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TÍTULO V – DAS PENAS CONCEITO: é a retribuição imposta pelo Estado em razão da prática de um ilícito penal e consiste na privação de bens jurídicos determinados pela lei, que visa à readaptação do criminoso ao convívio social e à prevenção em relação à prática de novas transgressões. FINALIDADE: 1) Teorias absolutas advogam a tese de retribuição(castigo, reparação, reação), sendo que as teorias relativas apregoam a prevenção(utilitarismo=pena enquanto meio para a realização do fim utilitário da prevenção de futuros delitos). A teoria relativa se fundamenta no critério da prevenção, que se biparte em: a) Prevenção geral – negativa e positiva: Prevenção geral negativa = prevenção por intimidação(indivíduo deve ver pena e se demover da ideia de praticar delito) Prevenção geral positiva = prevenção integradora (infundir na consciência geral, a necessidade de respeito a determinados valores, exercitando sua fidelidade ao direito; promovendo a integração social). b) Prevenção especial – negativa e positiva: Prevenção especial negativa = neutralização daquele que cometeu o ilícito(pena privativa de liberdade ocorre com a segregação no cárcere). Prevenção especial positiva = inibir o autor do delito de cometer crimes futuros= RESSOCIALIZAÇÃO. 2) Finalidade da pena: artigo 59, CP = reprovação e prevenção do crime = TEORIA MISTA OU UNIFICADORA DA PENA. aspecto de retribuição ou de castigo pelo mal praticado e de prevenção (geral: visa ao desestímulo de todos da prática de crime; especial: visa à recuperação do condenado, procurando fazer com que não volte a delinqüir). Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: - da legalidade – não há pena sem prévia cominação legal (art. 5°, XXXIX, CF); significa que a pena deve estar prevista em lei vigente à época da prática do delito. - da individualização da pena – a lei deve regular a individualização da pena de acordo com a culpabilidade e os méritos pessoais do acusado (art. 5°, XLVI, CF). - da pessoalidade – a pena não pode passar da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendida aos sucessores e contra eles executadas até o limite do valor do patrimônio transferido (art. 5°, XLV). - da vedação da pena de morte, penas cruéis, de caráter perpétuo ou de trabalhos forçados (art. 5°, XLV). = princípio da humanidade das penas - da proporcionalidade – a pena deve ser proporcional ao crime cometido (art. 5°, XLVI e XLVII). Características: legalidade, personalidade, proporcionalidade e inderrogabilidade. Sistema penitenciário adotado no Brasil: progressivo. Século XVIII = pena privativa de liberdade, como pena principal, foi avanço na história. Origem = na Idade Média com a prisão de clérigos faltosos, para arrependimento dos pecados. Sistemas penitenciários: a) Pensilvânico(ou de Filadélfia) = isolamento celular; preso não trabalha e não recebe visitas. Origem em 1790. Preso era estimulado ao arrependimento pela leitura da Bíblia. b) Auburniano (Auburn, em NY, em 1818)=isolamento noturno, preso podia trabalhar, passava a estar em grupos, silêncio absoluto era imposto. c) Progressivo ( século XIX, Inglaterra, degredação de presos para a Austrália, Capital Alexander Maconochie, da Marinha Real, cria um sistema progressivo, a ser realizado em 3 estágios, no 1º. Estágio havia as regras do sistema pensilvânico, após progressão ao sistema auburniano e após livramento condicional). ESPÉCIES DE PENAS Classificação pelo CP: Doutrina nos remete a penas corporais ou pecuniárias. COMINAÇÃO DAS PENAS Cominação isolada Art. 121. Matar alguém: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. Cominação cumulativa = ex. art. 155, CP Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Cominação alternativa = ex. art. 147, CP Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Art. 32, CP - As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE: ART. 1º, LICP ART. 33, caput, CP ESPÉCIES DE PENA: RECLUSÃO, DETENÇÃO E PRISÃO SIMPLES RECLUSÃO: A pena de reclusão pode começar a ser cumprida em REGIME FECHADO. Crimes Detenção: Não pode começar a ser cumprida (pode vir a ser) em REGIME FECHADO. Contravenção = PRISÃO SIMPLES: Esta só é aplicada as CONTRAVENÇÕES PENAIS e NUNCA pode ser cumprida em REGIME FECHADO. Art 1º: Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado REGIMES DE CUMPRIMENTO DE PENA: FECHADO , ABERTO E SEMI ABERTO, RDD § 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. Regras do regime fechado Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução. § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno. § 2º - O trabalho será em comumdentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena. § 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas. Regras do regime semi-aberto Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto. § 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. § 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior. Regras do regime aberto Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga. § 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada. ARTIGOS 33(Critério Objetivo) E 59 (Critério Subjetivo), CP FECHADO SEMIABERTO ABERTO ESPECIAL Penitenciária de: Segurança máxima Vigilância máxima Colônia agrícola ou industrial Cumprido em casa de albergado ou Estabelecimento similar Fechado, semiaberto ou aberto Trabalho comum diurno Isolamento noturno OBS.: É permitido o trabalho externo em serviços ou obras públicas ou entidades privadas com a devida vigilância. Trabalho comum diurno OBS.: São admitidas saídas temporárias para visitas à família, freqüência de cursos e outras atividades de re- socialização. Trabalho livre e desvigiado. Recolhimento nos períodos de folga OBS.: A LEI só permite o cumprimento do PAD (Prisão em albergue domiciliar) em 04 casos, 117, LEP: a) Condenada gestante b) Mãe de filho menor ou deficiente c) maior de 70 anos d) portador de enfermidade grave. A JURISPRUDÊNCIA admite o cumprimento em domicílio nos lugares em que não há casa de albergados. Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL DO CUMPRIMENTO DA PENA: Súmula 719, STF – A imposição de regime mais severa do que o permitido segundo a pena aplicada exige motivação idônea. Súmula 718, STF – A mera opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não é motivação idônea para a imposição de regime, mais severo do que permitido pela pena aplicada (este fato concreto foi excepcionalmente grave). Para aplicar regime mais severo. Súmula 269, STJ - É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. Critério objetivo Pena > 8 anos – REGIME FECHADO 4< P< 8 REGIME SEMI-ABERTO réu primário P < 4 ABERTO Pena > 8 anos – REGIME FECHADO réu REINCIDENTE 4< P< 8 REGIME FECHADO NÃO PODE INICIAR P < 4 REGIME SEMI-ABERTO EM REGIME ABERTO LEI 8072/90 (LEI DOS CRIMES HEDIONDOS) = FIXAÇÃO DO REGIME FECHADO PARA INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA PENA. Habeas corpus. Penal. Tráfico de entorpecentes. Crime praticado durante a vigência da Lei nº 11.464/07. Pena inferior a 8 anos de reclusão. Obrigatoriedade de imposição do regime inicial fechado. Declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90. Ofensa à garantia constitucional da individualização da pena (inciso XLVI do art. 5º da CF/88) . Fundamentação necessária (CP, art. 33, § 3º, c/c o art. 59). Possibilidade de fixação, no caso em exame, do regime semiaberto para o início de cumprimento da pena privativa de liberdade. Ordem concedida. 27/06/2012 PLENÁRIO HABEAS CORPUS 111.840 ESPÍRITO SANTO RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI. Tema 972 - Decisão pela existência de repercussão geral, com reafirmação de jurisprudência. Tese fixada: “É inconstitucional a fixação ex lege, com base no art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/1990, do regime inicial fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros previstos no artigo 33 do Código Penal” (RE 1.052.700, Relator Ministro Edson Fachin, julgamento finalizado no Plenário Virtual em 3.11.2017). ARE 1.052.700 REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO – RDD É chamado de regime, mas não é regime. É uma punição disciplinar. Das Sanções e das Recompensas Art. 53. Constituem sanções disciplinares: I - advertência verbal; II - repreensão; III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único); IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei. V - inclusão no regime disciplinar diferenciado. Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes características I - duração máxima de trezentos e sessenta dias, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de um sexto da pena aplicada II - recolhimento em cela individual; III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas horas; IV - o preso terá direito à saída da cela por 2 horas diárias para banho de sol. § 1 o O regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. § 2 o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando. Reincidência: é provada através de certidão judicial da sentença condenatória transitada em julgado; a sentença que concede o perdão judicial não induz à “reincidência”, ou seja, se, após a concessão do perdão, o agente comete novo crime, será considerado primário. CONDENAÇÃO NOVA INFRAÇÃO PENAL ARTIGO contravenção praticada no Brasil Contravenção reincidente (art. 7° da LCP) contravenção praticada no exterior Contravenção não reincidente (art. 7° da LCP é omisso) Contravenção Crime não reincidente (art. 63 do CP é omisso) crime praticado no Brasil ou no exterior Crime reincidente (art. 63 do CP) crime praticado no Brasil ou no exterior Contravenção reincidente (art. 7° da LCP) Artigos 63 e 64, CP PROGRESSÃO DE REGIME O Brasil adota o regime progressivode cumprimento de pena. PROGRESSÃO – é a passagem de um regime de cumprimento de pena + grave para um + ameno. Os Tribunais não aceitam a progressão POR SALTO, ou seja, do RF para o RA. A Lei 11.464/07 que passou a permitir progressão em crime hediondo é novatio legis in pejus (não retroage) PROGRESSÃO Requisitos OBJETIVOS 1/6 para crime comum = Regra 2/5 Crime Hediondo=primário 3/5 Crime Hediondo= reincidente TJ-SP - Agravo de Execução Penal 0068118-77.2013.8.26.0000 Data de publicação: 11/06/2013 Ementa: Execução Penal. Progressão ao regime semiaberto. Crime equiparado a hediondo. Reincidência genérica e não específica. Inteligência do artigo 2o da Lei n. 8.072 /90, com a redação que foi dada pela Lei n. 11.464 /2007. Ausência do requisito objetivo. AGRAVO PROVIDO. PROGRESSÃO SUBJETIVO MÉRITO (exige a comprovação do mérito) Atualmente o mérito do condenado deve ser avaliado, em regra, pelo comportamento carcerário (atestado de conduta Carcerária ou boletim informativo). Exame criminológico = É faculdade do juiz. Decisão deve ser fundamentada. Súmula 439, STJ - Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada. ESPECIAL Criado em 2003 Crimes contra a administração pública a progressão fica condicionada (exige) a reparação do dano Art. 33, § 4o , CP - O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) STF, EP 22 ProgReg-AgR/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 17.12.2014. O Colegiado destacou que, na espécie, o sentenciado fora condenado, individualizadamente, ao pagamento de R$ 536.440,55. Apesar da existência de corréus — devedores solidários —, o valor integral da dívida poderia ser exigido de cada um, nada a impedir que, eventualmente, rateassem entre eles o pagamento devido. Embora se devesse lamentar a não instauração da execução pela Fazenda, ocorre que, sendo do sentenciado o interesse de quitar a dívida para o fim de progressão de regime, caberia a ele, espontaneamente, tomar as providências nesse sentido. A este propósito, e como regra, decisões judiciais deveriam ser cumpridas voluntariamente, sem necessidade de se aguardar a execução coercitiva. Não haveria impedimento, contudo, a que o agravante firmasse com a União acordo de parcelamento, nos moldes adotados para outros devedores, aplicando-se, por analogia, o art. 50 do CP. A celebração do acordo e o pagamento regular das parcelas ajustadas importariam em satisfação da exigência de reparação do dano. Eventual descumprimento de ajuste sujeitaria o sentenciado à regressão ao regime anterior. O Ministro Dias Toffoli, ao assentar a constitucionalidade do art. 33, § 4°, do CP, ressalvou seu entendimento quanto à admissão da possibilidade de progressão de regime, desde que aquele que pleiteasse o benefício viesse efetivamente a comprovar a total impossibilidade de reparação do dano, numa leitura conjugada do dispositivo em análise com o inciso IV do art. 83 do CP. No ponto, foi acompanhado pelos Ministros Celso de Mello, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski (Presidente). Vencido o Ministro Marco Aurélio, que assentava a inconstitucionalidade do art. 33, § 4°, do CP. Ressaltava não ser possível condicionar a progressão no regime de cumprimento da pena à questão alusiva à reparação do dano, isso porque seria impróprio mesclar a pena — que envolveria a liberdade de ir e vir —, com a reparação do dado — que envolveria o patrimônio. Para fins de progressão considera-se a pena total e não a pena unificada, ou seja, 30 anos, conforme artigo 75, CP.Súmula 715, STF - A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução. Súmula 716, STF – É permitida a progressão de regime e a aplicação de regime menos severo mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. STF: PROGRESSÃO DE REGIME E TRÂNSITO EM JULGADO. A progressão no regime de cumprimento de pena independe do trânsito em julgado da condenação. Com base nessa jurisprudência, a Turma proveu recurso ordinário em habeas corpus para que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais providencie a expedição da Guia de Recolhimento Provisório e a remeta imediatamente ao Juízo da Execução Criminal competente, a fim de que este decida, como entender de direito, se o recorrente preenche os requisitos objetivos e subjetivos para a concessão do benefício. Ressaltou-se, de início, que o recorrente não se limitara a solicitar ao STJ a progressão de regime. Formulara, também, pedido subsidiário que, não examinado, resultara no presente recurso para que fossem providenciadas as medidas administrativas necessárias à execução provisória da pena. Invocara, no ponto, a Resolução 19/2006 do Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Entendeu-se que, embora o STJ não tivesse se manifestado sobre a matéria, inexistiria empecilho para que o Supremo o fizesse, uma vez que a omissão sobre um fundamento posto seria, em si mesmo, uma coação, e o tribunal superior, reputando evidenciado o constrangimento ilegal, poderia cessá-lo de imediato e não devolver o tema ao tribunal omisso. Assim, considerou- se que o TJ-MG, ao afastar o óbice à progressão, deveria ter tomado, de ofício, as providências para que a execução fosse processada, permitindo ao recorrente a formulação das benesses eventualmente cabíveis. Aduziu- se que, admitida a execução provisória, não se poderia impedir, por questões administrativas, que o recorrente obtivesse benefícios a que teria direito, se fosse o caso de execução definitiva. Ademais, afirmou-se ser a Lei de Execução Penal - LEP aplicável ao preso provisório (art. 2º, parágrafo único). Alguns precedentes citados: HC 85237/DF (DJU de 29.4.2005); HC 90893/SP (DJU de 23.11.2007); HC 87801/SP (DJU de 12.5.2006). RHC 92872/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, 27.11.2007 STJ: PROGRESSÃO. REGIME PRISIONAL. REQUISITOS OBJETIVO E SUBJETIVO. Para a concessão de progressão de regime prisional, basta a satisfação dos requisitos objetivo (temporal) e subjetivo (atestado de bom comportamento carcerário firmado pelo diretor do estabelecimento prisional). A Lei n. 10.792/2003 afastou a exigência de o condenado se submeter a exame criminológico para progressão de regime. Assim, na espécie, atendendo ao requisito temporal e havendo atestado de bom comportamento carcerário, a Turma concedeu a ordem e assegurou a transferência do paciente para o regime semi-aberto. Precedente citado: HC 61.790-SP, e HC 45.268-SP, DJ 4/9/2006. HC 76.298-SP, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 14/8/2007. Regressão: é a transferência do condenado para qualquer dos regimes mais rigorosos quando o agente praticar fato definido como crime doloso (não é necessária à condenação transitada em julgado, basta à prática do delito) ou falta grave (fuga, participação em rebelião, posse de instrumento capaz de lesionar pessoas, descumprimento das obrigações e outras descritas no art. 50 da LEP); sofrer nova condenação, cuja soma com a pena anterior torna incabível o regime; além disso, se o sentenciado estiver no regime aberto, dar-se-á a regressão se ele frustrar os fins da execução (parar de trabalhar, não comparecer à prisão-albergue etc.) ou se, podendo, não pagar a pena de multa cumulativamente imposta. REGRESSÃO (Hipóteses de) - Entendimento STF e STJ Passagem de um regime +mais ameno para um regime mais grave. o A condenação a uma pena que somada a anterior acarreta um regime mais severo. A regressão pode ser por SALTO. Quando o réu pratica falta grave, cometer crime dolos(não é necessário o trânsito em julgado) ou tiver uma nova condenação que torne incompatível o regime de regressão DETRAÇÃO = ARTIGO 42, CP E 387, PARAGRAFO 2º., CPP é o cômputo, na PPL e na medida de segurança, do tempo da prisão provisória cumprida no Brasil ou no estrangeiro, de prisão administrativa ou de internação em hospital de custódia ou tratamento psiquiátrico; aplica-se a qualquer que tenha sido o regime de cumprimento fixado na sentença (fechado, semi-aberto ou aberto); também se aplica a algumas PRD (prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana) porque estas substituem a PPL pelo mesmo tempo aplicado na sentença; não se aplica a detração na pena de multa; em relação ao “sursis” também é incabível porque se trata de pena substitutiva que não guarda proporção com a PPL aplicada na sentença, mas se ele for revogado, a conseqüência será o cumprimento da pena originariamente imposta na sentença, sendo assim, será cabível a detração. É a contagem do tempo de Prisão Processual (são 05 espécies) no tempo da pena a cumprir. É o desconto na pena privativa de liberdade ou na medida de segurança do tempo de prisão provisória ou de internação provisória. STF e STJ: A jurisprudência ADMITE a detração em processos distintos, desde que o crime em que pleiteia a detração tenha sido anterior a prisão ou, desde que a prisão “injusta” tenha sido posterior ao crime. O objetivo é impedir a “conta poupança” de pena. PRISÃO ESPECIAL = 295, CPP. Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: I - os ministros de Estado; II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia; III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados; IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito"; V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; VI - os magistrados; VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República; VIII - os ministros de confissão religiosa; IX - os ministros do Tribunal de Contas; X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função; XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos. § 1 o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. § 2 o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento. § 3 o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico adequados à existência humana. § 4 o O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. § 5 o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum. REMIÇÃO : o art. 126 da LEP trata desse instituto estabelecendo que o condenado que cumpre pena no regime fechado ou semi-aberto pode descontar, para cada 3 dias trabalhados, 1 dia do restante da pena; a remição deve ser declarada pelo juiz, ouvido o MP; se o condenado, posteriormente, for punido com falta grave, perderá o direito ao tempo remido (art. 127); a remição se aplica para efeito de progressão de regime e concessão de livramento condicional; somente são computados os dias em que o preso desempenha a jornada completa de trabalho, excluindo-se os feriados e fins de semana; a autoridade administrativa (do presídio) deve encaminhar mensalmente ao Juízo das Execuções relatório descrevendo os dias trabalhados pelos condenados. Código Penal Direitos do preso Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. Trabalho do preso Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. Lei de Execuções Penais Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva. § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene. § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo. § 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender: a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não reparados por outros meios; b) à assistência à família; c) a pequenas despesas pessoais; d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores. § 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em liberdade. Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão remuneradas. Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidade. Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser executado no interior do estabelecimento. Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo mercado. § 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de turismo. § 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade. § 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu estado. Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas, com descanso nos domingos e feriados. Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal. Da Remição Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena. § 1 o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de: I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho. § 2 o As atividades de estudo a que se refere o § 1 o deste artigopoderão ser desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados. § 3 o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de forma a se compatibilizarem. § 4 o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a beneficiar-se com a remição. § 5 o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena, desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação. § 6 o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova, observado o disposto no inciso I do § 1 o deste artigo. § 7 o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar. § 8 o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa. Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar. Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (penas alternativas) Espécies: a) Prestação de serviços a comunidade – Consiste na prestação gratuita de serviços em Ente Público ou Conveniado, na razão de 1hora de serviço para cada dia de cumprimento de pena. Requisitos – Só pode se a pena for superior a 6 meses (P>6). P< 1 ano→ o réu pode dobrar a jornada e cumprir a pena na metade (1/2) do tempo. Ex. Pena de 3 anos, presta serviços de 01 hora... se cumprir 2 horas cumprirá a pena em 1 ½ . A PSC não pode ferir a dignidade da pessoa humana, assim deverá ser adequada a vocação do próprio sujeito. (No Br só dão prestação desagradável) b) Limitação de Final de semana – Durante feriado e finais de semana o sujeito teria que passar 5 horas de cada dia em Casa de Albergado ou similar... ouvindo palestras, fazendo cursos. c) Interdição temporária de direitos – Alguns direitos do sujeito serão suspensos. Mandato, cargo ou função.. Profissão que exija autorização (ex. advogado; médico) Dirigir Freqüentar determinados lugares. Nestes 03 casos tem que haver vinculação entre o crime e a pena, ou seja, só pode ficar suspenso no cargo se exercer a função. d) Perda de bens e valores É a decretação da perda de bens e valores do condenado no limite do prejuízo ou lucro alcançado com o crime. Prevalece que a perda deve recari sobre os bens LÍCITOS do condenado. e) Prestação Pecuniária Consiste no pagamento de 1 a 360 salários mínimos para a VÍTIMA ou para entidade beneficente conveniada. Se o pagamento for para vítima o valor será descontado em eventual futura indenização civil. SUBSTITUIÇÃO DAS PENAS As PRD-penas restritivas de direitos são em regra substitutivas das PPL-penas privativas de liberdade, previstas na Lei Penal. Exceções: Lei de Drogas Código de Trânsito Brasileiro Requisitos para a substituição das penas: PPL → PRD A. PPL ≤ 4 anos – a pena privativa de liberdade que não supere 4 anos se o crime for doloso; se culposo não há limite. B. Não pode haver violência ou grave ameaça à pessoa; C. Não pode ser reincidente no mesmo crime doloso D. Circunstâncias subjetivas favoráveis Obs.: É necessário preencher os 04 requisitos para a substituição: PPL → PRD Hipóteses de conversão PRD → PPL São 02 hipóteses para converter (voltar) a ser pena privativa de direitos A. Descumprimento injustificado da restrição (PRD) imposta. Abre-se para o contraditório. B. Superveniência de condenação a uma PPL-pena privativa de liberdade, que torne impossível o cumprimento da restrição. Ex.: “X” cumpre 02 anos de prestação de serviços a comunidade, porém posteriormente foi condenado há 10 anos em regime fechado, o que tornará impossível o cumprimento da restrição. Conversão PPL para PRD = Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que: I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto; II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena; III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão recomendável. PRD para PPL = Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado: a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por edital; b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço; c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto; d) praticar falta grave; e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa. § 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do parágrafo anterior. § 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo. Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996) Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a substituição da pena por medida de segurança. Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar incompatibilidade com a medida. Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano. MULTA – pode ser cominada como pena única, como pena cumulativa (e multa), como pena alternativa (ou multa), e também em caráter substitutivo; a pena de multa não pode ser convertida em PPL, no caso do seu não pagamento pelo condenado solvente, por ser considerada dívida de valor, com aplicação das normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública; a sua cobrança deve ser feita pela Fazenda Pública; caso o sentenciado, notificado, não efetuar o pagamento, ela deve ser remetida a Fazenda Estadual. Cálculo do valor da multa: 1° - o juiz deve fixar o número de dias-multa (o mínimo é 10 e o máximo é 360), levando em conta o critério trifásico descrito no art. 68 (circunstâncias judiciais, agravantes e atenuantes genéricas, e causas de aumento ou diminuição de pena). 2° - fixar o valor de cada dia-multa (o mínimo é de 1/30 do salário mínimo mensal vigente no país e máximo é de 5 vezes esse salário); na fixação desse valor, o juiz deve atentar à situação econômica do réu; em suma, a idéiado dia-multa é punir o agente através do pagamento de uma multa que tenha valor equivalente a um dia do seu trabalho. 3° - caso acontecer da situação econômica do réu, de tão avantajada, torne a multa ineficaz, embora aplicada no máximo; nesse caso, poderá o juiz triplicar o valor da multa. PENA DE MULTA – PM A PM consiste no pagamento de quantia certa calculada em dias- multa ao Fundo Penitenciário. o Dias-multas – Quantos DM? Qual o valor de cada DM? o Quantos dias-multa alguém pode ser condenado? R.: de 10 a 360DM e seguirá 02 critérios: a) circunstâncias do crime e b) capacidade econômica do condenado. o Qual o valor de cada DM? R.: O valor será de 1/30 salário mínimo até a 5 vezes o salário mínimo. O critério a ser seguido será somente o da capacidade econômica. O não pagamento da PM o Se o sujeito não paga os DM, o que acontece? R.: NÃO será PRESO. O inadimplemento da PM NÃO resulta em PRISÃO. O VALOR será inscrito na DA-dívida ativa e cobrado BA Vara de Fazenda Pública, conforme a lei de Execuções Penais. o Prescrição – Pena de multa isoladamente prescreve em 2 anos. Requisitos para a substituição das penas: PPL → PM A. PPL ≤ 1 ano – a pena privativa de liberdade que não supere 1 ano se o crime for doloso; se culposo não há limite. B. Não pode haver violência ou grave ameaça à pessoa; C. Não pode ser reincidente no mesmo crime doloso D. Circunstâncias subjetivas favoráveis Obs.: É necessário preencher os 04 requisitos para a substituição: PPL → PRD APLICAÇÃO DA PENA 1º fase: PENA BASE Nesta fase o objetivo é descobrir a pena base, o limite mínimo e máximo será fornecido no “caput” do tipo ou pela qualificadora se houver. Ainda na 1º fase, dentro dos limites estabelecidos o Juiz fixará a pena de acordo com as CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, partindo sempre da pena mínima. A incidência de circunstâncias judiciais influencia a pena de acordo com o prudente arbítrio do juiz. 2º fase: MODIFICADORAS GENÉRICAS e ESPECÍFICAS Na 2º fase partindo do resultado da 1º fase, o Juiz aplicará as CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E ATENUANTES, não podendo ultrapassar os limites mínimos e máximos fixados. Também aqui a mudança da pena se faz de acordo com o prudente livre arbítrio do Juiz. 3º fase: CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA Na 3º fase incidem as CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA, aqui a lei estabelece o quanto a pena aumentará ou diminuirá, e ainda permite que a pena ultrapasse os limites mínimos e máximos anteriormente fixados. Primeiramente são aplicadas as causas de aum e dim da Parte Especial, depois da Parte Geral. Fixação da pena: 1ª fase: fixa-se a pena base – circunstâncias judiciais ou inominadas (art. 59) - não são elencadas taxativamente na lei, constituindo apenas um parâmetro para o magistrado, que, diante das características do caso concreto, deverá aplicá-las. - o juiz jamais poderá sair dos limites legais previstos em abstrato para a infração penal, ou seja, a pena não pode ser fixada acima do máximo ou abaixo do mínimo legal. - a mesma circunstância não pode ser computada duas vezes (“non bis in idem”). - culpabilidade – refere-se ao grau de reprovabilidade da conduta, de acordo com as condições pessoais do agente e das características do crime. - antecedentes – são os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do crime; a “reincidência” constitui agravante genérica, aplicada na 2ª fase da fixação da pena e deixa de gerar efeitos após 5 anos do término do cumprimento da pena, passando tal condenação a ser considerada apenas para fim de reconhecimento de maus antecedentes; a doutrina vem entendendo, também, que a existência de várias absolvições por falta de provas ou de inúmeros inquéritos policiais arquivados constituem maus antecedentes. - conduta social – refere-se ao comportamento do agente em relação às suas atividades profissionais, relacionamento familiar e social etc.; na prática, as autoridades limitam-se a elaborar um questionário, respondido pelo próprio acusado, no qual este informa detalhes acerca de sua vida social, familiar e profissional; tal questionário, entretanto, é de pouco valia. - personalidade – o juiz deve analisar o temperamento e o caráter do acusado, levando ainda em conta a sua periculosidade. - motivos do crime – os fatores que levaram o agente a cometê-lo; se o motivo do crime constituir qualificadora, causa de aumento ou diminuição de pena ou, ainda, agravante ou atenuante genérica, não poderá ser considerado como circunstância judicial, para evitar o “bis in idem” (dupla exasperação pela mesma circunstância). - circunstâncias do crime – refere-se à maior ou menor gravidade do delito em razão do “modus operandi” no que diz respeito aos instrumentos do crime, tempo de sua duração, forma de abordagem, objeto material, local da infração etc. - conseqüências do crime – referem-se à maior ou menor intensidade da lesão produzida no bem jurídico em decorrência da infração penal - exs.: gravidade da “lesão corporal culposa”; pagamento do resgate na “extorsão mediante seqüestro”. - comportamento da vítima – se fica demonstrado que o comportamento anterior da vítima de alguma forma estimulou a prática do crime ou, de alguma outra maneira, influenciou negativamente o agente, a sua pena deverá ser abrandada. 2ª fase: agravantes e atenuantes genéricas – circunstâncias legais (arts. 61, 62 e 65) - o montante do aumento referente ao reconhecimento de agravante ou atenuante genérica fica a critério do juiz, não havendo, portanto, um índice preestabelecido; na prática, o critério mais usual é aquele no qual o magistrado aumenta a pena em 1/6 para cada agravante reconhecida na sentença. - da mesma forma que ocorre com as circunstâncias judiciais, não pode o juiz, ao reconhecer agravante ou atenuante genérica, fixar a pena acima ou abaixo do mínimo legal. - a mesma circunstância não pode ser computada duas vezes (“non bis in idem”). 3ª fase: causas de aumento ou diminuição de pena –circunstâncias legais específicas(parte geral e especial) - a diminuição ou o aumento em quantidade expressamente fixada - ex.: redução de 1/3 a 1/6 no “homicídio privilegiado” ou a duplicação da pena no “induzimento ao suicídio por motivo egoístico”. - com o reconhecimento de causa de aumento ou de diminuição de pena, o juiz pode aplicar pena superior à máxima ou inferior à mínima previstas em abstrato. - não pode ser computada duas vezes (“non bis in idem”). fixação do regime inicial do cumprimento da pena, de acordo com as regras do art. 33 verificação obrigatória da possibilidade de substituição da pena encontrada por alguma outra espécie de pena, se cabível (art. 59, IV) não sendo cabível a substituição da pena, deve ser analisada a possibilidade de concessão de suspensão condicional da pena – “sursis” LIVRAMENTO CONDICIONAL - art. 83, CP PROGRESSÃO LIVRAMENTO Sempre depois da progressão OBJETIVO Cumprimento 1/6 Crime Comum 2/5 Crime Hediondo primário 3/5 Crime Hediondo reincidente Pena > maior ou igual 2 anos cumprimento 1/3 – se não reincidente em crime comum doloso. ½ - Se for reincidente em crime doloso 2/3 – Hediondo, SALVO se reincidente em Crime hediondo (considerado por crime da mesma espécie). SUBJETIVO MÉRITO (exige a comprovaçãodo mérito) Não exige (não é mais necessário) exame criminológico ou parecer do conselho penitenciário, mas é facultado ao juiz pedir o exame de forma excepcional e fundamentada. Bom comportamento carcerário A) Reparação do dano é condição para livramento. Art. 83, IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração. B) Exame Criminológico: artigo, 83, § único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir C) Demais requisitos: Art. 83, III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto. Revogação do livramento: Revogação obrigatória Revogação facultativa Condenação transitada em julgado por CRIME a uma PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE É a sentença condenatória IRRECORRÍVEL por crime na pena privativa de liberdade. É a sentença condenatória IRRECORRÍVEL POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO, pena NÃO privativa de liberdade. Descumprimento de uma condição imposta. Conseqüências da revogação STJ – O livramento condicional é revogado, em virtude de crime cometido anterior ao LC, computa-se a pena o tempo de liberdade. STJ - Se o livramento é revogado em virtude de crime cometido durante o livramento, não se computa na pena o tempo de liberdade e nem se concede em relação a ela novo livramento. Revogação do livramento Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; - nesse caso dispõe o art. 88 que o tempo em que o sentenciado permaneceu em liberdade não será contado, devendo, portanto, cumprir integralmente a pena que restava por ocasião do início do benefício, somente podendo obter novamente o livramento em relação à segunda condenação - ex.: uma pessoa foi condenada a 9 anos de reclusão e já havia cumprido 5 anos quando obteve o livramento, restando, assim, 4 anos de pena a cumprir; após 2 anos sofre condenação por crime cometido na vigência do benefício; dessa forma, não obstante tenha estado 2 anos em período de prova, a revogação do livramento fará com que tenha de cumprir os 4 anos que faltavam quando obteve o livramento; suponha-se que, em relação ao novo crime tenha sido o réu condenado a 6 anos de reclusão; terá de cumprir os 4 anos em relação à primeira condenação e, posteriormente, poderá obter o livramento em relação à segunda condenação, desde que cumprida metade da pena (3 anos). II - por crime anterior (antes do benefício), observado o disposto no art. 84 deste Código (soma das penas). - nessa hipótese, o art. 88 permite que seja descontado o período em que o condenado esteve em liberdade, podendo, ainda, ser somado o tempo restante à pena referente à segunda condenação para fim de obtenção de novo benefício (conforme o art. 84) - ex.: uma pessoa foi condenada a 9 anos de reclusão e já havia cumprido 5 anos quando obteve o livramento, restando, assim, 4 anos de pena a cumprir; após 2 anos sofre condenação por crime cometido antes da obtenção do benefício e, dessa forma, terá de cumprir os 2 anos faltantes; suponha-se que, em relação à segunda condenação tenha sido aplicada pena de 6 anos de reclusão; as penas serão somadas, atingindo-se um total de 8 anos, tendo o condenado de cumprir metade dessa pena para obter novamente o livramento. SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – “SURSIS” - consiste na suspensão da PPL por determinado tempo (período de prova), no qual o condenado deve sujeitar-se a algumas condições e, ao término de tal prazo, não tendo havido causa para revogação, será declarada extinta a pena. - simples – pena fixada na sentença não superior a 2 anos; condenado não seja reincidente em crime doloso (a condenação anterior à pena de multa, ainda que por crime doloso, não obsta o benefício); a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime autorizem a concessão do benefício; não seja indicada ou cabível a substituição por PRD (perdeu a razão de existir após o advento da Lei n° 9.714/98, que passou a permitir a substituição por PRD nas PPL não superiores a 4 anos); o período de prova é de 2 a 4 anos, dependendo da gravidade do delito e das condições pessoais do agente - nesse período, o condenado deverá sujeitar-se a certas condições: no primeiro ano deverá prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48), bem como submeter-se a outras condições fixadas pelo juiz (art. 79), desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado (que não sejam vexatórias, que não ofendam a dignidade e a liberdade de crença, filosófica ou política, do agente). - especial – poderá ser aplicado pelo juiz, se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 lhe forem inteiramente favoráveis; o condenado terá de se submeter a condições menos rigorosas: proibição de freqüentar determinados lugares; proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. - etário ou em razão de doença grave – poderá ser aplicado pelo juiz, se o condenado tiver idade superior a 70 anos na data da sentença ou tiver sérios problemas de saúde e for condenado a pena não superior a 4 anos e, ainda, preencher os demais requisitos do “sursis simples”; nesse caso, o período de prova será de 4 a 6 anos. - audiência admonitória – nos termos do art. 160 da LEP, após o trânsito em julgado da sentença, o condenado será intimado para comparecer à audiência admonitória, na qual será cientificado das condições impostas e advertido das conseqüências de seu descumprimento; a ausência do condenado, intimado pessoalmente ou por edital, implica revogação do benefício (art. 705 do CPP). - suspensão condicional da pena (“sursis”): o réu é condenado a PPL e, por estarem presentes os requisitos legais, o juiz suspende essa pena, submetendo o sentenciado a um período de prova, no qual o mesmo deve observar certas condições; como existe condenação, caso o sujeito venha a cometer novo crime, será considerado reincidente. - suspensão condicional do processo (“sursis processual”): criada pelo art. 89 da Lei n° 9.099/95; o agente é acusado da prática de infração penal cuja pena mínima não exceda a um ano e desde que não esteja sendo processado, que não tenha condenação anterior por outro crime e que estejam presentes os demais requisitos que autorizam o “sursis” (art. 77), deverá o MP fazer uma proposta de suspensão do processo, por prazo de 2 a 4 anos, no qual o réu deve submeter-se a algumas condições: reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; proibição de freqüentar determinados locais; proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz e comparecimento mensal e obrigatório a juízo, para informar e justificar suas atividades; assim, após a elaboração da proposta pelo MP, o juiz deve intimar o réu para que se manifeste acerca dela (juntamente com seu defensor), e, se ambosa aceitarem, será ela submetida à homologação judicial; feita a homologação, entrará o réu em período de prova e, ao final, caso não tenha havido revogação, decretará o juiz à extinção da punibilidade do agente; dessa forma, decretada a extinção da punibilidade, caso o sujeito venha a cometer novo crime, não será considerado reincidente. REABILITAÇÃO - tem como finalidade restituir o condenado à condição anterior à condenação, apagando a anotação de sua folha de antecedentes e suspendendo alguns efeitos secundários dessa condenação; só pode ser concedida pelo próprio juízo da condenação (por onde tramitou o processo de conhecimento) e não pelo Juízo das Execuções, uma vez que a reabilitação é concedida após o término da execução da pena; não exclui a reincidência, cujos efeitos desaparecem apenas 5 anos após o cumprimento da pena (assim, concedida a reabilitação, após 2 anos, o condenado terá direito à obtenção de certidão criminal negativa, mas a anotação referente à condenação continuará existindo para fim de pesquisa judiciária, para verificação da reincidência).
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