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Nota de Aula no 07 2a parte

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1 
 
Régis Gonçalves Pinheiro 
Penal III – Parte Especial 
 
Nota de Aula nº 07 – 2ª PARTE 
 
CORRUPÇÃO PASSIVA 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que 
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar 
promessa de tal vantagem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de 
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 
Corrupção, peita, suborno. 
 
Corrupção ativa: inerente a conduta do corruptor (art. 333, CP) 
Corrupção passiva: envolve atuação do funcionário público corrompido (art. 317, CP) 
 
Corrupção passiva própria: negociação de um ato ilícito; 
Corrupção passiva imprópria: negociação de um ato lícito; 
Corrupção passiva antecedente: a vantagem indevida é recebida antes do ato do 
funcionário público; 
Corrupção passiva subsequente: a vantagem indevida é recebida depois do ato do 
funcionário público. 
 
A corrupção é um crime bilateral ou de concurso necessário, pressupondo a convergência 
de vontades entre o funcionário público corrupto e o particular corruptor. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: vantagem indevida. 
 
Obs.: não se aplica o princípio da insignificância; 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
 
Obs.1: o tipo penal informa “em razão da função” e não “em razão do cargo”: assim não 
FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ 
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA 
Centro de Ciências Jurídicas – CCJ 
Curso de Direito 
 2 
há necessidade do agente ser titular de cargo público, basta ser exerça, ainda que 
transitoriamente e sem remuneração, uma função pública, ex.: mesários eleitorais. 
 
Obs.2: é possível coautoria e a participação de terceiros (particulares ou funcionário 
públicos). Contudo, ao particular que oferece ou promete vantagem indevida ao 
funcionário público deve ser imputado o crime de corrupção ativa (art. 333, CP). 
 
Obs.3: não há corrupção passiva se o ato de não é do FP que o solicitou; poderá restar 
caracterizado crime de tráfico de influência (332); 
 
Obs.4: não há corrupção passiva, mas exploração de prestígio (357), quando FP ou 
qualquer pessoa, solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de 
influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, 
tradutor, intérprete ou testemunha. 
 
Obs.5: caracteriza o crime de estelionato (171), o exemplo em que o agente, FP ou 
particular, solicita ou recebe vantagem ilícita, para influir ou obter de FP, benefício 
prometido a alguém. 
 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “Solicitar” (pedir, requerer), “receber” (obter, 
entrar na posse ou detenção), e “aceitar” (concordar ou anuir). 
Obs.1: crime de ação múltipla ou conteúdo variado; 
Obs.2: a solicitação de vantagem indevida deve guardar relação com a função pública; 
Obs.3: na concussão o funcionário público exige vantagem indevida intimidando a vítima, 
por sua vez, na corrupção passiva o funcionário público solicita ou recebe vantagem 
indevida, ou aceita promessa de sua entrega (vantagem indevida). 
 
Concussão – art. 316 ≠ Corrupção Passiva – art. 317 
EXIGIR = DETERMINAR SOLICITAR = PEDIR 
 
Na CORRUPÇÃO PASSIVA: 
- o FP limita-se a manifestar o seu desejo de receber alguma vantagem indevida; 
- o particular pode ou não atender aos anseios do FP; 
- o particular não se sente atemorizado; 
- se o particular cede aos anseios do corrupto, o faz livre manifestação de vontade, uma 
vez que pretende obter benefícios em troca da vantagem prestada; 
 
Na CONCURSSÃO: 
- o FP exige a entrega da vantagem indevida; 
 
Obs.5: no tocante ao crime de corrupção, há uma exceção a regra do art. 29, caput, do CP 
(Teoria Monista), pois há dois crimes distintos para as pessoas que concorrerem para o 
mesmo resultado: corrupção passiva (317) e corrupção ativa (333); 
 
 3 
Obs.6: é possível a ocorrência se de ocorrência de somente corrupção passiva, sem 
corrupção ativa, na modalidade solicitar ... quando o extraneus não anui: 
 
Corrupção Passiva – art. 317 ≠ Corrupção Ativa – art. 333 
 
Solicitar è Não há verbo correspondente 
 
Receber è Oferecer 
 
Aceitar promessa è Prometer 
 
Obs.7: Corrupção passiva e crime contra a ordem tributária: art. 3º, II, Lei 8.137/90; 
Obs.8: Jurados podem cometer corrupção passiva; 
Obs.9: Corrupção passiva e crime penal militar: art. 308, do CPM; 
Obs.10: Falso testemunho e falsa perícia: vide arts. 342, § 1º e 343, ambos do CP; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – acrescido do elemento subjetivo específico “para si ou para outrem”. 
Obs.1: não se admite a modalidade culposa. 
Obs.2: não corrupção passiva quando a vantagem é para o acervo da própria administração 
pública; 
Obs.3: não há corrupção passiva em presentes de pequena monta; importante ressaltar de 
que não se trata de aplicação do princípio da insignificância; o melhor é alegar a ausência 
de dolo. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se no momento em que o funcionário público solicita, recebe ou aceita proposta 
de vantagem indevida. 
Obs.1: crime FORMAL; 
Obs.2: nas modalidades “solicitar” e “aceitar promessa”, não há a exigência de entrega da 
vantagem indevida; 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Causa de aumento de pena: art. 317, § 1º 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o 
funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo 
dever funcional. 
 
07) Corrupção passiva privilegiada: art. 317, § 2º 
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de 
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: 
è O móvel do agente consiste em atender os pedidos de amigos e pessoas próximas, ou 
então agradável às pessoas influentes que solicitam os seus préstimos, sem o recebimento 
de vantagem. 
Corrupção passiva privilegiada – 
art. 317, § 2º 
≠ Prevaricação – art. 319 
 4 
Cede a pedido ou influência de outrem Satisfação de interesse ou sentimento 
pessoal 
 
08) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou 
descaminho (art. 334): 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: a mercadoria contrabandeada e os tributos não recolhidos no caso do 
descaminho. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
 
Obs.1: somente pode ser cometido pelo FB dotado do especial dever funcional de impedir 
o contrabando ou o descaminho; 
 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “Facilitar” (auxiliar, tornar mais fácil, 
simplificar). 
Obs.1: pode ser por ação ou omissão. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade especifica. 
Obs.: não se admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se no momento em que o funcionário público facilita o contrabando ou o 
descaminho, pouco importando se a outra pessoa (agente do crime 334, CP), logrou êxito; 
Obs.: crime FORMAL; 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. Competência da JF. 
 
 
PREVARICAÇÃO 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra 
disposição expressa delei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 5 
 
Infidelidade ao dever de ofício, à função exercida, o não cumprimento pelo FP das 
obrigações que lhe são inerentes, em razão de ser guiado por interesses e sentimentos 
próprios. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: ato de ofício. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.1: não se admite coautoria, somente participação. 
Obs.2: jurados podem praticar prevaricação; 
Obs.3: FP que recebe ordem judicial e se recusa a cumprir (ordem referente a ato de sua 
atribuição legal), responde por prevaricação, desde que presente a finalidade específica de 
satisfazer interesse ou sentimento pessoal; 
- lembre-se que o art. 330, CP, crime de desobediência somente pode ser praticado 
por particular, e excepcionalmente, por FP, que receba ordem não relacionada às 
suas atribuições; 
- FP que recebe ordem referente a ato de sua atribuição, e se recusa a cumprir, 
ausente a finalidade específica de satisfazer interesse ou sentimento pessoal (fato 
atípico). Subsiste ato de improbidade administrativo, art. 11, II, Lei 8.429/92. 
 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “retardar”, “deixar de praticar”, e “praticar”. 
Obs.1: crime de ação múltipla ou conteúdo variado; 
Obs.2: nas modalidades “retardar” e “deixar de praticar” há o elemento normativo 
“indevidamente”: não há prevaricação, quando o FP deixa de agir em razão da ausência -
de norma jurídica que o obrigue à prática do ato, ou então quando motivos fortuitos ou de 
força maior legitimem a omissão ou a demora; 
Obs.3: na modalidade “praticar” exige elemento normativo, pois o FP há de praticar o ato 
“contra disposição expressa em lei”; 
 
Obs.4: Militar, art. 319, CPM; 
Obs.5: Crime contra Sistema Financeiro Nacional, art. 23, Lei 7.492/86; 
Obs.6: Eleitoral, art. 345, CE; 
Obs.7: Crime contra a Economia Popular, art. 10, § 4º, Lei 1.521/1951; 
Obs.8: Política Nacional do Meio Ambiente, art. 15, § 2º, Lei 6.938/1981; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – acrescido do elemento subjetivo específico “para satisfazer interesse ou sentimento 
pessoal”. 
Obs.1: não se admite a modalidade culposa. 
Obs.2: interesse pessoal é qualquer proveito ou vantagem obtido pelo agente, seja 
patrimonial ou moral; 
 
 6 
05) Consumação e Tentativa 
Nas modalidades “retardar” e “deixar de praticar” consuma-se no momento em que o 
funcionário público retarda ou deixa de praticar indevidamente o ato de ofício. 
Na modalidade “praticar” consuma-se no momento em que o funcionário público pratica 
o ato de ofício contra disposição expressa em lei. 
 
Obs.: crime FORMAL; 
 
A tentativa é possível, somente na modalidade comissiva – modalidade “praticar”. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever 
de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: 
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
Rúbrica Criminal ou Rúbrica marginal ou nomen iuris: PREVARICAÇÃO 
IMPRÓPRIA, PREVARICAÇÃO NOS PRESÍDEOS, etc. 
 
Obs.: a Lei 11.466/07, que inseriu o art. 319-A no CP, também acrescentou o inciso VII, 
no art. 50 da LEP, que considerada falta grave a posse, uso ou fornecimento de celular ou 
similar. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: aparelho telefônico, fixo ou móvel, rádio ou similar. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.1: somente diretor de presídio, ou agente público, este aqueles incumbidos do dever 
funcional de evitar o acesso de aparelhos de comunicação entre os presos. 
Obs.2: o preso flagrado com aparelho de comunicação, não comete o crime do 319-A, mas 
infração grave, Art. 50, VII, da LEP. 
 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “deixar”. 
No núcleo do tipo é deixar, no sentido de omitir-se ou não fazer algo. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade específica. 
Obs.: não se admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se no momento em que o FP, conhecendo a situação ilícita, não faça nada para 
 7 
impedir o acesso do preso a aparelho telefônico ou similar. 
Obs.1: é dispensável o efetivo uso do aparelho pelo detento, bastando a possibilidade de o 
fazer. 
Obs.2: crime FORMAL; 
 
A tentativa é não possível, pois se trata de crime omissivo próprio. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA 
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que 
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato 
ao conhecimento da autoridade competente: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: infração não punida. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.: somente FP de posição hierárquica frente ao agente da infração. 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “deixar de responsabilizar” e “não levar ao 
conhecimento”. 
No núcleo do tipo é deixar, no sentido de omitir-se ou não fazer algo. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – acrescido de um fim especial de agir (elemento subjetivo específico): ser 
indulgente com o infrator. 
Obs.1: Indulgência = perdão, clemência ou tolerância. 
Obs.2: não se admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Qual o prazo para adoção das medidas disciplinares? 
Consuma-se com a mera omissão do FP, que ao tomar conhecimento da infração cometida 
por subordinado no exercício do cargo, queda-se inerte, ou quando o FP não tiver poderes 
para adoção das medidas disciplinares, deixar de comunicar o fato a quem de direito. 
Obs.: crime FORMAL; 
 
A tentativa é não possível, pois se trata de crime omissivo próprio. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 8 
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA 
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração 
pública, valendo-se da qualidade de funcionário: 
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. 
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: interesse privado alheio. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “patrocinar”. 
No núcleo do tipo é patrocinar, no sentido de amparar, advogar, defender ou pleitear 
interesse privado de outrem. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade específica. 
Obs.: não se admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com o simples patrocínio pelo FP do interesse privado e alheio, 
independentemente da efetiva obtenção de benefício pelo particular. 
Obs.: crime FORMAL; 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA 
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência. 
Parte da doutrina considera revogado tacitamente o art. 322, pela Lei 4.898/65, art. 3º, i. 
Para outra parte, não está revogado, por o texto do art. 3º da Lei 4898/65 é vago, e seria 
uma ofensa ao princípio constitucional da legalidade. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: a pessoa a quema violência é dirigida, podendo ser particular ou FP. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 9 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “praticar”. 
Refere-se a agressão física, excluindo-se a violência psíquica ou moral. 
É necessário que a violência física seja cometida arbitrariamente, sem motivo legítimo. 
O ato violento deve ser praticado no exercício da função ou a pretexto de exercê-la 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – acrescido do fim especial de agir (elemento subjetivo específico) consistente na 
intenção do FP abusar de sua autoridade. 
Obs.1: não se admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se no momento em que funcionário público, de forma abusiva, pratica o ato 
violento, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la. 
Obs.: crime MATERIAL; 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
ABANDONO DE FUNÇÃO 
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: o cargo abandonado pelo funcionário público. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.: não admite coautoria, somente participação 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “abandonar”. 
Refere-se a abandono do cargo público fora dos casos permitidos em lei (licença, férias, 
afastamentos, etc.). 
Obs.: o abandono tem que ser por prazo juridicamente relevante; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade específica. 
 
 10 
Obs.: não se admite a modalidade culposa. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com o abandono do cargo por tempo juridicamente relevante, capaz de criar 
uma situação de perigo para a Administração Pública. 
Obs.1: crime FORMAL; 
Obs.2: não exige a produção de dano à Administração Pública, mas se provocar prejuízo, 
incidirá a figura qualificada, art. 323, § 1º, CP; 
 
A tentativa não é possível. 
 
06) Figuras Qualificadas (§§ 1º e 2º) 
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: 
(150 km de largura) 
 
07) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU PROLONGADO 
Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, 
ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, 
removido, substituído ou suspenso: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: a função pública. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.: o agente que antecipou o exercício funcional, pois encontrava-se habilitado para 
ocupar o cargo, mas iniciou antes do preenchimento dos requisitos formais, e aquele que, 
tendo sito investido na função, ilicitamente estendeu o seu exercício. 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica. 
1ª Conduta: entrar em exercício antes de satisfeitas as exigências legais (antes da posse, 
antes da nomeação); 
Obs.1: norma penal em branco; 
Obs.2: na primeira conduta, pressupõe que o agente fora no mínimo nomeado, sob pena de 
configuração de usurpação de função pública (art. 328, CP); 
 
2ª Conduta: continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi 
removido, substituído, suspenso ou exonerado. 
Obs.1: é necessária comunicação formal e oficial ao agente; 
Obs.2: Há discussão com relação a aposentadoria compulsória, que para muitos, para a 
 11 
configuração do crime em análise, não há necessidade de comunicação formal e pessoal ao 
agente, posto que decorre de lei. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade específica. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se com a prática do primeiro ato de ofício antes de entrar no exercício da função 
ou depois da comunicação oficial da exoneração, remoção, suspensão ou substituição. 
Obs.: crime FORMAL 
 
A tentativa não é possível. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
 
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL 
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em 
segredo, ou facilitar-lhe a revelação: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou 
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou 
banco de dados da Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
Objeto material: o fato, de que o agente tem ciência em razão da função. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.: o agente tem que ter o dever de manter em segredo a informação. 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica. 
1ª Conduta (revelação direta): revelar, divulgar, dar publicidade, tornar conhecido a 
terceiro; 
2ª Conduta (revelação indireta): facilitar a revelação, proporcionar ou viabilizar, por 
qualquer meio, o conhecimento do fato por terceiros; 
 
Obs.1: a possibilidade de dano é condição sine qua non para o delito; 
Obs.2: se o terceiro já tinha conhecimento do fato não há crime; 
 12 
Obs.3: a pessoa que se limita a tomar conhecimento do fato não comete crime; mas se 
tiver concorrido de qualquer forma para a quebra do sigilo, poderá ser considerada 
coautora ou partícipe do delito; 
Obs.4: o crime em estudo pode ser praticado por FP aposentado ou posto em 
disponibilidade, desde que subsista o dever de segredo. 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade específica. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se quando terceiro toma conhecimento do segredo revelado, direta ou 
indiretamente. 
Obs.1: para configuração, basta que uma só pessoa tome conhecimento; 
Obs.2: crime FORMAL. 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Conduta equiparada (art. 325, § 1º, CP) 
§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou 
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou 
banco de dados da Administração Pública; 
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
 
07) Forma qualificada (art. 325, § 2º, CP) 
§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
 
08) Ação Penal. Pública incondicionada. 
 
09) Subsidiariedade expressa: 
a) violação de sigilo de proposta de licitação (art. 94, Lei 8.666/93); 
b) crime contra a segurança nacional (arts. 13, 14, e 21, Lei 7.170/83); 
c) revelação de segredo relativo a energia nuclear (art. 23, Lei 5.453/77); 
d) violação de sigilo de instituição financeira (art. 18, Lei 7.492/86); 
e) uso indevido de informação privilegiada no mercado de valores mobiliários (art. 27-D, 
Lei 6.385/76). 
 
 
VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA 
Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a 
terceiro o ensejo de devassá-lo:Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração púbica. 
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Objeto material: a proposta apresentada em procedimento licitatório. 
 
02) Sujeitos do Crime: 
Sujeito Ativo: crime próprio – funcionário público; 
Obs.: o agente responsável pela manutenção do segredo, em torno da proposta 
apresentada. 
Sujeito Passivo: o Estado. 
 
03) Tipo Objetivo: Adequação típica. 
A conduta consiste em devassar, no sentido de desvelar, tomar conhecimento, ainda que 
parcialmente. Ou proporcionar a terceiro a possibilidade de devassar a proposta. 
 
Obs.1: na modalidade “proporcionar a terceiro a possibilidade de devassar a proposta”, 
basta que FP franqueie o acesso, ainda que não ocorra a revelação do conteúdo cerrado, 
para consumação do fato. 
Obs.2: se os litigantes revelarem um ao outro o teor das propostas, poderão responder pelo 
crime previsto no art. 90, da Lei 8.666/93; 
 
04) Tipo Subjetivo: Adequação típica 
Dolo – independentemente de qualquer finalidade específica. 
 
05) Consumação e Tentativa 
Consuma-se na primeira parte, consuma-se com a efetiva ciência indevida do teor da 
proposta em procedimento licitatório, ou na parte final, quando o FP proporciona o acesso 
indevido, ainda que não ocorra a efetiva devassa. 
Obs.: crime FORMAL. 
 
A tentativa é possível. 
 
06) Ação Penal. Pública incondicionada.

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