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Capítulo 41 - SEÇÃO 1 Integrais Curvilínease Integrais de Superfície Seção 12 Integrais Curvilíneas Nesta seção introduziremos o conceito de integral de linha de um campo escalar. Veremos que ela constitui uma generalização simples e natural do conceito de integral definida. 1.1 Integrais de linha de campos escalares 1.1.1 Definição Seja C uma curva suave, orientada, como ponto inicial A e o ponto terminal B. Seja ( , , )f x y z um campo escalar definido em cada ponto de C. Dividimos a curva C em n pequenos arcos pelos pontos 0 1 2 1, , , ..., , ,..., ,..., i i i nA P P P P P P P B−= = Denotamos por is∆ o comprimento do arco ii PP 1− . Em cada arco ii PP 1− , escolhemos um ponto Qi . 1 Texto em fase de revisão de autoria da Profa. Diva M. Flemming, adaptação dos manuscritos do livro: GONÇALVES, M.B.; FLEMMING, D.M. Cálculo C: Funções Vetoriais, Integrais Curvilíneas, Integrais de Superfície. São Paulo: MakronBooks, 2000. 2 Todas as figuras dessa seção foram elaboradas por Flemming e Gonçalves na forma de manuscritos. Calculamos o valor de f no ponto Qi, multiplicamos este valor por is∆ e formamos a soma 1 ( ) n i i i f Q s = ∆∑ . Figura 4.1 – Curva particionada A integral de linha de f ao longo de C, de A até B, que denotamos ( , , ) C f x y z ds∫ , é definida por max 0 1 ( , , ) lim ( ) i n i is iC f x y z ds f Q s ∆ → = = ∆∑∫ , quando o limite à direita existe A curva C é também chamada CAMINHO DE INTEGRAÇÂO. Se a curva C é suave por partes, a integral de linha sobre C é definida como a soma das integrais sobre cada parte suave de C. A ( , , ) C f x y z ds∫ também é denominada integral do campo escalar f com respeito ao comprimento de arco C. 1.1.2 Cálculo da integral de linha Para calcular a integral de linha, necessitamos da equação que representa a curva C. 1° CASO. Representamos C por ( ) ( ) ( ) ( )h s x s i y s j z s k= + + , [ , ]s a b∈ , onde s é um parâmetro comprimento de arco de C. Neste caso, a divisão da curva C pelos pontos 0 1 1, , ..., , ,..., ,..., i i i nP P P P P P− origina uma participação no intervalo [a, b], dada pelos pontos 0 1 2 1... ...i i na s s s s s s b−= < < < < < < < = (ver Figura 4.2) Figura 4.2 – Curva particionada O ponto Qi em max 0 1 ( , , ) lim ( ) i n i is iC f x y z ds f Q s ∆ → = = ∆∑∫ , tem coordenadas ( ( ), ( ), ( ))i i ix s y s z s , onde is e algum ponto do intervalo 1[ , ]i is s− . A soma pode ser reescrita como 1 ( ( ), ( ), ( )) n i i i i i f x s y s z s s = ∆∑ . Esta soma é uma soma de Riemann da função ( ( ), ( ), ( ))f x s y s z s . Assim, o limite em é a integral definida desta função. Temos, então ( , , ) ( ( ), ( ), ( )) b a C f x y z ds f x s y s z s ds=∫ ∫ Exemplos: (1) Calcular ( 2 )x y ds+∫ , onde C é a semicircunferência dada na Figura 4.3. Solução. A curva dada pode ser representada por ( ) 3cos 3 sen 3 3 s sh s i j= + , 0 3s π≤ ≤ . Figura 4.3 – Curva ( ) 3cos 3 sen 3 3 s sh s i j= + Portanto, 3 0 ( 2 ) 3cos 6 sen 3 3C s sx y ds ds π + = + ∫ ∫ 3 0 9 sen 18cos 3 3 s s π = − = 36. (2) Calcular 2 2( )x y z ds+ −∫ , onde C é a hélice circular dada por ( ) cos sen r t ti t j tk= + + , do ponto P(1, 0, 0) até (1, 2, 2 )Q π . Solução. A função comprimento de arco de ( )r t é dada por 0 ( ) | ( *) | * t s t r t dt′= ∫ ¨ 0 2 * t dt= ∫ 2t= . Encontrando t como função de s, obtemos 2 st = . Logo, C pode ser reparametrizada por ( ) cos sen 2 2 2 s s sh s i j k= + + . O ponto P(1, 0, 0) corresponde a s = 0 e (1, 0, 2 )Q π corresponde a 2 2s π= . Portanto, 2 2 2 2 2 2( ) cos sen 2 2 2 s s sx y z ds ds π + − = + − ∫ ∫ 2 22 02 2 ss π = − 2 2 (1 )π π= − . 2° CASO. Representamos C por ( ) ( ) ( ) ( )r t x t i y t j z t k= + + , 0 1[ , ]t t t∈ , onde t é um parâmetro qualquer. Para calcular a integral de linha neste caso, fazemos uma mudança de variáveis na integral. Temos, ( , , ) ( ( ), ( ), ( )) b C a f x y z ds f x s y s z s ds=∫ ∫ 1 0 ( ( ), ( ), ( )) t t dsf x t y t z t dt dt = ∫ . Como | ( ) |ds r t dt ′= , temos 1 0 ( , , ) ( ( ), ( ), ( )) | ( ) | t C t f x y z ds f x t y t z t r t dt′=∫ ∫ Exemplos: (1) Podemos resolver o exemplo (2) do 1° caso, desta seção, usando a fórmula 1 0 ( , , ) ( ( ), ( ), ( )) | ( ) | t C t f x y z ds f x t y t z t r t dt′=∫ ∫ . Temos ( ) cos sen r t ti t j tk= + + ; ( ) sen cosr t ti t j k′ = − + + ; | ( ) | 2r t′ = . Ao ponto P(1, 0, 0) corresponde t = 0 e ao ponto (1, 0, 2 )Q π corresponde 2t π= . Logo, 2 2 2 2 2 0 ( ) (cos sen ) 2 C x y z ds t t t dt π + − = + − ⋅∫ ∫ 2 2 (1 )π π= − . (2) Calcular C xy ds∫ , onde C é a intersecção das superfícies 2 2 4x y+ = e 8y z+ = . Solução. A Figura 4.4 mostra um esboço da curva C. Para parametrizá-la, observamos que x e y devem satisfazer a equação da circunferência 2 2 4x y+ = , que é a projeção de C sobre o plano xy. Fazemos então, 2cos ; 2 ; [0, 2 ]x t y sent t π= = ∈ . Figura 4.4 – Cilindro truncado Substituindo o valor de y na equação 8y z+ = , obtemos 8 2sen z t= − . Portanto, ( ) 2cos 2sen (8 2sen ) , [0, 2 ]r t ti t j t k t π= + + − ∈ ¨. Usando 1 0 ( , , ) ( ( ), ( ), ( )) | ( ) | t C t f x y z ds f x t y t z t r t dt′=∫ ∫ , temos 2 2 0 2cos 2sen 2 1 cos C xy ds t t t dt π = ⋅ ⋅ +∫ ∫ 2 2 1/ 2 0 4 (1 cos ) 2cos sen t t t dt π = + ⋅∫ = 2 2 3/ 2 0 24 (1 cos ) 3 t π = − ⋅ + = 0. (3) Calcular ( ) C x y ds+∫ , onde C é a intersecção das superfícies 2x y+ = e 2 2 2 2( )x y z x y+ + = + . Uma equação vetorial de C é dada por ( ) (1 cos ) (1 cos ) 2 sen ; [0, 2 ]r t t i t j tk t π= − + + + ∈ ¨. Logo, 2 0 [(1 cos ) (1 cos )] 2 C xy ds t t dt π = − + +∫ ∫ 2 0 2 2 dt π = ∫ 4 2π= . 1.1.3 Propriedades As propriedades das integrais de linha são análogas às propriedades das integrais definidas. Nas propriedades que seguem estamos supondo que C é uma curva suave ou suave por partes e que ( , , )f x y z e ( , , )g x y z são funções contínuas em cada ponto de C. Temos, a) ( , , ) ( , , ) C C k f x y z k f x y z ds=∫ ∫ , onde k é uma constante. b) [ ( , , ) ( , , )] ( , , ) ( , , ) C C C f x y z g x y z ds f x y z ds g x y z ds+ = +∫ ∫ ∫ . c) Se C é uma curva com ponto inicial A ponto terminal B, P um ponto de C entre A e B; 1C a parte de C de A até P e 2C a parte de C de P até B (ver Figura 4.5), então, 1 2 ( , , ) ( , , ) ( , , ) C C C f x y z ds f x y z ds f x y z ds= +∫ ∫ ∫ Figura 4.5 – Curva do exemplo proposto d) ( , , ) ( , , ) C C f x y z ds f x y z ds − =∫ ∫ , onde –C representa a curva C orientada no sentido oposto. 1.1.4 Exemplos (i) Calcular 3 C xy ds∫ , sendo C o triângulo de vértices A(0, 0), B(1, 0) e C(1, 2), no sentido anti-horário. Solução. Para calcular a integral, devemos dividir a curva C em três partes suaves, conforme Figura 4.6. Figura 4.6 – Curva C com três partes suaves Uma parametrização de 1C é ( ) , [0, 1]r t ti t= ∈ . Portanto, 1 1 0 3 3 .0.1 0 C xy ds t dt= =∫ ∫ 2C pode ser parametrizada por ( ) , [0, 2]r t i t j t= + ∈ . Assim, 2 2 2 2 0 0 3 3.1 .1 3 6 2C txy ds t dt= = ⋅ =∫ ∫ . O caminho 3C pode ser representado por ( ) (1 ) (2 2 ) , [0, 1]r t t i t j t= − + − ∈ . Portanto, 3 1 0 3 3(1 )(2 2 ) 5 C xy ds t t dt= − − ⋅∫ ∫ 1 2 0 3 5 (2 4 2 ) t t dt= − +∫ 2 5= . Logo, 1 2 3 3 3 3 3 C C C C xy ds xy ds xy ds xy ds= + +∫ ∫ ∫ ∫ 0 6 2 5= + + 6 2 5= + . (2) Calcular (| | | |) C x y ds+∫ e (| | | |) C x y ds − +∫ , ondeC é o segmento de reta AB , com A(–2, 0) e B(2, 2). Uma equação vetorial de C é dada por ( ) ( 2 4 ) 2 , [0, 1]r t t i t j t= − + + ∈ . Portanto, 1 0 (| | | |) (| 2 4 | | 2 |) 2 5 C x y ds t t dt+ = − + +∫ ∫ 1/ 2 1 0 1/ 2 2 5 (2 4 2 ) ( 2 4 2 )t t dt t t dt = − + + − + + ∫ ∫ 1/ 2 12 2 0 1/ 2 2 5 (2 ) ( 2 3 )t t t = − + − + 4 5= . A curva –C é dada por ( ) ( ), [ , ]r t r a b t t a b − = + − ∈ . Como ( ) (2 4 ) 2 , [0, 1]r t t i t j t= + + ∈ , temos ( ) (1 )r t r t − = − (2 4 ) (2 2 ) , [0,1]t i t j t= − + − ∈ . Portanto, 1 0 (| | | |) (| 2 4 | | 2 |) 2 5 C x y ds t t dt+ = − + +∫ ∫ 4 5= . 1.1.5 Massa e Centro de massa de um fio delgado Consideremos um fio delgado de densidade variável, com a forma de uma curva C, como na Figura 4.7. Figura 4.7 – xemplo de um fio delgado Vamos supor que sua densidade de massa ( , , )x y zρ seja constante sobre qualquer seção transversal de área S. Então o fio pode ser identificado com a curva C. A função ( , , ) ( , , )f x y z x y zρ= S é chamada densidade linear de massa ou massa por unidade de comprimento. Se o fio é representado pela curva C da Figura 4.8 e se a densidade no ponto ( , , )x y z É dada por ( , , )f x y z , então uma aproximação da massa da parte do fio entre 1iP− e iP é dada por ( )i if Q s∆ . Figura 4.8 – Fio delgado particionado A massa total M do fio é aproximadamente igual à soma 1 ( ) n i i i f Q s = ∆∑ . Portanto, pela Definição 5.1.1, obtém-se ( , , ) C M f x y z ds= ∫ . O centro de massa ( , , )x y z é dado por 1 ( , , ) C x f x y z ds M = ∫ 1 ( , , ) C y f x y z ds M = ∫ 1 ( , , ) C z f x y z ds M = ∫ . O ponto é também chamado centro de gravidade. A coincidência do centro de gravidade com o centro de massa vem da hipótese de que o campo gravitacional da Terra é uniforme. Algumas experiências nos mostram que esta hipótese não é inteiramente correta. No entanto, para quase todos os problemas de Mecânica ela é usada. Exemplos (1) Calcular a massa de um fio delgado com forma de um semicírculo de raio a, considerando que a densidade em um ponto P é diretamente proporcional a sua distância à reta que passa pelos pontos extremos. Solução. O fio tem a forma da curva C representada na Figura 4.9. Uma parametrização de C é dada por ( ) cos sen , [0, ]r t a ti a t j t π= + ∈ . Figura 4.9 Curva ( ) cos sen , [0, ]r t a ti a t j t π= + ∈ Como a densidade f(x, y) no ponto (x, y) é diretamente proporcional a sua distância à reta que passa pelos pontos extremos do fio, analisando a Figura 4.9, concluímos que ( , )f x y ky , k constante. Então, ( , ) C M f x y ds= ∫ C ky ds= ∫ 2 2 0 sen ( sen ) ( cos )k a t a t a t dt π = ⋅ ⋅ − +∫ . 22 k a unidades de massa. (2) Calcular as coordenadas do centro de massa de um fio delgado que tem a forma da hélice ( ) 2cos 2 sen 5 , [0, 2 ]r t ti t j tk t π= + + ∈ , se a densidade no ponto (x, y, z) é 2 2 2x y z+ + . Solução. Inicialmente vamos calcular a massa M do fio. Temos, ( , ) C M f x y ds= ∫ 2 2 2 2 2 2 0 (4cos 4 sen 25 ) ( 2 sen ) (2cos ) 25t t t t t dt π = + + ⋅ − + +∫ 2 2 0 (4 25 ) 29 t dt π = + ⋅∫ 320029 8 3 π π = + unidades de massa. A coordenada x é dada por 2 2 21 ( ) C x x x y z ds M = + +∫ 2 2 0 1 2cos (4 25 ) 29 t t dt M π = +∫ 2 2 2 0 0 8 29 50 29cos cos t dt t t dt M M π π = +∫ ∫ 2 2 2 0 0 8 29 50 29 sen ( sen 2 cos 2 sen )t t t t t t M M π π = + + − 200 29 M π = . Portanto, 3 200 29 20029 8 3 x π π π = + 2 75 3 25π = + . Analogamente calcula-se y . Temos, 2 2 21 ( ) C y x x y z ds M = + +∫ 2 2 0 1 2 sen (4 25 ) 29 t t dt M π = +∫ 2200 29 M π− = . Substituindo o valor de M, já encontrado, vem 2 75 3 25 y π π = + . Finalmente calculamos z , que é dado por 2 2 21 ( ) C z x x y z ds M = + +∫ 2 2 0 1 5 (4 25 ) 29 t t dt M π = +∫ 2 45 29 (8 100 ) M π π= + Portanto, 3 2 15(2 25 ) 6 50 z π π π + = + . 1.1.6 Momento de inércia Cada ponto material em um corpo em rotação tem uma quantidade de energia cinética. Um ponto material P, de massa m, a uma distância r do eixo de rotação, tem uma velocidade v rω= , sendo ω a velocidade angular do ponto P (ver Figura 4.10). A energia cinética de P é dada por 2 21 2 mr ω . Figura 4.10 – Eixo de rotação Para um corpo composto de massa puntiforme discreta, a energia cinética total é dada por 2 2 2 1 1 2 2 1 ( ...) 2 K m r m r ω= + + . O somatório define o memento de inércia do corpo em relação ao eixo de rotação considerado. Se o fio delgado tem densidade variável f(x, y, z), fazendo considerações análogas às de definição de integral, concluímos que o momento de inércia do fio em relação a um eixo L é dado por 2 ( , , ) ( , , )L C I x y z f x y z dsδ= ∫ . Exemplo Um arame tem a forma de um semicírculo de raio 4, conforme Figura 4.11. Determinar seu momento de inércia em relação ao diâmetro que passa pelos extremos do arame, se a densidade no ponto (x, y) é x y+ . Figura 4.11 – Curva ( ) 4cos 4 sen , [0, ]r t ti t j t π= + ∈ Solução. Uma equação vetorial de C é dada por ( ) 4cos 4 sen , [0, ]r t ti t j t π= + ∈ . Para usarmos 2 ( , , ) ( , , )L C I x y z f x y z dsδ= ∫ necessitamos ( , , )x y zδ . Como o eixo L coincide com o eixo dos x, temos ( , , )x y z yδ = . Então, 2 ( )L C I y x y ds= +∫ 2 0 16 sen (4cos 4 sen )4t t t dt π = +∫ 2 3 0 256 (sen cos sen )t t t dt π = +∫ 3 3 0 sen cos256 cos 3 3 t tt π = − + 1024 3 = unidades de momento de inércia. 1.1.7 Lei de Biot-Savart A Figura 4.12 mostra uma carga puntiforme positiva q, movendo-se com uma velocidade v . Esta carga em movimento origina um campo magnético, cuja intensidade, em um ponto qualquer P, é dada por 2 sen q k q vB r θ = Onde k é uma constante, r é a distância de P a q e θ é o ângulo formado por v e r . Figura 4.12 – Visualização para a Lei de Biot-Savart Veremos, agira como terminar a intensidade, em um ponto qualquer P, do campo magnético B , produzido por todas as cargas em um circuito. Suponhamos que uma corrente elétrica de intensidade i circula um condutor com a forma de uma curva C, conforme Figura 4.13. Dividimos o condutor em pequenos elementos de comprimento ds. O volume de cada elemento é dado por A ds, onde A é a área de sua seção reta. Se existirem n portadores de carga por unidade de volume, cada um de carga q, a carga total dQ, em movimento no elemento, é dQ n q A ds= . O conjunto de cargas em movimento, no elemento, é equivalente a uma única carga dQ, movendo-se com velocidade v . Portanto, em um ponto qualquer P, o campo magnético d B produzido por estas cargas tem intensidade dB dada por 2 senk dQ vdB r θ = Figura 4.13 – Curva com vetores dados Substituindo dQ n q A ds= em 2 senk dQ vdB r θ = , obtemos 2 senk n q A ds vdB r θ = . Mas n q v A é a intensidade i da corrente do elemento, de modo que 2 seni dsdB k r θ = . Esta expressão é chamada Lei de Biot-Savart. Ela nos dá a intensidade, em um ponto qualquer P, do campo magnético d B , produzido pelo conjunto de cargas em movimento no elemento ds. A intensidade em um ponto qualquer P do campo magnético resultante B , devido ao circuito completo, é dada pela integral 2 sen C iB k ds r θ = ∫ . Exemplos (1) Seja um condutor da forma de uma espira circular de raio 2, percorrido por uma corrente de intensidade i, como mostra a Figura 4.14. Achar a intensidade do campo magnético B , no centro da espira. Neste caso r e θ são constantes: r = 2 e 90θ = ° . Então, 4C iB k ds= ∫ . Figura 4.14 – Mostra de um condutorResolvendo a integral, temos 2 2 2 0 ( 2 sen ) (2cos ) 4 iB k t t dt π = − +∫ 2 0 2 4 ik dt π = ∫ k iπ= . (2) Um condutor tem a forma de um triângulo retângulo de lados 3, 4 e 5. Uma corrente de intensidade i circula o condutor. Determinar a intensidade do campo magnético resultante B no vértice de menor ângulo. A Figura 4.15 mostra o condutor que é formado por 3 segmentos retilíneos 1C , 2C e 3C . A intensidade do campo magnético B no ponto P é dada por 1 2 3 2 2 2 sen sen sen C C C i i iB k ds k ds k ds r r r θ θ θ = + +∫ ∫ ∫ . Figura 4.15 – Condutor formado por 3 segmentos Devemos calcular as integrais ao longo de 1C , 2C e 3C . Temos a) Ao longo de 1C . Neste caso 4r x= − e sen 0θ = . Portanto, 1 1 2 sen 0 0 C C i ds k ds r θ + =∫ ∫ . b) Ao longo de 2C . Também neste caso sen 0θ = e dessa forma 2 2 sen 0 C i ds r θ =∫ . c) Ao longo de 3C . Conforme Figura 4.16, temos 2 24r y= + e 2 2 4sen 4 y θ = + . O segmento 3C pode ser parametrizado por ( ) (3 3 ) , [0,1]r t t j t= − ∈ . Portanto, Figura 4.16 – Mostra de 2 24r y= + e 2 2 4sen 4 y θ = + 3 2 2 2 C 4 16 sen 16 yi ds i ds r y θ + = +∫ ∫ 1 2 2 0 4 3 16 (3 3 ) [16 (3 3 ) ] i dt t t = + − + − ∫ 1 2 3/ 2 0 12 [16 (3 3 ) ]i t dt−= + −∫ . A integral 2 3/ 2[16 (3 3 ) ]t dt−+ −∫ é resolvida pela substituição trigonométrica 3 3 4t tgθ− = . Temos, 3 1 2 2 C 0 sen 1 (3 3 ) 12 48 16 (3 3 ) i td i r t θ θ − − = + − ∫ 2 12 (3 3 ) 3 48 16 916 (3 3 ) i t t − = − ++ − 3 20 i = . Portanto, 3 20 k iB = . 1.1.8 Atividades de autoavaliação Nos exercícios de 1 a 9, calcular as integrais curvilíneas. 1. (3 ) C y y ds−∫ , onde C é o arco de parábola 2z y= , x = 1 de A(1, 0, 0) a B(1, 2, 4). 2. C xz ds∫ , onde C é a intersecção da esfera 2 2 2 4x y z+ + = com o plano x = y. 3. 2 C x ds∫ , onde C é o arco da hipociclóide 2/3 2/3 2 /3x y a+ = , 0a > , 1º quadrante. 4. 2 C y ds∫ , onde C é o 1º arco da ciclóide ( ) 2( sen ) 2(1 cos )r t t t i t j= − + − . 5. 2 2 2 C x y z ds+ +∫ , onde C é a intersecção das superfícies 2 2 2 1 16 9 16 x y z + + = e y = 2. 6. C xy ds∫ , onde C é a elipse 2 2 2 2 1 x y a b + = . 7. 2 2(1- 2 ) C xy x ds∫ , onde C é a parte da curva de Gauss, 2xy e−= , A(0, 1) até 1 1, 2 B e . 8. ( 1) C x y ds+ −∫ , onde C é a parte da intersecção das superfícies 2 2z x y= + e 1y = que esta abaixo do plano 5z = . 9. 2 2( ) C x y z ds+ −∫ , onde C é a intersecção 2 2 2 8x y z z+ + = e 4z = . 10. Calcular a massa do arame cujo formato é definido pela intersecção do plno 2 4x y z+ + = com planos coordenados, se a densidade do arame em um ponto (x, y, z) é 2 1x + . RESPOSTAS: (1) ( )11717 6 1 − (2) 27 1010 27 1 + − (3) 8 3 3a (4) 15 2048 (5) π5 27 928 (6) 0 (7) − + 121 12 1 2/3 e (8) 0 (9) π96 (10) 32206 + . 1.2 Integrais de linha de campo vetoriais A integral de linha ou curvilínea de um campo vetorial, também pode ser considerada como uma generalização natural do conceito de integral definida. Para compreender sua origem e utilidade, iniciamos explorando intuitivamente o conceito físico de trabalho. Trabalho realizado por uma força Na Física o trabalho realizado por uma força constante f , para deslocar uma partícula em linha reta, é definido como o produto da componente da força da direção do deslocamento pelo deslocamento. Então, conforme Figura 4.17, se denotamos por w o trabalho realizado por f para mover uma partícula de A até B, temos ( )| | cosw f ABα= | | cosf AB α f AB= ⋅ . Figura 4.17 – Exemplo sobre Trabalho Vamos analisar agora, a noção mais geral de trabalho, supondo que uma partícula se move ao longo de uma curva C, sujeita à ação de um campo de forças variável f . Suponhamos que a curva : ( ) ( ( ), ( ), ( )), [ , ]C r t x t y t z t t a b= ∈ , seja suave e que ( , , )f f x y z= seja contínua nos pontos de C. Dividimos C em pequenos arcos e aproximadamente cada arco por um segmento retilíneo tangente à curva, como mostra a Figura 4.18. Além disso, aproximamos a força variável f que atua em arco genérico ii PP 1− pela força constante ( )if P . Figura 4.18 Arco com aproximações O trabalho realizado pela força constante ( )if P , ao longo do segmento retilíneo tangente à curva no ponto iP , é dado por ( ) ( )i i if P r t t′⋅ ∆ e constitui uma aproximação do trabalho realizado por f ao longo de 1i iPP+ . Assim, 1 ( ) ( ) n i i i i f P r t t = ′⋅ ∆∑ nos dá uma aproximação do trabalho total w, realizado por f ao longo de C. 1.2.1 Definição Sejam : ( ) ( ( ), ( ), ( )), [ , ]C r t x t y t z t z a b= ∈ , uma curva suave e ( , , )f f x y z= um campo de forças contínuo sobre C. O trabalho realizado por f para deslocar uma partícula ao longo de C, de A até B, é definido como 0 lim ( ( )) ( ) i n i i i masx t w f r t r t t ∆ → ′= ⋅ ∆∑ Podemos observar que a somatória da expressão dada é uma soma de Riemann da função de uma variável ( ( )) ( )f r t r t′⋅ , sobre [a, b]. Portanto, ( ( )). ' ( ) b a w f r t r t dt= ∫ . Exemplos (1) Calcular o trabalho realizado pela força 1 1, f x y = , para deslocar uma partícula, em linha reta, do ponto P(1, 2) até Q(3, 4). Solução. Para calcular o trabalho, necessitamos de uma parametrização da trajetória C da partícula, que neste exemplo, é o segmento de reta que une P(1, 2) a Q(3, 4), conforme Figura 4.19. Uma parametrização de C é dada por ( ) (1, 2) (3 1, 4 2)r t t= + − − (1 2 , 2 2 ), [0, 1]t t t= + + ∈ Figura 4.19 – Segmento C Portanto, 1 0 1 1 , . (2, 2) 1 2 2 2 w dt t t = ∫ + + 1 0 2 2 , 1 2 2 2 dt t t = ∫ + + 1 0 (ln(1 2 ) ln(2 2 ))|t t= + + + ln 3 ln 4 ln 2= + − ln 6= unidades de trabalho. (2) Uma partícula move-se ao longo da circunferência 2 2 4x y+ = , 2z = sob a ação do campo de forças 3( , , ) rf x y z r − = , onde r xi y j zk= + + . Determinar o trabalho realizado por f , se a posição inicial da partícula é P(2, 0, 2) e ela se move no sentido anti-horário, completando uma volta. Solução. A Figura 4.20mostra a trajetória C da partícula. De acordo com 2.4.3, C pode ser representada pela equação vetorial ( ) (2cos , 2 sen , 2)r t t t= , 0 2t π≤ ≤ . Figura 4.20 – Trajetória da partícula em C A função f que define o campo de forças é 3( , , ) rf x y z r − = 2 2 2 3/ 2 1 ( , , ) ( ) x y z x y z − = + + . Portanto, ( ( )) . '( ) b a w f r t r t dt= ∫ 2 2 2 3/ 20 1 (2cos , 2 sen , 2) . ( 2 sen , 2cos , 0) (4cos 4 4) t t t t dt t sen t π − = ∫ − + + 2 0 1 ( 4cos sen 4cos sen ) 16 2 t t t t dt π− = ∫ − + =0 unidades de trabalho. A integral sobre uma curva C, como surgiu na definição de trabalho, pode ocorrer em outras situações e é denominada integral curvilínea do campo f ao longo de C. 1.2.2 Definição Seja C uma curva suave dada por ( )r t , [ ], t a b∈ . Seja ( , , )f f x y z= um campo vetorial definido e limitado sobre C. A integral curvilínea de f , ao longo de C, que denotamos . C f d r∫ , é definida por . ( ( )) . ' ( ) b C a f d r f r t r t dt∫ = ∫ , sempre que a integral à direita existe. Quando a curva C é suave por partes, definimos . C f d r∫ como a soma das integrais sobre cada parte suave de C. Se o campo f tem componentes 1f , 2f e 3f e ( ) ( ( ), ( ), ( ))r t x t y t z t= , [ ], t a b∈ , a integral curvilínea de f ao longo de C, pode ser reescritacomo 1 2 . [ ( ( ), ( ), ( )) '( ) ( ( ), ( ), ( )) '( ) b C a f d r f x t y t z t x t f x t y t z t y t∫ = ∫ + + 3 ( ( ), ( ), ( ) '( )]f x t y t z t z t dt+ . Esta equação nos sugere a notação 1 2 3 . ( ) C C f d r f dx f dy f dz∫ = ∫ + + , tradicionalmente usada para representar a integral curvilínea de um campo vetorial. 1.2.3 Propriedades Em 5.1.3 vimos as propriedades da integral de linha de campo escalar f. As propriedades (a), (b) e (c) permanecem válidas para a integral de linha de campo vetorial f . A propriedade (d) é substituída por: C C f d r f d r − ∫ ⋅ = − ∫ ⋅ . Além dessas propriedades, convém destacar a relação existente entre a integral de um campo vetorial e a integral de um campo escalar. Temos a seguinte proposição. 1.2.4 Proposição Seja f um campo vetorial contínuo, definido sobre uma curva suave : ( ) ( ( ), ( ), ( ))C r t x t y t z t= , [ ], t a b∈ . Se T é a componente tangencial de f sobre C, isto é, T é a componente de f na direção do vetor tangente unitário de C, temos, . C C f d r T ds∫ = ∫ . Prova. Seja '( )( ) '( ) r tu t r t = o vetor tangente unitário de C. A componente tangencial de f , que pode ser visualizada na Figura 4.21, é dada por cosT f θ= . Figura 4.21 Componente tangencial Como o vetor u é unitário, podemos escrever cosT f u θ= . f u= . Portanto, temos, ( ( ), ( ), ( )) '( ) b C a Tds T x t y t z t r t dt∫ = ∫ ( ( ), ( ), ( )) . ( ) '( ) b a f x t y t z t u t r t dt = ∫ '( ) ( ( ), ( ), ( )) . '( ) '( ) b a r tf x t y t z t r t dt r t = ∫ ( ( ), ( ), ( )) . '( ) b a f x t y t z t r t dt= ∫ . C f d r= ∫ . Esta proposição nos permite fazer uma análise da integral de linha de um campo vetorial em diversas situações práticas, como segue: Se em cada ponto P da curva C, o campo f é perpendicular à reta tangente a C em P, a integral de f ao longo de C será nula. Em particular, se f é um campo de forças, será nulo o trabalho realizado por f ao longo de C. Se o campo f é o campo de velocidade de um fluido em movimento, a componente tangencial de f determina um fluxo ao longo de C. Se a curva C é fechada, a integral de linha de f ao longo de C, que denotamos ∫ C rdf . , mede a tendência do fluido de circular em torno de C e é chamada circulação de f sobre C. Em particular, se C é uma curva plana e o campo de velocidades é perpendicular ao plano que contém C, a circulação será nula. 1.2.5 Exemplos (1) Calcular (2 3 ) C xdx yzdy zdz∫ + + , ao longo da: a) parábola 2z x= , 2y = do ponto A(0, 2, 0) ao ponto B(2, 2, 4); b) linha poligonal A O B onde O é a origem. Solução de (a): A Figura 4.22 mostra o caminho C de integração. Fazendo x t= , obtemos as equações paramétricas de C, dadas por x t= 2y = 2z t= , [ ]0, 2t∈ . Figura 4.22 – Caminho C de integração Temos que: 2 2 2 0 . (2 .1 2 .0 3 .2 ) C f d r t t t t dt= + +∫ ∫ 28= . Observamos que, neste item, poderíamos ter usado como parâmetro a variável x, já que para parametrizar C fizemos x t= . Solução de (b): A Figura 4.23 mostra o caminho C de integração. Como o caminho não é suave, vamos dividi-lo em dois pedaços suaves 1C e 2C . Figura 4.23 – Caminho C de integração O caminho 1C tem equação vetorial ( ) (2 2 )r t t j= − , [0, 1]t∈ . Portanto, utilizando a equação (4), temos [ ] 1 1 0 . 2.0.0 (2 2 ) . 0.0 3.0.0 C f d r t dt= + − +∫ ∫ =0. O caminho 2C tem equação vetorial ( ) 2 2 4r t ti t j tk= + + , [ ]0, 1t∈ . Portanto, a definição temos: [ ] 2 1 0 . 2.2 .2 2 .4 .2 3.4 .4 C f d r t t t t dt= + +∫ ∫ 100 3 = . Logo, [ ] [ ] 1 2 3 2 3 C C xdx yzdy zdz xdx yzdy zdz+ + = + +∫ ∫ [ ] 2 2 3 C xdx yzdy zdz+ + +∫ 100 3 = . (2) Calcular . C f d r∫ , sendo ( , , )f xz xy yz= e C o caminho poligonal que une o ponto A(1, 0, 0) ao ponto B(0, 2, 2), passando por D(1, 1, 0). Solução. Para calcular a integral, dividimos C em 2 caminhos 1C e 2C , conforme Figura 4.24 – Caminho C particionado O caminho 1C tem equação vetorial ( )r t i t j= + , [ ]0, 1t∈ . Temos: 1 1 0 . (1.0, 1. , .0) . (0, 1, 0) C f d r t t dt=∫ ∫ 1 0 t dt= ∫ 1 2 = . O caminho 2C pode ser representado pela equação vetorial ( ) (1 ) (1 ) 2r t t i t j tk= − + + + , [ ]0, 1t∈ . Assim, [ ] 2 1 0 . (1 )2 , (1 )(1 ), (1 )2 . ( 1, 1, 2) C f d r t t t t t t dt= − − + + −∫ ∫ ( ) ( ) ( ) 1 2 2 2 0 2 2 ( 1) 1 .1 2 2 .2 t t t t t dt = − − + − + + ∫ 11 3 = . Logo, 1 2 . . . C C C f d r f d r f d r= +∫ ∫ ∫ 1 11 25 2 3 6 = + = . (3) Calcular o trabalho realizado pelo campo 2 2 2 2, x yf x y x y − − = + + para deslocar uma partícula ao longo da semicircunferência 2 2 4x y+ = , 0y ≥ , no sentido anti-horário. Solução. Neste exemplo, podemos verificar que em cada ponto de C, o campo f é perpendicular ao vetor tangente unitário de C (ver Figura 4.25). Portanto, a componente tangencial de f sobre C é nula, e dessa forma, pela Proposição 5.3.5, concluímos que . C w f dr= ∫ 0= . Figura 4.25 - Semicircunferência (4) O campo de velocidades de um fluido em movimento é dado por ( , )v y x= − . Calcular a circulação do fluido ao redor da curva fechada 1 2 3C C C C= ∪ ∪ , vista na Figura 4.26. Figura 4.26 – Curva fechada C Solução. A circulação do fluido ao redor de C é dada por 1 2 3 . . . . C C C C v dr v dr v dr v dr= + +∫ ∫ ∫ ∫ . Antes de passarmos ao cálculo dessas integrais, é interessante analisar a representação geométrica do campo vetorial v (ver Figura 4.27). Podemos observar que, em todos os pontos dos caminhos 1C e 3C , o campo v é normal a C. Portanto, para estes caminhos, a componente tangencial de f é nula. Da Proposição 5.3.5, segue que 1 . 0 C v dr =∫ e 3 . 0 C v dr =∫ . Figura 4.27 – Campo vetorial Basta então, calcular 2 . C v dr∫ . Como uma parametrização de 2C é dada por ( ) (1, )r t t= , [ ]1, 2t∈ , temos 2 2 1 . ( , 1) . (0, 1) C v dv t dt= −∫ ∫ 2 1 dt= ∫ =1. Logo, a circulação do fluido em torno de C é igual a 1. 1.2.6 Atividades de autoavaliação 1. Calcular o trabalho realizado pela força 1 1, 2 3 f x y = + + para deslocar uma partícula em linha reta do ponto P(3, 4) até Q(-1, 0). 2. Determinar o trabalho realizado pela força 1 1( , ) , f x y x y = para deslocar uma partícula ao longo da curva 1/y x= do ponto (1, 1) ao ponto (2, ½). 3. Determinar o trabalho realizado pela força ( , , ) ( , 0, 2 )f x y z x z= para deslocar uma partícula ao longo da poligonal que une os pontos A(0, 0, 0), B(0, 1, 0), C(0, 1, 1) e D(1, 1, 1) no sentido de A para D. 4. Determinar o trabalho realizado pela força constante f i j= + para deslocar uma partícula ao longo da reta 1x y+ = do ponto A(0, 1) a B(1, 0). 5. Calcular o trabalho realizado pela força ( , , )f y z x= para deslocar uma partícula ao longo da hélice ( ) (cos , sen , 2 )r t t t t= de 0t = a 2t π= . 6. Um campo é formado por uma força f , de módulo igual a 4 unidades de força, que tem a direção do semi-eixo positivo dos x. Achar o trabalho desde campo, quando um ponto material descreve, no sentido horário, a quarta parte do círculo 2 2 4x y+ = , que está no o1 quadrante. Nos exercícios de 7 a 12 determinar a integral curvilínea do campo vetorial f , ao longo da curva C dada. 7. ( )( , ) , f x y x y= ; C é o quadrado de vértices (–1, –1), (–1, 1), (1, 1),(1, –1) no sentido anti-horário. 8. 2( , , ) ( , 1/ , )f x y z x y xz= ; C é o segmento de reta que une o ponto A(2, 1, 0) ao ponto B(0, 2, 2). 9. 2( , ) ( , )f x y x y xy= ; C é o arco da parábola 2x y= , do ponto (0, 0) ao ponto (4, 2). 10. ( , , ) ( , , z)f x y z x y= ; C é a intersecção das superfícies 2 2 2 0x y y+ − = e z y= orientada no sentido anti-horário. 11. ( )( , ) , f x y x y= ; C é a curva dada por 2 3( )r t t i t j= + , [ ]1, 1t∈ − . 12. ( , , ) ( , , )f x y z yz xz xy= − ; C é a elipse 2 29 36x y+ = no ponto 2z = , orientada no sentido anti-horário. Nos exercícios de 13 a 17 calcular as integrais curvilíneas dadas: 13. [ ] C xdx ydy+∫ , onde C é o triângulo de vértices (0, 0), (0, 1) e (1, 1) no sentido anti- horário. 14. C x dy∫ , onde C é o segmento de reta 2 1x y= − do ponto A(–3, –1) ao ponto B(1, 1). 15. [ ] C zdx ydy xdz+ −∫ , onde C é a intersecção das superfícies 8y z+ = e 2 2 2 8 0x y z z+ + − = . Considerar os dois possíveis sentidos de percurso. RESPOSTAS (1) ln(3/35) (2) 0 (3) 3/2 (4) 0 (5) – pi (6) -8 (7) 0 (8) -4/3 + ln2 (9) 112/3 (10) 0 (11) 1 (12) 48pi (13) 0 (14) 5/2 (15) 1.3 Integrais Curvilíneas Independentes do Caminho de Integração Para introduzir as integrais curvilíneas independentes do caminho de integração, vamos analisar o exemplo que segue. Exemplo Calcular 2sen 2 C xdx yzdy y dz − − ∫ ao longo de C, de A(0, 2, 0) até B(2, 2, 4), onde C: a) é a parábola 2z x= , 2y = . b) é a poligonal AMB, M(1, 0, 0). Solução de (a). A Figura 4.28 mostra o caminho C de integração. Usando x como parâmetro, temos 2sen 2 C xdx yz dy y dz − − = ∫ 2 2 2 0 sen .1 2.2. .0 2 .2 x x x dx = − − ∫ 15 cos 2= − − . Figura 4.28 – Caminho de integração C Solução de (b). O caminho C de integração pode ser visto na Figura 4.29. Figura 4.29 – Caminho de integração C Para calcular a integral, dividimos C em dois caminhos 1C e 2C . O caminho 1C tem equação vetorial ( ) (2 2 )r t ti t j= + − , [ ]0, 1t∈ . Temos, então ( ) 1 2sen 2 C x dx yz dy y dz− − =∫ 1 2 0 sen 2(2 2 ).0.( 2) (2 2 ) .0 t t t dt = − − − − − ∫ 1 0 sen t dt= ∫ cos1 1= − + . O caminho 2C tem equação vetorial ( ) (1 ) 2 4r t t i t j tk= + + + , [ ]0, 1t∈ . Logo, ( ) 2 2sen 2 C x dx yzdy y dz− − =∫ 1 2 0 sen (1 ) 2.2 .4 .2 (2 ) .4 t t t t dt = + − − ∫ cos 2 cos1 16= − + − . Portanto, ( ) ( ) 1 2 2sen 2 sen 2 C C x dx yzdy y dz x dx yzdy y dz− − = − −∫ ∫ ( ) 2 2sen 2 C x dx yzdy y dz+ − −∫ cos1 1 cos 2 cos1 16= − + − + − cos 2 15= − − . Observando os dois exemplos citados, vemos que, no primeiro, a integral . C f d r∫ , foi calculada de A até B ao longo de dois caminhos distintos e os resultados encontrados foram diferentes. No segundo exemplo, a integral dada foi calculada, de A até B, ao longo de caminhos distintos, no entanto, os resultados encontrados foram iguais. Temos a seguinte definição. 1.3.1 Definição Seja f um campo vetorial contínuo em um domínio D do espaço. A integral . C f d r∫ é dita independente do caminho de integração em D se, para qualquer par de pontos A e B em D, o valor da integral é o mesmo para todos os caminhos em D, que iniciam em A e terminam em B. Podemos nos ocorrer uma série de perguntas: Como identificar uma integral de linha independente do caminho de integração? Podemos calculá-la conhecendo apenas os pontos A e B? O que acontecerá se o caminho de integração for fechado? Estas perguntas são respondidas com auxílio da Definição dada e o teorema a seguir. 1.3.2 Teorema Seja ( , , )u u x y z= uma função diferenciável em um domínio conexo 3IRU ⊂ tal que f u= ∇ é contínuo em U. Então, . ( ) ( ) C f d r u B u A= −∫ , para qualquer caminho C em U, unindo o ponto A ao ponto B. Prova. Sejam A e B dois pontos quaisquer em U. Vamos unir A e B através de um caminho suave C. Seja ( ) ( ( ), ( ), ( ))r t x t y t z t= , [ ], t a b∈ , uma parametrização de C. Então, . . C C f d r u dr= ∇∫ ∫ ( ) . '( ) b a u r t r t dt = ∇ ∫ . Seja ( ) ( )g t u r t = , [ ], t a b∈ . Pela regra da cadeia, temos '( ) . . .u dx u dy u dzg t x dt y dt z dt ∂ ∂ ∂ = + + ∂ ∂ ∂ , onde as derivadas parciais de u são calculadas no ponto ( ( ), ( ), ( ))x t y t z t . Portanto, '( ) ( ) . '( )g t u r t r t = ∇ . Como f u= ∇ é contínuo e C é suave, '( )g t é contínua em [ ], a b . Podemos, então, aplicar o Teorema Fundamental do Cálculo e escrever . '( ) b C a f d r g t dt=∫ ∫ ( )|bag t= ( ) |bau r t = ( ) ( )u r b u r a = − ( ) ( )u B u A= − . Observamos que se o caminho entre A e B fosse suave por parte, faríamos a mesma demonstração sobre cada parte suave. 1.3.3 Exemplos (1) Calcular a integral . C f d r∫ , onde f é o campo vetorial ( 2) ( 1) ( 2 )f yz i xz j xy z k= + + + + + , ao longo de qualquer caminho que une o ponto A(0, 0, 1) a B(1, 2, 1). Solução: Temos: ( 2) ( 1) ( 2 )f yz i xz j xy z k= + + + + + é o gradiente da função 22u xyz x y z C= + + + + . Usando o Teorema dado, escrevemos [ ] . ( 2) ( 1) ( 2 ) C C f d r yz dx xz dy xy z dz= + + + + +∫ ∫ (1, 2, 1) (0, 0, 1)u u= − 6= . (2) Verificar que o campo vetorial 2sen 2f xi yz j y k= − − , é um campo conservativo em 3R . Calcular . C f d r∫ ao longo de qualquer caminho C de A(0, 2, 0) até B(2, 2, 4). Solução. O campo vetorial f é um campo tal que 1f , 2f e 3f são funções contínuas que possuem derivadas parciais de a1 ordem contínuas em 3R . Como 1 2 0f f y x ∂ ∂ = = ∂ ∂ , 31 0ff z x ∂∂ = = ∂ ∂ e 32 2ff y z y ∂∂ = = − ∂ ∂ , f admite uma função potencial u, ou seja, f é um campo conservativo. Para calcular a integral dada, vamos determinar uma função potencial ( , , )u u x y z= de f . Temos, sen u x x ∂ = ∂ , 2u yz y ∂ = − ∂ e 2u y z ∂ = − ∂ . Integrando a primeira equação em relação a x, obtemos sen u x dx= ∫ cos ( , )x a y z= − + . Derivando este resultado em relação a y, e usando a igualdade 2u yz y ∂ = − ∂ , vem 2u a yz y y ∂ ∂ = = − ∂ ∂ . Portanto, 2a yzdy= −∫ 2 ( )zy b z= − + . Substituindo este resultado na expressão de u, obtemos 2cos ( )u x zy b z= − − + . Derivando este resultado em relação a z e usando 2u y z ∂ = − ∂ , vem 2 2u dby y z dz ∂ = − + = − ∂ 0db dz = , b C= , C constante. Finalmente, obtemos 2cosu x zy C= − − + . Logo, 2 . (sen 2 ) C C f d r x dx yz dy y dz= − −∫ ∫ (2, 2, 4) (0, 2, 0)u u= − cos 2 15= − − . 1.3.4 Teorema Se 1 2 3( , , )f f f f= é um campo vetorial contínuo em domínio conexo 3RU ⊂ , são equivalentes as três afirmações seguintes: a) f é o gradiente de uma função potencial u em U, ou seja, f é conservativo em U. b) A integral de linha de f é independente do caminho de integração em U. c) A integral de linha de f ao redor de todo caminho fechado simples em U é igual a zero. Prova parcial. Vamos demonstrar que (b) implica (c), (c) implica (b) e (a) implica (c). ( ) ( )b c⇒ . Vamos supor que a integral [ ]1 2 3 C f dx f dy f dz+ +∫ é independente do caminho de interpretação em U. Seja C um caminho fechado simples em U. Dividimos C em dois pedaços 1C e 2C , conforme Figura 4.30. Figura 4.30 – Caminho fechado em duas partes Então, [ ] [ ] [ ] 1 2 1 2 3 1 2 3 1 2 3 C C C f dx f dy f dz f dx f dy f dz f dx f dy f dz+ + = + + + + +∫ ∫ ∫ . Como a integral é independente do caminho de integração, podemos escrever [ ] [ ] [ ] 2 1 1 1 2 3 1 2 3 1 2 3 C C C f dx f dy f dz f dx f dy f dz f dx f dy f dz − + + = + + = − + +∫ ∫ ∫ . Portanto,segue que [ ]1 2 3 0 C f dx f dy f dz+ + =∫ ( ) ( )c b⇒ . Vamos supor que [ ]1 2 3 0 C f dx f dy f dz+ + =∫ ao longo de qualquer caminho fechado em U. Sejam P e Q dois pontos quaisquer de U e 1C e 2C dois caminhos em U que unem P e Q e não se interceptam (ver Figura 4.31). Então, 1 2C C C= − é um caminho fechado simples. Figura 4.31 – Caminho orientado Temos, [ ] [ ] 1 2 1 2 3 1 2 3 C C f dx f dy f dz f dx f dy f dz − + + + + + =∫ ∫ [ ]1 2 3 C f dx f dy f dz= + +∫ 0= . Portanto, [ ] [ ] 1 2 1 2 3 1 2 3 C C f dx f dy f dz f dx f dy f dz − + + = − + +∫ ∫ [ ] 2 1 2 3 C f dx f dy f dz= + +∫ . Se os caminhos se interceptam em um ponto M (ver Figura 4.32), podemos dividir os caminhos 1C e 2C , aplicar propriedade e usar o raciocínio anterior sobre cada parte. O mesmo raciocínio é válido para um número finito de intersecções. Logo, [ ]1 2 3 C f dx f dy f dz+ +∫ é independente do caminho de integração em U. Figura 4.32 – Caminho com partes que se interceptam ( ) ( )a c⇒ . Se f é o gradiente de uma função potencial u em U, pelo Teorema 1.3.2, temos . ( ) ( ) C f d r u B u A= −∫ , para qualquer caminho C for fechado, o ponto A coincide com B, e portanto, ∫ C rdf . . 1.3.5 Exemplos (1) Verificar se ( 1)x y x yf e i e j+ += + + é um caminho conservativo em 2R . Em caso afirmativo, calcular (1, 1) (1, 0) . f d r∫ sendo que a notação (1, 1) (1, 0) ∫ significa integral de linha ao longo de qualquer caminho de (1, 0) a (1, 1). Solução. O campo vetorial f é um campo tal que 1f e 2f são funções contínuas e possuem derivadas parciais de a1 ordem contínuas em 2R .. Como 1 2 x yf f e y x +∂ ∂= = ∂ ∂ , f admite uma função potencial u, ou seja, f é um campo conservativo. Portanto, pelo Teorema dado, (1, 1) (1, 0) . f d r∫ é independente do caminho de integração em 2R .. Para calcular a integral, vamos encontrar a função potencial u e usar o Teorema 1.3.2. Temos, 1x yu e x +∂ = + ∂ e x yu e y +∂ = ∂ . Integrando 1x yu e x +∂ = + ∂ , em relação a x, vem ( 1) x yu e dx+= +∫ ( )x ye x a y+= + + . Derivando este resultado em relação a y e usando a igualdade x yu e y +∂ = ∂ , vem 0x y x yu dae e y dy + +∂ = + + = ∂ 0da dy = , a C= , C constante. Obtemos então x yu e x C+= + + . Logo, ( ) (1, 1) (1, 1) x+y (1, 0) (1, 0) . e 1 x yf d r dx e dy+ = + + ∫ ∫ (1, 1) (1, 0)u u= − 2e e= − . (2) Determinar o trabalho realizado pela força ( 1) ( 1) ( 1)f yz i xz j xy k= + + + + + , no deslocamento: a) ao longo da poligonal ABCDE da Figura 4.33 (a); b) ao longo do caminho fechado da Figura 4.33 (b). Figura 4.33 – Ilustração do exemplo (2) Solução: É conveniente verificar, inicialmente , se f é conservativo. Em caso afirmativo podemos usar os Teoremas 1.3.2 e 1.3.4 Os campos de forças f é tal que 1f , 2f e 3f são funções contínuas que possuem derivadas parciais de a1 ordem contínuas em 3IR . Como 1 2f f z y x ∂ ∂ = = ∂ ∂ , 31 ff y z x ∂∂ = = ∂ ∂ e 32 ff x z y ∂∂ = = ∂ ∂ , f admite uma função potencial u, isto é, f é um campo de forças conservativo. Solução de (a): Para resolver este item, vamos encontrar uma função potencial u de f . Temos, 1u yz x ∂ = + ∂ , 1u xz y ∂ = + ∂ e 1u xy z ∂ = + ∂ . Integrando 1u yz x ∂ = + ∂ em relação a x, obtemos ( 1) u yz dx= +∫ ( , )yzx x a y z= + + . Derivando este resultado em relação a y e usando 1u xz y ∂ = + ∂ , vem 0 1u axz xz y y ∂ ∂ = + + = + ∂ ∂ 1a y ∂ = ∂ ( )a dy y b z= = +∫ . Substituindo este valor na expressão de u, temos ( )u xyz x y b z= + + + . Derivando este resultado em relação a z e usando 1u xy z ∂ = + ∂ , vem 0 0 1u dbxy xy z dz ∂ = + + + = + ∂ , 1db dz = b dz z C= = +∫ , C constante. Logo, a função potencial é dada por u xyz x y z C= + + + + . Usando o Teorema 5.5.3, vem . C w f dr= ∫ (4, 5, 5) (1, 1, 0) . f d r= ∫ (4, 5, 5) (1, 1, 0)u u= − 112= unidades de trabalho. Observamos que o trabalho poderia ser calculado diretamente, usando a definição de 1.2.1, ou seja, ( ( )). ' ( ) b a w f r t r t dt= ∫ , ao longo de qualquer caminho de A até E. Poderíamos tomar, por exemplo, o segmento de reta AE . Solução de (b): ∫= C rdfw . =0 unidades de trabalho, já que a curva C é fechada. (3) Calcular 2 2 2 2 C y xdx dy x y x y − + + + ∫ sendo que C é dado na Figura 4.34. Solução: O campo vetorial 2 2 2 2 y xf i j x y x y − = + + + é conservativo em qualquer domínio simplesmente conexo que não contém a origem. Figura 4.34 – Curvas dadas para análise Solução de (a): Para a curva C dada na Figura 4.34 (a) não encontramos dificuldades, pois C está contida em um domínio simplesmente conexo que não contém a origem. Portanto, pelo Teorema dado, temos que 2 2 2 2 0 C y xdx dy x y x y − + = + + ∫ . Solução de (b): Para a curva C dada na Figura 4.34 (b) não podemos aplicar o Teorema 1.3.4. Neste caso, para resolver a integral, vamos parametrizar a curva C e usar a Equação da definição 1.2.2. Temos, : ( ) 2cos 2 sen C r t t i t j= + , [ ]0, 2t π∈ . Então, 2 2 2 2 2 0 2 sen 2cos( 2 sen ) (2cos ) 4 4C y x t tdx dy t t dt x y x y π − − + = − + + + ∫ ∫ 2 0 dt π = ∫ 2π= . Como o resultado desta integral foi diferente de zero, a integral de f em um domínio U que contém C, depende do caminho de integração. Podemos afirmar que f não é conservativo no domínio ( ){ }2 22 , |1 16D x y x y= < + < . Solução de (c): A Figura 4.35 mostra um domínio simplesmente conexo U, que contém C da Figura 4.34 (c) e não contém a origem. Figura 4.35 – Dominio simplesmente conexo Então, para calcular a integral ao longo de C, podemos encontrar uma função potencial u de f em U e usar o Teorema 1.3.2. Temos, 2 2 u y x x y ∂ − = ∂ + 2 2 u x y x y ∂ = ∂ + . Integrando 2 2 u y x x y ∂ − = ∂ + em relação a x, obtemos: 2 2 yu dx x y − = +∫ arc tg ( ) x a y y = − + . Derivando este resultado em relação a y e usando 2 2 u x y x y ∂ = ∂ + , vem 2 2 2 2 u x da x y x y dy x y ∂ = + = ∂ + + 0da dy = , a C= , C constante. Obtemos, então, arc tg xu C y = − + arc tg y C x = + . Logo, 2 2 2 2 ( ) ( ) C y xdx dy u B u A x y x y − + = − + + ∫ arc tg 2 4 π = − . 1.3.6 Atividade de autoavaliação (1) Verificar se o campo de forças f é conservativo. Em caso afirmativo, determinar uma função potencial para este campo e calcular o trabalho que ele faz sobre uma partícula que se desloca de A(1, –1, 0) a B(2, 3, 1). a) 2 2 2 2 3 2(2 , 3 , )f y x z y x z y x y= + b) ( ) ( )cos cosxy xyf y xy ye i x xy e j k= + + + + (2) Verificar se o campo vetorial dado é conservativo. Em caso positivo, determinar uma função potencial para f e o valor da integral ( , , ) (0, 0, 0) . a b c f d r∫ , onde a, b, IRc∈ . a) ( , , ) ( , 8 , )f x y z yz xz y xy= + b) 2 2( , , ) (3 , 4 2 , 8 )f x y z x y y x xy= + + (3) Calcular a integral . C f d r∫ onde f é o campo vetorial dado, ao longo de qualquer caminho que une o ponto A(1, 1, 0) ao B(1, 2, –1). a) (sen 2 ) (2 cos ) ( sen )f x y i x z j z y z k= + + + + − b) 2 2 3 22(2 ) 2 ( 2 ) 3 f x y y z i x xy z j x yz k = + + + + + + + (4) Verificar que as integrais são independentes do caminho de integração e determinar seus valores. a) (5, 3) (1, 1) ( )xdx ydy+∫ b) (2, 1) (0, 0) ( cos sen )x xe y dx e y dy− +∫ c) (1, 0, 1) 2 (0, 1, 1) (2 2 )xydx x dy dz+ +∫ d) (1, 1, 1) 2 ( 1, 0, 0) ( ) ( 2 ) y y z z ze dx xe e dy ye e dz− − + + + − ∫(5) Calcular . C f d r∫ , onde 2 2 2 2, y xf x y x y − = + + , ao longo dos seguintes caminhos. a) circunferência de centro em (4, 4) e raio 2, no sentido anti-horário; b) poligonal ABCD, onde A(1, 0), B(1, 1), C(2, 1) e D(2, 2), de A até D; c) quadrado de vértices A(1, 0), B(2, 0), C(1, –1)e D(2, –1) no sentido anti-horário; d) circunferência de centro na origem e raio 4, no sentido anti-horário. (6) Determinar o trabalho realizado pela força conservativa ( , , 1)f yz xz xy= + nos seguintes deslocamentos: a) ao longo da elipse 2 2 / 4 9x y+ = , no sentido anti-horário, do ponto A(3, 0) ao B(0, 6); b) ao longo do arco de parábola 2 1x y= − , 2z = , do ponto A(–1, 0, 2) ao ponto B(3, –2, 2); c) ao longo do caminho fechado formado pelas curvas 2y x= e 2x y= , no sentido anti- horário. (7) Uma partícula de massa m move-se no plano xy sob a influência da força gravitacional F mg j= − . Se a partícula move-se de (0, 0) a (–2, 1) ao longo de um caminho C, mostre que o trabalho realizado por F é w mg= − e é independente do caminho. (8) Determinar as seguintes integrais ao longo dos caminhos fechados: a) 2 2(2 4) ( ) 2 C xy dx x z dy zydz + + + + ∫ : ( ) (sen , cos , )C r t t t π= , [ ]0, 2t π∈ b) ( ) ( ) 4 C xy z dx x y dy zdz+ + − + ∫ : ( ) (sen , cos , )C r t t t π= , [ ]0, 2t π∈ . (9) Determinar o trabalho realizado pela força ( , , )xf e yz xz xy+ para deslocar uma partícula ao longo da intersecção das superfícies 2 2 2 4x y z+ + = e 2 2z x y= + , do ponto A(1, 1, 2 ) ao B( 2 , 0, 2 ). (10) Calcular o trabalho realizado pela força 2(2 4) ( 3 1) ( 3 )f x z i y z j x y z k= + + + − − + − + , sobre uma partícula, ao longo de C, de A(2, 4, 2) a B(2, 0, 0), onde C é: a) o segmento de reta AB; b) a parábola 2y z= no plano 2x = . RESPOSTAS (1) a) Não . (1) b) Sim; 16/11; 6 +++++++= esenesenCzesenxyu xy . (2) a) Sim; 22 4 4 babcCyxyzu +++= . (2) b) Não. (3) a) 2/31cos2 + . (3) b) 3/14 . (4) a) 16 . (4) b) 1cos1 2e− (4) c) zero (4) d) 22 −+ ee . (5) a) 0 b) 4/π− c) 0 d) π2− . (6) 7 a) 0 b) -12 c) 0 (8) a) 0 (8) b) π− (9) 1 ; igual. (10) a) 2/3 b) 2/3. 1.4 Teorema de Green Este teorema expressa uma integral curvilínea ao longo de uma curva fechada no plano, como uma integral dupla sobre a região limitada pela curva. 1.4.1 Teorema Sejam C uma curva fechada simples, suave por partes, orientada no sentido anti-horário, e R a região fechada delimitada por C. Se 1 2( , )f f f= é um campo vetorial contínuo com derivadas parciais de a1 ordem contínuas em um domínio D que contém R, então 2 1 1 2 C R f ff dx f dy dx dy x y ∂ ∂ + = − ∂ ∂ ∫ ∫ ∫ . Prova Parcial. Faremos a prova do teorema para o caso em que a curva C é suave e a região R pode ser descrita, simultaneamente, como indicado na Figura 4.36 (a) e (b). Isto é, { }1 2( , ) | e ( ) ( )R x y a x b g x y g x= ≤ ≤ ≤ ≤ e { }1 2( , ) | e h ( ) ( )R x y c y d y x h y= ≤ ≤ ≤ ≤ . Figura 4.36 – Ilustração do Teorema de Green Para provar, basta mostrar que 1 1 C R ff dx dxdy y ∂ = − ∂∫ ∫ ∫ e 2 2 C R ff dy dxdy x ∂ = − ∂∫ ∫ ∫ . Vamos mostrar 11 C R ff dx dxdy y ∂ = − ∂∫ ∫ ∫ Observando a Figura 4.36 (a), podemos ver que a curva C pode ser dividida em duas curvas 1C e 2C , de equações 1( )y g x= e 2 ( )y g x= , respectivamente. Usando x como parâmetro, obtemos uma parametrização de 1C , dada por 1 1 1: ( ) ( , ( ))C r x x g x= , [ ], x a b∈ . Para a curva 2C não podemos proceder da mesma forma, pois o sentido positivo determinado pelos valores crescentes de x em [a, b], nos dá a orientação sobre 2C , no sentido oposto ao desejado. Podemos, porém, parametrizar – 2C e usar a Propriedade 1.2.3. Temos, 2 2 2: ( ) ( , ( ))C r x x g x− = , [ ], x a b∈ . Portanto, 1 2 1 1 1 C C C f dx f dx f dx= +∫ ∫ ∫ 1 2 1 1 C C f dx f dx − = −∫ ∫ 1 1 1 2( , ( )) ( , ( )) b b a a f x g x dx f x g x dx= −∫ ∫ . Por outro lado, como 1f y ∂ ∂ é contínua, desenvolvendo o o2 membro de (2), temos 2 1 ( ) 1 1 ( ) g xb R a g x f fdxdy dy dx y y ∂ ∂ = ∂ ∂ ∫ ∫ ∫ ∫ 2 1 ( ) 1 ( ) ( , )| b g x g x a f x y dx = ∫ [ ]1 2 1 1( , ( )) ( , ( )) b a f x g x f x g x dx= −∫ [ ]1 1 1 2( , ( )) ( , ( )) b a f x g x f x g x dx= − −∫ A partir das expressões anteriores temos: 1 1 C R ff dx dxdy y ∂ = − ∂∫ ∫ ∫ . Para mostrar, procede-se de forma análoga, utilizando { }1 2( , ) | e ( ) ( )R x y c y d h y x h y= ≤ ≤ ≤ ≤ . Observamos que o Teorema de Green também é válido para uma região R que contenha buracos. Neste caso, o caminho de integração C é todo o contorno de R, orientado de maneira que a região R se encontre à esquerda, como mostra a Figura 4.37 Figura 4.37 – Ilustração para o Teorema de Green 1.4.2 Exemplos (1) Usando o Teorema de Green calcular 2 22 C y dx x dy + ∫ , sendo C o triângulo de vértices (0, 0), (1, 2) e (0, 2), no sentido anti-horário. Solução. A Figura 4.38 mostra o caminho C de integração e a região R delimitada por C. Figura 4.38 – Caminho do exemplo dado Como R é dada por 0 1x≤ ≤ 2 2x y≤ ≤ , usando o Teorema de Green, temos 2 22 (4 2 ) C R y dx x dy x y dxdy + = − ∫ ∫ ∫ 1 2 0 2 (4 2 ) x x y dy dx = − ∫ ∫ 1 22 2 0 (4 )| xxy y dx= −∫ 1 2 2 0 (8 4) (8 4 ) x x x dx = − − − ∫ 4 / 3= − . Observamos que, neste exemplo, para calcular a integral curvilínea diretamente, teríamos que dividir a curva C em três partes suaves, calculando a integral sobre cada parte. A utilização do Teorema de Green simplificou os cálculos. (2) Calcular . C f d r∫ , ao longo da circunferência 2 2( 1) 1x y+ − = , no sentido horário, sendo ( )2 24 9 , 9 1f x y xy y= − + + . Solução. A Figura 4.39 mostra a curva C. Como C está orientada no sentido horário, não podemos aplicar o Teorema de Green diretamente. No entanto, podemos aplicar o Teorema de Green para calcular a integral sobre a curva –C e depois usar a Propriedade 1.2.3. Temos, . (9 9) C R f d r y dxdy − = +∫ ∫ ∫ 9 ( 1) R y dxdy= +∫ ∫ . Figura 4.39 – Curva C orientada Passando para coordenadas polares, vem 2 sen 0 0 . 9 ( sen 1) C f d r r r dr d π θ θ θ − = + ∫ ∫ ∫ 3 2 2 0 0 9 sen 3 2 | senr r d π θ θ θ = + ∫ 4 2 0 89 sen 2 sen 3 d π θ θ θ = + ∫ 18π= . Logo, . 18 C f d r π= −∫ . (3) Área de uma região plana como uma integral curvilínea ao longo de seu contorno. Usando o Teorema de Green, podemos expressar a área de uma região plana R, como uma integral curvilínea ao longo de seu contorno. Sejam R e C como no Teorema de Green. Sejam f x j= e g yi= − . Os campos vetoriais f e g são contínuos com derivadas parciais contínuas em 2IR . Aplicando (1) ao campo f , obtemos C R x dy dxdy=∫ ∫ ∫ . Da mesma forma, aplicando (1) ao campo g , vem C R y dy dxdy− =∫ ∫ ∫ . Portanto, se denotamos por A a área de R, temos C A x dy= ∫ ou C A y dx= −∫ . Combinando essas integrais , obtemos uma terceira fórmula para a área de R, dada por 1 ( ) 2 C A x dy y dx= −∫ . Eventualmente, outras fórmulas para a área podem ser encontrada, aplicando o teorema de Green a outros vetoriais convenientes. (4) Calcular a área delimitada pela elipse 2 2 1 4 9 x y + = . Solução. A elipse dada tem equação vetorial ( ) (2cos , 3 sen )r t t t= , 0 2t π≤ ≤ . Temos: C A x dy= ∫ 2 0 2cos . 3cos t t dt π = ∫ 2 2 0 6 cos t dt π = ∫ 2 0 1 16 cos 2 2 2 t dt π = + ∫ 6π= . 1.4.3 Atividades de autoavaliação (1) Nos exercícios a seguir, calcular as integrais curvilíneas aplicando o Teoremade Green: (a). 2 (4 ) C x dx x y dy + + ∫ , ao longo do triângulo de vértices (0, 0), (1, 2) e (2, 0) no sentido anti-horário. (b). (ln 2 ) (2 )y C x y dx x e dy − + + ∫ ao longo da elipse 2 2 / 9 1x y+ = no sentido horário. (c). ( )22 8 ln( 2) C x y dx y dy− + − +∫ ao longo do paralelograma de vértices A(0, 0), B(2, 0), C(3, 2) e D(1, 2), no sentido horário. (d). . C f d r∫ , onde ( , 0)f y= e C é o triângulo de vértices A(0, 1), B(3, 1) e C(2, 2) no sentido horário. (2) Calcular a área da elipse 6cosx θ= , 2 sen y θ= . (3) Determinar a área entre as elipses: 2 29 2 18 1 0x y x y+ − − + = e 2 22 4 8 4 0x x y y− + − + = . (4) Dado o campo vetorial 2 2 2 2, x yf x y x y = + + , mostrar que . 0 C f d r =∫ para toda curva fechada simples C, suave por partes, que circunda a origem. (5). Dado o campo vetorial 2 2 2 2, y xf x y x y − = + + , mostrar que . 2 C f d r π= −∫ para toda a curva fechada simples, suave por partes, orientada no sentido anti-horário que circunda a origem. RESPOSTAS: (1) a) 8 (1) b) π12− (1) c) -64/3 (1) d) 3/2 (2) π12 u.a. (3) ..2/5 auπ Integrais Curvilínease Integrais de Superfície Seção 11F Integrais Curvilíneas 1.1 Integrais de linha de campos escalares 1.1.1 Definição 1.1.2 Cálculo da integral de linha 1.1.3 Propriedades 1.1.4 Exemplos 1.1.5 Massa e Centro de massa de um fio delgado 1.1.6 Momento de inércia 1.1.7 Lei de Biot-Savart 1.1.8 Atividades de autoavaliação 1.2 Integrais de linha de campo vetoriais 1.2.1 Definição 1.2.2 Definição 1.2.3 Propriedades 1.2.4 Proposição 1.2.5 Exemplos 1.2.6 Atividades de autoavaliação 1.3 Integrais Curvilíneas Independentes do Caminho de Integração Exemplo 1.3.1 Definição 1.3.2 Teorema 1.3.3 Exemplos 1.3.4 Teorema 1.3.5 Exemplos 1.3.6 Atividade de autoavaliação 1.4 Teorema de Green 1.4.1 Teorema 1.4.2 Exemplos 1.4.3 Atividades de autoavaliação
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