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1. DOENÇAS DA POLPA 2. DOENÇAS DO PERIÁPICE Reação dos tecidos dentários submetidos à ação progressiva de irritantes - perda tecidual Os agentes etiológicos como por exemplo a cárie, produzem no dente condições anatomo- clínicas que conduzem a perda tecidual, com conseqüente envolvimento pulpar em virtude da interação dentina-polpa; por meio de situações inflamatórias aguda e crônica; pelas manifestações de caráter degenerativo e, finalmente, pela mortificação pulpar. Entendemos que a reação do complexo dentina-polpa, diante da perda tecidual, deve, portanto, merecer estudo em separado, pois constitui a condição mais comum verificada na prática clínica. O correto preparo de cavidade de dentes com restauração dentária presente somente torna-se possível quando se conhecem as reações biológicas que envolvem o complexo dentina-polpa, diante de estímulos anormais (perda tecidual). O tecido conjuntivo pulpar comporta-se, basicamente, de forma semelhante a outros conjuntivos quando é atingido pela injúria. Sabe-se que, independentemente da natureza do agente irritante, as reações de defesa do tecido conjuntivo se fazem através da instalação de reação inflamatória, cuja severidade é proporcional à intensidade do agente agressor. Normalmente a inflamação objetiva localizar, limitar e expulsar o agente agressor. Assim, o irritante, ao atingir a polpa, provoca reações defensivas que variam, de acordo com sua intensidade, desde hiperemia até supuração ou mesmo necrose. A figura ao lado apresenta um corte histológico em polpa, na qual observa-se uma arteríola (A) completamente congestionada pela presença de hemáceas. Isso indica um grande afluxo de sangue, compatível com o quadro de hiperemia ativa. Observe que a veia (V) também apresenta grande quantidade de hemáceas. Esse quadro é indicativo de que está havendo um processo inflamatório local. Para saber mais consulte Pato Arte Geral: http://www.fo.usp.br/lido/patoartegeral/patoartecir2.ht m Polpa dentária congestionada O quadro reacional pulpar manifesta-se subjetivamente pela dor, que sofrerá modificações no processo da perda tecidual. A teoria que explica como a dentina transmite os estímulos que resultam em manifestações de dor é, ainda, um tema controverso na literatura. A sensação dolorosa é resposta instantânea ao estímulo. Nem sempre, porém, há inter-relação entre a gravidade da lesão pulpar e a intensidade da dor provocada. A presença de dor traduz no mínimo, um distúrbio funcional da polpa. Não se pode concluir que, a ausência de fenômenos dolorosos signifique uma polpa sadia. A propósito, as crises de dor, relacionadas com estados inflamatórios pulpares na fase inicial, são intervaladas por períodos assintomáticos. Habitualmente, as dores ocorrem após extensa perda de substância dentária; porém não é raro, observar-se casos de cárie recente, com pouca destruição de estruturas e, no entanto, extremamente sensíveis aos estímulos. Outras vezes, o inverso ocorre, alterações pulpares evoluem mais ou menos, sem nenhuma manifestação dolorosa, para mortificação pulpar. Dada a multiplicidade de fatores suscetíveis de influir nas características dos irritantes e das estruturas dentárias, pode afirmar que as respostas do complexo tecidual dentina-polpa não são uniformes. Sempre que ocorrer perda de substância dentária, não importando a causa inicial (cárie, fratura, abrasão, preparos cavitários de profundidades variáveis, etc.), ficam a dentina e polpa sujeitas a estímulos anormais. Assim, desde que a cárie se instala, a dentina fica diretamente sujeita aos estímulos do meio bucal, entre os quais os derivados de agentes infecciosos. Em geral, a cárie evolui para completa destruição da coroa. Os tecidos dentários, porém, não aceitam a cárie de forma pacífica. A figura ao lado é de um canino superior esquerdo com cárie proximal (distal). O circulo (em vermelho) mostra a dentina translúcida. Dentina translúcida Quando exposta a ação de irritantes exteriores, organiza-se, imediatamente, na dentina ao redor da área atacada, uma linha avançada de defesa, constituída de dentina translúcida. Esta, no dizer de Fish, resulta da mineralização dos canalículos de Tomes, sendo impermeável aos germes e às suas toxinas e, muitas vezes, paralisa o processo patológico (cura espontânea da cárie). Raramente, o estacionamento da cárie é definitivo. Sob a ação de produtos microbianos ácidos e proteolíticos, a barreira defensiva é superada e, em conseqüência, a lesão se agrava. Como resposta ao ocorrido, forma-se uma dentina de reparação (secundário-reparativa), que se deposita na câmara pulpar na direção do ataque de cárie. Esta dentina de reparação, também de deposição centrípeta aparece somente no ponto onde incide o irritante. Nestas condições deforma a câmara pulpar, além de diminuir-lhe o volume. Assim ocorre uma reação funcional da polpa submetida a estímulos anormais, cuja finalidade é compensar perdas de substâncias teciduais pelo restabelecimento da espessura primitiva da dentina. Dentina reparativa A medida que a cavidade se aprofunda, a reação pulpar retarda-se, e a dentina se forma em maior quantidade, a fim de suprir a perda de substância e poder amparar a polpa de irritações Na fase inicial do processo patológico há, portanto, equilíbrio entre as agressões e as defesas. A relação entre a profundidade da cavidade e formação de dentina de reparação é proporcional até que metade da parede dentinária seja destruída, ocasião em que o estímulo, sem ultrapassar o limiar de tolerância fisiológica, atinge a máxima intensidade capaz de ser tolerada pela polpa. Daí para frente, o irritante transpõe aquele limite e limita as reações de defesa. Os odontoblastos, muito solicitados, perdem progressivamente sua capacidade de formação de dentina na mesma proporção da perda ocorrida e formam dentina osteóide que se caracteriza por defeitos de calcificação, notados pela presença de nervos, e células disseminados na sua massa. Cárie distal do 1o. pré molar superior direito Assim que a cárie transpõe três quartos da parede dentinária, os odontoblastos praticamente se atrofiam e fica inibida a elaboração de dentina. A lesão se desenvolve e em curto tempo, ocorre a exposição pulpar. O aumento de volume do sangue (hiperemia ativa) leva ao aumento da pressão intravascular, devido à limitação física contra o edema, conferida pelas paredes dentinárias, cuja rigidez impossibilita o inchaço da polpa. Essa condição facilitaria a obstrução dos vasos no forame e foraminas, dificultando a drenagem venosa; instala-se, a estase sanguínea; ocorrem tromboses capilares, que determinam rupturas destes vasos e conseqüentes derrames e, rapidamente a polpa se mortifica. "A polpa, ao tentar se defender, mortifica-se", Segundo Varela & Paiva. Concomitantemente, se observam distúrbios funcionais dos nervos sensitivos e vasomotores. Nos casos de cáries de evolução rápida ou nos preparos de cavidade que exigem grande perda tecidual, pode observar-se a atrofia dos dentinoblastos e, conseqüentemente, paralisação da dentinogênese, seguida de inflamação e exposição da polpa, e durante as manobras operatórias pode ocorrer a exposição pulpar. Alterações Inflamatórias Pulpares (Aguda e Crônica) Dependendo da intensidade do agente agressor e das condições anatomo-clínicas do dente, os fenômenos inflamatórios poderão evoluir de forma aguda - em que a mortificação pulpar acontece em tempo mais curto; ou de forma crônica - em que os fenômenos inflamatórios se desenvolvem com lentidão e a mortificação pulpar, quando ocorre, sempre se dará tardiamente. Desde que o ápice se encontre completamente formado, essa condição passaa influenciar decisivamente na evolução clínica da inflamação e a presença ou não de exposição pulpar. Quando esta ocorre, em cavidades abertas, a polpa comunica-se diretamente com o meio bucal, condicionando evolução mais provável para processo inflamatório crônico. Esta condição, ápice completo e exposição pulpar, não afasta a possibilidade de evolução aguda, porém, quando esta ocorre, os fenômenos subjetivos são diminuídos e de difícil identificação clínica. Na ausência de exposição pulpar, com a cavidade fechada, em que a polpa não se comunica com o meio externo, o desfecho mais provável é de reação inflamatória aguda, ocorrendo em curto espaço de tempo a necrose. Nessa condição, também poderá haver evolução crônica com acentuada prevalência de fenômenos ligados a mortificação de progressão lenta, praticamente indolor ou com manifestações dolorosas leves, não localizadas e mal definidas, podendo ocorrer surtos agudos esporádicos. Alteração Inflamatória Aguda Sob ação de irritantes, inicia-se, a reação inflamatória pulpar. A primeira manifestação observada é na área vascular. Segue-se o aumento de velocidade da corrente circulatória, edema, centralização das hemácias e marginação leucocitária. A principal manifestação clínica de uma alteração inflamatória é a presença de dor. Em função das alterações periapicais, inicia- se a dinâmica inflamatória, onde temos a presença de edema em virtude da inelasticidade das paredes dentinárias, o exsudato infiltra-se no tecido, passando a exercer pressão sobre os vasos, dificultando, assim, a circulação pulpar, especialmente a de retorno. O quadro descrito desenvolve-se, junto à zona injuriada. Em razão da sua evolução, os tecidos da região apical, gradativamente, envolvem-se no processo, já que se tornam cada vez maiores as exigências sangüíneas. Assim sendo, os vasos arteriais na região apical dilatam-se cada vez mais, pressionando as veias. Tal fato é agravado pela já referida inelasticidade das paredes do canal na altura do forame. Em decorrência, a circulação de retorno torna-se gradativamente mais difícil, observando-se, a partir desse ponto, dilatação dos vasos venosos com conseqüente entorpecimento da corrente circulatória. Predomina, agora, a hiperemia passiva. Nesta fase nota-se considerável diapedese, intensiva atividade leucocitária, notadamente polimorfonucleares neutrófilos na área contígua ao foco de injúria. Ocorrem, paralelamente, tromboses que favorecem rupturas vasculares, seguidas de hemorragia intercelular. Nas áreas onde a inflamação é mais intensa observa-se a presença de microabscessos. A partir do momento em que a circulação de retorno não tiver mais condições de drenar os produtos tóxicos oriundos da atividade inflamatória aguda, a polpa inflama-se por inteiro e a mortificação torna-se iminente. De modo a tornar melhor o entendimento da evolução inflamatória pulpar, aqui elas estarão classificadas de acordo com a sintomatologia dolorosa, segundo Paiva & Antoniazzi. Alteração Inflamatória Fase Reversível As dores são provocadas por substancias ácidas, açucaradas e principalmente pelo frio. A dor é de curta duração, localizada, intermitente e cede com o uso de analgésicos. Nesta fase, removendo-se o agente irritante (cárie ou trauma), o tratamento da polpa é conservador. Alteração Inflamatória Fase Transição Caso não haja a remoção do agente agressor, ocorre o desenvolvimento do processo inflamatório pulpar agudo, onde as sintomatologias também evoluem e clinicamente a dor provocada pelas substancias anteriores se intensificam, sendo agravadas tanto pelo frio como pelo calor, o declínio da dor é mais lento e pode haver dor espontânea sendo mal combatida por analgésicos. Nesta fase o tratamento poderá ser conservador ou radical - pulpectomia, dependendo da intensidade e evolução dos fenômenos dolorosos. Alteração Inflamatória Fase Irreversível Na seqüência evolutiva, instala-se o auge da reação inflamatória pulpar aguda, a lesão torna-se irreversível e o diagnóstico facilmente se impõe. Os fenômenos dolorosos se intensificam e permanecem. A dor é espontânea, contínua, lancinante, difusa, irradiada, exacerbada pelo calor, enquanto que o frio pode diminuí-la. 2. DOENÇAS DO PERIÁPICE As reações inflamatórias pulpares, desde que não tratadas em tempo hábil, evoluem para mortificação. As toxinas microbianas quanto os produtos tóxicos da decomposição pulpar promovem, igualmente, a lise dos tecidos periapicais. Ocorrida a mortificação pulpar, desaparecem os sinais funcionais evidenciadores da vitalidade. Desse modo os testes térmicos e elétrico não conduzem à qualquer tipo de resposta sensitiva. A possível manifestação álgica de dentes com necrose quando da penetração do instrumento endodôntico não é devida à presença de elementos nervosos. Embora se saiba que a fibra nervosa leva algum tempo a mais para decompor-se, na necrose ela está de tal modo desorganizada que inviabiliza a condução do estímulo. Explica-se a dor pela compressão da massa necrosada sobre a região apical. Relativamente ao mecanismo de defesa até então feito pelo tecido pulpar, ele passa a ser desempenhado pelos circum-apicais, traduzido, de início, por infiltrado leucocitário. Alterações Periapicais As principais alterações patológicas que acometem a polpa e os tecidos perirradiculares são de natureza inflamatória e de origem infecciosa. A inflamação é uma resposta da polpa e dos tecidos perirradiculares frente a uma série de estímulos e agressões que provocaram injúrias teciduais, alterando o suprimento vascular e nervoso da polpa dental, e conforme o tipo de agressão e principalmente a intensidade do agente agressor será a intensidade da resposta inflamatória. Doenças do Periápice Uma vez instalada a infecção pulpar, os substratos e produtos ao entrarem em contato com a região perirradicular provocarão alterações patológicas nesta região. As reações teciduais que ocorrem na região periapical nada mais são do que seqüelas das alterações pulpares precursoras. A patologia periapical é uma seqüência lógica da patologia pulpar. Porém, as condições periapicais são diferentes das pulpares, pois o periápice apresenta muito mais resistência ao processo da doença, e o processo de cicatrização possui características próprias. O periápice não apresenta as mesmas limitações à evolução do edema como a polpa. Além disso, a vascularização colateral é muito mais rica, bem como a rede de capilares, e há possibilidades de estabelecer contato intimo e rápido com a medula óssea. Tudo isso permite uma mobilização mais rápida e melhor dos elementos defensivos em torno da região apical, no intuito de permitir que a resposta inflamatória ocorra com maior facilidade. As reações periapicais sobrevêm após qualquer tipo de mortificação pulpar, toda vez em que o estímulo ultrapassar o limiar de tolerância, instala-se a reação inflamatória, cuja evolução sofrerá variações, de acordo com a incidência de múltiplos fatores. Assim, a evolução da reação periapical para formas aguda ou crônica depende da intensidade do agente agressor, das condições anatomoclínicas da coroa, do ápice e do estado de higidez dos tecidos periapicais. A qualidade da interação desses fatores é que determinará a instalação, bem como a evolução para esta ou aquela forma de processo patológico. Estas formas, embora comportando entre si pequenas diferenças histopatológicas, exibem, praticamente, as mesmas características. Durante muito tempo, não existiu uma concordância entre os resultados das investigações sobre a patologia periapical, a microbiologia radicular e, principalmente, a instituição terapêutica, dando em conseqüência múltiplos caminhos para a solução de idênticas condições periapicais. O mecanismo pelo qual se formam as lesões periapicais passou a ser melhor entendido apósexperiências de Fish sobre infecção óssea. Sua experiência constitui na introdução em maxilares de cobaias, através de perfuração de fibras de algodão embebidas em caldo de cultura microbiana, principalmente de estreptococos alfa e beta, e de estafilococos aureus, produzindo, desta forma, focos infecciosos artificiais. O autor esclarece que os resultados são semelhantes, independentemente da espécie microbiana utilizada na experimentação, salientando que as lesões ósseas se organizam com características bem definidas e constantes, que se dão a conhecer por quatro zonas dispostas concentricamente, sendo que cada uma delas possui elementos constitutivos próprios ao papel que desempenham no quadro geral da lise óssea. Na primeira, denominada zona de infecção, estão sediados os microorganismos ao lado do infiltrado inflamatório prevalentemente neutrofílico. Na segunda, zona de contaminação, é marcante a presença de infiltrado crônico linfo-plasmocitário e observa-se a destruição de células ósseas, de modo que as lacunas apresentam-se vazias. Não há microorganismos nessa área e, assim sendo, a destruição é explicada pelas toxinas provenientes da zona de infecção. Na denominada zona de irritação, terceira zona, verifica-se com mais freqüência à presença de histiócitos e osteoclastos. As toxinas que ai chegam, estando mais diluídas, permitem a sobrevivência das células mencionadas. A trama colágena é destruída ao mesmo tempo em que os osteoclastos reabsorvem o osso adjacente. Segundo Fish, o resultado dessa dupla atividade destrutiva é a abertura de uma brecha no osso, em torno do centro da lesão. O espaço formado é preenchido por neutrófilos e até isto acontecer há o perigo de extensão da necrose. Na última zona, chamada de estimulação, predominam osteoblastos e fibroblastos. É a zona mais periférica da lesão, onde as toxinas estão a tal ponto diluídas que passam a se comportar como estimulante da atividade celular, favorecendo a produção de fibra colágena e de novo osso, que se organiza irregularmente. Os conhecimentos sobre infecção óssea, dados por Fish, permitiram entender a formação das lesões periapicais, pois as reações são semelhantes àquelas que ocorrem no osso. A zona de infecção engloba o canal radicular, que aloja microorganismos cuja proliferação é garantida pelos tecidos pulpares em decomposição e pelas condições de temperatura ideal ao desenvolvimento microbiano. Circundando esta área, encontraremos as outras com as características já descritas .As reações que ocorrem nas zonas de contaminação, irritação e estimulação decorrem da ação de toxinas produzidas no interior do canal e as diferenças entre elas se explicam pela diluição da toxina, cada vez maior, a partir do centro da lesão, a ponto de, na última zona, chegar tão diluída que perde seu poder necrosante, passando a se comportar como um agente estimulador da atividade celular. Fish ressalta o fato de a área de reabsorção óssea periapical não ser uma área infectada, mas sim, uma área indicadora de destruição tecidual causada por irritante produzido no interior do canal radicular. Zonas de Fish: 1. Infecção 2. Contaminação 3. Irritação 4. Estimulação A inflamação periapical é um fenômeno que se mantém às custas da causa que a originou que são os produtos tóxicos sediados no canal radicular. Assim, suprimida a fonte, pelo correto tratamento endodôntico, a lesão periapical, desaparecerá, a menos que o quadro histopatológico oportuno (cistos, reabsorções apicais extensas e reabsorções laterais) esteja presente. Após terapia endodôntica bem-sucedida ocorre a reparação periapical. As alterações periapicais dividem-se em: A) Periodontite Apical Aguda B) Periodontite Apical Crônica Os processos periapicais inflamatórios, na quase totalidade das vezes, relacionam-se ao dente e são seqüelas de problemas pulpares anteriores. Toda vez em que um estimulo, independentemente de sua natureza, ultrapasse a capacidade de tolerância fisiológica dos tecidos que compõem o periápice (cemento, ligamento e osso alveolar ) instala-se reação inflamatória aguda do periápice - periodontite apical aguda, que em decorrência das condições da coroa e do ápice, pode sofrer diversas variações como cura, supuração, cronificação, etc. Após a mortificação pulpar forma-se no tecido perirradicular uma barreira defensora constituída de infiltrado de leucócitos polimorfonucleares neutrófilos. A atuação de um irritante qualquer promovendo o rompimento desta barreira defensora institui a lesão periapical. As lesões periapicais na maioria das vezes correspondem a reações inflamatórias decorrentes da necrose pulpar e contaminação bacteriana do canal radicular. Aceita-se que na ausência de bactérias a inflamação apical é de pouca intensidade. Como ocorre com inflamação de outros tecidos, uma vez removida a causa através da obturação do canal radicular, a normalidade do periápice é restabelecida. As inflamações periapicais freqüentemente são crônicas e assintomáticas. No exame radiográfico aparecem como áreas radiolúcidas circunscritas, e associada a dente sem vitalidade. Mesmo que a coroa esteja integra, na presença de imagem radiolúcida associada ao ápice dentário deve-se considerar como primeira hipótese de diagnóstico uma inflamação periapical. Até 1950 prevalecia o conceito do tratamento de canal baseado na medicação antibacteriana, ao invés da limpeza químico-mecânica. Os canais eram mal preparados e conseqüentemente mal obturados. As vezes a reação inflamatória se desenvolve na porção lateral da raiz, ou seja em canais acessórios ou laterais. O processo é semelhante ao que ocorre no ápice. Nestes casos, a polpa está desvitalizada. Processos agudos ocorrem em crianças, nos dentes com canal amplo, ou em adultos devido aumento da carga bacteriana no ápice. Fatores locais são os que determinam a evolução das inflamações periapicais, havendo pouca influência de fatores sistêmicos, como diabetes, idade, fatores hormonais e imunosupressão. Como os agentes etiológicos principais são as bactérias e seus produtos, na inflamação periapical predominam os fenômenos imunológicos. Os diferentes tipos de lesões periapicais representam diferentes estágios da reação inflamatória, em diferentes fases de desenvolvimento.
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