
Visão turva é um dos sintomas que mais ocorre, na fase proliferativa, quando a macula possui edema e quando os neovasos rompem e sangram a hemorragia pode causar visão muito turva.
Tratamento
O tratamento é realizado pela foto coagulação ataves do laser argon. Destruindoos vasossanguineos anormais, assim como a retina doente que são cauterizada com o lazer para evitar hemorragia
Fisioterapia
A fisioterapia atuará com exercícios físicos.
Indicados : aeróbico(bicicleta, caminhada, natação)
Contra-indicados : esporte de choque e alto impacto (como levantar peso, exercício isométrico e lutas)
NEUROPATIA DIABÉTICA
É o distúrbio causado pelos diabetes que não podem ser diagnosticado sem um exame clínico ,já que alguns não apresentam sintomas, pois podem apresentar formigamento ou perda de sensibilidade nos membros.
Os tipos principais de neuropatia diabética são:
Neuropatia periférica mais comum de neuropatia diabética afeta as extremidades do corpo, como pés, pernas, mãos e braços.
Neuropatia autonômica sistema nervoso autônomo controla o coração, bexiga, pulmões, estômago, intestinos, órgãos sexuais e olhos. O diabetes afeta o nervo da área.
Amiotrofia diabética afeta nervos das coxas, quadris, nádegas e pernas. Também chamada de neuropatia femoral ou neuropatia proximal e comum em diabete tipo 2.
Mononeuropatia envolve dano a um nervo específico. Ela pode ser na face, tronco ou perna. Também chamada de neuropatia focal.
O Diagnóstico clínico da PND e o exame neurológico dos membros inferiores , o que pode identificar o pé diabético.
 As evidências incluem :
Hipotrofia muscular interóssea dos pés
Dedos em garra
Cabeça proeminentes dos metatarsos
Pele seca, calos e deformidades ósseas, secundárias a neuropatia de Chacort.
Deve – se fazer sempre um exame clínico cuidadoso da função sensitiva e motora nos membros inferiores é essência fazer anualmente todos pacientes diabéticos.
PÉ DIABÉTICO
É uma complicação da diabete que ocorre devido uma área é machucada ou infeccionada e desenvolve uma úlcera. Os aspectos epidemiológicos se dá a incidência de problemas nos pés de pacientes com DM ao longo da vida e a cada minuto 3 amputações são ocorridas . A ulceração procede em 85% dos casos.
Fatores de risco
Fatores vão implicar em maior risco:
 níveis elevados de glicose 
Nefropatia
Tabagismo
PND
DAP
 Sinais
Dor e queimação
Dormência
Atrofia muscular
Perda da sensibilidade
Pele ressecada
Deformidades
calo
A avaliação é feita exame clínico do pé com:
Diapasão de 128hz avalia sensibilização da vibração
Monifibrilamento para sensibilidade protetora plantar
Pin prink um neurotip ou palito descartável
Modelo de buck para reflexos do tornozelo 
Para prevenir deve-se:
Higienizar os pés, pele e unhas
Calçados adequados
Seca entre os dedos
Não andar descalço
Cuidados com ressecamento da pele
Não estourar bolhas e calos
Fisioterapia
Fortalecimento muscular intrínseco
Propriocepção 
SensibilizaçãoManter amplitude de movimento
Orientar paciente e família com cuidados dos pés
CONCLUSÃO
O diabetes mellitus é uma doença que dependendo do seu tipo pode ser evitada e também controlada. O acompanhamento médico anual é essencial para se evitar essa doença, assim como precauções que podem ser instaladas diariamente na vida pessoal, como por exemplo, a atividade física, o tabagismo, o alcoolismo e até mesmo o próprio conhecimento da doença.
A fisioterapia não é procurada com muita frequência por pacientes que possuem apenas o diabetes, normalmente esses pacientes ao chegarem a fisioterapia já vem acompanhados de outras patologias, que podem ser decorrentes da própria diabetes ou que vem com o decorrer do tempo.
As complicações mais comuns relacionadas a diabetes são a neuropatia diabética, a retinopatia diabética e o pé diabético, em todos esses casos há a atuação do fisioterapeuta, porém poderiam ser evitados, mediante a um acompanhamento frequente de um médico.
A prevenção dessa doença consiste basicamente em atenção primária a saúde. Os governos deveriam colocar em prática mais políticas para conscientização e prevenção dessa doença, dessa forma a incidência dela diminuiria, ao invés de aumentar como vem ocorrendo nas últimas décadas. 
BIBLIOGRAFIA
http://www.scielo.br/pdf/csc/v16n3/34.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1983-2451/2011/v36n3/a2664.pdf
OLIVEIRA, J.E.P.; MILECH, A. Diabetes Mellitus — Clínica, Diagnóstico e Tratamento Multidisciplinar; editora Atheneu 2006.

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