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Aula 3 Ética


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04/12/2017 Disciplina Portal
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Ética geral e pro�ssional
Aula 3 - Atividade advocatícia
INTRODUÇÃO
Nesta aula, estudaremos as particularidades do mandato advocatício, as �guras da renúncia, revogação e
substabelecimento sem e com reserva de poderes. Ademais, analisaremos também as regras pertinentes para
advocacia pública e para o advogado estrangeiro.
OBJETIVOS
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Identi�car as particularidades do mandato advocatício;
Reconhecer os deveres previstos no Código de Ética de 2015 na relação advogado-cliente;
Identi�car as regras para o advogado público e advogado estrangeiro na OAB.
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Fonte da Imagem: Uber Images/ Shutterstock
O exercício da advocacia decorre de um contrato de mandato, um vínculo que confere poderes para que um
pro�ssional, devidamente habilitado na OAB, possa praticar atos ou administrar interesses em nome de seu
constituinte, reforçada pelo art. 103 do CPC, segundo o qual a parte será representada em juízo, por advogado
regularmente inscrito na OAB (art. 3º do EOAB).
Sabemos que a lei processual exige a capacidade postulatória e que o bacharel em Direito somente a adquire quando
regularmente inscrito no quadro de advogados da OAB de sua Seccional (glossário). As suas obrigações resultam
dessa relação jurídica que lhe confere poderes. Neste ponto, o artigo 5º do EOAB estabelece que “O advogado postula,
em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato”.
A prova deste contrato está na procuração. A procuração é um instrumento desse contrato de mandato em que são
explicitados os poderes da representação.
Neste caso, o prazo para apresentar o instrumento é de quinze dias, prorrogável por igual período. Observa-se que a
declaração de urgência feita pelo advogado é dotada de presunção legal de veracidade (ver art. 104, § 1º do CPC).
Sobre este ponto, Gonzaga, Neves e Beijato Jr. (2016, p. 19) observam que:
Assim, o instrumento que o habilita postular em juízo é a procuração com cláusula ad judicia. 
Esta cláusula o habilita a praticar todos os atos processuais previstos no art. 105, CPC, salvo aqueles mencionados,
considerados como poderes especiais, tais como: receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido,
transigir dentre outros (Procuração ad judicia et extra).
Art. 5º EOAB (...) 
§ 1º - O advogado, a�rmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze
dias, prorrogável por igual período. 
§ 2º - A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou
instância, salvo os que exijam poderes especiais. 
O contrato entre o cliente e o seu advogado difere dos demais mandatos regulados pela lei civil por causa de sua
especi�cidade, encontra-se em lei especial, a lei 8.906/94
PRINCÍPIO DA INFORMAÇÃO
Neste ponto do EOAB precisamos combinar com o conteúdo do Código de Ética de 2015, no capítulo que trata das
relações com o cliente. E o primeiro artigo que inaugura este capítulo é o art. 9° do CED em que se observa a regra do
princípio da informação segundo o qual o advogado tem o dever de informar o cliente, de modo claro e inequívoco, os
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eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. 
Acrescenta a regra que deve, também, esclarecer, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qualquer
circunstância que possa in�uir na resolução de submeter-lhe a consulta ou con�ar-lhe a causa.
Vejamos o referido artigo: 
Art. 9º CED. O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua
pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. Deve, igualmente, denunciar, desde logo, a quem lhe
solicite parecer ou patrocínio, qualquer circunstância que possa in�uir na resolução de submeter-lhe a consulta ou
con�ar-lhe a causa. 
Sobre este dever pode-se destacar que o advogado que ocultar informações com a �nalidade de “iludir” ou “seduzir” o
cliente poderá sofrer processo ético disciplinar (GONZAGA; NEVES; BEIJATO Jr., 2016, p. 264).
PRINCÍPIO DA LEALDADE
Outra regra importante é a expressa no art. 10 do CED em que o se observa que a relação entre advogado e cliente é
uma relação e �dúcia e maculada essa con�ança recíproca há a possibilidade de rompimento através da �gura da
renúncia (glossário), revogação ou substabelecimento sem reservas de poderes, conforme veremos mais adiante.
Vejamos o referido artigo: 
Art. 10 CED. As relações entre advogado e cliente baseiam-se na con�ança recíproca. Sentindo o advogado que essa
con�ança lhe falta, é recomendável que externe ao cliente sua impressão e, não se dissipando as dúvidas existentes,
promova, em seguida, o substabelecimento do mandato ou a ele renuncie.
PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA
Fonte da Imagem:
No exercício do mandato conferido em procuração, o advogado atua como patrono da parte, seu cliente, e, nesse
mister, deve imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do
cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada.
POR QUÊ?
Porque possui o conhecimento da ciência e a consciência do melhor caminho. Essa recomendação está expressa no
art. 11 
do CED. 
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Acrescente-se a importância do princípio da informação porque inexistindo subordinação numa relação de �dúcia, é
importante esclarecer as estratégias para atender os interesses do cliente.
Vejamos o referido artigo: 
Art. 11 CED. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à
causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes,
procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada.
Ainda nesse sentido, o art. 24 do CED reforça a tese da independência técnica quando observa que o advogado não se
sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem �ca na contingência de
aceitar a indicação de outro pro�ssional para com ele trabalhar no processo.
Vejamos o referido artigo: 
Art. 24 CED. O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados,
nem �ca na contingência de aceitar a indicação de outro pro�ssional para com ele trabalhar no processo.
PRESTAÇÃO DE CONTAS
O dever de prestação de contas expresso no art. 12 do CED que assevera:
A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao
cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido con�ados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestar-
lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se mostrem pertinentes e
necessários. Parágrafo único. A parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui entre os
valores a ser devolvidos.
A prestação de contas é um dever e direito do advogado, sob pena de ação de exigir contas, na forma do art. 550 a 553,
do CPC, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, prevista no art. 34, inciso XXI do EOAB. 
Se a prestação do serviço advocatício chegou ao �m, deve-serestituir os documentos, prestar contas de eventuais
valores recebidos em seu nome, despesas realizadas no curso do processo, sem prejuízo de outros esclarecimentos.
Vejamos algumas decisões do Conselho Federal 
da OAB:
RECURSO N. 49.0000.2016.004652-2/SCATTU. (...) Recurso ao Conselho Federal. Locupletamento e ausência
injusti�cada de prestação de contas. Levantamento de alvará e retenção indevida dos valores devidos ao cliente. A
prestação de contas é obrigação legal imposta ao advogado, que somente se aperfeiçoa com a efetiva entrega dos
valores devidos ao cliente, não sendo su�ciente a mera apresentação de cálculos. Para sua con�guração,
desnecessária qualquer manifestação prévia do cliente, pois decorre de obrigação legal imposta ao pro�ssional, que
tem o dever de tomar a iniciativa de prestar as contas ao seu cliente. Recurso parcialmente provido, apenas para excluir
da condenação a multa acessoriamente cominada. Brasília, 29 de agosto de 2016. Renato da Costa Figueira,
Presidente em exercício e Relator para o acórdão. (DOU, S.1, 05.09.2016, p. 120).
A EXTINÇÃO DO MANDATO
Recomenda-se que o advogado veri�que e converse com o patrono constituído nos autos antes de qualquer ato, salvo
se estiver diante de medidas reputadas inadiáveis e urgentes. Há o princípio do coleguismo e solidariedade reforçado
no art. 14 do CED em que se lê: “O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem
prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justi�cável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e
inadiáveis”. 
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Os dois artigos do CED são importantes porque fazem parte do cotidiano do mandato advocatício e aceitar a
procuração de quem já tenha patrono constituído, sem a ciência deste, sem ser uma situação excepcional para
medidas urgentes, poderá ensejar infração ético disciplinar.
Gonzaga, Neves e Beijato Jr. (2016, p. 271) fazem uma observação importante, a esse respeito: 
O art. 13 determina que o advogado não aceite procuração de quem já tenha advogado constituído, sem lhe dar ciência
prévia. Caso, contudo, estejamos já diante de causa concluída ou de processo arquivado, por se presumir extinto o
mandato, nos termos do art. 12, não será necessário dar ciência prévia ao advogado anteriormente constituído.
OS PRINCÍPIOS DA FIDELIDADE E DILIGÊNCIA
Vejamos este julgado do Conselho Federal em que se observa uma hipótese de abandono na qual o advogado deixou o
feito, sem comunicar o fato ao cliente em �agrante descaso:
RECURSO N. 49.0000.2013.008382-9/OEP. (...) não há nos autos documentos enviados aos seus clientes ou ao
procurador destes noticiando a renúncia. Ciência da desistência do patrono por meio de intimação do juízo, após um
ano e três meses do seu protocolo no Judiciário. Abandono de causa caracterizado tanto pela ausência de noti�cação
como pelo período em que o processo �cou paralisado. Brasília, 30 de novembro de 2015. Claudio Pacheco Prates
Lamachia, Presidente. Pedro Paulo Guerra de Medeiros, Relator ad hoc. (DOU, S.1, 11.12.2015, p. 202-203)
A CONDUTA ILIBADA E SIGILO PROFISSIONAL
O que se observa é a situação de o advogado utilizar informações recebidas em razão da pro�ssão contra o próprio ex-
cliente. Não há consenso sobre o prazo mínimo entre a extinção do mandato e a possibilidade de advogar contra ex-
cliente, em algumas Seccionais encontramos a sugestão de prazo de dois anos.
Sobre o art. 22 do CED, Gonzaga, Neves e Beijato Jr. (2016, p. 284) oferecem uma lúcida observação:
O advogado que atua para a constituição de determinado ato jurídico não pode, após constituído o ato, impugnar-lhe a
validade ou legitimidade, uma vez que tal ato iria de encontro a sua atuação anterior, violando o próprio sigilo da
relação mantida anteriormente. (...) é dever do advogado revelar tais circunstâncias ao ser procurado, declinando seu
impedimento ético, portanto.
ADVOGADO OU PREPOSTO
CONFLITO DE INTERESSES
NÃO HÁ CAUSA CRIMINAL INDIGNA DE DEFESA
O art. 23 do CED estabelece que:
“É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do
acusado”.
E no seu parágrafo único:
“Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja
concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a égide das garantias constitucionais”.
No Estado Democrático de Direito, todos possuem o direito à ampla defesa e ao contraditório, uma garantia
constitucional. A advocacia tem, por conseguinte, papel fundamental na defesa dos direitos fundamentais, direitos
humanos, pugnar pelo cumprimento da Constituição, por isso não há causa criminal indigna de defesa.
DA RENÚNCIA OU REVOGAÇÃO DO MANDATO
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A renúncia por parte do Advogado é um ato unilateral e implica omissão do motivo (art.16 do CED). Trata-se de uma
das formas de extinção do mandato. Por conseguinte, o advogado renunciante deverá cienti�car seu cliente para que
constitua outro pro�ssional no prazo de 10 dias.
Observa-se que o advogado deve comprovar haver cienti�cado o seu cliente, uma vez que o termo inicial para a
contagem do prazo de 10 dias, em que continua a representá-lo, se conta a partir da data da noti�cação. Nesse
sentido, deverá noti�car seu cliente, preferencialmente, por meio de carta com aviso de recebimento e, em seguida,
comunicar o juízo (art. 6° RGOAB e art. 112, CPC).
A revogação tácita é aquela que ocorre quando há simples outorga de nova procuração sem ressalvar a procuração
anterior. Postura que deve ser evitada. Sabemos que nessa hipótese o cliente será orientado por novo advogado que,
por sua vez, deverá observar a recomendação ética de não aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído
nos autos.
O novo patrono deverá esclarecer ao cliente potencial que este deverá, em primeiro lugar, revogar a procuração anterior
dando plena ciência ao advogado da sua intenção e ajustar honorários proporcionais pelos serviços prestados até a
data da revogação. A parte �cará obrigada a comunicar a revogação ao antigo mandatário, conforme estabelece o art.
111, CPC.
DO SUBSTABELECIMENTO COM OU SEM RESERVAS DE PODERES
O Código de Ética e Disciplina de 2015 esclarece em seu art. 24 que o advogado não é obrigado a aceitar a indicação
de outro advogado para atuar com ele no processo. Assim, além da renúncia temos a possibilidade de substabelecer
com ou sem reservas de poderes a outro advogado.
Dois tipos de substabelecimento diferentes. Vamos conhecê-los:
ADVOCACIA PÚBLICA
Fonte da Imagem: create jobs 51 / Shutterstock
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade postulatória (Art.3º,
EOAB). Nesse sentido, como Lei em sentido formal e material, estabelece que exercem a atividade de advocacia os
integrantes da Advocacia Geral da União, Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias
e Consultorias Jurídicas dos estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração
indireta e fundacional (Art.3º, §1º, EOAB).
PROVIMENTOS DO CFOAB N° 114/2006
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Fonte da Imagem: Lisa S. / Shutterstock
O Provimento 114/2006 dispõe sobre a Advocacia Pública. O relator foi o Conselheiro Federal da OAB representante do
Piauí, Nelson Nery Costa e resulta dos estudos implementados por uma comissão criada na OAB — Comissão Especial
da Advocacia Pública (Fonte: AssociaçãoNacional dos Procuradores Municipais – ANPM). Assim, após a leitura do art.
3º, § 1º EOAB devemos analisar o Prov. 114/2006 com as regras especí�cas para a carreira.
No art. 1º, do Provimento 114/2006, encontramos a de�nição para “advogado público”. A OAB estabelece que “A
advocacia [pública] é exercida por advogado inscrito na OAB, que ocupe cargo ou emprego público ou de direção de
órgão jurídico público, em atividades de representação judicial, de consultoria ou de orientação judicial e defesa dos
necessitados”.
CARREIRAS DA ADVOCACIA PÚBLICA
O art. 2º, Prov. 114/2006, apresenta o rol das carreiras da advocacia pública e devemos combinar este artigo com os
seguintes artigos 131, 132 e 134 da CRFB/1988, bem como o art. 75 do CPC. Assim, podemos a�rmar que exercem a
advocacia:
INSCRIÇÃO NA OAB
O advogado público deve ter inscrição principal perante o Conselho Seccional da OAB em cujo território tenha lotação
(art. 3º Prov. 114/2006). Se o for transferido para o território de outra Seccional, �cará dispensado do pagamento da
inscrição no território da nova Seccional, desde que já tenha efetuado o pagamento da anuidade na Seccional primitiva
(art. 3º, parágrafo único, Prov. 114/2006).
A aprovação em concurso para cargo da advocacia pública não afasta a obrigatoriedade de aprovação em exame de
ordem (art. 4º do Prov. 114/2006). Ocorre que o advogado público deve ter inscrição principal perante o Conselho
Seccional da OAB em cujo território tenha lotação 
ou domicílio.
INDEPENDÊNCIA TÉCNICA DO ADVOGADO PÚBLICO
É dever do advogado público a independência técnica, exercendo as atividades de acordo com suas convicções
pro�ssionais e em estrita observância aos princípios constitucionais da administração pública (art. 5º, Prov. 114/2006),
a saber:
O novo Código de Ética e Disciplina da OAB de 2015 inovou ao trazer um capítulo especí�co para a advocacia pública e,
nesse sentido, no capítulo II, encontramos o art. 8º que estabelece a obrigatoriedade de cumprimento dos preceitos
éticos estabelecidas pela OAB, reforça a independência técnica e destaca o dever de urbanidade.
Assim, vejamos o dispositivo em comento:
Art. 8º, CED. As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de advocacia pública, e advogados públicos,
incluindo aqueles que ocupem posição de che�a e direção jurídica. 
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§ 1º O advogado público exercerá suas funções com independência técnica, contribuindo para a solução ou redução
de litigiosidade, sempre que possível. 
§ 2º O advogado público, inclusive o que exerce cargo de che�a ou direção jurídica, observará nas relações com os
colegas, autoridades, servidores e o público em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e
consideração, ao mesmo tempo em que preservará suas prerrogativas e o direito de receber igual tratamento das
pessoas com as quais se relacione.
IMPEDIMENTO PARA ADVOGAR
Fonte da Imagem:
Os advogados públicos advogam na categoria de advogados impedidos, ou seja, advogam com restrição, na forma do
art. 30, I, EOAB. Todos são advogados, inscritos, também, na OAB, mas em razão do exercício da advocacia pública há
uma diminuição da amplitude do exercício. Essa restrição cessará com a aposentadoria (art. 7° do Prov. 114/2006).
Temos a restrição geral prevista no art. 30, inciso I, do EOAB, mas não impede que a instituição estabeleça restrição
ainda maior como é o caso da AGU e da Defensoria Pública, por exemplo, em que o advogado não poderá advogar
privadamente.
ADVOGADOS ESTRANGEIROS PROV. 91/2000
O advogado estrangeiro ou brasileiro formado no exterior, exceto o português, não poderá atuar no procuratório
nacional em nenhuma hipótese. Atuará apenas como consultor em Direito de seu país de origem. É o que estabelece o
art. 1° do Prov. 91/2000 que dispõe sobre a atividade de consultores e sociedades de consultores em direito
estrangeiro no Brasil.
Art. 1º. O estrangeiro pro�ssional em direito, regularmente admitido em seu país a exercer a advocacia, somente
poderá prestar tais serviços no Brasil após autorizado pela Ordem dos Advogados do Brasil, na forma deste
Provimento.
§ 1º. A autorização da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre concedida a título precário, ensejará exclusivamente a
prática de consultoria no direito estrangeiro correspondente ao país ou estado de origem do pro�ssional interessado,
vedados expressamente, mesmo com o concurso de advogados ou sociedades de advogados nacionais, regularmente
inscritos ou registrados na OAB:
I - o exercício do procuratório judicial; 
II - a consultoria ou assessoria em direito brasileiro.
O referido art. 1° em seu parágrafo 2° estabelece também que a sociedade de advogados e os consultores estrangeiros
não podem aceitar procuração, ainda que a mesma seja restrita para �ns de substabelecimento de poderes. 
§ 2º. As sociedades de consultores e os consultores em direito estrangeiro não poderão aceitar procuração, ainda
quando restrita ao poder de substabelecer a outro advogado. 
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Em razão desta restrição, o advogado ou sociedade estrangeira precisará solicitar sua inscrição nos quadros da OAB,
no local em que pretende exercer atividade na categoria de consultor em direito estrangeiro de seu país de origem,
cumprindo requisitos estabelecidos no art. 2° do provimento 91/2000, a saber:
Fonte da Imagem: Franck Boston / Shutterstock
Deferida a autorização, o advogado estrangeiro poderá fazer sua inscrição na OAB e prestará o compromisso na forma
do art. 2°, § 3° do Provimento 91/2000.
A sociedade de advogados estrangeiros seguirá mesma restrição com a aprovação e arquivamento dos atos
constitutivos na sede da Seccional em cujo território for escolhido para sede social da sociedade. Somente será
integrada por advogados estrangeiros já habilitados na OAB na qualidade de consultores e sua razão social deverá usar
obrigatoriamente a expressão “Consultores em Direito estrangeiro” (art. 3° e art. 4° do prov. 91/2000).
ADVOGADOS PORTUGUESES
ATIVIDADES
(Adaptado do XIV EOAB) Matheus é estagiário vinculado ao escritório Renato e Associados. No exercício da sua
atividade, por ordem do advogado supervisor, o estagiário acompanha o cliente diretor da sociedade Tamoaí S/A. Por
motivos alheios à vontade do estagiário, que se disse inocente de qualquer deslize, o diretor veio a se desentender com
Matheus, e, por força desse evento, o escritório resolve renunciar ao mandato conferido pela pessoa jurídica. Nos
termos do Estatuto da Advocacia, sobre o caso descrito, responda:
Questão 1 
No caso em tela que trata de renúncia de mandato, quais os deveres que o advogado deverá cumprir?
Resposta Correta
Questão 2 
Como deverá proceder ao novo advogado a ser contratado pela Sociedade empresária Tamoaí?
Resposta Correta
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Glossário
SECCIONAL
Órgão da OAB: Conselho Federal (Brasília); Conselhos Seccionais (entes da federação); Subseções e Caixa de Assistência dos
Advogados – art. 45. EOAB.
RENÚNCIA
Desistência de um direito por seu titular, sem o ceder a outra pessoa.
REVOGAÇÃO
Ação ou resultado de revogar, de tornar sem efeito; anulação; extinção.