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TREPONEMA E SÍFILIS - Resumo Tortora 10° edição

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TREPONEMA
Quatro espécies são patogênicas para seres humanos e seis não patogênicas. As espécies são semelhantes, mas causam doenças diferentes. Patógenos humanos causam quatro treponematoses: sífilis (T pallidum subsp pallidum), bouba (T pallidum subsp pertenue), sífilis endémicas (T pallidum subsp endemicum), e pinta (carateum T). Treponemas não patogénicas podem ser parte da flora normal do trato intestinal, da cavidade oral, ou o trato genital.
O Treponema pallidum é o agente etiológico da sífilis venérea. O T. pallidum tem forma de espiral, com cerca de 5-20 mm de comprimento e apenas 0,1 a 0,2mm de espessura. Não possui membrana celular e é protegido por um envelope externo com três camadas ricas em moléculas de ácido N-acetil murâmico e N-acetil glucosamina. Apresenta flagelos que se iniciam na extremidade distal da bactéria e encontram-se junto à camada externa ao longo do eixo longitudinal. Move-se por rotação do corpo em volta desses filamento. O Treponema pallidum é uma espiroqueta gram-negativa, delgado e altamente retorcido, o T. pallidum dificilmente cora-se com os corantes bacterianos usuais. O T. pallidum não possui as enzimas necessárias para produzir muitas moléculas complexas, por isso utiliza muitos componentes do hospedeiro necessários à vida. Os organismos perdem a infectividade fora do hospedeiro mamífero em pouco tempo. O T. pallidum obviamente não possui fatores de virulência, como toxinas, mas produz muitas lipoproteínas que induzem uma resposta imune inflamatória. Está aparentemente é a causa da destruição tecidual da doença. Quase imediatamente após a infecção, o organismo entra na corrente sanguínea e invade profundamente os tecidos, cruzando facilmente as junções entre as células. Ele possui uma mobilidade do tipo saca-rolhas, que permite que “nade” rapidamente nos fluidos gelatinosos teciduais.
SÍFILIS 
A sífilis é transmitida por contato sexual de quaisquer tipos, por infecção sifilítica da área genital e de outras partes do corpo. O período médio de incubação é de três semanas, mas pode variar de duas semanas a muitos meses. A doença progride, ocorrendo muitos estágios reconhecidos.
Estágio primário da sífilis: o estágio primário da doença, o sinal inicial é um cancro pequeno e de base endurecida, que aparece no sítio da infecção de 10 a 90 dias pós-exposição – em média, três semanas. O cancro é indolor, e um exsudato seroso se forma no centro. Esse fluido é altamente infeccioso, e o exame em microscopia de campo escuro mostra muitas espiroquetas. Em algumas semanas a lesão desaparece. Durante esse estágio, as bactérias entram na corrente sanguínea e no sistema linfático, que as distribuem amplamente pelo corpo.
Estágio secundário da sífilis: Muitas semanas após o estágio primário a doença entra no estágio secundário, caracterizado principalmente por uma erupção cutânea de aparência variável. O dano ocorrido aos tecidos neste estágio e no estágio terciário tardio deve-se principalmente à resposta inflamatória aos complexos imunes circulantes que se alojam em várias partes do corpo. Neste estágio, as lesões da erupção contêm muitas espiroquetas e são muito infecciosas. A transmissão por contato sexual pode ocorrer durante os estágios primário e secundário. Uma transmissão não sexual é possível, porém os micróbios não sobrevivem por muito tempo nas superfícies ambientais, não sendo comum serem transmitidos. 
Período latente: Os sintomas da sífilis secundária normalmente regridem após algumas semanas, e a doença entra no período latente. Durante esse período, não há sintomas. Após 2 a 4 anos de latência, a doença normalmente é não infecciosa, exceto pela transmissão materno-fetal. 
Estágio terciário da sífilis: em até 25% dos casos não tratados, a doença reaparece em seu estágio terciário. Esse estágio ocorre somente após um intervalo de muitos anos depois da ocorrência do período latente. O T. pallidum possui uma camada externa de lipídeos que estimula uma resposta imune pouco efetiva, especialmente por reações de complemento destruidoras de células. No entanto, a maioria dos sintomas da sífilis terciária provavelmente se deve às reações imunes do corpo (mediadas por células) à sobrevivência das espiroquetas. O estágio terciário da sífilis pode ser classificado pelos tecidos afetados e pelo tipo de lesão. A sífilis gomosa é caracterizada por lesões gomosas, uma forma de inflamação progressiva que tem a aparência de uma massa gomosa de tecido em vários órgãos (mais comumente na pele, nas membranas mucosas e nos ossos) após cerca de 15 anos. A neurossífilis ocorre em até 10% dos pacientes se a doença não for tratada. 
Sífilis congênita: Uma das formas mais perigosas da sífilis, chamada de sífilis congênita, é transmitida através da placenta para o feto. O prejuízo do desenvolvimento mental e outros sintomas neurológicos estão entre as consequências mais graves. Esse tipo de infecção é mais comum quando a gestação ocorre durante o período latente da doença. 
Diagnóstico da sífilis Os testes se dividem em três grupos gerais: inspeção microscópica visual, testes sorológicos treponêmicos e testes sorológicos não treponêmicos. Para a triagem preliminar, os laboratórios usam o teste sorológico não treponêmico ou o exame microscópico de exsudatos das lesões, quando estão presentes. Se o teste de triagem for positivo, os resultados são confirmados por testes sorológicos treponêmicos. Os testes microscópicos são importantes para a triagem da sífilis primária porque os testes sorológicos para esse estágio não são confiáveis; os anticorpos levam de 1 a 4 semanas para se formarem.
As espiroquetas podem ser detectadas nos exsudatos das lesões por exame microscópico em campo escuro. Esse tipo de microscópio é necessário porque a bactéria se cora pouco e tem apenas 0,2 mm de diâmetro, próximo do limite mínimo de resolução de um microscópio de campo claro. No estágio secundário, quando as espiroquetas já invadiram a maioria dos órgãos do corpo, os testes sorológicos são reativos. Os testes sorológicos não treponêmicos são assim chamados porque não são específicos; eles não detectam as espiroquetas em si, mas detectam a produção de anticorpos reagina. Estes testes detectam aproximadamente 70 a 80% dos casos de sífilis primária, mas detectam 99% dos casos de sífilis secundária. Há também um teste sorológico tipo treponêmico que reage diretamente com a espiroqueta. Há também o teste diagnóstico rápido (RDT, de rapid diagnostic test). No entanto somente testes do tipo treponêmico são utilizados como testes confirmatórios. Testes treponêmicos não são utilizados com frequência para triagem porque cerca de 1% dos resultados é de falso-positivos, mas um teste positivo com os testes treponêmico e não treponêmico é altamente específico.
Tratamento da sífilis A penicilina benzatina, uma formulação de ação prolongada que permanece efetiva no corpo por cerca de duas semanas, é o antibiótico normalmente utilizado no tratamento da sífilis. Para pessoas sensíveis à penicilina, muitos outros antibióticos, como a azitromicina, doxiciclina e a tetraciclina, também têm provado ser efetivos. A antibioticoterapia para tratar a gonorreia e outras infecções não elimina também a sífilis, porque esta terapia normalmente é administrada por períodos muito curtos para afetar o crescimento lento da espiroqueta.

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