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Treponema pallidum, sífilis e resposta imune

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Treponema pallidum
características
· Tem forma de espiroqueta.
· É conhecida como “a grande imitadora”, pois pode simular várias doenças e processos autoimunes.
· É considerada uma bactéria gram-negativa.
· É bem pequena e flexível, por isso se tem a dificuldade de observá-la com técnicas normais em um microscópio.
· Para ser vista em microscópio, é necessário aplicar uma coloração argêntica e usar um fundo escuro no microscópio.
· Também pode usar técnicas de imunofluorescência.
· Não é resistente ao calor, morre a 42ºC, nem as concentrações de oxigênio da atmosfera, então elas morrem rapidamente ao sair do nosso corpo.
· Possuem endoflagelos, esses flagelos ficam dentro da parede celular.
· A bactéria se movimenta através do alongamento e contração desses flagelos, como uma mola.
· Possuem antígenos lipídicos na sua membrana externa.
· Esses antígenos induzem a formação de anticorpos não treponêmicos, que são usados na diagnose dessa bactéria.
· Tem poucos PAMPS, isso dificulta o reconhecimento da estrutura como patógeno pelo sistema imune.
E esses poucos PAMPS ainda passam por um processo de rearranjamento genético
patogenicidade
fatores de virulência
adesão
Adesinas proteicas que são receptores.
· Com isso a bactéria consegue se ligar a fibronectina, que é um componente da matriz extracelular que vai se ligar a outros componentes da matriz extracelular.
· Então, essa bactéria consegue se recobrir com a fibronectina, vai ser formado uma amontoado de componentes do próprio hospedeiro que não vão induzir uma resposta imune.
· E isso vai proteger a bactéria da fagocitose.
hialuronidase
Enzima produzida pela bactéria, que vai degradar um componente da matriz extracelular.
· Então, ela vai facilitar a difusão da bactéria.
cápsula
Constituída de ácido hialurônico e sulfato e condroitina (substâncias semelhantes às encontradas nos tecidos do hospedeiro).
mucopolissacarídeos
Imunossupressão relacionada às manifestações da sífilis (apesar do T. pallidum provocar uma forte resposta imune humoral e celular, é capaz de sobreviver décadas no hospedeiro humano infectado).
genes que codificam proteínas com funções de adesinas e genes com função de hemolisinas (sequenciamento)
sífilis
· É uma doença infectocontagiosa, com manifestações cutâneas e sistêmicas, evolução crônica e transmissão predominantemente sexual.
· É mais frequente em adultos sexualmente ativos.
· Associa-se a fatores socioeconômicos, condições higiênicas precárias e, principalmente, comportamento sexual de risco.
· No Brasil, apenas a sífilis congênita é de notificação compulsória, desde 1986.
processo infeccioso
s. primária
· Após uma relação sexual, com alguém infectado e sem proteção, os fluídos da pessoa que vão conter a bactéria penetram através de microfissuras na mucosa genital, que normalmente se formam durante o ato sexual, e se estabelecem na matriz extracelular dos nossos tecidos através da fibronectina.
· A partir daí a bactéria começa a se replicar.
· Após 4 semanas, no local onde ocorreu a infecção, vai se formar úlceras indolores.
· Podendo ser encontradas na região genital, na boca ou ânus, dependendo de qual tipo de sexo foi realizado (vaginal, oral ou anal)
· Isso porque a bactéria se replica tanto que que a quantidade dos PAMPS presentes naquela região também aumenta, e com isso, induzem um estado inflamatório.
· Durante essas 4 semanas, as bactérias já conseguiram se difundir para os vasos linfáticos e hemáticos, e consequentemente, elas se difundirão sistematicamente por todo o corpo.
· E as úlceras irão se curar espontaneamente por causa da fagocitose e destruição que ficaram mais eficientes pós a produção de anticorpos.
S. segundária
· Depois de algumas semanas ou meses da regressão da sífilis primária, em 50% das pessoas, essa sífilis pode reincidir como sífilis secundária.
· Essa sífilis secundária se deriva da difusão das bactérias durante a infecção da sífilis primária.
· Pois ao chegarem nos vasos linfáticos e hemáticos, elas se difundiram por todo o corpo.
· E, assim como a primária, seus sintomas também regridem após um tempo.
· Após isso, a maioria das pessoas entram em um estado de latência, então elas vão ter em seu organismo uma carga de bactérias que são capazes de infectar outras pessoas, mas que não são capazes de apresentar sintomas na própria pessoa.
· E elas podem progredir para a sífilis terciária.
s. terciária
· É caracterizado principalmente pela formação de granulomas, que alteram a estrutura dos nosso tecidos e órgãos e nos causa danos.
· Esse granuloma é formado quando os macrófagos vão combater a bactéria.
· Esses macrófagos vêm coordenados pela produção de interferon-gama que se deu através da ativação de linfócitos T.
· Esses macrófagos se fundem e formam células gigantes que ficam amontoados ao redor da bactéria, que fica no cento. Esse amontoado de células é o granuloma.
· Diferente do granuloma da tuberculose, o da sífilis não tem a zona caseosa central, que é onde tem a necrose.
tipos de sífilis
É classificada em primária, secundária, latente e tardia, ou terciária. 
· Em geral, adota-se a classificação como recente, quando tem até um ano de evolução, e tardia, após esse período.
sífilis primária
· É a lesão inicial da sífilis.
· O treponema penetra através das mucosas ou da pele, principalmente quando houver soluções de continuidade, e atinge a corrente sanguínea e os vasos linfáticos, disseminando-se com rapidez. 
· Depois de período de incubação de 10 a 90 dias (média de três semanas), surge a lesão primária, chamada cancro duro, que, em geral, regride espontaneamente depois de 30 dias.
localização
· Em homens, a lesão é encontrada com mais frequência no sulco balanoprepucial, no prepúcio e na glande.
· Nas mulheres, o canal vaginal, colo uterino, os grandes e pequenos lábios, a uretra e o períneo são as localizações mais comuns do cancro.
· O cancro extragenital é encontrado mais comumente nos lábios e na língua. 
· Em homossexuais, a lesão inicial pode ser encontrada no ânus e no reto, apresentando-se em geral como fissuras enduradas, sem os aspectos clínicos típicos.
· Quando não tratado, o cancro persiste, em média, 1 a 6 semanas, desaparecendo espontaneamente após esse período. 
· Em cerca de um terço dos pacientes, o cancro deixa cicatriz levemente atrófica com bordas regulares.
sífilis secundária
· As lesões da sífilis secundária surgem 4 a 10 semanas depois do início do cancro.
manisfestações
· Ela pode causar sintomas que não são tão específicos, como dor de garganta, anorexia, linfadenopatia generalizada, mialgia, cefaleia. Por isso que é conhecida com a grande copiadora, pois causa sintomas que imitam outras doenças.
· Nesse período, mais de 30% dos pacientes apresentam líquido cefalorraquidiano (LCR) com valores anormais, evidenciando acometimento precoce do SNC.
AMANDA RODRIGUES PROBLEMA 7
· Mas um sintoma mais característico da sífilis é a formação de pápulas e pústulas.
75.2 – Lesões papulosas, disseminadas.
75.3 – Pápulas isoladas e confluentes.
77.4 – Lesões tuberosas (maiores) e papulosas (menores) em várias localizações.
75.8 – Áreas “despapiladas” na superfície da língua, são extremamente contagiosas.
Podem apresentar alopecia do couro cabeludo, da barba e das sobrancelhas.
75.9 – Alopecia difusa, quando ela ocorre em áreas localizadas do couro cabeludo
· Mesmo sem tratamento, as lesões cutâneas e manifestações sistêmicas desaparecem de modo espontâneo e, a partir desse momento, o paciente entra no estágio latente.
latência
· Em média, seis meses após a involução das manifestações da secundária, os pacientes entram em período de latência.
· Durante esse período, a sorologia é positiva
· Não ocorrem manifestações clínicas ou alterações radiológicas e o doente pode permanecer assintomático por toda a vida.
sífilis terciária
· Cerca de um terço dos pacientes com sífilis latente não tratada desenvolverá sífilis terciária.
· Os demaisenfermos permanecerão latentes por toda a vida.
· As três principais apresentações clínicas da sífilis tardia são as manifestações cutâneas e cardiovasculares e a neurossífilis.
neurosífilis
· É quando o Treponema pallidum invade o SNC até 18 meses após a infecção e pode desenvolver um processo inflamatório que é clinicamente chamado de meningite do tipo viral.
· As formas clínicas mais comuns de neurosífilis são:
· A meningovascular, que se instala entre 6 meses e 10 anos após a infecção.
· E a forma parenquimatosa (paralisia geral progressiva e tabes dorsalis), que se manifesta após 15 a 20 anos.
recente e tardia
A sífilis é, também, classificada em duas fases:
fase recente
· Com duração aproximada de um ano.
· Que compreende as manifestações primárias e secundárias e o início da latência.
fase tardia 
· Caracterizada pela latência tardia e pelos quadros clínicos da sífilis terciária.
sífilis congênita
· Sem o tratamento adequado, as mulheres grávidas podem transmitir a doença para o feto, por via transplacentária ou durante o parto.
· Em geral, quanto mais avançado for o estágio da gravidez, menor será a possibilidade de transmissão transplacentária.
transmissão 
· Sua transmissão acontece na maioria dos casos pela via sexual.
· Por causa da penetração da bactéria através de microscópicas feridas ou abrasões na mucosa da vagina ou do pênis.
congênita
· Ocorre por via transplacentária ou hematogênica e, com menos frequência, através de transfusões sanguíneas ou inoculação acidental. 
· O homem é o único reservatório conhecido.
manifestações clínicas
Na maioria dos casos, a sífilis inicia-se com lesão ulcerosa na genitália ou na região anal.
· Como todas as doenças de transmissão sexual, essa ulceração é muito importante na transmissão dos vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) e das hepatites B e C.
sífilis materna
Se não tratada pode resultar em aborto, prematuridade, morte neonatal ou manifestações tardias, como surdez, déficit do desenvolvimento e deformidades ósseas.
diagnóstico
Depende da associação de dados clínicos e da detecção de antígenos ou anticorpos em testes diagnósticos.
Tem exames com provas direitas, onde é possível ver o Treponema: com técnicas de imunofluorescência e exame em campo escuro.
E tem exames com provas sorológicas, onde não se vê o Treponema, mas vê resquícios de que ele está ali. Existem os testes treponêmicos e não treponêmicos.
testes treponêmicos
· Detectam anticorpos específicos contra o Treponema, é usada uma sorologia específica para o Treponema.
· Ex.: FTA-ABS
· É mais rápido e de baixo custo.
· Ele é o primeiro a se tornar reagente na doença e é considerado teste de referência dentre os treponêmicos.
testes não treponêmicos
· Detectam anticorpos anti cardiolipínicos, que não são específicos contra o Treponema pallidum, mas estão presentes na sífilis.
· Então encontram elementos que estão presentes na morfologia do Treponema, mas que não são específicos dele.
· Esse exame é mais para controle, pra saber se a doença está em fase ativa.
· Ex.: VDRL
· É mais demorado, leva semanas para se tornar reagente.
· Tem alta sensibilidade na sífilis secundária, pode estar negativo na primária.
· Porque na primária ela tende a estar mais localizada, não está tão difundido no sangue como a secundária.
resultado dos testes
· Se os dois tipos de testes (treponêmicos e não treponêmicos) derem positivo, é sinal de uma sífilis ativa, latente ou tardia.
· Se o “não trep.” der positivo e o “trep.” der negativo, é improvável que seja sífilis.
· Se o “não trep.” der negativo e o “trep.” der positivo, pode ser uma sífilis primária ou uma sífilis tratada.
· Porque o “trep.” identificou os imunocomplexos, eles podem estar circulando por haver um Treponema ali e o corpo tá reagindo contra ele ou por a pessoa já ter se curado, ela teve a doença antes, o corpo reagiu contra ela e os imunocomplexos ainda estão no sangue.
· Mas o “não trep.” deu negativo, pois não encontrou cardiolipina.
· Se os dois tipos de teste derem negativo, ou a pessoa não tem sífilis ou pediu exame cedo demais.
na gravidez
É importante que as gestantes sejam testadas para sífilis durante o pré-natal.
O Ministério da Saúde recomenda que sejam feitos pelo menos dois testes para sífilis durante o pré-natal e um teste no momento do parto.
neurosífilis
O exame LCR é a ferramenta mais adequada para o diagnóstico dessa patologia.
mecanismo de defesa contra a Treponema pallidum
sífilis primária
· As bactérias vão se replicar tanto que a quantidade de PAMPS naquele local vai ser suficiente para induzir um estado inflamatório.
· Nesse estado, os neutrófilos serão recrutados, e na tentativa de destruir as bactérias, também destruirão células próximas.
· Os macrófagos também serão recrutados, eles irão fagocitar as bactérias e vão levar suas estruturas até os linfonodos. Onde haverá a ativação dos linfócitos B e T.
· Mas como são muitas bactérias, a ativação será muito forte, e com isso, vai haver uma linfadenopatia inguinal (inchaço dos linfonodos na região inguinal).
· Com a ativação dos linfócitos B, os anticorpos serão produzidos e irão aumentar a capacidade da fagocitose e destruição das bactérias.
· E com a destruição da bactéria, todos os PAMPS serão liberados de uma vez no meio e isso vai estimular mais ainda a resposta inflamatória e a formação de úlceras indolores.
· Mas, com o tempo, as úlceras vão se curar espontaneamente por causa da fagocitose e destruição que ficaram mais eficientes após a produção de anticorpos.
referências
Tratado de Infectologia - Veronesi 5ª ed

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