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MIT OpenCourseWare Multivariable Calculus, Fall 2007 Prof. Denis Auroux Notas de Aula∗ Aula 21 Teste para campos gradientes Observe que, se ~F = (M,N) e´ um campo gradiente, enta˜o Nx = My. De fato, se ~F = ∇f enta˜o M = fx, N = fy, portanto Nx = fyx = fxy = My. Pode-se mostrar que vale a reciproca, isto e´, se ~F e´ definido e diferencia´vel em todo ponto do plano, e Nx = My, enta˜o ~F = (M,N) e´ um campo gradiente. Exemplo 1 Verificar se ~F = (−y, x) e´ campo gradiente. Soluc¸a˜o. Basta notar que −1 = My 6= Nx = 1, e portanto ~F na˜o e´ campo gradiente. � Exemplo 2 Para quais valores de a o campo ~F = (4x2 + axy, 3y2 + 4x2) e´ gradiente? Soluc¸a˜o. Como Nx = 8x e My = ax, o u´nico valor poss´ıvel e´ a = 8. � Encontrando o potencial Supondo que ~F seja um campo gradiente, como encontrar a func¸a˜o potencial f? Isso pode ser feito por dois me´todos, como ilustrado abaixo para o campo ~F = (4x2 + 8xy, 3y2 + 4x2). Me´todo 1 Usando o Teorema Fundamental das Curva. Sabemos que se uma curva C comec¸a no ponto (0, 0) e termina no ponto (x1, y1), enta˜o f(x1, y1)− f(0, 0) = ∫ C ~F · d~r. Aqui f(0, 0) e´ apenas uma constante de integrac¸a˜o (se f e´ um campo gradiente, enta˜o f + c tambe´m e´). Uma escolha poss´ıvel, e mais simples, e´ a curva C = C1∪C2, onde C1 e´ a porc¸a˜o do eixo-x de (0, 0) ate´ (x1, 0) e C2 e´ o segmento vertical de (x1, 0) ate´ (x1, y1). Ao longo de C1 temos y = 0 e dy = 0, e portanto ∫ C1 ~F ·d~r = ∫ x1 0 4x2 dx = 4 3 x31. Ao longo de C2 temos x = x1 e dx = 0, e portanto ∫ C2 ~F · d~r = ∫ y1 0 (3y2 + 4x21)dy = y 3 1 + 4x 2 1y1. Assim, f(x1, y1)− f(0, 0) = ∫ C1 ~F · d~r + ∫ C2 ~F · d~r = 4 3 x31 + y 3 1 + 4x 2 1y1 isto e´, f(x1, y1) = 4 3 x31 + y 3 1 + 4x 2 1y1+ constante. Me´todo 2 Usando integrais “parciais”. Queremos f(x, y) tal que fx(x, y) = 4x 2 + 8xy (1) fy(x, y) = 3y 2 + 4x2 (2) ∗Traduc¸a˜o livre, por Andre´ von Borries Lopes, de parte do texto Lecture Notes - Week 9 Summary 2 Integrando a equac¸a˜o (1) com respeito a` x (tratando y como constante), obtemos f(x, y) = 4 3 x3 + 4x2y + g(y), onde g(y) e´ a constante de integrac¸a˜o (independente de x, mas pode de- pender de y). Tomando a derivada parcial com respeito a` y, e tendo em vista a equac¸a˜o (2), obtemos fy(x, y) = 4x 2 + g′(y) = 3y2 + 4x2 Da´ı segue-se que g′(y) = 3y2, e portanto g(y) = y3+ constante. Finalmente, obtemos que f(x, y) = 4 3 x3 + 4x2y + y3+ constante. Rotacional Suponha que o campo ~F esteja definido em todos os pontos (ou em uma regia˜o simples- mente conexa, veja as pro´ximas aulas). Nesse caso, temos as equivaleˆncias: Nx = My ⇔ ~F e´ um campo gradiente ⇔ ~F e´ conservativo. em que conservativo significa que ∮ C ~F · d~r = 0 para qualquer curva fechada. Assim, verificar se um campo e´ ou na˜o conservativo pode ser feito por meio do rotacional de ~F , definido por rot(~F ) = Nx −My. Interpretac¸a˜o f´ısica. O rotacional pode ser interpretado de va´rias maneiras, dependendo do campo que se esta´ considerando. Para um campo de velocidades, temos que rot(~F ) = duas vezes a velocidade angular de rotac¸a˜o do movimento. Por exemplo, os campos ~F = (a, b) (uma translac¸a˜o uniforme, ver Figura 1) e ~F = (x, y) (um movimento de expansa˜o, ver Figura 2) teˆm rotacional zero. Entretanto, o campo ~F = (−y, x), que e´ uma rotac¸a˜o com velocidade angular unita´ria (Figura 3), e´ tal que rot(~F ) = 2. Para um campo de forc¸a, temos rot ~F = torque exercido sobre uma massa de teste, e mede como ~F realiza o movimento de rotac¸a˜o. De fato, enquanto que para um movimento de translac¸a˜o temos que forc¸a/massa = acelerac¸a˜o = d dt velocidade, para um movimento de rotac¸a˜o temos torque/momento de ine´rcia = acelerac¸a˜o angular = d dt velocidade angular. Figura 1 Figura 2 Figura 3
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