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TEORIA E SITEMAS PSICOLOGICOS IV

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Introdução à Psicologia Cognitiva e seus antecedentes filosóficos
TEORIA E SISTEMAS PSICOLOGICOS
CURSO DE PSICOLOGIA – PROF. Me Jefferson Cabral Azevedo
MACAÉ
1
Objetivos:
Conceituar a Psicologia Cognitiva. 
Entender como ciência Psicológica contribuiu para o surgimento da Psicologia Cognitiva.
Relacionar os estudos dos Filósofos com as propostas da Psicologia Cognitiva.
1.1 Distinção entre Psicologia Cognitiva, Cognitivismo e Ciências Cognitivas
COGNITIVISMO:
 Movimento doutrinário da Psicologia, que tem com principais características : 
- o conceito de regra para explicar o processamento cognitivo;
- construtivismo; 
- e concepção do ser humano como ser orientado a metas, ativo e consciente. 
PSICOLOGIA COGNITIVA:
 Estudo de como as pessoas percebem, aprendem, lembram-se e pensam sobre a informação. 
CIÊNCIAS COGNITIVAS:
 Esforço multidisciplinar com fundamentação empírica para responder questões acerca da aquisição, armazenamento e utilização do conhecimento humano. 
Um Psicólogo Cognitivo poderá estudar como as pessoas percebem várias formas, porque se lembram de alguns fatos e se esquecem de outros, ou mesmo porque aprendem uma língua.
CIÊNCIAS COGNITIVAS
Neurociência
Inteligência
Artificial
Linguística
Antropologia
Filosofia
da Mente
Psicologia
Cognitiva
Ciência
Cognitiva
ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS
EPISTEMOLOGIA - Discurso racional da ciência, ou teoria do conhecimento (seguro). Se preocupa com os métodos empregados na investigação, sua aplicação, limites, organização, critérios, funcionamento e desenvolvimento.
ONTOLOGIA – Na filosofia trata da natureza do ser, a existência dos entes; em ciência refere-se ao objeto de investigação, suas características, descrição dos conceitos, enfim, a própria conceituação do objeto.
Metafísica: o que está para além da física. O que não é passível de ser estudado pela ciência em seu método clássico das ciências naturais. Objeto de estudo da filosofia, os conceitos e tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a estrutura básica, as causas ou princípios primeiros, bem como o sentido e a finalidade da realidade
ALGUNS CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Antecedentes do Cognitivismo
1.1. Empirismo, Racionalismo e Construtivismo.
1.2. O conceito de Epistemologia Genética de Jean Piaget e de uma Psicologia do conhecimento
A ciência Psicológica e o surgimento 
da Psicologia Cognitiva.
Estruturalismo - Wilhelm Wundt (1832-1920)
 Edward Titchener (1867-1927)
Funcionalismo - William James (1842-1910)
Pragmatismo - John Dewey (1859-1952)
Associacionismo - Hermann Ebbinghaus (1850-1909)
 Edward Lee Thorndike (1874-1949)
ANTECEDENTES PSICOLÓGICOS
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Filósofos empiristas 
Aristóteles
Thomas de Aquino
Francis Bacon
David Hume
Stuart Mill
Thomas Hobbes
Empirismo
Para os empiristas as idéias são formadas exclusiva ou principalmente das experiências. Eles discordam da noção de idéias inatas.
 
 
O empirismo é normalmente utilizado quando falamos no método científico tradicional (originado do empirismo filosófico), que defende que as teorias científicas devem ser baseadas na observação do mundo, e não na intuição ou fé.
Foi definido explicitamente pela primeira vez pelo filósofo inglês John Locke no século XVII: a mente seria, originalmente, um "quadro em branco" (tábula rasa), sobre o qual é gravado o conhecimento, cuja base é a sensação. Ou seja, ao nascermos não sabemos absolutamente nada, não temos impressões, nenhum conhecimento. Os processos de conhecer, saber e agir são aprendidos pela experiência, pela tentativa e erro.
 
O empirismo se opõe ao racionalismo. Para os racionalistas nós nascemos com certas idéias inatas, que "afloram" à consciência e constituem as verdades acerca do Universo, permitindo-nos entender os fenômenos particulares apresentados pelos sentidos. O conhecimento da verdade independe dos sentidos.
Embora o empirismo seja mais relacionado com a teoria do conhecimento, ele influenciou a lógica, a filosofia da linguagem, a filosofia política, a teologia, a ética, e a psicologia.
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O Empirismo na Antiguidade
 
O primeiro filósofo a priorizar o papel da experiência foi Protágoras: O homem é a medida de todas as coisas. Essa máxima mostra que o mundo é conhecido de forma particular e pessoal por cada indivíduo, sendo a experiência, certamente, fator importante para esse conhecimento. 
Sócrates e Platão discordam, para eles os sentidos são incapazes de apreender a realidade como ela é verdadeiramente, eles buscaram captar os conceitos absolutos de cada coisa. 
Aristóteles retoma o empirismo, ao considerar a observação do mundo como base para a indução; ou seja, a partir da obtenção de dados particulares, podemos tirar conclusões (ou conhecimentos) de verdades mais absolutas (observação empírica).
O Empirismo na Idade Moderna
 
Francis Bacon (1561 – 1626) elaborou um método de sistematização das impressões dos sentidos, e o empirismo começa a se delimitar tal como o conhecemos hoje. 
Os empiristas anteriores recolhiam dados da experiência, mas as informações eram "capturadas" ao acaso, sem uma metodologia rigorosa e sem constituir um todo coerente.
A partir das sensações, a inteligência, através da indução, elaboraria o conhecimento científico. Dessa maneira, se relacionaria o conhecimento sensível, que forneceria material para a inteligência, e a racionalidade, que manipularia e daria sentido aos dados dos sentidos. Sua obra mais famosa, Novum Organum, publicada em 1620.
Thomas Hobbes, outro filósofo inglês, aplicou as idéias de Bacon ao estudo da sociedade e da política. 
John Locke é considerado o fundador do empirismo britânico, em oposição ao racionalismo que predominava na maior parte da Europa continental.
Em Ensaio Sobre o Entendimento Humano, Locke descreve a mente humana como uma tábula rasa, onde as idéias são gravadas por meio da experiência. A partir dessa análise empirista da epistemologia, Locke diferencia dois tipos de idéias: as idéias simples, sobre as quais não se poderia estabelecer distinções, como a de amarelo, duro, etc., e as idéias complexas, que seriam associações de idéias simples (por exemplo ouro — que é uma substância dura e de cor amarelada), o que levaria à formação de um conceito abstrato da substância material.
No séc. XVIII, George Berkeley desenvolve as idéias de Locke, mas não admite que os conhecimentos obtidos pela experiência eram a base para o conceito abstrato de substância material. Ele afirma que uma substância material não pode ser conhecida em si mesma, o que se conhece são apenas as qualidades reveladas pela percepção. Assim, o que existe realmente nada mais é que um feixe de sensações. Daí sua famosa frase: ser é ser percebido.
Mas para fugir do subjetivismo individualista (pois tudo que existe somente existiria para a mente individual de cada observador), Berkeley postula a existência de uma mente cósmica, universal e superior à mente dos indivíduos. O mundo seria impossível de ser conhecido verdadeiramente pelo homem. Ao propor o empirismo radical, Berkeley cria a corrente conhecida como idealismo subjetivo.
David Hume desenvolve as idéias de Berkeley, afirmando que só podemos conhecer aquilo que percebemos imediatamente. Ele identifica dois tipos de conhecimento: 
matérias de fato: se relaciona com a percepção imediata e seria a única forma verdadeira de conhecimento. 
relação de idéias: se refere a coisas que não podem ser percebidas, que não têm correspondência na realidade e são pura imaginação. 
Assim, os próprios conceitos abstratos da Ciência que analisam os dados dos sentidos não seriam verdadeiros.
Hume refuta a noção de causa e efeito, fundamental para a ciência. O fato de um fenômeno ser sempre seguido de outro faz com que eles se relacionem entre si, de modo que um é encarado como causa do outro. 
A noção de causalidade seria,
portanto, uma "criação" humana, uma acumulação de hábitos desenvolvida em resposta às sensações. Mas essas "verdades" supostamente inabaláveis, que dão ao mundo a aparência de estabilidade, seriam ilusões. Logo, muitas verdades científicas seriam relações de idéias que não existiriam na realidade, e seriam impossíveis de se confirmar.
 
Embora muitos cientistas e filósofos considerem o empirismo de David Hume exagerado, por negar verdades racionais obtidas a partir da observação, seu pensamento é um alerta às pretensões de uma ciência puramente empírica.
No século XIX, várias escolas filosóficas foram influenciadas pelo empirismo, destacando-se principalmente as positivistas e fenomenológicas. 
Racionalismo
Corrente filosófica que define o raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica, capaz de usar uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. 
 
Segundo René Descartes:
 
"O racionalismo (...) considera a razão como essência do real, tanto natural quanto histórico. Sustenta a primazia da razão, da capacidade de pensar, de raciocinar, em relação ao sentimento e à vontade, pressupondo uma hierarquia de valores entre as faculdades psíquicas; (...) somente a análise lógica ou a razão pode propiciar o desenvolvimento da análise científica, do método matemático, que passa a ser considerado como instrumento puramente teórico e dedutivo, que prescinde de dados empíricos.” 
O conjunto de aptidões que permitem que os indivíduos adquiram novas informações mais rapidamente e se revelem mais eficientes no manejo e aproveitamento adequado de conhecimentos já armazenados pelo aprendizado anterior e empírico, são decorrentes da análise lógica que descobre processos ou sistemas mais rapidamente pelo método lógico e matemático.
Enquanto o empirismo leva em conta a tentativa e erro, o método lógico e a análise crítica levam às respostas necessárias minimizando a necessidade do experimentalismo prático. Esta visão chamada de cartesiana alterou e acelerou as descobertas científicas. O racionalismo dominou e domina até os dias de hoje o método científico de análise lógica. 
 O racionalismo cartesiano designa-se por inatista pois considera que o indivíduo nasce com idéias inatas que ele designa como sementes de verdade.
Recapitulando e Comparando: 
Racionalismo e Empirismo
1. Quanto à produção de Conhecimento Científico
 
O Racionalismo argumenta que a obtenção do conhecimento científico se dá pelas idéias inatas, que seriam pensamentos existentes no homem desde sua origem que o tornariam capazes de intuir (deduzir) as demais coisas do mundo. Tais idéias inatas seriam o fundamento da Ciência.
 
Para o Empirismo, a experiência é a base do conhecimento científico, ou seja, adquire-se a sabedoria pela percepção do mundo externo, ou então do exame da atividade da nossa mente, que abstrai a realidade que nos é exterior e as modifica internamente. (indução) o que lhe dá um caráter mais individualista. 
2. Origem das Idéias 
 Para o Racionalismo podem existir 3 tipos de Idéias: 
a) As do mundo exterior formadas pela captação da realidade externa por nós mesmos internamente; 
b) As inventadas pela Imaginação, fruto do processo criativo da nossa mente; 
c) As idéias inatas, aquelas que já nascem com o sujeito, dádivas Divinas, que são a base da Razão. 
Com estas idéias podemos conhecer as leis da Natureza, também Divinas. Parte da certeza do pensamento para afirmar qualquer outra realidade.  
Para o Empirismo as Idéias surgem do processo de abstração, que se inicia com a percepção das coisas. Não há preocupação com a coisa em si, é objetivista; não valoriza a idéia que fazemos da coisa atribuída pela Razão, não se ocupa do modo com que as coisas chegam até nós através dos sentidos. 
3. Relação de causa e efeito 
 
O Racionalismo percebe causa e efeito como postulado pelo Mecanicismo: As relações que o homem observa são inerentes aos objetos em si e à Mecânica da Natureza, como engrenagens que obedecem a uma ordem preestabelecida.
Para o Empirismo a relação de causa e efeito nada mais é do que resultado de nossa forma habitual de perceber fenômenos e relacioná-los como causa e consequência através de uma repetição constante. Ou seja, as leis da Natureza só seriam leis porque observaram-se repetidamente pelos homens. 
4. Autonomia do sujeito 
 
O Racionalismo postula a liberdade de consciência do indivíduo e sua finalidade: a justa apreciação dos bens. Também afirma a existência de uma identidade permanente da consciência individual.
 
O Empirismo nega a identidade permanente, uma vez que o conteúdo da consciência varia de um momento para outro. Como a consciência é vista como um conjunto de representações, ele depende das impressões que temos das coisas, as quais são sujeitas a variações. 
5. Concepção de Razão 
O Racionalismo vê a Razão como a capacidade de bem julgar e de discernir o verdadeiro do falso. Ela independe da experiência sensível.
 
O Empirismo não chega a se contrapor, mas diz que a Razão é dependente da experiência sensível, não admitindo a dualidade entre espírito e matéria(como no Racionalismo), de modo que ambos são extremidades de um mesmo objeto. 
6. Matemática como linguagem 
 O Racionalismo tem seu método de conhecimento inspirado no rigor matemático (método dedutivo - parte do geral para o particular, primeiro as suposições e depois são feitas as comprovações).
 O Empirismo não aceita o método matemático. A experiência é o ponto de partida do conhecimento, não há necessidade de fazer hipóteses (método indutivo, parte do particular – experiências - para a elaboração de princípios gerais). 
Racionalistas x empiristas
No século XVIII,
O filósofo Alemão Immanuel Kant (1724-1804) 
FrancêsRené Descartes (1596-1650)
InglêsJohn Locke (1632-1704)
O Método Introspectivo e Reflexivo é superior aos Métodos Empíricos para se encontrar a verdade.
Os seres humanos nascem sem qualquer conhecimento e precisam buscá-lo por meio da observação empírica.
Tabula rasa(que em latim significa "folha de papel em branco").
A vida e a experiência "escrevem" o conhecimento no indivíduo.
Não existiam de forma alguma ideias inatas.
Sintetizou dialeticamente as ideias de Descartes e Locke argumentando que tanto o Racionalismo como o Empirismo têm seu lugar e que ambos devem trabalhar juntos na busca pela verdade. 
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ESTRUTURALISMO
Estudodasexperiências sensoriaispor meio daIntrospecção
FUNCIONALISMO
Uma alternativa ao Estruturalismo ênfase nosprocessos do pensamento
A primeira grande escola de pensamento na Psicologia, que busca entender a estrutura (configuração dos elementos) da mente e suas percepções pela análise dessas percepções em seus componentes constitutivos.
Queriam saber quais eram os conteúdos elementares (estruturas) da mente humana.
Busca entendero queas pessoas fazem e porqueo fazem.
A chave para o entendimento da mente humana e dos comportamentos era o estudo dos processos de como e por que a mente funciona como funciona,
ASSOCIACIONISMO
Uma forma de pensar influente -eventos e as ideias podem se associar na mentepropiciando a aprendizagem
PRAGMATISMO
DecorrêncianaturaldoFuncionalismo
As associações podem resultar dacontiguidade(associar informações que tendem a ocorrer juntas ou quase ao mesmo tempo), dasimilaridade(associar assuntos com traços ou propriedades semelhantes) ou docontraste(associar assuntos que parecem apresentar polaridades, como quente/frio, claro/escuro, dia/noite).
Acreditam que o conhecimento só pode ser validado por sua utilidade: o que se pode fazer com isto? Estão interessados não apenas em saber o que as pessoas fazem, mas também querem descobrir o que podemos fazer com o nosso conhecimento sobre o que as pessoas fazem.
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Behaviorismo
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo 
Influências Anteriores
Na segunda década do século XX, nos EUA, o funcionalismo estava amadurecendo e o estruturalismo
ainda ocupava posição forte
Comportamentalismo: movimento deflagrado em 1913 por John B. Watson contra o funcionalismo e o estruturalismo:
uma psicologia objetiva, uma ciência do comportamento que só lidasse com atos comportamentais observáveis, passíveis de descrição objetiva em termos de estímulo e resposta
Os interesses de Watson lançaram luz sobre aquilo que ele queria descartar: todos os conceitos e termos mentalistas
Características positivistas e mecanicistas, mesmo que comprovassem em ato o que negavam com palavras.
A psicologia animal
O antecedente mais direto do comportamentalismo foi a psicologia animal – teoria evolutiva
Tentativas de demonstrar a existência da mente em organismos inferiores e a continuidade entre as mentes animal e humana
Loeb – teoria do comportamento animal baseada no tropismo (movimento forçado involuntário): a resposta do animal é uma função direta de um estímulo ou reação a ele
Hans – o cavalo inteligente
Demonstrou a necessidade de uma abordagem experimental para o estudo do comportamento animal, gerando ceticismo sobre a inteligência animal – revelou no entanto que os animais são capazes de aprender
Edward Lee Thorndike (1874-1949)
CONEXIONISMO ou ASSOCIACIONISMO
Aprender é estabelecer conexões. A mente é o sistema de conexões do homem.
Situação S  resposta A  satisfação  fortalecimento S-A
Situação S  resposta B  desconforto  enfraquecimento S-A
O estudo do comportamento implica em decompô-lo ou reduzi-lo aos seus elementos mais simples: as unidades estímulo resposta.
Partilhava com os estruturalistas um ponto de vista analítico e atomista. Essas unidades são os elementos do comportamento (e não da consciência), os blocos de construção a partir dos quais se compõem comportamentos mais complexos
Tendências de resposta malsucedidas são obliteradas depois de algumas tentativas. Tendências de resposta que levam ao êxito são incorporadas nas mesmas circunstâncias. Esse tipo de aprendizagem tem sido chamado de aprendizagem por tentativa e erro.
Thorndike
LEIS DE THORNDIKE: 
LEI DO EXERCÍCIO OU FREQUÊNCIA: Quanto mais vezes se repetia a conexão Estímulo – Resposta, melhor era aprendido.
LEI DO EFEITO: A conexão entre o Estímulo e a Resposta pode ser reforçada ou enfraquecida.
Ivan Petrovich Pavlov
Nasceu a 14 de Setembro de 1849 e morreu a 27 de Fevereiro de 1936.
Era um fisiólogo russo que ganhou o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1904, pelas suas descobertas sobre os processos digestivos dos animais.
Mas foram  os seus estudos sobre o papel do  condicionamento na Psicologia do comportamento  que o tornaram conhecido.
Pavlov,  ao estudar as secreções gástricas, descobre  que sempre que era apresentado um estímulo eram produzidas secreções, facto que acontecia de um modo semelhante em todos os elementos de uma espécie animal: são  chamados reflexos inatos. (ex. num cão verifica-se a produção de saliva quando é apresentado um alimento, facto que serve para ajudar a ingestão do alimento.)
Para além destes reflexos descobre que se podem desenvolver reflexos aprendidos podendo assim proceder-se a uma alteração dos comportamentos.
Condicionamento clássico
Associar um estímulo neutro a um estímulo que provoca uma reação
Aprender - desaprender
Experiência de Pavlov
Carne 	 Salivação
Estimulo não condicionado Resposta não condicionada
Carne + Campainha 		 Salivação
E. não condicionado + E. neutro Resposta não condicionada
Campainha Salivação 
E. Condicionado Resposta Condicionada
CONDICIONAMENTO CLÁSSICO
RNC – Resposta não condicionada. A salivação do alimento na boca não era aprendida
ENC – Estímulo não condicionado. O alimento na boca dispara automaticamente o reflexo salivar do cão
RC – Resposta condicionada. A salivação do cão em resposta ao sinal sonoro estava condicionada à aprendizagem da associação entre sinal sonoro e alimento
EC – estímulo condicionado. O estímulo sonoro previamente irrelevante que agora dispara a salivação condicionada
Aquisição
Aprendizagem inicial da relação estímulo-resposta
O tempo entre a apresentação do estímulo neutro e o estímulo não condicionado deve ser inferior a 30 segundos
Extinção e Recuperação Espontânea
Extinção – diminuição da resposta que ocorre quando o EC (sinal sonoro) não sinaliza mais um ENC (alimento) iminente
Recuperação espontânea – o reaparecimento de um (enfraquecida) RC depois de uma pausa para descanso
Generalização
Tendência para responder a estímulos semelhantes ao EC
Discriminação
Habilidade aprendida para distinguir entre um estímulo condicionado (que prediz o ENC) e outro estímulo irrelevante.
John Watson (1878-1958)
Nasceu numa fazenda perto de Greenville, Carolina do Sul
Sua educação elementar ocorreu numa escola de uma única sala
Sua mãe era extremamente religiosa; o pai bebia bastante, era dado à violência tendo várias ralações extraconjugais.
Possuía uma ambivalência diante do sucesso e Trabalhou em várias profissões antes de doutorar-se
Tinha ataques agudos de ansiedade
Doutorou-se em 1903. Em 1908 assume em Johns Hopkins
Demite-se em 1922 devido a um escândalo amoroso
Ingressou na agência J. Walter Thompson em 1921
Em 1936 assume outra agência e se aposenta como vice-presidente em 1945
Em 1957 recusa a presença numa homenagem da APA
Falece em 1958, queimando todas suas notas e manuscritos
O que era ou deveria ser a psicologia
Deveria ser a ciência do comportamento - e não o estudo introspectivo da consciência - e um ramo experimental puramente objetivo das ciências naturais.
Dever-se-iam pesquisar tanto o com­portamento animal como o humano. A nova psicologia descartaria todos os conceitos mentalistas e só usaria conceitos comportamentais como estimulo e resposta.
O objeto de estudo
B. F. Skinner (1904-1990) 
Graduou-se em letras, aspirava à carreira de escritor, mas, em busca de nova direção, entrou para o curso de pós-graduação em psicologia.
Seu trabalho foi elaborado a partir da lei do efeito (Edward L. Thorndike / 1874-1949): É provável que o comportamento recompensado se repita.
Desenvolveu uma "tecnologia comportamental" que revelou princípios de controle do comportamento.
Esses princípios lhe possibilitaram ensinar a pombos comportamentos não típicos desses animais como andar sobre a figura de um 8 (oito), jogar pingue-pongue e manter o curso de um míssil, bicando sobre um alvo na tela.
Condicionamento Operante
Na perspectiva do reflexo condicionado, a aprendizagem poderia ser concebida como um processo de desenvolvimento de reflexos condicionados que se obteriam substituindo os estímulos não condicionados por estímulos condicionados.
Condicionamento operante:
Aprender é resolver um problema que tem uma solução esperada. 
O condicionamento operante é o processo de aprendizagem através do qual uma resposta se torna mais provável ou mais frequente.
A partir do condicionamento operante, a tônica é posta na resposta e nas suas consequências, pela teoria desenvolvida por Thorndike. 
Aprendizagem
Processo de aprendizado = mudança do comportamento através do condicionamento operante.
 Conceito-chave: condicionamento operante – resposta mais provável ou mais frequente.
Modelagem de um novo comportamento pelo reforço: consequência de uma ação quando percebida por quem a pratica. 
Reforço positivo – recompensa
Reforço Negativo - ação que evita uma consequência indesejada.
Punição - consequência desagradável ou nociva após determinada resposta.
Modelagem
um pro­cedimento no qual reforços, como comida, orientam gradual­mente as ações dos animais em direção ao comportamento de­sejado.
Aproximações Sucessivas
recompensar as respostas que são mais próximas do comportamento final desejado e ignorar todas as outras.
Reforço
Qualquer evento
que au­mente a frequência de uma resposta anterior. - O que é um reforço para uma pessoa pode não ser para outra
reforço primário 
e reforço condicionado
Reforço contínuo
A resposta desejada é reforçada toda vez que ela ocorre. Sob tais condições, a apren­dizagem ocorre rapidamente
Reforço parcial – intermitente
Nos quais as respostas às vezes são reforçadas, às vezes não. A aprendizagem inicial é tipicamen­te mais lenta com o reforço intermitente, o que toma o reforço contínuo preferível até que um comportamento seja conquistado
Produz maior persistência - maior resistência contra a extinção - do que a adquirida com o refor­ço contínuo
Aquisição
É o fortalecimento, de uma resposta reforçada.
A extinção
Ocorre quando a resposta não é mais reforçada.
A generalização e a discriminação
Ocorrem à medida que os organismos respondem a vários estímulos e experienciam as consequências
punição
Seu efeito é oposto ao do reforço.
O reforço aumenta um comportamento; a punição o diminui.
Um evento punitivo é qualquer fato que diminui a frequência de um com­portamento precedente, em geral provocando uma consequên­cia indesejável ou retirando uma desejável
O comportamento punido não é esquecido; ele é suprimido.
A punição física pode aumentar a agressividade ao demons­trar que a agressão é um meio de enfrentar os problemas
A punição pode criar medo; a pessoa que recebe a punição pode associai 'o medo‘ não só ao compor­tamento indesejável mas também à pessoa que administra a punição ou à situação na qual ela ocorreu
A punição diz a você o que não fazer; o reforço diz a você o que fazer
GESTALT
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo
GESTALT
Termo alemão de difícil tradução. O termo próximo em português seria forma ou configuração.
Não confundir Psicologia da Gestalt com Gestalt-terapia
A Gestalt-terapia é uma escola humanista de psicoterapia que surge posterior à Psicologia da Gestalt, sob sua influência, mas também e principalmente de diversas outras linhas de pensamento
A Palavra Gestalt
Representantes
Max Wertheimer (1880-1943)
Wolfgang Köhler (1887-1967)
Kurt Koffka (1886-1941)
Kurt Lewin (1890-1947) 
Max Wertheimer (1880-1943)
O fenômeno Phi como um exemplo de nativismo na percepção (1912)
Ilusão perceptiva em que duas luzes estáticas, mas intermitentes, parecem ser uma única luz que se movimenta de um lugar para outro
Sujeitos dessa pesquisa: K. Koffka e W. Köhler
“Há todos, cujo comportamento não é determinado por aquele dos seus elementos individuais, mas onde os processos parciais são eles mesmos determinados pelo valor intrínseco do todo. O objetivo da teoria da Gestalt é determinar a natureza desses todos.”
Wolfgang Köhler (1887-1967)
Mentality of Apes (Inteligência dos antropóides - 1925)
Aprendizagem por “insight”: Percepção de relações que levam a uma solução de um determinado problema de forma súbita ou repentina
Animais podem desenvolver uma representação interna da estrutura do problema (vs. Aprendizagem gradual por repetição)
Kurt Koffka (1886-1941)
Princípios de Psicologia da Gestalt (1935)
Interesses empíricos: percepção de movimento e de ritmo
Assume-se que uma linha de 2 cm parece mais longa que uma linha de 1 cm porque ela é mais longa. A despeito da veracidade da percepção, o pesquisador deve sempre perguntar “por que as coisas se parecem como tais?"
A Escola da Gestalt
Objetivos
Determinar os princípios que determinam e organizam a nossa percepção, ou seja o modo como estruturamos a realidade
Objeto
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deve ser estudado em seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo.
Temas
Percepção, aprendizagem
Os Princípios gestaltistas 
da organização da percepção
Princípios Gestaltistas
Os gestaltistas iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento.
Estavam preocupados em compreender os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica,
quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade.
O todo é diferente da soma das partes e, além disso, os processos parciais são determinados pela natureza intrínseca do todo (ex: sistema solar)
A forma (fraca ou forte), se impõe sobre as partes
Percepção
Encontra-se entre o estímulo que o meio fornece e a resposta que o indivíduo emite.
O que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
Vemos três colunas e não três linhas na figura.
Proximidade
Partes que estão próximas no tempo ou no espaço parecem formar uma unidade e tendem a ser percebidas juntas
Continuidade
Há uma tendência da nossa percepção de seguir uma direção, de vincular os elementos de uma maneira que os faça parecer contínuos ou fluindo numa direção particular
Vemos três linhas e não quatro colunas.
Semelhança
Partes semelhantes tendem a ser vistas juntas como se formassem um grupo
Vemos um triângulo e não três traços.
Fechamento / Complementação
Ocorre uma tendência de completar os elementos faltantes da figura para garantir sua compreensão.
Tendemos a ver uma figura tão boa quanto possível sob as condições de estímulo
A percepção do estímulo é mediatizada pela forma como interpretamos o conteúdo percebido. 
Se nos elementos percebidos não há equilíbrio, simetria, estabilidade, não alcançaremos a boa forma.
No processo perceptivo, tendemos a emprestar a melhor forma possível ao conteúdo percebido.
Boa forma ou pregnância
Relação figura-fundo
Tendemos a organizar percepções no objeto observado (a figura) e o segundo plano contra o qual ela se destaca. A figura parece ser mais substancial e destacar-se do fundo.
KURT LEWIN 
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo 
Introdução
Kurt Lewin (1890-1947) trabalhou durante dez anos com Wertheimer, Koffka e Kohler na universidade de Berlim, dessa colaboração com os pioneiros da Gestalt nasceu sua Teoria de campo. Entretanto não podemos considerar Lewin como um gestaltista, já que ele acaba seguindo um outro rumo. Lewin parte da teoria da Gestalt para construir um conhecimento novo e genuíno. 
O principal conceito de Lewin é o do espaço vital, que ele define como sendo a totalidade dos fatos que determina o comportamento do indivíduo num certo momento. Kurt Lewin modificou profundamente o curso da Psicologia e pode ser apontado como um dos maiores psicólogos contemporâneos. Sua importância não é meramente histórica. O estudo de sua obra nos oferece um excelente meio de romper com a resistência oferecida pela psicologia em aceitar uma abordagem estruturalista de seus problemas.
 Teoria de Campo Lewin 
  Para Kurt Lewin "O comportamento é produto de um campo de determinantes interdependentes (conhecidos como "espaço de vida" ou " campo social" ). As características estruturais desse campo são representadas por conceitos extraídos da topologia e da teoria de conjuntos e as características dinâmicas são representadas através de conceitos de forças psicológicas e sociais" 
A teoria de campo que se baseia em duas suposições fundamentais: 
O  comportamento é derivado da totalidade de fatos coexistentes ao seu redor; Esses fatos tem um caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter-relação com as demais outras partes. 
O comportamento humano não depende somente do passado ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente. Esse campo dinâmico é o "espaço de vida que contém a pessoa e seu ambiente psicológico". 
Teoria do Campo
Mundo não Psicológico
Fatores físicos e sociais
Necessidades
Vetor
Força Motriz
Espaço de Vital
Barreira
Vetor de restrição
Objetivos
Ambiente Psicológico
Contribuições
Espaço vital
articulação entre os partes que compõem uma única realidade – a pessoa e o meio fenomênico (físico, social e conceitual).
Ênfase nos vetores entre os elementos – topologia das relações.
O comportamento do sujeito é influenciado pelo instante (meio) e pela situação de vida (histórico).
Campo psicológico
É um campo de força que nos leva a procurar a boa-forma. Tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas.
Princípios
Proximidade
Semelhança
Fechamento 
Meio
É o conjunto de estímulos determinantes do comportamento.
Meio Geográfico
É o meio físico em termos objetivos.
Meio comportamental
É o meio resultante da interação do indivíduo com o meio físico e implica a interpretação desse meio através da percepção. Trata-se de uma realidade subjetiva, particular, criada pela nossa mente. 
A teoria de campo é um"método de análise das relações causais e de elaboração dos construtos científicos. Está intimamente ligada à teoria da Gestalt, sobre tudo no que se refere à interdependência das diferentes relações causais entre o parcial e o global na experiência do comportamento. 
Entre os conceitos de base da teoria de campo figuram: 
espaço de vida: todos os fatos que existem para o indivíduo ou grupo num dado momento;
 a tensão a energia, a necessidade, a valência e o vetor, que constituem conceitos dinâmicos essenciais para analisar o comportamento; 
processos como a percepção, a ação e a recordação, meios pelos quais as tensões de um sistema se igualam; 
a aprendizagem que provoca mudanças várias, por exemplo da motivação (adquirir novos gostos ou aversões), ou a mudança do grau de pertença ao grupo, por exemplo assimilar uma nova cultura. 
Lewin propõe a seguinte equação para explicar o 
comportamento humano:  C = f (P,M)  
Onde: ( C) é função ( F) ou resultado da interação entre a pessoa ( P) e o meio ambiente ( M) que a rodeia. 
 Ambiente Psicológico: (ou ambiente comportamental) é tal como é percebido e interpretado pela pessoa. Ë relacionado com as atuais necessidades do indivíduo. Alguns objetos, pessoas ou situações, podem adquirir valência no ambiente psicológico, determinando um campo dinâmico de forcas psicológicas. 
Os objetos , pessoas ou situações adquirem para o indivíduo uma valência positiva (quando podem ou prometem satisfazer necessidades presentes do indivíduo) ou valência negativa (quando podem ou prometem ocasionar algum prejuízo) Os objetos, pessoas ou situações de valência positiva atraem o indivíduo e os de valência negativa o repelem.  A atração é a força ou vetor dirigido para o objeto, pessoa ou situação; a repulsa é a força ou vetor que o leva a se afastar do objeto, pessoa ou situação, tentando escapar.
 Um vetor tende sempre a produzir movimento em uma certa direção. Quando dois ou mais vetores atuam sobre uma mesma pessoa ao mesmo tempo, a locomoção é um espécie de resultante de forças. Algumas vezes, a locomoção p[produzida pelos vetores pode ser impedida ou completamente bloqueada por uma barreira, que é algum impedimento ou de fuga ou repulsa em relação a um objeto, pessoa ou situação. A barreira não têm valência por si mesma e não exerce nenhuma força, ela oferece resistência sempre que alguma força é exercida sobre ela. Quando a barreira é rígida, ela exige do indivíduo tentativas de exploração de ultrapassá-la e, quando inultrapassável, adquire valência negativa. 
 Para Lewin, toda a necessidade cria um estado de tensão no indivíduo, uma predisposição à ação sem nenhuma direção específica.   Lewin utilizou uma combinação de análise topológica (mapear o espaço vital) e vetorial ( para indicar a força dos motivos no comportamento) e desenvolveu uma série de experimentos sobre a motivação, satisfação e a frustração, os efeitos da liderança autocrática e democrática em grupos de trabalho, etc. 
Linguagem
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo 
Estrutura da linguagem
aptidão cognitiva humana mais significativa
responsável pelo avanço da civilização humana
permite o registro e a transmissão do conhecimento entre gerações
Campo de linguística
busca a caracterização da natureza 
da linguagem
produtividade – infinidade de expressões em qualquer linguagem
regularidade – as expressões são sistematizadas de muitas maneiras
Gramática – conjunto de regras
sintaxe – ordem e inflexão das palavras
As meninas bateu nos meninos
semântica – significado das sentenças
Ideias verdes coloridas dormem furiosamente
fonologia – estrutura sonora das sentenças
O nome é Walter ou Ualter?
(produtividade e regularidade)
Teorias sobre a aquisição da língua
Noam Chomsky - Linguista  o ritmo que a crianças aprendem gramática e palavras sem serem ensinadas é extraordinário demais para ser explicado apenas pelos princípios da aprendizagem
Teoria do dispositivo de aquisição de linguagem (LDA)
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Teorias sobre a aquisição da língua
 Noam Chomsky
As pessoas nascem com um equipamento mental (LDA) que lhes possibilita descobrir as regras para aglutinar sentenças aceitáveis.
A língua simplesmente “acontece” à criança.
Os 5000 idiomas humanos são dialetos da “gramática universal” para o qual nosso cérebro foi preparado
87
NOAM CHOMSKY
competência linguística – conhecimento abstrato de uma língua por uma pessoa
desempenho linguístico – aplicação desse conhecimento na fala 
ou audição
Ainda sobre a LDA
Há muitas observações corroborativas:
As fases na aquisição da língua sugere um mecanismo universal;
A sensibilidade extremamente precoce do bebê para a língua indica que nascemos com capacidades especiais;
Surgimento de capacidades linguísticas básicas em bebês deficientes;
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Noam Chomsky
A gramática constitui um sistema de regras que interagem continuamente para gerar um número indefinido de estruturas linguísticas. 
Toda gramática é formada por três componentes básicos: o sintático, o fonológico e o semântico.
Toda sentença gramatical tem uma estrutura superficial e uma estrutura profunda. 
90
JEAN PIAGET (1896- 1980)
Princípios que fundamentam sua teoria:
O desenvolvimento tem base genética, caráter universal e é independente da aprendizagem.
Interacionismo – conhecimento resulta de trocas realizadas pelo sujeito com o meio ou com os objetos de conhecimento (idéias, sentimentos, valores, crenças).
Ana Maria Klein
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TEORIA DA APRENDIZAGEM PIAGETIANA
CONCEITOS BÁSICOS
Para se compreender o processo de aprendizagem, é necessário evidenciar a configuração dos sistemas que integram os processos de como o individuo se desenvolve, adquire novos conhecimentos e a importância da interação entre o sujeito e o objeto. Para tanto, é necessário conhecer com clareza o que significa os seguintes conceitos:
ORGANIZAÇÃO
Não pode haver adaptação (assimilação e acomodação) proveniente de uma fonte desorganizada, pois a adaptação tem como base uma organização inicial expressa no esquema (ponto de partida para a ação do indivíduo sobre os objetos do conhecimento). O pensamento (interiorização da ação) se organiza mediante a constituição de esquemas que formam através do processo de adaptação. A adaptação e organização são os processos indissolúveis do pensamento.
93
ASSIMILAÇÃO 
A assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa classifica um novo dado perceptual, motor ou conceitual às estruturas cognitivas prévias (WADSWORTH, 1996). Ou seja, quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui.
ACOMODAÇÃO
A acomodação pode ser de duas formas, visto que se pode ter duas alternativas:
Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou 
Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele. 
Após ter havido a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no esquema e aí ocorre a assimilação.
Por isso, a acomodação não é determinada pelo objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este, para tentar assimilá-lo.
O balanço entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação 
A TEORIA DE BANDURA
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo 
Albert Bandura (1925….
A TEORIA DE BANDURA
Na teoria da aprendizagem social de Bandura, o indivíduo
é visto como autorregulado, proativo e reflexivo.
Seu pensamento e sua ação são visto como produtos da relação dinâmica entre características pessoais e ambientais.
Para Bandura, a psicologia deve estudar a maneira como as pessoas, ao olharem para o conteúdo de suas mente, tiram significados das mesmas,
Embutida na visão de Bandura está a ideia de que o indivíduo possui certas capacidades, como simbolizar e planejar ações futuras, que lhe proporcionam estratégias cognitivas importantes que serão utilizadas em suas experiências. 
Entre estas capacidades estão as expectativas de auto-eficácia, que seriam um conjunto de crenças que o indivíduo utiliza rotineiramente para fazer julgamentos acerca da sua capacidade de ter um desempenho adequado a cada situação, ou seja, todos nós, antes e enquanto estamos tendo um desempenho, julgamos se seremos capazes ou não de iniciar e manter adequadamente o mesmo.
As expectativas de auto-eficácia determinam a motivação para iniciar um desempenho, os estados afetivos e a persistência para continuar o desempenho em face dos obstáculos que podem surgir. Isto explica o porquê, apesar do indivíduo apresentar habilidades em determinadas situações, ele não consegue ter um bom desempenho, pois ele tem expectativas de auto-eficácia negativas ou reduzidas.
Deve-se, porém, distinguir expectativas de auto-eficácia de: expectativas acerca das consequências futuras (o que eu acredito que acontecerá caso eu tenha um determinado comportamento); e expectativas de desempenho (crenças acerca do desempenho em si).
Aprendizagem Social
Teoria da Aprendizagem Sócio-Cognitiva : Estudo dos processos de pensamento subjacentes à aprendizagem uma vez que esta envolve pensamento, memória e processamento de informação.
A teoria da aprendizagem enfatiza a capacidade de aprender através da observação de um modelo, ou ainda, receber instruções sem experiência direta do sujeito.
Aprendizagem latente: o novo comportamento é aprendido mas só é executado quando é apresentado o reforço. 
Os indivíduos possuem mapas cognitivos - representação mental de localizações espaciais e direccionais 
Aprendizagem por observação
 (aprendizagem social, modelação ou imitação)
Pode-se entende a aprendizagem por observação quando o comportamento muda de modo relativamente permanente como resultado da observação dos atos de outro sujeito.
Não há aprendizagem:
Quando a mudança de comportamento não é duradoura.
No caso dos padrões fixos de atuação pois estes não são aprendidos, embora os contextos em que são utilizados o possam ser. 
PADRÕES FIXOS DE ATUAÇÂO
São comuns a todos os membros da mesma espécie;
São executados quase sempre da mesma maneira;
Quando iniciados são completados e tendem a resistir à mudança;
Não exigem treino específico e normalmente resultam de um determinado estímulo ambiental.
Fases do Processo de aprendizagem 
por observação
AQUISIÇÃO:Observa um modelo de comportamento e reconhece o que o caracteriza.
Prestar atenção e percepcionar as características mais importantes do modelo;
RETENÇÃO:Retém na memória as respostas modelo.
Recordar o comportamento;
DESEMPENHO:Se o comportamento do modelo for aceite como próprio e tiver consequências positivas é susceptível de conduzir à sua reprodução.
Reproduzir o comportamento;
CONSEQUÊNCIAS:A consequência do comportamento irá enfraquecer (ou aumentar) a frequência com que ocorre.
Estar motivado para aprender e reproduzir o comportamento.
Dificuldades na Avaliação 
da Aprendizagem através da Avaliação do Desempenho
Muita da aprendizagem é latente, logo não leva a reações que possa ser observadas, não sendo possível efetuar a medição do desempenho.
Nem toda a aprendizagem se traduz em desempenho (e.g. raciocínio lógico).
Nem sempre o desempenho reflete com precisão a aprendizagem pois depende de muitos outros factores 
	(e.g. cansaço, motivação, etc.)
Teoria dos Constructos 
Pessoais de George Kelly
George Kelly (
“É o futuro que atormenta o homem, não o passado. Ele sempre busca o futuro através da janela do presente” (Kelly, 1955, p. 49);
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo 
Visão Geral da Teoria
Ênfase nos pensamentos individuais ou “constructos”;
Foco ideográfico;
Muito similar às teorias humanistas apesar de não ter um foco na motivação;
As diferenças individuais são devidas aos diferentes pensamentos ou constructos;
Os comportamentos e as emoções são derivados desses constructos.
Introdução
A teoria da personalidade do constructo pessoal de Kelly é bastante peculiar. Kelly não se prende a conceitos familiares - como inconsciente, ego, necessidades, impulsos, estímulos e respostas e reforço - nem mesmo motivação e emoção.
Para Kelly cada pessoa cria um conjunto de constructos cognitivos sobre o ambiente: interpretamos e organizamos os eventos e as relações sociais de nossa vida num sistema ou padrão.
Com base nesse padrão, fazemos previsões sobre nós mesmos, sobre outras pessoas e eventos e as usamos para formular nossas respostas e orientar nossas ações.
Para compreender a personalidade é preciso compreender os padrões, as formas como organizamos e construímos nosso mundo.
Segundo Kelly, nossa interpretação dos eventos é mais importante do que os eventos propriamente ditos.
Sua teoria origina-se de sua experiência clínica. Por diversas razões, interpretou sua experiência clínica de maneira diferente da de Freud e de outros teóricos que trataram de pacientes. Seu modelo de natureza humana é incomum: ele concluiu que as pessoas agem da mesma forma que os cientistas. Os cientistas elaboram teorias e hipóteses e as testam diante da realidade por meio de experimentos em laboratórios. Caso os resultados de seus experimentos sustentem a teoria, ela é mantida. Se os dados não a sustentarem, ela terá de ser descartada ou modificada e testada novamente.
Kelly observou que os psicólogos não atribuíam às pessoas que eles avaliavam a mesma capacidade intelectual e racional que atribuíam a si mesmos: é como se eles tivessem duas teorias sobre a natureza humana: uma que se aplica aos cientistas e à sua maneira de ver o mundo e uma outra que se aplica a todas as outras pessoas.
Para Kelly, a personalidade de um indivíduo é formada pelo seu sistema de constructos. Os constructos que uma pessoa usa, portanto, definem o seu mundo. 
Para Kelly, um constructo é uma forma de perceber ou interpretar eventos. Por exemplo, bom-mau é um constructo freqüentemente utilizado pelas pessoas quando elas consideram os eventos. O sistema de constructos pessoais de um indivíduo é formado pelos constructos – ou pelas maneiras de interpretar os eventos – e as relações entre esses constructos.
Principais Características da Teoria:
Enfatiza a maneira como os indivíduos interpretam o mundo;
Considera que a pessoa é um agente ativo em seu envolvimento com o mundo;
Enfatiza coisas que as pessoas podem fazer para mudar a maneira como pensam;
Kelly rejeitava o termo cognitivo porque sentia que ele era restritivo e sugeria uma divisão artificial entre cognição (pensamento) e afeto (emoção);
A teoria de Kelly é uma teoria construtivista, ou seja, ela enfatiza a construção do mundo pelo indivíduo; enfatiza a maneira como o indivíduo atribui significado aos eventos e nos esforços da pessoa para prever os eventos, a teoria do constructo pessoal claramente enfatiza os processos cognitivos;
Somos essencialmente orientados para o futuro.
Estrutura da Teoria 
do Constructo Pessoal de George Kelly:
Baseada no Postulado Fundamental que afirma que nossos processos psicológicos são determinados pelas maneiras como antecipamos os eventos.
Ao utilizar a palavra "processos", Kelly não sugeriu algum tipo de energia mental. Em vez disso, acreditava que a personalidade era um processo fluido, em movimento. Nossos processos psicológicos são determinados pelos nossos constructos, por meio da forma como cada um de nós constrói o seu mundo. Outra palavra chave no postulado fundamental é "antecipar".
A noção de Kelly sobre constructos é antecipatória. Utilizamos constructos para prever o futuro, ter alguma idéia sobre as conseqüências de nossas ações e o que provavelmente acontecerá se nos comportarmos de determinada maneira.
Onze corolários derivam deste postulado:
115
116
Problemas Psicológicos
Surgem como o resultado de constructos defeituosos e não ocorrem necessariamente em função de experiências traumáticas.
A ansiedade e o principal problema psicológico que nos acomete quando os nossos constructos não conseguem prever nem controlar os eventos futuros. 
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Problemas Com Nossos Constructos 
Origem do fracasso 
Os constructos podem ser:
excessivamente simples e/ou incompletos.
impermeáveis – não consideram novas informações e evidências com facilidade.
Inadequados devido à falta de experiência 
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TERAPIA RACIONAL-EMOTIVA (RET)
Albert Ellis
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo 
Introdução
A proposta da Terapia Racional Emotiva (RET) afasta-se radicalmente de outros sistemas psicoterapêuticos - a saber, das abordagens psicanalítica, humanista-existencial, centrada-no-cliente e gestaltista. Aproxima-se mais das terapias orientadas em termos cognitivos, comportamentais e de ação, no sentido de ressaltar o pensamento, o julgamento, a decisão, a análise e a atuação. 
A RET é extremamente didática, muito diretiva e preocupa-se mais com as dimensões do pensamento do que com as do sentimento.
CONCEITOS-CHAVES
Visão da Natureza Humana
A RET se baseia na suposição de que os seres humanos nascem com um potencial para o pensamento racional e correto, assim como para o pensamento irracional e desviante. 
As pessoas apresentam predisposições para a autopreservação, a felicidade, o pensamento e a verbalização, o amor, a comunhão com os outros, o crescimento e a auto-realização. Apresentam ainda propensão à autodestruição, a evitar o pensamento, à procrastinação, à repetição infindável de erros, superstição, intolerância, perfeccionismo, autoacusação e fuga da atualização de potenciais para o crescimento. 
Possuem tendências dentro de si tanto para persistir em padrões de comportamento antigos e disfuncionais, quanto para descobrir uma série de formas de dedicar-se à auto-sabotagem.
No entanto, segundo a psicologia racional-emotiva, nascem com a tendência a insistirem em ver todos os seus desejos, demandas e necessidades satisfeitos ao longo da vida; se não conseguem o que querem imediatamente, condenam a si mesmas e aos outros (Ellis, 1973a, p. 175-176).
 A terapia racional-emotiva afirma que os homens não precisam resignar-se a serem vítimas do condicionamento primitivo, as pessoas dispõem de vastos recursos não-liberados para atualizar seu potencial e podem mudar seu destino pessoal e social. 
A RET dá ênfase ao fato dos homens pensarem, sentirem emoções e se comportarem simultaneamente. De modo a compreender o comportamento autoderrotista, é necessário compreender como uma pessoa sente emoção, pensa, percebe e age. Para modificar padrões disfuncionais, seria idealmente necessário empregar uma variedade de métodos perceptivo-cognitivos, emotivo-evocativos e comportamentais-reeducativos (Ellis, 1973a, p.171).
As pessoas possuem a capacidade de confrontar seus sistemas de valores e redoutrinar-se a si mesmas com crenças, idéias e valores diferentes. Como resultado disso, comportar-se-ão de modo bastante distinto daquele segundo o qual se conduziam no passado. Portanto, por poderem pensar e trabalhar até que se tornem realmente diferentes, as pessoas não são vítimas passivas de condicionamentos passados.
A RET e a Teoria da Personalidade.
A RET define a neurose como "pensamento e comportamento irracionais", um estado natural do homem, que aflige a todos em certo grau. Este estado encontra-se profundamente enquistado, simplesmente porque somos seres humanos e vivemos com outros seres humanos, em sociedade.
Os fenômenos psicopatológicos são originalmente aprendidos e agravados pela inscrição de crenças irracionais dos outros significativos durante a infância. No entanto, nós mesmos alimentamos as falsas crenças de forma ativa, por meio de processos de autossugestão e auto repetição. Assim, deve-se em grande parte à nossa própria repetição de pensamentos irracionais, objeto de redoutrinação precoce, mais do que à repetição por parte dos pais, o fato de se manterem vivas e atuantes, dentro de nós, atitudes disfuncionais.
As emoções são produtos do pensamento humano. Quando pensamos que alguma coisa é ruim, sentimo-nos mal em relação a esta coisa. Para Ellis (1967) "o distúrbio emocional consiste essencialmente em proposições ou significados incorretos, ilógicos e não-validáveis, em que o indivíduo perturbado acredita de modo dogmático e sem discussão, e em relação aos quais consequentemente se emociona ou age construindo sua própria derrota" (p.82)
Para a RET a culpa é o núcleo da maioria dos distúrbios emocionais. A cura de uma neurose ou psicose, requer que paremos de culpar a nós mesmos e aos outros. É preciso nos aceitarmos apesar de nossas imperfeições. A ansiedade provém da repetição interior da seguinte proposição: "Eu não gosto do meu comportamento e gostaria de mudar"; que contém implícita a acusação: "Devido a meu comportamento incorreto e aos meus erros, sou uma pessoa muito ruim, mereço ser condenada, mereço sofrer.“ O indivíduo pode ser ajudado a perceber que sentenças assim, imprecisas e irracionais, são falsas armadilhas autopunitivas por ele adquiridas.
A RET argumenta que as pessoas não necessitam ser aceitas e amadas, muito embora isto seja desejado. O terapeuta ensina ao cliente a maneira de não se sentir ferido, mesmo quando não é aceito e amado pelos outros significativos. Ainda que permitindo às pessoas se sentirem tristes por não serem aceitas, a RET tenta auxiliá-las a encontrar formas de superar todas as manifestações intensas de depressão, dor, desvalorização e ódio.
A RET formula a hipótese de que, em razão de sermos criados dentro da sociedade, tendemos a nos tornar vítimas de ideias sem fundamento, tendemos a continuar a nossa própria redoutrinação incessante com essas ideias, de uma forma impensada e auto sugestiva, mantendo-as consequentemente atuantes em nosso comportamento manifesto. De acordo com Ellis (1967), algumas das principais ideias irracionais por nós internalizadas e que conduzem inevitavelmente à uma vida autoderrotiva são as seguintes:
1) A ideia de que o ser humano adulto tem uma necessidade terrível de ser amado ou aprovado virtualmente por toda outra pessoa significativa de sua comunidade;
2) A ideia segundo a qual é preciso ser totalmente competente, adequado e bem-sucedido quanto a todos os aspectos possíveis, caso o indivíduo queira considerar-se alguém de valor;
3) A ideia de que certas pessoas são más, perversas e infames e deveriam ser severamente acusadas e punidas por sua maldade;
4)A ideia de ser mais fácil evitar certas dificuldades da vida e responsabilidades próprias, do que enfrentá-las; 
5)A ideia de uma situação de pavor e catástrofe quando as coisas não ocorrem como se gostaria que realmente que ocorressem;
6)A ideia segundo a qual a infelicidade humana decorre de causas externas e as pessoas possuem pouca ou nenhuma capacidade para controlar seus sofrimentos e perturbações;
7)A ideia de ser a história passada um importante fator determinante do comportamento presente e de que, pelo fato de alguma coisa certa vez ter afetado muito a vida de alguém, deverá ter efeitos semelhantes indefinidamente.
A Teoria A - B - C da Personalidade
A teoria A -B - C da personalidade é central para a RET, em termos teóricos e práticos. 
"A" é a existência de um fato, um evento, ou comportamento ou a atitude de um indivíduo. "C" é a consequência emocional ou reação do indivíduo; a reação pode ser adequada ou inadequada. "A" (o evento ativador) não causa "C" (a consequência emocional). Em seu lugar, "B", que é a crença da pessoa a respeito de "A", causa "C", a reação
emocional. Por exemplo, se uma pessoa vivencia depressão depois de um divórcio, possivelmente não é o divórcio em si, a causa da reação depressiva, mas as crenças da pessoa quanto a ser um fracasso, ser rejeitada, ou perder um companheiro. Ellis afirmaria que as crenças da rejeição e do fracasso (no ponto "B") constituem as causas da depressão (no ponto "C"), e não o evento atual do divórcio (ponto "A"). Assim, os seres humanos são em grande parte responsáveis pela criação de suas próprias reações e perturbações emocionais.
Como é fortalecido um distúrbio emocional? 
É alimentado por sentenças ilógicas que a pessoa repete continuamente para si mesma, tais como: "A culpa pelo divórcio é inteiramente minha", "Eu sou um miserável fracassado, tudo o que fiz estava errado", "Não tenho valor algum", "Sinto-me só e rejeitado, e isto é uma catástrofe horrível." Ellis (1974) sustenta que "a pessoa se sente conforme o que pensa" (p. 312). As reações emocionais perturbadas, tais como a depressão e a ansiedade, são desencadeadas e perpetuadas pelo sistema de crenças auto derrotistas, o qual se baseia em ideias irracionais incorporadas pela pessoa. 
O autor (1974) afirma a possibilidade de se eliminarem ou modificarem os distúrbios emocionais trabalhando diretamente com os sentimentos (depressão , ansiedade, hostilidade, medo, etc.), mas propõe que "a técnica mais rápida, mais firmemente implantada, mais refinada e de efeitos mais duradouros enquanto técnica para ajudar as pessoas a modificarem suas reações emocionais disfuncionais, consiste em capacitá-las a ver com clareza o que se dizem a si mesmas com tanta força, no ponto "B" (seu sistema de crença), acerca dos estímulos incidentes sobre elas no ponto "A" (suas experiências ativadoras) e em ensinar-lhes como discutir no ponto "D", de forma ativa e vigorosa, suas crenças irracionais" (p. 312-313).
Os seres humanos, por disporem da capacidade de pensamento, estão aptos a "se treinarem no sentido de mudar ou eliminar suas crenças auto sabotadoras". Para aprender a compreender e confrontar sistema de crenças irracionais, é necessário autodisciplina, pensamento e trabalho. Há possibilidade de mudanças, tanto curativas quanto preventivas, nas tendências geradoras de perturbações, se as pessoas forem assistidas no sentido de conseguirem focalizar o "pensamento desviante" e "as emoções e a conduta inadequadas". 
Após "A" - "B", - "C", tem-se "D", a Discussão. Essencialmente, "D" é a aplicação do método científico com vistas a ajudar os clientes a combater em seu estilo as crenças irracionais que acarretam perturbações do seu comportamento e emoções. Uma vez que os princípios da lógica podem ser ensinados, é possível usá-los para destruir qualquer hipótese fora da realidade e inverificável. Este método empírico-lógico pode auxiliar os clientes a abandonarem ideologias autodestrutivas.
O PROCESSO TERAPÊUTICO
Objetivos Terapêuticos
Ellis (1973a) observou que muitos caminhos seguidos pela RET dirigem-se a uma meta principal: "A minimização da perspectiva auto derrotista central do cliente e a aquisição de uma filosofia de vida mais realista e tolerante" (p.184).De acordo com o autor, o objetivo básico do psicoterapeuta deveria ser, preferencialmente, o de demonstrar aos clientes que suas verbalizações a respeito de si mesmo têm sido, e ainda são, a origem primária de seus distúrbios emocionais.
Função e Papel do Terapeuta
As atividades terapêuticas da RET são conduzidas com um propósito central: ajudar o cliente a libertar-se de ideias ilógicas e aprender a substituí-las por ideias lógicas. Tem-se por objetivo levar o cliente a internalizar uma filosofia racional de vida, do mesmo modo que chegou a internalizar um conjunto de crenças dogmáticas, irracionais e supersticiosas, vindas tanto dos pais quanto da cultura.
Para atingir este objetivo, o terapeuta desempenha tarefas específicas. O primeiro passo é mostrar aos clientes que seus problemas se relacionam com crenças irracionais e mostrar como desenvolveram seus valores e atitudes, procurando esclarecer, em termos cognitivos, o fato de terem incorporado diversos imperativos, deveres e obrigações. 
Um segundo passo, no processo terapêutico, leva o cliente além do estágio de conscientização, demonstrando que, no presente, mantém em atividade seus distúrbios emocionais por continuar a pensar ilogicamente e pela repetição de sentenças autoderrotistas, as quais conservam a influência dos primeiros anos em seu caráter funcional. Em outras palavras, o cliente é responsável por seus próprios problemas, porque continua a reendoutrinar-se. Não é suficiente que o terapeuta mostre simplesmente aos clientes, o fato de apresentarem processos ilógicos, pois estarão prontos a dizer: "Agora compreendo que tenho medo do fracasso, e que este medo é exagerado e fora da realidade. Mas ainda sinto medo de fracassar!".
 Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)
 
Prof. Me. Jefferson Cabral Azevedo
Aaron Beck 
Fundamentos históricos e filosóficos
Aaron Beck – Filadélfia (1956)
 Questionamentos sobre a teoria psicanalítica.
Origens filosóficas: Zenão de Citium (séc. 4 a.C.), Crisipo, Cícero, Sêneca, Marco Aurélio.
Epiteto (Séc. I a.C.): “Os homens são perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que extraem delas”.
Teoria dos constructos pessoais de George Kelly (1955).
  
Terapia Racional Emotiva de Albert Ellis (1955).
Teoria de Alfred Adler (1936).
Fenomenologia de Heiddeiger, Kant e Husserl.
Contribuição de teóricos comportamentalistas (Mahoney, 1974; Meichenbaum, 1977).
Neo-analistas: Karen Horney, Otto Rank e Sullivan.
Princípios fundamentais da TCC
A maneira como as pessoas interpretam os eventos influencia diretamente a emoção e o comportamento (Beck, 1976).
Beck e Alford (2000): a posição filosófica da teoria e terapia cognitiva integra:
Dimensões Externas 
(contexto ambiental)
Dimensões Internas 
(percepções fenomenológicas)
O modelo cognitivo comportamental 
 Pressuposições Formais da teoria cognitiva
 
De acordo com Beck e Alford (2000), a teoria cognitiva baseia-se nas seguintes formulações:
A noção de esquemas - estruturas cognitivas que integram e atribuem significado aos eventos. 
A atribuição de significado ativa ou controla sistemas psicológicos, como a atenção, memória, percepção, e o conteúdo emocional e comportamental.
As categorias de significado: padrões específicos de pensamento, emoção, memória, atenção e comportamento, que constituem a especificidade de conteúdo. Este termo refere-se aos temas comuns na psicopatologia. 
A distorção cognitiva refere-se aos significados disfuncionais ou maladaptativos que o indivíduo integra numa determinada situação. Também são considerados erros no conteúdo cognitivo (significado) e no processamento cognitivo (elaboração de significado).
 
As predisposições dos indivíduos a cometerem distorções específicas são denominadas de vulnerabilidades cognitivas. Dessa forma, as pessoas podem desenvolver síndromes específicas. 
 
Os significados disfuncionais servem para explicar a tríade cognitiva e o desenvolvimento da psicopatologia.
Existem dois níveis de significado: público e privado. O significado público, ou objetivo de um evento, tem poucas implicações para o indivíduo. O significado pessoal ou privado inclui implicações, significação, generalizações extraídas da ocorrência de eventos (Beck, 1976, p.48). 
Há três níveis de cognição:
	 (a) nível pré-consciente – pensamentos automáticos;
 (b) nível consciente;
 (c) nível metacognitivo: reflexão sobre um pensamento – respostas racionais.
Os esquemas são estruturas teleonômicas que evoluem para facilitar a adaptação do indivíduo no ambiente.
Classificações das TCCs
 1) Terapia de habilidades de enfrentamento.
 2) Terapia de solução de problemas.
 3) Terapia de reestruturação.
 (Dobson & Scherrer, 2004).
Terapia cognitivo comportamental
 Foco
nos processos intrapsíquicos (Beck, 1976). 
Terapia construtivista
 Ênfase nas estruturas cognitivas e no processo de atribuição de significado (Guidano, 1983).
Terapia do esquema
 Foco nos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDS) – temas disfuncionais em um nível significativo (Young, 2004).
Judith Beck
Características da TCC
Abordagem psicoeducativa.
Diretiva e estruturada.
Orientada ao presente.
Focalizada em problemas. 
Direcionada em metas. 
Utiliza planos de tratamento.
Aplicações da TCC: crianças, adolescentes e adultos.
Tratamento de problemas e transtornos específicos (depressão, ansiedade, fobias, etc). 	 				(Beck, 1997).
 
 
 
Adaptada a diferentes contextos clínicos - ambientes de saúde (hospitais) para o tratamento de repercussões psicológicas provenientes de doenças orgânicas (manejo da dor, somatização e sintomas físicos da doença).
Grupos (terapia de grupo), problemas de casais, terapia familiar. 
Utiliza intervenções em situações de crise.
Eficácia cientificamente comprovada por meio de estudos clínicos.
Pode ser utilizada a TCC com ou sem medicação (psicotrópico).
Tempo de terapia: depende das características de personalidade do indivíduo, e dos problemas que são apresentados. (Beck, 1997).
Pontos fundamentais 
para a prática da terapia cognitiva
Inclusão de pessoas significativas nas sessões de terapia quando conflitos dominam as queixas de um paciente.
Análise do contexto ambiental quando identifica consequências comportamentais de curto prazo versus longo prazo.
Foco nas questões inconscientes quando a avaliação clínica revela traumas primitivos.
						 (Beck & Alford, 2000)
Esquemas
Adquiridos durante a infância nas relações interpessoais.
Ativados em situações específicas (indivíduo, contexto e self).
Pensamentos Automáticos
Palavras, imagens e figuras que surgem na mente.
Crenças
 Representam o conteúdo dos esquemas.
Crenças Centrais: Ideias mais rígidas sobre si mesmo, os outros e o mundo.
Crenças Intermediárias: atitudes e regras.
 Estratégias compensatórias
Comportamentos utilizados para se proteger ou compensar as crenças.
			 (Beck & Alford, 2000; Beck, 1997; Beck, 2007).
Conceitualização Cognitiva
Representa um conjunto de dados acerca do paciente (história de vida – dados da infância, pensamentos, crenças, e os significados que são atribuídos).
Permite facilitar o entendimento de fatores cognitivos e comportamentais e a influência nas reações emocionais, comportamentais e fisiológicas.
Auxilia o terapeuta para desenvolver o plano de tratamento.
O terapeuta compartilha com o paciente os dados da conceitualização cognitiva.
 (Beck, 1997; Beck, 2007).
PRINCÍPIOS DA TERAPIA COGNITIVA
Baseia-se em uma formulação em contínuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas em termos cognitivos;
Requer uma aliança terapêutica segura;
Enfatiza colaboração e participação ativa;
Orientada em metas e focalizada em problemas;
Enfatiza o presente inicialmente;
É educativa - ensina o paciente a ser seu próprio terapeuta; 
Enfatiza a prevenção de recaída;
Visa ter um tempo limitado;
As sessões são estruturadas;
Ensina o paciente a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais;
Utiliza-se de uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e comportamento. 
PRINCÍPIOS DA TERAPIA COGNITIVA
BASES METODOLÓGICAS E CONCEITUAÇÃO COGNITIVA
A terapia cognitiva baseia-se no modelo cognitivo, que levanta a hipótese de que as emoções e os comportamentos das pessoas são influenciados por sua percepção dos eventos. 
Não é a situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas sim, o modo como elas interpretam essa situação. 
 Exemplos: a leitura de um livro; 
 a apreciação de um filme; 
 a avaliação de uma aula. 
 Cada indivíduo tem uma resposta emocional diferente para cada uma dessas situações com base no que está passando por suas cabeças naquele momento.
Portanto o modo como as pessoas se sentem está associado ao modo como elas interpretam e pensam sobre uma situação.
 
Entendendo os problemas
 AMBIENTE
PENSAMENTO
ESTADOS DE HUMOR
REAÇÕES FÍSICAS
COMPORTAMENTO
Pensamentos Automáticos Disfuncionais
São um fluxo de pensamentos que coexistem com um fluxo de pensamentos mais manifestos, surgem espontaneamente e não são embasados em reflexão ou deliberação.
Parecem surgir espontaneamente, mas estão ligados ao nosso sistema de crenças centrais e subjacentes.
São quase sempre negativos, a menos que o paciente seja maníaco ou hipomaníaco, tenha um transtorno de personalidade narcisístico ou seja um viciado em drogas.
São usualmente breves e o paciente com frequência está mais ciente da emoção que sente em decorrência do pensamento do que do pensamento em si. 
Pensamentos Automáticos Disfuncionais
Ajudam a definir os estados de humor que experimentamos
Influenciam o comportamento: o que escolhemos ou não fazer e a qualidade do nosso desempenho.
Pensamentos e Crenças afetam respostas biológicas.
São influenciados pelas crenças que adquire-se na infância e no meio cultural.
Enquanto as mudanças no pensamento são, na maioria das vezes, fundamentais, muitos problemas também exigem mudanças no comportamento, no funcionamento físico e no meio.
A TCC ajuda a examinar todas as informações disponíveis; não é simplesmente pensamento positivo
É importante identificar os estados de humor
Emoções
As emoções são de importância primária para o terapeuta cognitivo. Afinal uma meta importante da terapia é o alívio de sintomas, uma redução no nível de aflição do paciente quando ele modifica o pensamento disfuncional.
A emoção negativa intensa é dolorosa e pode ser disfuncional quando interfere com a capacidade do paciente de pensar claramente, resolver problemas, agir efetivamente ou obter satisfação.
Os pacientes com um transtorno psicológico, freqüentemente experimentam uma intensidade de emoção que é excessiva ou inapropriada à situação. 
Podem sentir-se cansados e não reconhecerem que estão deprimidos, ou sentirem-se nervosos e não reconhecerem a ansiedade. Junto com a depressão e a ansiedade, a raiva, a vergonha e a culpa são estados de humor problemáticos comuns a muitas pessoas.
Emoções
Uma forma de observação das emoções são as mudanças na tensão do corpo. Ombros caídos podem indicar medo ou tensão; corpo pesado pode indicar depressão ou frustração.
Conseguir notar 3 estados de humor durante o mesmo dia.Ou usar lista com estados de humor.
Muitos pacientes não entendem claramente a diferença entre o que eles estão pensando e o que estão sentindo emocionalmente.
O terapeuta tenta obter o sentido da experiência do paciente e partilha seu entendimento com o paciente, tentando explicar-lhe a diferença entre um material racional (verbal ou pictórico) e um material emocional (aflitivo ou não).
Ao fazer essa distinção o paciente pode perceber exatamente qual pensamento o deixa triste, ansioso, com raiva ou constrangido
Um caso
Paulo, no início da terapia, relatou que não sentia vontade de estar com sua família e amigos tanto quanto costumava sentir. Contou que preferiria ficar sozinho.
Quando começou a analisar de perto as situações nas quais queria se isolar descobriu que com frequência, estava pensando “Eles não querem estar comigo” e “Se for lá,não vou me divertir”, ele reconheceu que seu humor era triste. Durante a terapia aprendeu a relação entre pensamentos e estados de humor e a diferenciá-los
Era importante para Paulo diferenciar entre fatores situacionais (ambiente), pensamentos e estados de humor.(Com quem?O que?Quando?Onde?)
Os estados de humor são expressos por uma única palavra.
Os pensamentos são as frases ou imagens visuais, incluindo as lembranças que passam pela cabeça.
Quantificando as emoções
 É importante para o paciente identificar suas emoções e quantificar o grau de emoção que está experimentando.
 Alguns pacientes tem a crença que se sentirem uma pequena quantidade de aflição, isso aumentará e se tornará intolerável. Aprender a classificar a intensidade das emoções auxiliará o paciente a testar essa crença
0
10
20
30
40
50
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90
100
Erros Cognitivos
 
 
 Wright, Beck,Knapp
)
Abstração seletiva 
(filtro mental)
Conclusão depois de examinar apenas uma pequena porção das informações disponíveis. Os dados importantes são descartados ou ignorados, a fim de confirmar a visão tendenciosa que a pessoa tem da situação.
Um homem deprimido com baixa auto-estima não recebe um cartão de boas-festas de um velho amigo. 
Ele pensa: "Estou perdendo todos os meus amigos; ninguém se importa mais comigo". Ele ignora as evidências de que recebeu cartões de vários outros amigos, que seu velho amigo tem lhe enviado cartões todos os anos nos últimos 15 anos, que seu amigo esteve muito ocupado no ano passado com uma mudança e um novo emprego e que ele ainda tem bons relacionamentos com outros amigos.
Inferência arbitrária
Conclusão a partir de evidências contraditórias ou na ausência de evidências.
Uma mulher com medo de elevador é solicitada a prever as chances de um elevador cair com ela dentro. Ela responde que as chances são de 10% ou mais de o elevador cair até o chão e ela se machucar. Muitas pessoas tentaram convencê-la de que as chances de um acidente catastrófico com um elevador são desprezíveis.
Supergeneralização
Conclusão sobre um acontecimento isolado é estendida de maneira ilógica a outras áreas do funcionamento.
Um universitário deprimido tira nota B em uma prova. Ele considera insatisfatório e supergeneraliza com pensamentos automáticos: 
"Estou com problemas nessa aula; estou ficando para trás em todas as áreas da minha vida; não consigo fazer nada direito".
Maximizacão e Minimização
A importância de um atributo, evento ou sensação é exagerada ou minimizada.
 
Uma mulher com transtorno de pânico começa a sentir tonturas durante o início de um ataque de pânico. Ela pensa: "Vou desmaiar; posso ter um ataque cardíaco ou um derrame".
“Eu tenho um ótimo emprego, mas todo mundo tem”.
“Obter notas boas não quer dizer que sou inteligente, os outros obtêm notas melhores do que as minhas.”
Personalização
Assume-se responsabilidade excessiva ou culpa por eventos negativos.
Houve um revés econômico e um negócio anteriormente de sucesso passa por dificuldades para cumprir o orçamento anual. Pensa-se em fazer demissões. Uma série de fatores levaram à crise no orçamento, mas um dos gerentes pensa:
 "É tudo culpa minha; eu deveria saber que isso iria acontecer e ter feito alguma coisa; falhei com todos na empresa".
Pensamento absolutista
 (dicotômico ou do tipo tudo-ou-nada)
Os julgamentos sobre si mesmo, as experiências pessoais ou com os outros são separados em duas categorias ( totalmente mau ou totalmente bom, fracasso total ou sucesso, cheio de defeitos ou completamente perfeito)
Paulo, um homem com depressão, compara-se com Roberto, um amigo que parece ter um bom casamento e cujos filhos estão indo bem na escola. Embora o amigo seja muito feliz em sua casa, sua vida está longe do ideal. Roberto tem problemas no trabalho, restrições financeiras e dores físicas, entre outras dificuldades. Paulo está se envolvendo em pensamento absolutista quando diz para si mesmo: 
"Tudo vai bem para Roberto; para mim nada vai bem".
Catastrofização
 Pensar que o pior de uma situação vai ocorrer, sem levar em consideração outros desfechos. Acreditar que esse acontecimento será terrível e insuportável.
“Perder o emprego será o fim da minha carreira”
“Não suportarei a separação da minha mulher”
“Se eu perder o controle será o meu fim” 
Raciocínio Emocional
Presumir que sentimentos são fatos. “Sinto, logo existe”. Pensar que algo é verdadeiro porque tem um sentimento (na verdade um pensamento) muito forte a respeito. Deixar os sentimentos guiarem a interpretação da realidade. Presumir que as reações emocionais refletem a situação verdadeira.
“Eu sinto que minha mulher não gosta mais de mim.”
“Sinto que meus colegas riem às minhas costas”.
“Sinto que estou tendo um enfarto, então deve ser verdadeiro.”
“Sinto-me desesperado, então a situação deve ser desesperadora.”
Advinhação
 Prever o futuro. Antecipar problemas que talvez não venham a ocorrer. Expectativas negativas estabelecidas como fatos.
“Não irei gostar da viagem.”
“Ela não aprovará meu trabalho.”
“Dará tudo errado.”
Leitura Mental
 Presumir, sem evidências, que sabe o que os outros estão pensando, desconsiderando outras hipóteses possíveis.
“Ela não está gostando da minha conversa.”
“Ele está me achando inoportuna.”
“Ele não gostou do meu projeto.”
Rotulação
Colocar um rótulo global, rígido em si mesmo, numa pessoa ou situação, em vez de rotular a situação ou o comportamento específico.
“Sou incompetente.”
“Ele é uma pessoa má.”
“Ela é burra.”
Desqualificando o positivo
“O sucesso obtido naquela tarefa não importa, porque foi fácil.”
“Isso é o que esposas devem fazer, portanto, ela ser legal comigo não conta.”
“Eles só estão elogiando meu trabalho porque estão com pena.”
Imperativos
“deveria” e “tenho que”
 Interpretar eventos em termos de como as coisas deveriam ser, em vez de simplesmente considerar as coisas como são. Afirmações absolutistas na tentativa de prover motivação ou modificar um comportamento. Demandas feitas a si mesmo, aos outros e ao mundo para evitar as consequências do não cumprimento dessas demandas.
“Eu tenho que ter controle sobre todas as coisas.”
“Eu devo ser perfeito em tudo que faço.”
“Eu não deveria ter ficado incomodado com meu amigo.”
Vitimização
 Considerar-se injustiçado ou não entendido. A fonte dos sentimentos negativos é algo ou alguém, havendo recusa ou dificuldade de se responsabilizar pelos próprios sentimentos e comportamentos.
“Minha esposa não entende meus sentimentos.”
“Faço tudo pelos meus filhos e eles não me agradecem.”
Questionalização
(E se?)
Focar o evento naquilo que poderia ter sido e não foi. Culpar-se pelas escolhas do passado e questionar-se por escolhas futuras.
“Se eu tivesse aceitado o outro emprego, estaria melhor agora.”
“E se o novo emprego não der certo?”
“Se eu não tivesse viajado, isso não teria acontecido.”
De onde os pensamentos automáticos surgem?
O que faz uma pessoa interpretar uma situação diferentemente de uma outra pessoa?
Por que a mesma pessoa pode interpretar um evento idêntico de forma diferente em um momento e em outro?
Esses pensamentos estão relacionados com as 
CRENÇAS
 As crenças mais centrais são entendimentos tão fundamentais e profundos que as pessoas freqüentemente não os articulam, sequer para si mesmas. 
Essas idéias são consideradas pela pessoa como verdades absolutas.
As crenças centrais são o nível mais fundamental de pensamento.
 São globais, rígidas e supergeneralizadas
Crenças Centrais
Idéias e conceitos fundamentais sobre nós mesmos, os outros e o mundo
Incondicionais
Formadas desde a infância e se fortalecem com o tempo
Suas mudanças proporcionarão os melhores resultados na terapia no que se refere ao tratamento da psicopatologia em questão.
Agrupamento das Crenças Centrais
Judith Beck(1995)
Desamparo: impotente, frágil, vulnerável, carente,

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