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A PERSONALIDADE E A PSICANÁLISE

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A PERSONALIDADE E A PSICANÁLISE
Psicánalise – Sigmund Freud
Nasceu na Áustria em 1856 e morreu em Londres em 1939.
Formou-se em medicina em Viena(1881)
Trabalhou em Paris com Charcot (neurologista)
Trabalhou com Breuer em Viena (hipnose)
Criou a psicanálise (análise da mente):
Associação livre de idéias
Análise dos sonhos
Atos falhos
Níveis de Consciência da Personalidade 
Para Freud, os três níveis de consciência são:
Consciente 
- 	É somente uma pequena parte da mente
Inclui tudo aquilo de que estamos cientes num determinado momento. 
Recebe ao mesmo tempo informações do mundo exterior e do mundo interior.
Pré-consciente (ou sub-consciente)
São as memórias que podem se tornar acessíveis a qualquer momento.(parte do inconsciente que pode tornar-se consciente com facilidade) 
“Depósito” de lembranças a disposição, quando necessárias
Por exemplo: o que você almoçou hoje, o que fez ontem, ruas em que morou, etc. 
Inconsciente
Aí estão: as fontes da energia psíquica, as pulsões, os elementos instintivos e material reprimido, inacessíveis à consciência;
Podem vir à tona num sonho, num ato falho ou pelo método da associação livre.
Os processos mentais inconsciente desempenham papel importante no funcionamento psicológico, na saúde mental e na determinação do comportamento
Dificuldade para aceitar existência do Inconsciente
Freud:
Natural que homem rejeite a idéia de ser dominado por processos que desconhece
Na Conferência Introdutória à psicanálise (1916) Freud fala das 3 feridas do narcisismo humano:
*Copérnico tirou a terra do centro do universo;
*Darwin demonstrou a origem das espécies na luta pela vida (não mais filho de Deus)
*Descoberta do inconsciente tira do homem o domínio de sua própria vontade.
Como Freud concluiu a existência do inconsciente?
2˚ Rappaport (2005), Freud seguiu 2 caminhos:
1-Sugestão pós hipnótica de Bernheim; ( hipnotizado-recebe sugestão - após acordado -demonstra incômodo até executar o sugerido, mesmo sem saber o motivo de fazê-lo) 
2-Atendimento de Breuer à Ana O. atravéz da hipnose chega ao motivo para a paralisia e para a hidrofobia (demonstrando que inconsciente estava levando aos sintomas e que traumas passam direto para o inconsciente) 
Estrutura e dinâmica da personalidade
(segundo a teoria psicanalítica)
Três componentes básicos estruturais da psique: 
o Id, 
o Ego 
o Superego. 
ID
É a fonte da energia psíquica (libido). É de origem orgânica e hereditária.
É formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes, ou seja, pelo que Freud designa como pulsões. 
Está relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal, que o indivíduo experimenta. 
Não tolera tensão. Se o nível de tensão é elevado, age no sentido de descarregá-la. 
Sua função é procurar o prazer e evitar o sofrimento.
Localiza-se na zona inconsciente da mente.
O Id não conhece a realidade objetiva, a "lei" ética e social, que nos prende perante a determinadas situações devido as conclusões da interpretação alheia. 
Por isso surge o Ego.
CARACTERÍSTICAS DO ID
-Responsável pelo Processo Primário
(Manifestação do desejo →forma, no imaginário → o objeto que satisfará)
- Funciona pelo Princípio do prazer
(Procurar o prazer e evitar o sofrimento;
Satisfação imediata das necessidades)
- Inexiste o princípio da não-contradição
(Presença de fantasias mutuamente excludentes dentro da lógica)
- É Atemporal (só o presente)
- Não é verbal (funciona pela produção de imagens)
- É inconsciente (seus processos ocorrem sem a percepção ou participação do consciente)
Ego
Significa “eu” em latim. 
É responsável pelo contato do psiquismo com o mundo objetivo da realidade. 
Funciona pelo princípio da realidade.
Intermediário entre o desejo e a realidade
Estabelece o equilíbrio entre as reivindicações do Id e as exigências do superego com as do mundo externo. 
As funções básicas do Ego são: a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos.
Superego
Atua como censor do Ego.
 É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança.
São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. 
O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. 
O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. 
É o componente social da personalidade.
As principais funções do Superego são: inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela perfeição.
Exemplo – Interdependência entre Id, Ego e Superego
Os três sistemas da personalidade não devem ser considerados como fatores independentes que governam a personalidade. 
Cada um deles têm suas funções próprias, seus princípios, seus dinamismos, mas atuam um sobre o outro de forma tão estreita que é impossível separar os seus efeitos.
O comportamento, de modo geral, é quase sempre o produto de uma interação entre esses três sistemas e raramente um sistema opera com a exclusão dos outros dois.
Exemplo:
Pelo Id o empregado deixaria de comparecer ao trabalho num belo dia ensolarado, dedicando-se a uma aprazível atividade de lazer: pescaria, um cinema, etc. 
O Ego aconselharia prudência e buscaria uma oportunidade adequada para essas atividades. 
O Superego diria ser inaceitável faltar com um compromisso assumido, por exemplo, com o supervisor ou colegas de trabalho. 
Os Mecanismos de Defesa da Personalidade
Cada força (ID, EGO, SUPEREGO) procura orientar o indivíduo para um caminho distinto e isso pode ocasionar o chamado conflito, que perturba.
Id► Ego ◄ Superego = TENSÃO►Mec. Def. 
		 ▲	 ▼ 
 Realidade externa Alívio
Existem, no entanto, forças compensatórias que procuram equilibrar o indivíduo em relação a uma vida normal.. 
Não será percebido nem o evento doloroso e nem o mecanismo que o reprimiu.
Os Mecanismos de Defesa da Personalidade
São os diversos tipos de processos psíquicos, cuja finalidade consiste em afastar um evento gerador de angústia da percepção consciente.
Têm funções protetoras e a presença dos mecanismos é freqüente em indivíduos saudáveis, mas, em excesso é indicação de sintomas neuróticos.
Todos nós os utilizamos em nossa vida cotidiana, isto é, deformamos a realidade para nos defender de perigos internos e externos, reais ou imaginários
Os principais mecanismos de defesa são:
REPRESSÃO
Tira do consciente a percepção de acontecimentos dolorosos.
O que é desagradável é esquecido. 
“O conteúdo reprimido, apesar de inconsciente, continua a ser um problema e tenta a todo o instante achar uma saída”.
				▼
Conteúdo reprimido pode dar origem a doenças psicossomática, fobias, impotência, frigidez e sintomas histéricos.
Exemplo:
Casos de amnésia (excluídas as causas orgânicas) podem ser explicados através deste mecanismo. 
RESISTÊNCIA
Segura no inconsciente o que foi reprimido;
Impede que evento dolorosos chegue a consciência.
Regressão
É a volta a níveis anteriores de desenvolvimento;
Foge do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade;
EXEMPLO:
A criança que, após o nascimento de um irmão, volta a chupar o dedo, molhar a cama e falar como bebê.
 Funcionário que, diante do chefe, assume comportamento menos adulto.
NEGAÇÃO
NEGA, faz de conta que não existe, não vê algo que lhe seria doloroso
NÃO percepção de aspectos que magoam ou são perigosos
Tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego.
Exemplos:
 Grandes Perdas (processo do luto); 
 Filho especial; - homossexualidade; 
 doenças graves; - traições 
Freud citou Darwin, que em sua autobiografia dizia obedecer a uma regra de ouro: “sempre que eu me deparava com um fato publicado,uma nova observação ou pensamento, que se opunha aos meus resultados gerais, eu imediatamente anotava isso sem errar, porque a experiência me ensinou que tais fatos e pensamentos fogem da memória com muito maior facilidade que os fatos que nos são totalmente favoráveis”.
Racionalização
Consiste em justificar de forma
 lógica e ética a própria conduta. 
É provavelmente um dos mecanismos menos inconscientes. Por ele, arranjamos desculpas e explicações que nos inocentem de erros e fracassos. 
Ex. - Pessoas demitidas (desfazem da empresa)
Execução de trabalho prejudicial (“se eu não fizer alguém o fará)
Justificar diferenças socioeconômicas (por ser preguiçoso...)
- “Eu só estou fazendo isto para seu próprio bem" = "eu quero fazer isto para você” ou “eu quero que você sofra um pouco”
- Uso de “bode expiatório” - inocenta nosso “eu” e joga a culpa em outro EX. Adão e Eva
DIVISÃO, CISÃO, DISSOCIAÇÃO
Um objeto ou imagem pode ter simultaneamente características que despertam o amor e o ódio ou temor
Divide-o em 2 :
1 - Objeto bom → portador das características de amor → com o qual se preserva bom relacionamento
2 – Objeto mau → pode ser negado ou atacado sem culpa → já que seus aspectos positivos já foram isolados no objeto bom
Normal das primeiras etapas da vida, sendo patológica sua manutenção. 
Projeção
O lado negativo projeto no outro;
Consiste em atribuir a outros as idéias e tendências que o sujeito não pode admitir como suas;
Ver nos outros defeitos que nos são próprios; 
Exemplos: 
- 	Preconceituosos (homossexualismo, etc)
- 	o aluno frustrado pela reprovação diz que o professor é incapaz. 
o marido infiel que desconfia da esposa.
Uma criança ao ver os leões no Jardim Zoológico diz ao seu pai: - “Você está morrendo de medo do leão, não é”?
A pessoa afirma: -“Todos nós somos desonestos...” ou “todos os homens são infiéis...”
Extremo=paranóia=destrutibilidade interior projetada=vê a todos como perseguidores
FORMAÇÃO REATIVA
Contrário extremo do desejado;
O não aceito se transforma em virtudes morais extremadas; 
As principais características: excesso, rigidez e extravagância, pois, o impulso, sendo negado, tem que ser cada vez mais ocultado.
Exemplo:
- Beatas ou puritanas (desejos sexuais intenso) que na primeira oportunidade “desandam”
Super-proteção e excesso de cuidados e “mimos” (Sentimentos ruins pelos outros)
Deslocamento
Descarregar tensões em pessoas ou objetos menos perigosos
Na tentativa de ajustar nosso comportamento e eliminar as tensões, muitas vezes, não podendo descarregar nossa agressão na fonte de frustração, passamos a agredir terceiros que não têm nada a ver com o caso. 
EXEMPLO:
Raiva do chefe ou trabalho – desconta em casa ou quebra coisas;
Desentendimentos entre casal – culpa amigos ou família;
Mau comportamento do filho – culpa amigos 
Somatização
O conflito se transforma numa perturbação fisiológica. 
Exemplo:
Funcionário apanhado pela fiscalização fazendo algo errado – A partir daí, nos períodos de fiscalização, adoece, passa mal, sente vômitos etc.
Criança com avaliação ou atividade difícil por fazer – “dor de barriga”. (adulto... tbém).
Conflito psíquico(angústia, preocupação, frustrações) – passa a adoecer (câncer, gástrica, cardíaca, dermatológica, etc)
IDENTIFICAÇÃO
Frente a sentimentos de inadequação, internaliza características de alguém valorizado e passa a sentir-se como ele;
Bom infância(assimilar o mundo); 
Ruim adulto (impede aquisição de identidade própria);
Exemplo:
Movimentos fanáticos (passam a se sentir valorizadas por se identificarem com líder ou movimento) – Juventude hitlerista
SUBLIMAÇÃO
Transforma conteúdo em atividade produtiva; 
Mec. de def. mais evoluído;
Presente no adulto normal;
Os desejos afetivos, considerados sexuais em um sentido amplo, que não podem ser satisfeito, são satisfeitos em atividades simbolicamente similares e socialmente aceitas.
EXEMPLO:
Desejos sexuais intensos = fotógrafo
Desejo onipotente de dominar a sociedade = sociólogo
Desejos agressivos = cirurgião ou dentista
Histórias amorosas mal resolvidas = autor - músicas, artes, romances

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