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Suspensão condicional da execução da pena privativas de liberdade

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Suspensão condicional da execução da pena privativas de liberdade(Sursis)
Sursis é uma suspensão condicional da pena, aplicada à execução da pena privativa de liberdade, não superior a dois anos, podendo ser suspensa, por dois a quatro anos, desde que certas condições durante o período de prova determinado também na sentença, de forma que, se após seu término o sentenciado não tiver dado causa à revogação do benefício, será declarada extinta a pena.
o condenado não seja reincidente em crime doloso;
a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; e
não seja indicada ou cabível a substituição por penas restritivas de direitos.
Sursis tem o intuito de impedir as mazelas da prisão de curta duração, facilitando a reintegração no meio social, evitando a promiscuidade e de mais efeitos deletérios dos estabelecimentos carcerários”
OBS: Com o advento da lei 9.714/98, o “sursis” praticamente deixou de existir, uma vez que é subsidiário à pena alternativa, ou seja: Em primeiro lugar deve o juiz verificar se é o caso de aplicar a pena restritiva de direitos, ou a multa em substituição à pena privativa de liberdade e, somente então, verificada essa impossibilidade é que se tenta a suspensão condicional da pena, como segunda opção.
O juiz deve julgar procedente(Fundamentos) a ação penal e fixar a pena em sua integralidade, estabelecendo seu montante final de acordo com o (critério trifásico =Ex: Culpabilidade) e o regime prisional inicial. Somente depois disso será concedido os “sursis”.
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:             (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;            (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;           (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.          (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.            (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)§ 2º - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de 70 (setenta) anos de idade.              HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm" \l "art77" (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.           (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.              (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).            (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)§ 2º - Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:             HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm" \l "art78" (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente:            (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
a) proibição de freqüentar determinados lugares;           (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;           (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.           (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.             (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.            (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
	
	Sursis penal
(suspensão condicional da pena)
	Sursis processual
(suspensão condicional do processo)
	Âmbito de aplicação
	Regra: Condenações a penas de até 2 anos
	Crime cuja pena mínima não exceda 1 ano
	Pressuposto
	Sentença condenatória
	Denúncia ou Queixa recebida
	Efeito
	Suspende a execução da pena de prisão
	Suspende o processo
	Conseqüência
	Induz a reincidência
	Não induz a reincidência
Requisitos para aplicação:
A) Objetivos
1) Qualidade da pena – PPL;
2) Quantidade da pena – Não superior a 2 anos;
3) Impossibilidade de substituição da pena por pena restritiva de direitos;
B) Subjetivos
1)Condenado não reincidente em crime doloso
2) Circunstâncias judiciais (art. 59) favoráveis ao agente
Espécies de “sursis”
Simples = No primeiro ano o réu fica sujeito a prestação de serviços à comunidade ou limitação de final-de-semana
Especial = condenado fica sujeito proibição de frequentar certos lugares como proibição de ausentar-se da Comarca sem autorização o juiz ou comparecimento pessoal e obrigatório em juízo, mensalmente para informar e justificar suas atividades. (quando as circunstâncias do crime forem totalmente favoráveis ao condenado e tiver ele reparado o dano causado pelo crime, quando possível faze-lo, sem tal reparação e inadmissível a concessão do benefício especial. Concedido tal benefício fica o condenado sujeito obrigatoriamente, as condições do art. 78 § 2º alíneas a, b, c[8].)
 Etário (Art. 77, § 2º): É aquele em que o condenado é maior de 70 anos. Neste caso, o sursis pode ser concedido desde que a pena não exceda 4 anos, aumentando-se, em contrapartida, o período de prova para 6 anos.
Humanitário (Art. 77, § 2º):É aquele em que o condenado, por razões de saúde, independentemente de sua idade, tem direito ao sursis, desde que a pena não exceda 4 anos, aumentando-se o período de prova pra 6 anos. Foi criado pela Lei 9714/98. Deve ser aplicado para casos de doentes terminais.
 Condições Legais: São as condições dos sursis simples (Art. 78, § 1º e as do especial (art. 78, § 2º); Já o sursis especial , além das condições do artigo 77, possui um pressuposto a mais, previsto no artigo 78, 2º, do CP:
Revogação 
A suspensão da pena é condicional e, assim, pode ser revogada se não forem obedecidas as condições, nos termos em que a lei estabelecer devendo o sentenciado nessa hipótese, cumprir integralmente a pena que lhe foi imposta. Existem causas de revogação obrigatória e de revogação facultativa do sursis.
revogação obrigatória:
(A) Quando o beneficiário é condenado em sentença irrecorrível por crime doloso: Não importa se a infração penal voluntária foi praticada antes ou depois do início do período de prova.
(B) Quando o beneficiário frustra, embora solvente, a execução da pena de multa ou não efetua, sem justo motivo, a reparação do dano: Sustenta-se que com o advento da Lei n° 9.268/96, que transformou a multa em dívida de valor, a primeira parte desta causa revocatória não subsiste, devendo a parte interessada executar a multa imposta.
(C) Quando o beneficiáriodescumpre as obrigações de prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana: Nesta hipótese de revogação é imprescindível a oitiva do beneficiário.
Revogação Facultativa
(A)As causas de revogação facultativa do sursis estão previstas no art. 81 §1º do CP. Pode a suspensão ser revogada, em primeiro lugar se o condenado deixar de cumprir qualquer das condições impostas.
(B)Refere-se a lei às condições jurídicas previstas no art. 79 do CP, bem como aquelas escolhidas pelo magistrado entre as do art.78 § 2º do CP quando, de concessão do sursis especial. 
(C)A condenação irrecorrível por crime culposo ou contravenção penal e do descumprimento da prestação de serviços, a comunidade ou limitação de fim de semana, acarretam a revogação facultativa do benefício.
Efeitos da Revogação
O condenado deve cumprir as condições durante o período de prova. Se não as cumpre, revoga-se o sursis, devendo cumprir por inteiro a pena privativa de liberdade que se encontrava com a sua execução suspensa. 
O sursis é uma forma de execução da pena de modo que durante a sua vigência a sentença penal produz efeitos que perduram até a reabilitação. O período de prova consiste no lapso temporal durante o qual o condenado ficará obrigado ao cumprimento das condições impostas, como garantia de sua liberdade.
 “Sursis” e lei ambiental
	O art. 16 da lei 9.605/98 (lei de proteção ao meio ambiente) permite a aplicação do “sursis” nos crimes nela descritos, caso a pena privativa de liberdade não supere 3 anos.

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