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1 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso origina-se do folheto embrionário mais externo, o ectoderma. Seu processo de formação é conhecido por neurulação e está completo a nível do 26º dia de gestação. Primeiramente ocorre um espessamento do ectoderma e subseqüentemente a formação da placa neural ou neuroectoderma no local. A placa neural então passará a sofrer em sua região média um pequeno aprofundamento conhecido por sulco neural. O aprofundamento do sulco neural dará origem à goteira neural, e a fusão dos lábios dessa goteira formará o tubo neural. Simultaneamente ao fechamento do tubo neural, células ectodérmicas migram para a região dorsal do tubo, formado a crista neural. O fechamento dos lábios do tubo neural é um processo que começa em seu centro e migra para as extremidades. Os pontos de fechamento tardio são denominados neuróporos, sendo um cranial e outro caudal. É importante ressaltar que qualquer erro que ocorra no processo de fechamento do tubo neural traz graves conseqüências ao feto, tais como mielocele e meningomielocele. DILATAÇÕES DO TUBO NEURAL: Anatomia do Sistema Nervoso 6 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 3 – Embriologia do Sistema Nervoso O sistema nervoso, com o intuito de manter relação com o meio ambiente, originou-se do folheto embrionário mais externo, o ectoderma. Seu processo de formação é conhecido por neurulação e está completo a nível do 26º dia de gestação. Primeiramente ocorre um espessamento do ectoderma e subseqüentemente a formação da placa neural ou neuroectoderma no local. A placa neural então passará a sofrer em sua região média um pequeno aprofundamento conhecido por sulco neural. O aprofundamento do sulco neural dará origem à goteira neural, e a fusão dos lábios dessa goteira formará o tubo neural. Simultaneamente ao fechamento do tubo neural, células ectodérmicas migram para a região dorsal do tubo, formado a crista neural. O fechamento dos lábios do tubo neural é um processo que começa em seu centro e migra para as extremidades. Os pontos de fechamento tardio são denominados neuróporos, sendo um cranial e outro caudal. O término do fechamento do tubo neural consiste no fim do período de neurulação. É importante ressaltar que qualquer erro que ocorra no processo de fechamento do tubo neural traz graves conseqüências ao feto, tais como mielocele e meningomielocele. Muitas vezes esses problemas podem ser evitados com o acréscimo de vitamina B12 a dieta materna, pois essa vitamina facilita o processo de “costura” do tubo neural e conseqüente término da neurulação. 1 •Ectoderma 2 •Placa Neural 3 • Sulco Neural 4 •Goteira Neural 5 •Tubo Neural 6 •Crista Neural ESQUEMA 2 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin OSSOS DO CRÂNIO O crânio é uma estrutura formada por ossos chatos e irregulares, que guarda no seu interior o encéfalo. O crânio é subdividido em duas porções uma inferior, chamada de esplancnocrânio ou crânio visceral, que proporciona sustentação as vísceras faciais, e uma superior, chamada de neurocrânio. O neurocrânio também é subdividido, por uma linha imaginária, que sai da glabela (região do osso frontal superior ao osso nasal) e vai até a protuberância occipital externa, em duas porções: abóboda craniana (superior) e base do crânio (inferior) 1. CALOTA CRANIANA: É formada por sete ossos assim dispostos: 1 frontal (anteriormente), 2 parietais (lateralmente), 2 temporais (lateralmente), 1 esfenoidal (asas maiores) (lateralmente) e 1 occipital (posteriormente) Os ossos da calota craniana são formadas por três camadas distintas: cortical externa, diploe e cortical interna 1.1) SUTURAS E ESTRUTURAS RELACIONADAS: Sutura sagital: une os dois ossos parietais no plano sagital mediano Sutura coronal: disposta no plano coronal, une os ossos parietais ao frontal Sutura lambdóide: une os dois ossos parietais ao osso occipital. Continua inferiormente como sutura temporoccipital Sutura metópica: rara, presente apenas em algumas pessoas, corresponde a região de junção das duas matrizes ósseas do osso frontal; Sutura parietotemporal (escamosa): localizada na região lateral da abóboda, une o osso parietal ao temporal; Anatomia do Sistema Nervoso 9 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 5 – Crânio O Crânio é uma estrutura formada por ossos chatos e irregulares, que guarda no seu interior o encéfalo. Juntamente com a coluna vertebral (que aloja a medula espinhal), o esterno e as costelas, ele forma o esqueleto axial, que é o eixo de nosso corpo. O crânio é subdividido em duas porções: uma inferior, chamada de esplancnocrânio ou crânio visceral, que proporciona sustentação as vísceras faciais, e uma superior, chamada de neurocrânio ou crânio neural, que aloja no seu interior a porção encefálica do SNC. As duas porções do crânio são separadas por uma linha imaginária, que sai da glabela (região do osso frontal superior ao osso nasal) e vai até a protuberância occipital externa. Essa linha é denominada násion-ínion, sendo o násion considerado a glabela e o ínion, o centro da protuberância occipital externa. Tudo acima dessa linha é neurocrânio e tudo abaixo esplancnocrânio. Para a neuroanatomia o estudo no esplancnocrânio não é tão relevante, logo passemos para a descrição do neurocrânio. Ele é dividido em duas porções: a primeira, mais superior, é denominada calota craniana, também chamada de abóbada ou calvária e a segunda, mais inferior, denominada base do crânio. Capítulo 5.1 – Calota Craniana É uma porção do neurocrânio de forma ovóide que possui uma concavidade interna e uma convexidade externa. É formada por sete ossos assim dispostos: 1 frontal (anteriormente), 2 parietais (lateralmente), 2 temporais (lateralmente), 1 esfenoidal (asas maiores) (lateralmente) e 1 occipital (posteriormente). Os ossos da calota craniana são formadas por três Os 3 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Sutura esfenotemporal: é formada pela junção da sutura escamosa com o osso esfenóide. Bregma: localizado anteriormente no ponto de união da sutura sagital com a coronal Lambda: localizado posteriormente, no ponto de união da sutura sagital com a lambdóide 2. BASE DO CRÂNIO: Divide-se em fossa anterior, média e posterior Fossa anterior: composta pelos ossos frontal, esfenóide e estmóide Fossa média: formada pelos ossos esfenóide e o temporal Fossa posterior: formada pelos ossos occipital, temporal e esfenóide 2.1) OSSOS DA BASE DO CRÂNIO: Osso frontal Osso estmóide: participa da formação óssea do septo nasal. Seus acidentes mais expressivos são: a Crista Galli localizada na fossa anterior do crânio e os forames da lâmina cribiforme ou crivosa Osso esfenóide: - Corpo: medialmente, tem em sua face superior a cela túrcica, que abriga a glândula hipófise - Asas menores: formam parte do assoalho da fossa anterior do crânio. Ainda participam do limite entre a fossa anterior e a média do crânio - Asas maiores: fazem parte do assoalho da fossa média do crânio. Juntamente com a asa menor formam a fissura orbital superior Anatomia do Sistema Nervoso 10 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Os ossos da calota craniana são formadas por três camadas distintas: Cortical externa: É a camada mais externa formada por uma lâmina de osso compacto; Díploe: É a camada intermediária formada por osso esponjoso que tem como conteúdo um lago vascularvenoso; Cortical interna: É a camada mais interna, constituída por osso compacto, porém muito mais fina que a cortical externa. Suturas e estruturas relacionadas Na superfície externa da calota craniana podem ser vistas suturas que identificam pontos de fusão dos ossos que a compõem: Sutura sagital: Une os dois ossos parietais no plano sagital mediano; Sutura coronal: Disposta no plano coronal, une os ossos parietais ao frontal; Sutura lambdóide: Une os dois ossos parietais ao osso occipital. Continua-se inferiormente como sutura temporociptal; Sutura metópica: Rara, presente apenas em algumas pessoas, corresponde a região de junção das duas matrizes ósseas do osso frontal; Sutura parietotemporal (escamosa): Localizada na região lateral da abóboda, une o osso parietal ao temporal; Sutura esfenotemporal: É formada pela junção da sutura escamosa com o osso esfenóide. Bregma: Localizado anteriormente no ponto de união da sutura sagital com a coronal; Lambda: Localizado posteriormente, no ponto de união da sutura sagital com a lambdóide; Forames Parietais: Aberturas vasculares no osso parietal que dão passagem as veias emissárias parietais, que drenam sangue do escalpo para o seio sagital superior. OBS: É importante lembrar que ao nascerem, as crianças ainda não apresentam seu processo de ossificação completo. No caso do crânio esses ossos ainda encontram-se bastante separados, sendo o espaço preenchido entre eles por tecido conjuntivo. Assim, nestes pontos de junção formam-se áreas bastantes instáveis conhecidas como fontanelas, vulgarmente chamadas de moleiras. 4 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin - Processos Pterigóideos: visualizados apenas na face inferior da base do crânio, são compostos por uma lâmina pterigóidea lateral e medial separadas entre si pela fossa pterigóidea. Osso temporal: - Porção escamosa: fina lâmina óssea disposta verticalmente na calota craniana, logo abaixo da sutura escamosa - Porção zigomática: o processo zigomático estende-se a partir da porção escamosa para se articular com o processo temporal do osso zigomático - Porção timpânica: forma parte do meato acústico externo - Processo estilóide: é uma pequena projeção óssea que se estende no sentido ântero-inferior - Processo mastóide: é um segmento pneumático do osso temporal que estende-se em sentido ântero-inferior - Porção petrosa: Vista apenas na face interna do crânio, possui uma cavidade que forma o conduto auditivo externo, o ouvido médio, o canal carotídeo, entre outras estruturas Osso occipital: - Porção condilar: forma a parede lateral do osso occipital e possui os côndilos occipitais, que são duas grandes protuberâncias que se articulam com a primeira vértebra cervical - Porção basilar: é uma lamina óssea inclinada ântero-superiormente também denomina de rampa basilar. - Porção escamosa: forma o assoalho da fossa parietal da calota craniana. Encontramos ali a protuberância occipital interna e externa, crista occipital interna e externa, entre outros acidentes. OBS: CLIVUS: 1/3 superior formada pelo corpo do osso esfenóide e 2/3 inferiores formado pela porção basilar do osso occipital 2.2) FORAMES DA BASE DO CRÂNIO: Fossa anterior: - Forame cego: veia emissária para o seio sagital superior - Forame etmoidal anterior: nervo, veia e artéria etmoidal anterior - Forame etmoidal posterior: nervo, veia e artéria etmoidal posterior - Lâmina crivosa: filamentos do I NC - Canal óptico: II NC e artéria oftálmica OBS: pilar óptico: separa o canal óptico do fissura orbital superior. Sua representação endonasal se da pelo recesso óptico-carotídeo (ínfero-lateral ao canal óptico) Fossa média: - Fissura orbital superior: III, IV, V1, VI NC e veia oftálmica - Forame Redondo: V2 - Forame oval: V3 - Forame espinhoso: artéria meníngea média - Forame lacerado: carótida interna - Canal pterigóideo: nervo vidiano (importante para localizar a carótida). Está medial ao forame redondo 5 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Fossa posterior: - Meato acústico interno: é dividido em quatro segmentos pelos “bills bar” e crista transversa o Segmento antero-superior: VII NC o Segmento antero-inferior: nervo coclear o Segmento postero-superior: nervo vestibular superior o Segmento postero-inferior: nervo vestibular inferior - Forame jugular: IX, X e XI (porção cervival) - Canal do hipoglosso: XII NC - Forame magno: bulbo, medula, artérias vertebrais, meninges, XI NC (porção espinhal) 6 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin TRONCO ENCEFÁLICO O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se ventralmente ao cerebelo, ou seja, conecta a medula espinal com as estruturas encefálicas localizadas superiormente. O tronco encefálico se divide em: bulbo, situado caudalmente, mesencéfalo, e a ponte situada entre ambos. A substância branca do tronco encefálico inclui tratos que recebem e enviam informações motoras e sensitivas para o cérebro e também as provenientes dele. 7 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Dispersas na substância branca do tronco encefálico encontram-se massas de substância cinzenta denominadas núcleos, que exercem efeitos intensos sobre funções como a pressão sangüínea e a respiração. Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou imitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. 1. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO BULBO: 1. Limites: Inferior: limita-se com a medula a nível do forame magno, imediatamente acima do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical. Superior: limita-se com a ponte através do sulco bulbo-pontino. É dividido ainda em anterior, lateral e posterior por sulcos que são uma continuação direta dos funículos da medula. 2. Estruturas do bulbo: ANTERIOR Fissura mediana anterior: separa as pirâmides do bulbo e termina no forâme cego cranialmente. Pirâmides: feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam áreas motoras do cérebro aos neurônios motores das medula (tracto piramidal). Decussação das pirâmides: cruzamento das fibras do tracto piramidal na parte caudal do bulbo. Sulco lateral anterior delimita a área lateral do bulbo juntamente com o sulco lateral posterior. Olivas: massa de substância cinzenta (núcleo olivar inferior), localizada na área lateral do bulbo. Nervos crânianos: hipoglosso (NC XII) sai do sulco lateral anterior e acessório (NC XI), vago (NC X) e glossofaríngeo (NC IX) saem do sulco lateral posterior. 8 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin POSTERIOR Porção fechada do bulbo: metade caudal percorrida pela continuação direta do canal central da medula. Porção aberta do bulbo: assoalho do IV ventrículo. Sulco mediano posterior delimita a área posterior do bulbo juntamente com o sulco lateral posterior e, termina a meia altura do bulbo em virtude do afastamento dos seus lábios que formam os limites laterais do IV ventrículo. A área posterior do bulbo é uma continuação do funículo posterior da medula (fascículo grácil e cuneiforme separados pelo sulco intermédio posterior). Cranialmente os fascículos grácil e cuneiforme dão origem ao tubérculo do núcleo grácil medialmente e ao tubérculo do núcleo cuneiforme lateralmente que formam adiante o pedúnculo cerebelar inferior. 9 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2. ANATOMIA MACROSCÓPICA DA PONTE: 2.1) Limites: Superior: sulco ponto-mesencefálico Inferior: sulco bulbo-pontino (saída dos NC VI, VII e VIII) com o bulbo Situa-se ventralmente ao cerebelo e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica do esfenóide 2.2) Estruturas: ANTERIOR Sulco basilar: percorre a ponte longitudinalmente sendo local de alojamento da artéria basilar. Pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte): formado pela convergência de fibras transversais na parte inferior da ponte, após a emergencia do nervo trigêmeo (NC V). Nervos crânianos: trigêmeo (NC V) emerge no limite entre a ponte e o braço da ponte, abducente (NC VI) emerge entre a ponte e a pirâmide do bulbo no 10 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin sulco bulbo-pontino, vestibulo-coclear (NC VIII) emerge próximo ao flóculo (pequeno lóbulo do cerebelo) e medialmente a este emerge o facial (NC VII), ambos ao nível do sulco bulbo-pontino. Entre os NC VII e VIII emerge o nervo intermédio (parte sensitiva do facial). POSTERIOR A parte dorsal da ponte não apresenta linha de demarcação com a parte dorsal da porção aberta do bulbo, constituíndo ambas o assoalho do VI ventrículo. 3. ANATOMIA MACROSCÓPICA DO MESENCÉFALO: 3.1) Limites: Interpõe-se entre a ponte e o cérebro, do qual é separado por um plano que liga os corpos mamilares (pertencentes ao diencéfalo) a comissura posterior. 3.2) Estrutura: Tecto do mesencéfalo: situado dorsalmente ao aqueduto cerebral. 11 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Pedúnculo cerebral: situado ventralmente ao aqueduto cerebral. Aqueduto cerebral: atravessa o mesencéfalo ligando o IV ao III ventrículo. TECTO DO MESENCÉFALO Colículo superior: liga-se ao corpo geniculado lateral do diencéfalo. Colículo inferior: liga-se ao corpo geniculado medial do diencéfalo. Nervo troclear (NC IV): emerge caudalmente a coliculo inferior respectivo. OBS: núcleo de Edinger Westphal = núcleo do III NC no tecto do mesencéfalo. Compressão do tecto = sinal do sol poente (olhar pra baixo). PEDÚNCULO CEREBRAL Tegmento: parte dorsal predominantemente celular. Base: parte ventral formada por fibras longitudinais. Substância negra: separa a base do tegmento e é formada por neurônios que contém melanina. Sulco medial do pedúnculo cerebral: emerge o nervo oculomotor (NC III). Sulco lateral do mesencéfalo: marca, juntamente com o sulco medial do pedúnculo cerebral, o limite entre base e tegmento. 12 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 13 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin CEREBELO Situa-se dorsalmente ao bulbo e à ponte e contribui para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital. Tenda do cerebelo: separa o cerebelo do lobo occipital. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente. Distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e medina, o vérmis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares. 1. ASPECTOS ANATÔMICOS: 1) Divisão filo e ontogenética: Lobo anterior Lobo posterior Lobo flóculo-nodular ARQUICEREBELO Lobo flóculo-norular Equilíbrio PALEOCEREBELO Lobo anterior + pirâmide e uvula Tônus muscular e postura NEOCEREBELO Lobo posterior Movimentos finos 2) Lóbulos e fissuras: A divisão do cerebelo em lóbulos não tem nenhum significado functional, apenas topográfico. Os lóbulos recebem denominações diferentes no vérmis e nos hemisférios. LÓBULOS DOS HEMISFÉRIOS Asa do lóbulo frontal Lóbulo quadrangular Lóbulo semilunar superior Lóbulo semilunar inferior Lóbulo biventre Tonsila Flóculo: situado logo abaixo do ponto em que o pedúnculo cerebelar médio penetra no cerebelo, próximo ao NC VIII. 14 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin FISSURAS DO CEREBELO Pré-central Pré-culminar Prima: separa o lobo anterior do posterior Pós-clival Horizontal Pré-piramidal Pós-piramidal Póstero-lateral: separa o lobo flóculo-nodular do corpo do cerebelo (lobo anterior + posterior) LÓBULOS DO VÉRMIS: Língula: aderida ao véu medular. Lóbulo Central Cúlmen Declive Fólium: folha do vérmis. Túber Pirâmide Úvula Nódulo: liga-se ao flóculo pelo pedúnculo do flóculo 15 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2) NÚCLEOS CENTRAIS DO CEREBELO: Denteado Emboliforme Globoso Fastigial 16 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin TELENCÉFALO O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais, direito e esquerdo, que são incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo o assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, denominada corpo caloso, principal meio de união entre os dois hemisférios. Cada hemisfério possui três pólos: frontal, occipital e temporal; e três faces: súpero-lateral (convexa); medial (plana); e inferior ou base do cérebro (irregular). 1. LOBOS CEREBRAIS: Lobo frontal: localiza-se acima do sulco lateral (de Sylvius) e anterior ao sulco central (de Rolando). Lobo temporal: localiza-se abaixo do sulco lateral e é separado do lobo occipital por uma linha imaginária parieto-occipital e do parietal por outra linha imaginária que vai do término do sulco lateral até a linha parieto-occipital. Lobo parietal: localiza-se posterior ao sulco central, superior ao sulco lateral e anterior a linha imaginária parieto-occipital. Lobo occipital: localiza-se posterior a linha parieto-occipital. Ínsula: situa-se profundamendo ao sulco lateral e não tem relação com os ossos do crânio. 2. MORFOLOGIA DAS FACES DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS: 2.1) FACE SUPERO-LATERAL OU CONVEXA: 2.1.1) Lobo frontal: Giro pré-central: córtex motor principal Giro frontal superior Giro frontal médio Giro frontal inferior: é subdivido pelos ramos anterior e ascendente do sulco lateral em orbital, triangular e opercular (área de Broca). Sulco pré-central: entre o giro pré-central e os outros giros, geralmente dividido em dois segmentos. Sulco frontal superior: entre o giro frontal superior e médio Sulco frontal inferior: entre o giro frontal médio e inferior 2.1.2) Lobo temporal: Giro temporal superior: seu assoalho é constituído por giros transversais, dos quais o mais evidente, o giro transversal anterior, é responsável pelo centro cortical da audição. Giro temporal médio Giro temporal inferior Sulco temporal superior: entre o giro temporal superior e médio Sulco temporal inferior: entre o giro temporal médio e inferior 17 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2.1.3) Lobo parietal: Giro pós-central: centro cortical sensitivo Lóbulo parietal superior Lóbulo parietal inferior: giro supramarginal (térmico do sulco lateral) e giro angular (término do sulco temporal superior) Sulco pós-central: entre o giro pós-central e os lóbulos parietais superior e inferior Sulco intraparietal: divide os lóbulos parietais em superior e inferior 2.1.3) Lobo occipital: Apresenta pequenos sulcos e giros irregulares na face supero-lateral OBS: valécula: abertura pela qual transita a ACM, entre os lábios dos lobos frontal e temporal e, comunica a fissura sylviana a cisternas carotídea e óptica.2.2) FACE MEDIAL: 18 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2.2.1) Lobo occipital: Sulco calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso e tem um trajeto arqueado em direção ao lobo occipital. Nos lábios do sulco calcarino localiza-se o centro cortical da visão. Sulco parieto-occipital: separa o lobo occipital do parietal Giro Cúneus: complexo e triangular Giro occipito-temporal medial: esse giro continua anteriormente com o giro para-hipocampal, do lobo temporal. 2.2.2) Lobos frontal e parietal: Giro do cíngulo: contorna o corpo caloso, ligando-se ao hipocampo pelo istmo do giro do cíngulo. Lóbulo paracentral: localiza-se entre o sulco marginal e o sulco paracentral (ou ascendente anterior). Na parte anterior e posterior deste lóbulo localizam- se as áreas motoras e sensitivas relacionadas com a perna e o pé. Pré-cúneos: localizado superiormente ao sulco parieto-occipital, no lobo parietal Giro frontal superior: anterior ao ramo ascendente do sulco do cíngulo Sulco do corpo caloso: começa abaixo do rostro do corpo caloso, contorna o tronco e o esplênio do corpo caloso, onde se continua já no lobo temporal, com o sulco do hipocampo. Sulco do cíngulo: tem seu curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é separado pelo giro do cíngulo. Termina posteriormente em dois sulcos: ramo marginal do giro do cíngulo e sulco subparietal 19 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2.2.3) Corpo caloso: É formado por um grande número de fibras mielínicas que cruzam o plano sagital mediano e penetram de cada lado no centro branco medular do cérebro, unindo áreas simétricas do córtex de cada hemisfério De anterior para posterior divide-se em rostro, joelho, corpo e esplênio. Anteriormente o rostro do corpo caloso segue formando a lâmina rostral que vai até a comissura anterior. Entre a comissura anterior e o quiasma óptico encontra-se a lâmina terminal, delgada lâmina de substância branca que também une os hemisférios e constitui o limite anterior do III ventrículo. 2.2.4) Fórnix: Feixe complexo de fibras que emergem abaixo do esplênio do corpo caloso e vão em direção a comissura anterior. De anterior para posterior divide-se em coluna, corpo, cruz e fímbrias do fórnix as quais penetram de cada lado do corno inferior dos ventículos laterais e se unem ao hipocampo. No ponto em que as pernas do fórnix se separam, algumas fibras passam de um lado para o outro, formando a comissura do fórnix. 20 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2.2.5) Sépto pelúcido: Entre o corpo caloso e o fórnix estende-se o septo pelúcido, constituído por duas delgadas lâminas de tecido nervoso que delimitam uma cavidade muito estreita, a cavidade do septo pelúcido. O septo pelúcido separa os dois ventrículos laterais. 2.3) FACE INFERIOR: 2.3.1) Lobo temporal: Giro temporal inferior Giro occipito-temporal Giro para-hipocampal: se liga posteriormente ao giro do cíngulo. Assim o úncus, o giro para-hipocampal, o istmo do giro do cíngulo e o giro do cíngulo constituem o lobo límbico, parte importante do sistema límbico, relacionado com o comportamento emocional e o controle do sistema nervoso autônomo. Sulco occipito-temporal: separa o giro temporal inferior do occipito-temporal Sulco colateral: separa o giro para-hipocampal (medial) do giro occipito- temporal (lateral) Sulco rinal: continuação anterior do sulco colateral 2.3.2) Lobo frontal: Giro reto: localiza-se medialmente ao sulco olfatório e continua dorsalmente como giro frontal superior. Giros orbitários: são divididos pelo H orbitários em giro orbital anterior, posterior, lateral e medial Sulco olfatório: separa o compartimento medial (giro reto) do compartimento lateral (giros orbitários e outros giros irregulares) Sulcos orbitários: constituem o H orbitário 21 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 22 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 3. ORGANIZAÇÃO INTERNA DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS: Cada hemisfério possui uma camada superficial de substãncia cinzenta, o cortex cerebral, que reveste um centro de substância branca, o centro branco medular cerebral, no interior do qual existem massas de substância cinzenta, os núcleos da base. 23 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 3.1) Núcleos da Base: Núcleo caudado: sua extremidade anterior constitui a cabeça do núcleo caudado, que forma o assoalho do corno anterior do ventrículo lateral. Ela continua gradualmente com o corpo do núcleo caudado, situado no assoalho da parte central do ventrículo lateral. Este se afina pouco a pouco para formar a cauda do núcleo caudado estendendo-se até a extremidade anterior do corno inferior do ventrículo lateral. Núcleo lentiforme: é dividido em putamen (lateral) e globo pálido (medial) pela lâmina medular lateral. O globo pálido é dividio em interno e externo pela lâmina medular medial. Medialmente relaciona-se com a cápsula interna que o separa do núcleo caudado e do tálamo. Lateralmente relaciona- se com o cortex da insula, do qual é separado pelo claustrum. Claustrum: é uma delgada calota de substância cinzenta situada entre o córtex da ínsula e o núcleo lentiforme. Separa-se do córtex da ínsula por uma fina lâmina branca, a cápsula extrema. Entre o claustro e o núcleo lentiforme existe uma outra lâmina branca, a cápsula externa. Corpo amigdalóide: tem íntima relação com a cauda do núcleo caudado. Faz parte do sisteme límbico e é um importante centro regulardor do comportamento sexual e da agressividade. Núcleo accumbens: massa de substância cinzenta situada na zona de união entre o putâmen e a cabeça do núcleo caudado, também chamado de corpo estriado ventral. Núcleo basal de Meynert: neurônios ricos em acetilcolina. Anatomia do Sistema Nervoso 35 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.1 – Núcleos da Base São agregados de corpos de Neurônios, em meio à substância branca. Núcleo Cláustrum: É uma delgada lâmina de substância cinzenta localizada entre o córtex da ínsula e o putâmen. Delimita-se através de lâminas de substância branca: a cápsula Externa e Extrema. Núcleo Lentiforme: Apresenta o formato de uma pirâmide. Localiza-se na curvatura do núcleo caudado, estando unido a este anteriormente. Divide-se em duas porções através das lâminas medulares lateral e medial: putâmen e globo pálido. Núcleo Caudado: Apresenta o aspecto de uma ferradura, cuja borda convexa ajuda a formar as paredes do ventrículo lateral, e a côncava circunda o núcleo lentiforme e o tálamo. Apresenta 3 porções: a cabeça, uma porção anterior e volumosa, o corpo e a cauda. No término da cauda dispo-se o corpo amigdalóide, uma massa de subs. cinzenta pequena e esférica. Separando o núcleo lentiforme do caudado tem-se uma faixa de substância branca chamada cápsula interna (perna anterior). Corpo Amigdalóide – Sistema Básico de proteção (avançar ou correr). Núcleo Accumbens – Comportamento Agressivo. OBS 1: Tudo que chega aos núcleos entra pelo Putâmen e pelo Núcleo Caudado e sai pelo Globo pálido Medial e Lateral. OBS 2: A Cápsula Interna é Importante pois na região onde se comunica com o tálamo encontra-se a passagem das fibras motoras. Sintopia Latero-Medial 1. Córtex Cerebral 2. Cápsula Extrema 3. Núcleo Cláustrum 4. Cápsula Externa 5. Putamen do Núcleo Lentiforme 6. Lâmina Medular Lateral 7. Globo Pálido Lateral do Núcleo Lentiforme 8. Lâmina Medular Medial 9. Globo Pálido Medialdo Núcleo Lentiforme 10. Cápsula Interna 11. Anteriormente: Núcleo Caudado, Posteriormente: Tálamo 12. Terceiro Ventrículo *Cauda do Núcleo Caudado Anatomia do Sistema Nervoso 35 Lucas Piccoli Conzatti ATM 2015/1 Capítulo 12.1 – Núcleos da Base São agregados de corpos de Neurônios, em meio à substância branca. Núcleo Cláustrum: É uma delgada lâmina de substância cinzenta localizada entre o córtex da ínsula e o putâmen. Delimita-se através de lâminas de substância branca: a cápsula Externa e Extrema. Núcleo Lentiforme: Apresenta o formato de uma pirâmide. Localiza-se na curvatura do núcleo caudado, estando unido a este anteriormente. Divide-se em duas porções através das lâminas medulares lateral e medial: putâmen e globo pálido. Núcleo Caudado: Apresenta o aspecto de uma ferradura, cuja borda convexa ajuda a formar as paredes do ventrículo lateral, e a côncava circunda o núcleo lentiforme e o tálamo. Apresenta 3 porções: a cabeça, uma porção anterior e volumosa, o corpo e a cauda. No término da cauda dispo-se o corpo amigdalóide, uma massa de subs. cinzenta pequena e esférica. Separando o núcleo lentiforme do caudado tem-se uma faixa de substância branca chamada cápsula interna (perna anterior). Corpo Amigdalóide – Sistema Básico de proteção (avançar ou correr). Núcleo Accumbens – Comportamento Agressivo. OBS 1: Tudo que chega aos núcleos entra pelo Putâmen e pelo Núcleo Caudado e sai pelo Globo pálido Medial e Lateral. OBS 2: A Cápsula Interna é Importante pois na região onde se comunica com o tálamo encontra-se a passagem das fibras motoras. Sintopia Latero-Medial 1. Córtex Cerebral 2. Cápsula Extrema 3. Núcleo Cláustrum 4. Cápsula Externa 5. Putamen do Núcleo Lentiforme 6. Lâmina Medular Lateral 7. Globo Pálido Lateral do Núcleo Lentiforme 8. Lâmina Medular Medial 9. Globo Pálido Medial do Núcleo Lentiforme 10. Cápsula Interna 11. Anteriormente: Núcleo Caudado, Posteriormente: Tálamo 12. Terceiro Ventrículo *Cauda do Núcleo Caudado 24 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 3.2) Centro branco medular cerebral: É formado por fibras mielínicas. Distinguem-se dois grupos de fibras: de projeção e de associação. As fibras de projeção ligam o córtex cerebral a centros subcorticais e as fibras de associação unem áreas corticais situadas em pontos diferentes do cérebro. Fibras de projeção: - Fórnix: une o córtex do hipocampo ao corpo mamilar e contribui um pouco para a formação do centro branco medular. - Cápsula Interna: maioria das fibras que saem ou entram no córtex cerebral. Estas fibras formam um feixe compacto que separa o núcleo lentiforme, situado lateralmente, do núcleo caudado e tálamo, situados medialmente. Acima do nível destes núcleos, as fibras da cápsula interna passam a constituir a coroa radiada. Fibras de associação: - Fascículo do Cíngulo - Une o lobo frontal e o temporal. - Fascículo Longitudinal Superior - Une os lobos frontal, parietal e occipital. Também pode ser chamado de fascículo arqueado. - Fascículo Longitudinal Inferior - Une o lobo occipital e temporal. - Fascículo Unciforme - Une o lobo frontal e o temporal. - Inter-hemisféricas: Corpo Caloso, Comissura Anterior e Comissura do Fórnix 25 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin DIENCÉFALO O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde ao prosencéfalo. Ao diencéfalo compreendem as seguintes partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, todas relacionadas com o III ventrículo. 1. TÁLAMO: 1.1) ESTRUTURAS DO TÁLAMO: Tubérculo anterior do tálamo: participa na delimitação do forame interventricular. Pulvinar: grande eminência posterior que se projeta sobre os corpos geniculados lateral (via óptica) e medial (via auditiva). Aderência intertalâmica: faz a união entre os dois tálamos. A porção lateral da face superior do tálamo faz parte do assoalho do ventrículo lateral, sendo revestido por epitélio ependinário (epitélio que reveste esta parte do tálamo e é denominada lâmina fixa). A porção medial do tálamo forma a perede lateral do III ventrículo, cujo tecto é constituído pelo fórnix e pelo corpo caloso. A face inferior do tálamo continua com o hipotálamo e o subtálamo. 26 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 1.2) FUNÇÕES DO TÁLAMO: Sensibilidade; Motricidade; Comportamento Emocional; Ativação do Córtex; Desempenha algum papel no mecanismo de vigília, ou estado de alerta. 2. HIPOTÁLAMO: 2.1) ESTRUTURAS DO HIPOTÁLAMO: Corpos mamilares: são duas eminências arredondadas de substância cinzenta evidentes na parte anterior da fossa interpeduncular. Quiasma óptico: localiza-se na parte anterior do assoalho ventricular. Recebe fibras mielínicas do nervo óptico, que ai cruzam em parte e continuam nos tractos óptico que se dirigem aos corpos geniculados laterais, depois de contornar os pedúnculos cerebrais. Túber cinério: é uma área ligeiramente cinzenta, mediana, situada atrás do quiasma e do tracto óptico, entre os corpos mamilares. No túber cinéreo prende-se a hipófise por meio do infundíbulo. Infundíbulo: é uma formação nervosa em forma de um funil que se prende ao túber cinéreo. 2.1) FUNÇÕES DO HIPOTÁLAMO: Controle do sistema nervoso autônomo; Regulação da temperatura corporal; Regulação do comportamento emocional; Regulação do sono e da vigília; Regulação da ingestão de alimentos; Regulação da ingestão de água; Regulação da diurese; Regulação do sistema endócrino; Geração e regulação de ritmos circadianos 27 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 3. EPITÁLAMO: Limita posteriormente o III ventrículo acima do sulco hipotalâmico. Seu elemento mais evidente é a glândula pineal. A base do corpo pineal se prende anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam um plano mediano, a comissura posterior e a comissura das habênulas, entre as quais penetra na glândula pineal um pequeno prolongamento da cavidade ventricular, o recesso pineal. Trígono da Habênula: área triangular na extremidade posterior da tênia do tálamo junto ao corpo pineal. Comissura posterior: é um feixe de fibras arredondado que cruza a linha mediana na junção do aqueduto com o terceiro ventrículo anterior e superiormente ao colículo superior. Marca o limite entre o mesencéfalo e diencéfalo. 4. SUBTÁLAMO: Compreende a zona de transição entre o diencéfalo e o tegumento do mesencéfalo. Verifica-se que ele se localiza abaixo do tálamo, sendo limitado lateralmente pela cápsula interna e medialmente pelo hipotálamo. O subtálamo apresenta formações de substância branca e cinzenta, sendo a mais importante o núcleo subtalâmico. 28 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin ANATOMIA DOS VENTRÍCULOS CEREBRAIS 1. VENTRÍCULOS LATERAIS: 1.1) MORFOLOGIA DOS VENTRÍCULOS LATERAIS: Os hemisférios cerebrais possuem cavidades revestidas de epêndima e contendo líquido cérebro-espinhal, os ventrículos laterais esquerdo e direito, que se comunicam com o III ventrículo pelo forame interventricular (de Monro). Forame de Monro: nível de drenagem de veia talamoestriada, veia septal anterior e veia coroidea superior. Plexo corióide esta medial a veia talamo-estriada na entrada do forame Divide-se em corno frontal, corpo, atrium, corno temporal e corno occipital Joelho da cápsula interna: estreitarelação com face lateral do corpo do ventrículo lateral, em nível do forame de Monro 1.2) MORFOLOGIA DAS PARESDES VENTRICULARES: 1.2.1) Corno frontal: Situa-se anterior ao forame interventricular Profundidade do giro frontal inferior Limites: - parede medial: septo pelúcido - parede anterior e teto: joelho do corpo caloso - parede lateral: cabeça do núcleo caudado - assoalho: rostro do corpo caloso 1.2.2) Corpo dos ventrículos laterais: Estende-se do forame interventricular até o esplênio do corpo caloso Limites: - teto: corpo do corpo caloso - parede medial: septo pelúcido e fornix - parede lateral: corpo do núcleo caudado - assoalho: tálamo 1.2.3) Atrium: Situa-se posterior ao corpo dos venstrículos laterais e anterior ao corno occipital Profundidade do giro supramarginal Limites: - teto: corpo, esplênio e tapetum do corpo caloso - parede medial: forceps major e calcar avis (proeminência formada pela projeção anterior do sulco alcarino) - parede lateral: parte anterior formada pelo núcleo caudado e parte posterior pelo tapetum - parede anterior: ??? - assoalho: trígono colateral Glomus: proeminência do plexo corióide 1.2.4) Corno Occipital: Estende-se posteriormente para o lobo occipital 29 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Limites: - parede medial: bulbo do corpo caloso e calcar avis - teto e parede lateral: tapetum - assoalho: trígono colateral 1.2.5) Corno Temporal: Vai do atrium, inferior ao pulvinar, até a parte medial do lobo temporal e termina atras do núcleo amigdaloide Profundidade do giro temporal médio Limites: - assoalho: hipocampo, smooth prominence e eminência colateral - parede medial: parte inferior do tálamo e cauda do núcleo caudado, que são separados pelo sulco estrio-talâmico - parede lateral: tapetum 2. III VENTRÍCULO: Comunica-se com o IV ventrículo através do aqueduto cerebral e com os ventrículos laterais pelos forames interventriculares (ou de Monro). Sulco hipotalâmico: vai do aquedo cerebral ao forame interventricular e divide as porções em superior pertencente ao tálamo e inferior pertencente ao hipotálamo Aderência intertalâmica: une os dois tálamos Limites: - Tecto: velum interpósito (entre assoalho dos ventrículos laterais e teto do III ventrículo. Veias cerebrais interna e artérias coroidéias postero-mediais transitam nessa estrutura) - Assoalho: anterior segmento diencefálico e posterior segmento mesencefálico - Parede posterior: recesso suprapineal ao aqueduto de Sylvius 30 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin - Parede anterior: é composta pela lâmina terminal que une os dois hemisférios cerebrais e está entre o quiasma óptico e a comissura anterior. A luz do III ventrículo se evagina para formar 4 recessos: recesso do infundíbulo, recesso óptico, recesso pineal e recesso suprapineal. 3. IV VENTRÍCULO: Situa-se entre o bulbo e a ponte ventralmente, e o cerebelo dorsalmente Continua caudalmente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aquedo cerebral A cavidade do IV ventrículo se prolonga lateralmente para formar os recessos laterais, situados na superfície dorsal do pedúnculo cerebelar inferior. Forames de Luschka (lateral) e Magendie (medial): comunicação entre o interior ventricular e o espaço subaracnóideo 3.1) ASSOALHO DO IV VENTRÍCULO: Limita-se infero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares inferiores e pelos tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme; e supero-lateralmente pelos pedúnculos cerebelares superior. Sulco mediano: percorre o assoalho do IV ventrículo em toda sua extensão Eminência medial: entre o sulco mediano e o sulco limitante. Fóvea superior e Fóvea inferior são depressões formados pelo sulco limitante, situadas respectivamente nas metades cranial e caudal da fossa rombóide. 31 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Colículo facial dilatação da eminência medial, medialmente a fóvea superior. Formado por fibras do nervo facial, que neste ponto contorna o núcleo do nervo abducente. Trígono do nervo hipoglosso: dilatação da eminência medial caudalmente e corresponde ao núcleo do nervo hipoglosso. Trígono do nervo vago: corresponde ao núcleo dorsal do vago e situa-se lateralmente ao trígono do hipoglosso e inferior a fóvea inferior. Área vestibular: lateral ao sulco limitante, correspondendo aos núcleos vestibulares do nervo vestibulo-coclear. Estrias medulares: cruzam transversalmente a área vestibular até o sulco mediano. Lócus ceruleus: lateral e superior a eminência medial. Corresponde a área do sono. Área postrema: centro do vômito 3.2) TECTO DO IV VENTRÍCULO: A metade cranial é formada pelo véu medular superior. A metade caudal é formada pelo véu medular inferior, nódulo do cerebelo e pela tela corióide do IV ventrículo (onde se localiza o plexo corióide). 32 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin MEDULA ESPINHAL A medula espinhal é uma massa cilindróide de tecido nervoso situada dentro do canal vertebral sem entretanto ocupa-lo completamente. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm. Cranialmente a medula limita-se com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. O limite caudal da medula no adulto situa-se geralmente em L1-L2. A medula termina afinando-se para formar um cone, o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. A um nível abaixo da segunda vértebra lombar encontramos apenas as menínges e as raízes nervosas dos últimos nervos espinhais, que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda eqüina. 1. ANATOMIA MACROSCOPICA DA MEDULA ESPINHAL: 1.1) FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA: Intumescência cervival: estende-se dos segmentos C4 até T1 da medula espinhal, formando o plexo cervical. Intumescência lombar: estende-se dos segmentos de T11 até L1 da medula espinhal, formando o plexo lombossacro. Sulco mediano posterior Fissura mediana anterior Sulco lateral posterior: conexão com as raízes dorsais dos nervos espinhais. Sulco lateral anterior: conexão com as raízes ventrais dos nervos espinhais. SUBSTÂNCIA CINZENTA (H MEDULAR): Coluna posterior Coluna anterior Coluna lateral: só aparece na medula torácica. Canal central da medula: resquício embrionário do tubo neural. A N A T O M I A D A M E D U L A ESPINHAL... 3 7 Sulco intermédio — Sulco lateral Septo in termédio Coluna Coluna Comissura Coluna Sulco lateral Fig. 4.2 — transversal da medula espinhal. •Sulco mediano posterior gráci l Fasc íc u lo Fu n ículo posterior Fun ícu lo lateral •Canal central da medula anterior Fissura mediana anterior Na a substância cinzenta localiza-se por dentro da branca e apresenta a forma de uma ou de um H (Fig. 4.2). Nela dis- tinguimos de cada lado três colunas que apare- cem nos cortes como cornos e que são as colu- nas anter ior, poster ior e lateral (Fig. 4.2). A coluna lateral, entretanto, só aparece na medula torácica e parte da medula lombar. No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula (ou canal do epêndima), resquício da luz do tubo neural do embrião. A substância branca é formada por fibras, a maioria delas que sobem e des- cem na medula e que podem ser agrupadas de cada lado em três ou cordões, (Figs. a saber: a) funículo situado entre a fis- sura mediana anterior e o sulco anterior; b) funículolateral — situado entre os sulcos lateral anterior e lateral posterior; c) funículo poster ior — entre o sulco late- ral posterior e o sulco mediano pos- terior, este último ligado à substância cinzenta pelo septo mediano poster ior . Na parte cervical da medula, funículo posterior é dividido pelo sulco intermé- dio posterior em fascículo e fas- cículo cuneiforme. * Não todas as borboletas que se assemelham à substância cinzenta da medula, mas somente as da famíl ia C O M O S N E R V O S ESPI NH AI S — SE G M E N T O S M E D U L A R E S (Figs. 4.5, 11.7) Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão pequenos filamentos nervosos denominados fi lamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventral e dorsal dos nervos espinhais. As duas raízes, por sua vez, se unem para formar os nervos espinhais, ocorrendo a em um ponto situado ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal (Figs. 4.5, 11.7). A conexão os nervos espinhais marca a seg- mentação da medula, que, entretanto, não é completa, uma vez que não existem septos ou sulcos transversais separando um segmento do outro. Considera-se segmento medular de um determinado nervo a parte da medula onde fa- zem conexão os filamentos radiculares que en- tram na composição deste 31 pares de nervos espinhais aos quais correspon- 31 segmentos assim distribuí- dos: oito 12 cinco cinco c, um Existem oito pares de nervos cervicais, mas somente sete primeiro par cervical emerge acima da 1- por- entre ela e o osso o par (C8) emerge abaixo da 1- o mesmo acontecendo os nervos abaixo de C8, que emergem, de cada sempre abaixo da correspondente (Fig. 4.3). Aesculapius 33 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin SUBSTÂNCIA BRANCA: Funículo anterior: situado entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior. Trato espino-talâmico anterior, Funículo lateral: situado entre os sulcos lateral anterior e o lateral posterior. Trato espino-talâmico lateral, trato piramidal lateral, Funículo posterior: situado entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior. Na parte cervical da medula o funículo posterior é dividido pelo sulco intermédio posterior em fascículo grácil e fascículo cuneiforme. 1.2) CONEXõES COM OS NERVOS ESPINHAIS: Segmento medular: parte da medula onde fazem conexão os filamentos radiculares que entram na composição desse nervo. Nos sulcos lateral anterior e lateral posterior fazem conexão com pequenos filamentos nervosos denominados de filamentos radiculares, que se unem para formar, respectivamente, as raízes ventrais e dorsais dos nervos espinhais. As duas raízes se unem para formação dos nervos espinhais, ocorrendo à união em um ponto situado distalmente ao gânglio espinhal que existe na raiz dorsal. Existem 31 pares de nervos espinhais aos quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Como conseqüência da diferença de ritmos de crescimento entre a coluna e a medula, temos o afastamento dos segmentos medulares das vértebras 34 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin correspondentes. Para sabermos qual o nível da medula cada vértebra corresponde, temos a seguinte regra: entre os níveis C2 e T10, adicionamos o número dois ao processo espinhoso da vértebra e se tem o segmento medular subjacente. Aos processos espinhosos de T11 e T12 correspondem os cinco segmentos lombares, enquanto ao processo espinhoso de L1 corresponde aos cinco segmentos sacrais. 2. ENVOLTORIOS DA MEDULA ESPINHAL: A medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas menínges, que são: dura-máter, pia-máter e aracnóide. A dura-máter e a mais espessa e envolve toda a medula, como se fosse uma luva, o saco dural. Cranialmente ela se continua na dura-máter craniana, caudalmente ela se termina em um fundo-de-saco ao nível da vértebra S2. A pia-máter é a membrana mais delicada e mais interna. Ela adere intimamente o tecido superficial da medula e penetra na fissura mediana anterior. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denteado, que se dispõem em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. Espaço epidural/extradural Espaço subdural Espaço subaracnóideo: liquor 35 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin ESTRUTURA DA MEDULA ESPINHAL (SUBSTÂNCIA BRANCA) Tracto: feixe de fibras nervosas de mesma origem, função e destino Fascículo: tracto mais compacto Funículo: substância branca da medula que pode conter vários fascículos Lemnisco: feixe de fibras sensitivas que levam impulsos nervosos ao tálamo Decussação: fibras nervosas que cruzam obliquamente o plano mediano Comissura: fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano mediano 1. VIAS DESCENDENTES: Formadas por fibras que se originam do cortex cerebral/tronco e terminam fazendo sinapse com os neurônios medulares ou nos neurônios pré-ganglionares do SNA 2.1) VIAS PIRAMIDAIS: Tracto córtico-espinhal anterior: origina-se no córtex cerebral, vai até o bulbo e não cruza na decussação das pirâmides. Localiza-se no funículo anterior da medula. Termina mais ou menos no nível da medula torácica onde faz o cruzamento das fibras. Tracto córtico-espinhal lateral: são as fibras do tracto córtico espinhal que cruza no bulbo na decussação das pirâmides. Localiza-se no funículo lateral da medula. Suas fibras atingem até a medula sacral. MOTRICIDADE VOLUNTÁTIA É SEMPRE CRUZADA! 2.2) VIAS EXTRAPIRAMIDAIS: Tracto tecto-espinhal: origina-se no tecto do mesencéfalo (colículo superior) e vai até os neurônios motores da coluna anterior Tracto vestibulo-espinhal: origina-se na área vestibular do IV ventrículo e vai até os neurônios motores da coluna anterior Tracto rubro-espinhal: origina-se no núcleo rubro e vai até os neurônios motores da coluna anterior Tracto retículo-espinhal: origina-se na formação reticular e vai até os neurônios motores da coluna anterior 2. VIAS ASCENDENTES: Formadas por fibras que relacionam-se direta ou indiretamente com as fibras que penetram diretamente pela raiz dorsal, trazendo impulsos aferentes de várias partes do corpo. 1.1) VIAS ASCENDENTES DO FUNíCULO POSTERIOR: Fascículo Grácil: começa no limite caudal da medula e termina no núcleo grácil no tubérculo do núcleo grácil no bulbo. Conduz impulsos provenientes dos MMII e da parte inferior do tronco. Fascículo Cuneiforme: começa a partir da medula torácica alta e termina no núcleo cuneiforme do tubérculo do núcleo cuneiforme no bulbo. Conduz impulsos provenientes dos MMSS e da parte superior do tronco. Função: tato epicrítico e propriocepção consciente Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home DestacarHome Destacar 36 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Trajeto direto na medula 1.2) VIAS ASCENDENTES DO FUNíCULO ANTERIOR: Tracto espino-talâmico anterior: inicia na coluna posterior e cruza até o funículo anterior da medula, terminando no tálamo. Função: tato protopático e pressão Trajeto cruzado na medula 1.3) VIAS ASCENDENTES DO FUNíCULO LATERAL: Tracto espino-talâmico lateral: inicia na coluna posterior e cruza para o funículo lateral da medula, terminando no tálamo. Conduz impulsos de temperatura e dor. Tracto espino-cerebelar posterior: inicia na coluna posterior, entra no funículo lateral do mesmo lado e vai até o cerebelo (penetram pelo pedúnculo cerebelar inferior). Conduz impulsos de propriocepcão inconciente. Tracto espino-cerebelar anterior: inicia na coluna posterior e substância cinzenta intermédia, entra no funículo lateral do mesmo lado ou cruzado e vai até o cerebelo (penetram pelo pedúnculo cerebelar superior). Conduz impulsos de propriocepção inconsciente e detecção dos níveis de atividade do tracto córtico-espinhal. 162 NEUROANATOMIA FUNCIONAL Coluna posterior da Tracto lateral Tracto espino-cerebelar posterior Coluna anterior da medula Tracto espino-cerebelar anterior Tracto F a s c íc u l o gráci l F a sc íc u l o cuneiforme própr io F a s c í c u l o próp r i o Tracto lateral Tracto e s p i n o - t a lâm i c o anterior Fissura mediana anterior Fig. — Posição aproximada dos pr incipais da Tractos cm pontilhado; tractos descendentes em hor izontais. mostrada na Fig. 15.6, juntamente os trac- tos e os fascículos próprios*. 5.0 C O RR ELAÇÕES ANATOMOCL ÍNICAS dos principais tractos e fas- cículos da medula é importante para a com- preensão dos sinais e sintomas decorrentes das lesões e processos patológicos que podem aco- meter este órgão. Esse assunto será discutido no Capítulo após o estudo do tronco encefálico. Até lá o aluno já deverá ter assimilado as prin- cipais noções sobre a estrutura da medula e do tronco encefálico, indispensáveis se enten- der o assunto. estudo dos tractos capítulo foi simpl i ficado, não tendo sido estudados os tractos c fascículos, cuja significação funcional c clínica, momento, ou nhecida: fascículos septomarginal e semilu- nar; e es- Aesculapius Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar Home Destacar 37 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin MENINGES O SNC é envolvido por membranas conjuntivas denominadas meninges: dura-máter (mais externa), aracnóide e pia-máter (mais interna) Na vida embrionária a aracnóide e a pia-máter formam apenas um folheto a leptomeninge, enquanto a dura-máter forma a paquimeninge. 1. DURA-MÁTER: Folheto mais superficial, espresso e resistente Dura-máter encefálica difere da espinhal por ser formado por dois folhetos, externo e interno, dos quais apenas o interno continua na dura espinhal É muito vascularizada, tendo a artéria meníngea média (ramo da a. maxilar) como sua principal artéria que irriga o encéfalo 1.1) PREGAS DA DURA-MÁTER: Foice do cérebro: ocupa a fissura longitudinal do cérebro separando os dois hemisférios Tenda do cerebelo: separa o compartimento infra do supratentorial Incisura da tenda: borda anterior livre da tenda do cerebelo Foice do cerebelo: situada entre os dois hemisférios cerebelares Diafragma da cela: fecha superiormente a cela túrcica, deixando apenas um pequeno orifício para a passage da haste hipofisária 1.2) SEIOS DA DURA-MÁTER: Seio sagital superior: ímpar e mediano, percorre a margem de inserção da foice do cérebro. Termina próximo a protuberância occipital interna na chamada confluência dos seios. 38 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Seio sagital inferior: situa-se na margem livre da foice do cérebro e termina no seio reto Seio reto: localiza-se na linha de união entre a foice do cérebro e a tenda do cerebelo terminando na confluência dos seios. Recebe o seio sagital inferior e a veia cerebral magna Seio transverso: par, dispõe-se de cada lado ao longo da inserção da tenda do cerebelo no osso occipital. Na parte petrosa do osso temporal passa a se chamar seio sigmóide Seio sigmóide: contuniação do seio transverso, drena para a veia jugular interna Seio occipital Seio cavernoso: situa-se de cada lado do corpo do esfenóide e da sela túrcica. Recebe o sangue proveniente das veias oftálmica superior, central da retina, agular (drena a cavidade nasal)... Comunica-se com o seio cavernoso contralateral através do seio intercavernoso. É atravessado pelo artéria carótida interna, pelo VI NC e, já próximo a sua parede lateral passam os III, IV e V1 NC Seio intercavernoso: comunica os seios cavernosos Seio esfenoparietal: percorre a parte inferior da asa menos do esfenóide e desemboca no seio cavernoso Seio petroso superior: dispõe-se ao longo da inserção da tenda do cerebelo na porção petrosa do osso temporal. Drena o sangue do seio cavernoso para o seio sigmóide, terminando próximo a continuação deste com a veia jugular interna Seio petroso inferior: percorre o sulco petroso inferior entre o seio cavernoso e o forame jugular Plexo basilar: comunica-se com os seios petroso inferior e cavernoso 39 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin 2. ARACNÓIDE: Separa-se da dura-máter pelo espaço virtual subdural Separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contem o LCR Granulações da aracnóide: pequenos tufos que penetram no interior dos seios da dura-máter e drenam o LCR 3. PIA-MÁTER: É a mais interna das meninges e esta aderida intimamente a superfície do encéfalo e da medula 40 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL SNC POLÍGONO DE WILLIS 1. ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA: C1: porção cervical C2: porção petrosa C3: porção cavernosa C4: porção supraclinóidea Segmento oftálmico: vai da origem da artéria oftálmica até a origem da artéria comunicante posterior. Origem das artérias hipotalâmicas superiores. Segumento comunicante: vai da origem da artéria comunicante posterior até a origem da artéria coroidéia anterior. Origem das artérias infundibulares. Seguimento coroidal: vai da origem da artéria coroidéia anterior até a bifurcação final em artéria cerebral média e artéria cerebral anterior. A. carótida interna origina-se da bifurcação da A. carótida comum e penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo no osso temporal. Entra na base do crânio através do forame lacerado. 2. ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA: M1: segmento esfenoidal M2: segmento insular M3: segmento opercular M4: segmento cortical Percorre a fissura silviana em toda sua extensão, distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da porção supero-lateral de cada hemisfério. Dá origem as artérias lenticulo-estriadas que vascularizam os núcleos da base e a cápsula interna 3. ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR: A1: segmento que vai da origem na ACI até a artéria comunicante anterior A2: segmento infra-caloso A3: segmento pré-caloso A4: segmentosupra-caloso A5: segmento postero-caloso Tem origem ao nível do quiasma óptico e é responsável pela vascularização da face medial do cérebro. Contorna o joelho do corpo caloso e ramifica-se na face medial de cada hemisfério desde o lobo frontal até o sulco parieto-occipital. 4. ARTÉRIA CEREBRAL POSTERIOR: P1: segmento pré-comunicante. Vai da origem da ACP no topo da artéria basilar até a artéria comunicante posterior 41 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin P2: P2A (anterior): segmento crural ou peduncular. P2P (posterior): segmento mesencefálico lateral P3: segmento quadrigeminal P4 Tem origem no topo da AB, contornam o pedúnculo cerebral e faz a irrigação da parte inferior do lobo temporal e do lobo occipital. 5. ARTÉRIAS COMUNICANTES ANTERIOR E POSTERIOR: ACA: comunicam as artérias cerebrais anteriores ACP: comunicam a artéria carótida interna a artéria cerebral posterior VASCULARIZAÇÃO INFRATENTORIAL 1. ARTÉRIAS VERTEBRAIS: Tem origem nas artérias subclávias, uma direita e outra esquerda e, sobem pelo pescoço dentro dos forames transversos das vértebras cervicais até penetrarem crânio através do forame magno. Ao nível do sulco bulbo-pontino fundem-se para formar a artéria basilar Dão origem as artérias que serão responsáveis pela vascularização da medula: artéria espinhal anterior e duas artérias espinhais posteriores. Dão origem ainda a PAICA Tem relação com o XII NC 2. ARTÉRIA CEREBELAR POSTERO-INFERIOR (PAICA): Origina-se das artérias vertebrais 42 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin Irriga a porção inferior e posterior do cerebelo além da face lateral do bulbo Tem relação com o VII e VIII NC na origem, clinicamente geralmente causa lesão do XII 3. ARTÉRIA BASILAR: Origina-se a nível do sulco bulbo-pontino na junção das artérias vertebrais, percorre a ponte no sulco basilar e termina no sulco ponto-mesencefálico bifurcando-se nas artérias cerebrais posteriores. Dá origem a SCA, AICA, artéria labiríntica e vários ramos pontinos. 4. ARTÉRIA CEREBELAR ANTERO-INFERIOR (AICA): Origina-se da artéria basilar e distribui-se a parte anterior da face inferior do cerebelo Tem relação com o VI NC na origem, clinicamente geralmente causa lesão do VII e VIII NC (tic convulsivo) 5. ARTÉRIA CEREBELAR SUPERIOR (SCA): Tem origem da basilar e nasce logo abaixo das cerebrais posteriores, dintribuindo- se ao mesencéfalo e a parte superior do cerebelo Tem relação com o III NC na origem, clinicamente geralmente causa lesão do V NC (neuralgia do trigêmio) DRENAGEM VENOSA SNC A drenagem venosa do encéfalo é intimamente relacionada com os seios da dura-máter, já que o sangue drenado pelas veias encefálicas dirige-se a esses seios para ser encaminhado posteriormente para a veia jugular interna. 43 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin As veias encefálicas, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo em geral, maiores e mais calibrosas que elas. Elas dividem-se em dois sistemas: um superficial e outro profundo. 1. SISTEMA VENOSO SUPERFICIAL: É constituído por veias que drenam o córtex e a substância branca subjacente na superfície do cérebro e drenam para os seios da dura-máter Veia anastomótica superior de Trolard: desemboca no seio sagital superior Veia anastomótica inferior de Labbé: desemboca no seio transverso Veia cerebral superficial média: desemboca no seio cavernoso 2. SISTEMA VENOSO PROFUNDO: É constituído por veias que drenam regioes mais profundas do cérebro, tais como o corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A Veia Cerebral Interna se junta com a Veia Basal de Rosenthal para formar a Veia Cerebral Magna ou de Galeno que drena para o seio reto Ponto Venoso: junção da Veia Tálamo-Estriada com a Veia Cerebral Interna 44 RESUMO NEUROANATO – Eduardo Anzolin VASCULARIZAÇÃO DA MEDULA ESPINHAL 1. ARTÉRIA ESPINHAL ANTERIOR: Formada pela confluência de dois curtos ramos que surgem das artérias vertebrais direita e esquerda. Dispõe-se superficialmente na medula na fissura mediana anterior até o cone medular Emite as artérias sulcais que penetram no tecido nervosa pelo fundo da fissura mediana anterior Vasculariza as colunas e os fúniculos anterior e lateral da medula 2. ARTÉRIAS ESPINHAIS POSTERIORES: São ramos das artérias vertebrais correspondentes, direita e esquerda, e dirigem- se dorsalmente contornando o bulbo e percorrendo a medula medialmente as radiculas das raízes dorsais dos nervos espinhais Vascularizam a coluna posterior e o funículo posterior da medula 3. ARTÉRIAS RADICULARES: Derivam dos ramos espinhais das artérias segmentares do pescoço e do tronco. Esses ramos penetram nos forames intervertrebais com os nervos espinhais e dão origem as artérias radiculares anterior e posterior A grande maioria dessas artérias apenas vasculariza as raízes nervosas sem atingir a medula 4. ARTÉRIA DE ADAM-KIEWIZS: Formada pelos ramos radiculares de T7 a T12 Sua isquêmia pode causar lesão da parte anterior da medula nessa topografia e cursar com paraplegia
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