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PAIDEIA GREGA
Paideia é um termo do grego antigo, empregado para sintetizar a noção de educação na sociedade grega clássica. Inicialmente, a palavra (derivada de paidos (pedós) - criança) significava simplesmente "criação dos meninos", ou seja, referia-se à educação familiar, os bons modos e princípios morais. Será na mesma Grécia que se inicia um modelo de educação com um sentido relativamente semelhante ao que se utiliza hoje.
Na verdade, os ideais educativos da paideia se baseiam em práticas muito anteriores. Os gregos serão os primeiros a colocar a educação como problema: na literatura grega surgem sinais de questionamento do conceito, seja na poesia, tragédia ou na comédia. Os Sofistas e depois Sócrates, Platão, Isócrates e finalmente Aristóteles elevarão o debate ao estatuto de uma importante questão filosófica.
Assim, em meio à sociedade ateniense, "paideia" passa a se referir a um processo de educação no qual os estudantes eram submetidos a uma programa que procurava atender a todos os aspectos da vida do homem. Entre as matérias abordadas estavam a geografia, história natural, gramática, matemática, retórica, filosofia, música e ginástica.
 O cultivo da bondade ou virtuosismo e da beleza, onde o homem era estimulado a alcançar a excelência física e moral além da honra e da glória.
A partir do século V a. C., o conceito de aperfeiçoamento do ser humano para o bem da sociedade como um todo segue em plena evolução. A noção agora vigente é que, para além de formar o homem, a educação deve ainda formar o cidadão, deixando de ser suficiente a simples e antiga educação baseada na ginástica, música e gramática.
O conceito acabado da paideia torna-se o ideal educativo da Grécia clássica. Com o tempo, passou designar o resultado do processo educativo que se prolonga por toda vida, muito para além da escola. Até os dias de hoje seus ideais são imitados em praticamente todo o mundo, como um perfeito entendimento de formação social do ser humano.
A rotina de um aluno, respeitando os preceitos da paideia era basicamente este:
Acordar logo ao amanhecer, e com a ajuda do pedagogo, o jovem lavava-se e vestia-se;
Refeição matinal e logo após, ida à palestra, para as aulas de música e ginástica;
Banho e regresso à casa para o almoço;
Retorno à palestra à tarde, para lições de leitura e escrita;
Ida para casa, sempre na compania do pedagogo; estudo das lições, trabalhos de casa, jantar e enfim repouso.
Não haviam finais de semana ou férias, exceto pelos festivais religiosos ou cívicos;
✣A educação grega orbitava em duas instâncias: formação do corpo e espírito. ✣O papel da família na formação das crianças era o primeiro passo. Em seguida, eram enviados a preceptores (as escolas apareceram com a polis). ✣A educação era elitizada: “ócio digno”, scholé (escola) como “o lugar do ócio”. ✣A educação física era voltada para a área militar e depois para os esportes. ✣Cunhada por volta do século V a.C, paideia significativa “educação dos meninos” (de paidos – criança). ✣A educação ética e política é o traço fundamental da essência da verdadeira paideia. ✣ A educação é assumida como ação consciente. ✣A educação para os gregos é a manifestação do esforço constante da poiésis (“essência do agir”). ✣Poiésis e episteme se fundem na paideia.
A CONCEPÇÃO EDUCACIONAL DE ENCICLOPÉDIA HELENISTICA
 Trata-se de uma época que se delineia uma cultura cada vez mais científica, mais especializada, mais articulada em formas diferenciadas entre si tanto pelos objetos quanto pelos métodos: é a época em que se desenvolve a ciência física em formas quase experimentais, em que apresentam a filosofia e a historiografia em formas amadurecidas, em que cresce a astronomia tanto quanto a geometria e a matemática, como também a botânica, a zoologia, a gramática, dando vida a uma enciclopédia bastante complexa do saber. 
    Nesta época desenvolvem-se alguns centros de cultura: Rodes, Pérgamo, Alexandria; Alexandria em particular – fundada por Alexandre Magno em 932 a. C. no Egito - , com a biblioteca e o museu, afirma-se como o centro de toda cultura helenística, literária, filosófica e científica. 
    A Paidéia no período helenístico pode ser compreendida como uma orientação de vida, ou seja, apresentava-se como um conjunto de orientações seguras, que indicavam o caminho da felicidade. Os “novos” educadores, além de ensinar o homem a especular em torna da verdade, buscavam enfatizar que era preciso aprender a viver de forma virtuosa. A vivência das virtudes era a garantia de uma vida feliz, por isso, a transmissão e a prática dos valores tornou-se o conteúdo primordial das escolas nesse período.
Educação no período helenístico ✣No período helênico, a paideia se tornou enciclopédia (“educação geral”). ✣Ao lado do ensino elementar, no período helênico desenvolveu-se o nível secundário com a função de retor (mestre da retórica). ✣O conteúdo da enciclopédia era chamado de “sete artes liberais”: três disciplinas humanísticas (gramática, retórica e dialética), quatro científicas (aritmética, música, geometria e astronomia). ✣Espalharam-se inúmeras escolas filosóficas e “universidades”. ✣Local importante de estudos superiores foi Alexandria, cidade fundada na foz do rio Nilo. ✣Neste local foram gestadas a astronomia de Ptolomeu, física de Arquimedes, geometria de Euclides ✣Reunia manuscritos gregos, hebreus, egípcios e orientais.
O MITO DA CAVERNA 
O mito da caverna de Platão é uma das partes do livro VI de “A República”, onde Platão discute a teoria do conhecimento, a linguagem, e a educação na formação de um Estado ideal.
Em sua narrativa, Platão fala sobre prisioneiros que são acorrentados desde o nascimento no interior de uma caverna, olhando somente para uma parede iluminada por uma fogueira, que também ilumina um palco, onde estátuas de figuras humanas, vegetais e animais são manipuladas, como se estivessem representando o cotidiano dessas figuras.
As sombras das estátuas são projetadas na parede, sendo essa a única forma de imagem que os prisioneiros conseguem enxergar. No decorrer do tempo, os prisioneiros dão nomes a essas sombras, da mesma forma como fazemos com todas as coisas, e também à regularidade de suas aparições. Ao mesmo tempo, criam torneios para se vangloriarem de acertar as corretas denominações e regularidade de aparições.
Supondo que um dos prisioneiros conseguisse sair das amarras e se pusesse a vascular o interior da caverna, ele descobriria que a visão das sombras era permitida pela fogueira e que, na verdade, os seres eram as estátuas e não as sombras.
Dessa maneira, ele iria perceber que tinha passado toda a vida julgando apenas sombras e ilusões e não conhecendo a verdade, ou seja, vivera afastado de toda a realidade.
Vamos supor, ainda, que esse mesmo prisioneiro saísse da caverna. Ao sair, a luz do sol ofuscaria sua visão e só depois de habituar-se com a luz poderia enxergar as maravilhas existentes fora da caverna.
Com isso, ele não levaria muito tempo para perceber que os seres do mundo real teriam muito mais qualidades do que as sombras e as estátuas na caverna, sendo mais reais do que aquelas.
O prisioneiro, portanto, estaria vendo a verdadeira realidade, como os seres são em si mesmo e, depois disso, não teria dificuldade em perceber que o Sol é a fonte da luz que possibilita a visão do real, bem como também é a fonte de onde provém toda a existência, sendo responsável pelo tempo, pelo calor, pelos ciclos de vida na Terra.
Depois de entender tudo o que ocorre na realidade do mundo, o prisioneiro iria se lembrar de seus amigos no interior da caverna e da vila que tinha levado junto com eles. Sentiria pena deles, da escuridão em que viviam e voltaria à caverna para contar sobre o novo mundo que havia descoberto.
Contudo, como os prisioneiros não conseguiam enxergar senão o que presenciavam, iriam debochar do prisioneiro que havia sido libertado, afirmando que estaria louco e que, caso não parasse com suas loucuras, poderia ser morto por todos.
MITO DA CAVERNA – INTERPRETAÇÃOPlatão, com essa fábula, quer dizer que os prisioneiros somos nós mesmos que, conforme nossas tradições, hábitos e culturas, nos acostumamos com o que conhecemos e fazemos juízo apenas daquilo que nos foi transmitido.
A caverna é o mundo que nos rodeia, onde as imagens prevalecem sobre os conceitos, fazendo com que tenhamos opiniões muitas vezes equivocadas, com preconceitos e pré-juízos. Ao descobrir a verdade, encontramos dificuldade em entender e saber o que é real, já que estivemos sempre na escuridão e nossos olhos estão ofuscados.
Para entender o mundo, devemos estudar, aprender, querer saber sobre o mundo.
Para Platão, o mundo fora da caverna é o mundo real, o mundo que possui formas e ideias que possuem uma identidade indestrutível e imóvel, garantindo o conhecimento de quem tem sensibilidade. O inteligível é o reino real, onde aprendemos o mundo e nos construímos como seres humanos.
O retorno à caverna é nossa vontade de ajudar nossos semelhantes a saírem da ignorância e a construir um mundo mais justo, com mais sabedoria e o Sol representa a ideia suprema do bem, uma espécie de ente supremo que governa o inteligível e que permite ao homem conhecer e saber sobre a realidade.
A fábula, ou alegoria, do mito da caverna é uma forma de falar sobre as dificuldades que os homens possuem de entender, uma vez que o sábio nem sempre consegue ser ouvido pela maioria que ignora a realidade.

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