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Fundação Universidade do Tocantins - UNITINS
Pró-Reitoria de Graduação
Diretoria de Educação a Distância e Tecnologia Educacional
Curso Serviço Social – UNITINS
APARECIDA FOGAÇA DE SOUZA
  
 
 
PROJETO DE ORIENTAÇÃO E PREVENÇÃO CONTRA O USO DE DROGAS: “DROGAS, TÔ FORA” 
JACAREZINHO
2012
APARECIDA FOGAÇA DE SOUZA
PROJETO DE ORIENTAÇÃO E PREVENÇÃO SOBRE O USO DE DROGAS: “DROGAS, TÔ FORA”
JACAREZINHO
2012
1 APRESENTAÇÃO
O uso abusivo de drogas tem crescido significativamente ao longo dos anos, e se disseminado entre os jovens e adolescentes de forma devastadora. Por este motivo a sociedade e em especial o poder público tem se preocupado com a questão social que envolve o dependente químico e a família. 
A família é o primeiro e mais importante grupo social onde o individuo se insere desde o nascimento, porém ao longo do desenvolvimento humano e social ele se depara com outros grupos e outras experimentações de vida em sociedade. “Os pais humanos, ao educarem seus filhos, assumem a responsabilidade tanto pela vida destes como pela continuidade do mundo.” (SZYMANSKI, 2008, p.57).
Neste contexto o jovem se depara com diferentes formas de enfrentamento de realidade, onde pessoas diferentes precisam conviver e assim construir uma capacidade de discernimento do que é bom e do que é ruim, do que faz bem e do que pode fazer mal e as consequências de nossas escolhas.
O espaço urbano é heterogêneo e dotado de identidades variadas que, ao mesmo tempo, possibilita ao transeunte experimentar uma sensação de circular em um espaço que lhe pareça familiar, mas dada a diversidade de elementos e de relações pessoais lhe provoca estranhamento. Assim, exige um exercício constante de estranhar o familiar e familiarizar o exótico. (SEED/PR, 2008, p.18)
A partir desta realidade surge a necessidade de intervir junto aos jovens e adolescentes usuários do CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) do município de Ibaiti – PR. Para tanto a empresa Prosperity enquanto prestadora de serviços oportunizou que esta experiência seja realizada pelo acadêmico em seu campo de estágio, na elaboração do projeto de intervenção, a ser avaliado como atividade do estágio curricular obrigatório.
Esta por se tratar de uma empresa privada normalmente cobraria pelo serviço, porém pelo tema se tratar de serviço de utilidade pública o acadêmico desenvolverá o projeto sem custas, visando o comprometimento social para com a população. 
O CRAS Ibaiti está localizado na Avenida Drª Fernandina do Amaral Gentile, nº. 1058 – Centro, dentre os usuários da assistência estão 120 jovens cadastrados participantes de projetos de inserção social. 
Este projeto parte da necessidade do trabalho de prevenção contra o uso de drogas junto aos jovens, aproximando-os dos riscos e consequências do uso de entorpecentes, e possibilitando a reflexão dos mesmos diante das perdas que este comportamento pode proporcionar ao individuo, a família e a sociedade.
Para tanto buscar-se-á realizar um trabalho interdisciplinar, sistematizado, com embasamento teórico que possibilite a aproximação da problemática vivenciada nos mais diversos grupos. O uso abusivo de drogas está presente nas diferentes classes sociais independente de gênero, raça ou cor, religiosidade ou posição social.
Desta forma por meio de ações preventivas e construção de conhecimento pretende-se preparar estes jovens para a realidade que se apresenta, aproximando-os da problemática inerente ao uso de drogas.
Para que esta proposta se desenvolva de maneira produtiva, é necessário lembrar que orientações desta natureza só surtem efeitos positivos se trabalhadas com originalidade, reflexão e criticidade advindas do próprio público alvo em conjunto com os demais profissionais envolvidos nesta tarefa. 
2 JUSTIFICATIVA
Envolver jovens e adolescentes na construção do conhecimento é um caminho inovador e de resultados positivos, pois esta visão de interação dos atores ao processo é inovadora e certamente inteligente.
Quando o ser humano não se sente “parte integrante” de um processo, possivelmente deixa de desenvolver a criticidade e reflexão em torno de qualquer assunto ou espaço de vivência. “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.” (FREIRE, 1979). 
Debater assuntos polêmicos sem despertar interesse é como tentar percorrer um caminho sem saber aonde se quer chegar. Seguindo este norte trabalhar a Prevenção contra o uso de drogas com adolescentes se utilizando de caminhos comuns, é perca de tempo.
O adolescente está em uma fase da vida que podemos chamar de desconstrução, onde ele precisa se desfazer de comportamentos infantis e conhecer o novo caminho que o levará à fase adulta. 
Porém este “caminho” não é nada fácil, todos nós adultos já passamos por ele e sabemos que os conflitos, as indagações e inquietações são parte integrante deste processo. 
A sociedade tem o poder de transformar o sujeito, através do fornecimento de signos completamente construídos, modificando seu pensamento e propondo-lhe uma cadeia de obrigações. Ou seja, a vida social transforma a inteligência do sujeito, através da linguagem (signos), do conteúdo das permutas (valores intelectuais) e pelas regras impostas ao pensamento (normas coletivas, lógicas ou pré-lógicas). (BEHAR, COSTA, p. 2)
As propostas de trabalho com adolescentes que envolvam temas tão complexos quanto esse, não devem ficar apenas em palestras e exposição de ideias prontas e acabadas, é preciso ir além e colocar a “cabeça” destes jovens para raciocinar. 
Assim “para Gramsci, como para Freire, o indivíduo é importante, mas a sociedade está acima do sujeito. O homem é um Ser social, é um Ser de relações e só pode realizar-se na sociedade” (SOUZA, 2003, p. 187).
Muito se tem trabalho com a prevenção, mas em geral o que percebemos é que são abordados vários aspectos importantes, porém muitas vezes de forma pronta e acabada, com as idéias (pré) estabelecidas. É preciso ter claro que informar não é educar, a ação educativa vai além da teorização, ou seja, Educa-ação como a própria palavra nos diz.
Se conseguirmos fazer com que o adolescente se sinta parte da discussão, que ele construa o conhecimento e se aproxime da realidade enfrentada por outros adolescentes e famílias de usuários de drogas, estaremos certamente trabalhando a cidadania desses sujeitos. 
Educar vai além da alfabetização, é simplista a visão de que ensinar a ler e a escrever basta, é preciso comprometimento com a cidadania e formação de seres humanos que raciocinem, questionem e que sejam capazes de transformar o meio em que estão inseridos.
...o conceito de cidadania possui uma dimensão espacial ontológica fundadora, além de ser uma prática social constituída historicamente em algumas sociedades, que regula as relações sociais; por isso, ganha ou não existência em determinadas formações sociais e tem se transformado ao longo do tempo e dos modos de produção. (KATUTA, 2005, p. 127).
Educar é como cuidar de um diamante, onde para obtê-lo precisamos lapidá-lo, no caso da educação, funciona como uma nova estrutura de reeducação sócio familiar, onde a educação para a cidadania faz parte da estrutura de lapidação do ser social.
 Resultante neste caso, não o próprio diamante, mas sim pessoas críticas, capazes discernir peças ruins de peças boas, neste enorme jogo de quebra cabeça da vida real. A família delimita os valores morais de um cidadão, proporcionando aos indivíduos vida saudável e harmoniosa. 
Ao longo do desenvolvimento social as famílias têm se modificado, o modelo de família já não é mais o mesmo, não existe um formato ideal. Sendo assim é preciso assumir que a realidade é outra, onde os novos arranjos familiares são muitos e devem ser respeitados e compreendidos. 
Na atualidade, a família deixa de ser aquela constituídaunicamente por casamento formal. Hoje, diversifica-se e abrange as unidades familiares formadas seja pelo casamento civil ou religioso; seja pela união estável; seja grupos formados por qualquer um dos pais ou ascendentes e seus filhos, netos ou sobrinhos, seja por mãe solteira, seja pela união de homossexuais... (LOSACCO, 2008, p. 64)
A formação de jovens e adolescentes necessita de novos rumos, para tanto este projeto de intervenção social visa possibilitar a estes atores uma oportunidade de construir o conhecimento no que se refere ao uso indevido de drogas e sensibilizá-los dos problemas inerentes a esta atitude. 
Para que este trabalho seja realizado faz-se necessário o envolvimento da sociedade, no que se refere à aproximação desses adolescentes com a teoria visando à discussão e reflexão dos mesmos. Estes funcionam como facilitadores, os quais geram a discussão e posteriormente constroem novas teorias a partir da realidade trazidas pelos adolescentes participantes.
O processo de ensino aprendizagem deve se dar naturalmente e a seu tempo, daí a importância de profissionais de diversas áreas de atuação para conduzirem as oficinas e organizarem os trabalhos.
Tais profissionais devem ser capacitados e preparados para que a partir de suas teorias levem os adolescentes a repensar na mudança de hábito, de saúde e até mesmo ambiental. 
Mudar comportamentos e hábitos é algo capaz de proporcionar nova visão de mundo e de qualidade de vida, focando sempre a relação social, familiar e territorial do indivíduo com o meio em que está inserido. O vínculo familiar deve ser o núcleo inicial da discussão, pois a família é o primeiro e mais importante meio social em que o ser humano vive.
A família é quem primeiro humaniza a criança e delimita quem ela será futuramente, sabemos que os adultos são espelho das crianças as quais refletirão no futuro aquilo que presenciam diariamente. 
 
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
Proporcionar aos jovens e adolescentes do CRAS Ibaiti - PR espaços de discussão e reflexão em torno da dependência química e dos perigos e malefícios vivenciados pelo usuário de drogas e sua família. 
3.2 ESPECÍFICOS
- Aproximar os jovens e adolescentes da realidade dos dependentes químicos;
- Conhecer os tipos de drogas mais comuns e os problemas sociais decorrentes da sua utilização;
- Classificar os fatores de risco em que estão expostos os dependentes químicos e suas famílias;
- Despertar o interesse por uma vida saudável e de qualidade.
4 PÚBLICO ALVO
Jovens e adolescentes com idade entre 14 e 17 anos e 11 meses, membros de famílias cadastradas no CRAS Ibaiti – PR e inseridos em programas assistenciais.
5 METAS A ATINGIR
Trabalhar a demanda de jovens e adolescentes inseridos no CRAS Ibaiti – PR, possibilitando que participem de todas as atividades propostas no projeto. 
6 METODOLOGIA
Esta proposta de intervenção tem seu desenvolvimento em torno da prevenção contra o uso de drogas, por meio de atividades estratégicas diversificadas, capaz de permitir um olhar reflexivo e crítico por parte dos jovens, tais como: expressão corporal, música, atividades físicas e centro de discussão.
Conforme SENAD (2012), 
...as ações preventivas devem ser planejadas e direcionadas ao desenvolvimento humano, o incentivo à educação para a vida saudável, acesso aos bens culturais, incluindo a prática de esportes, cultura, lazer, a socialização do conhecimento sobre drogas, com embasamento científico, o fomento do protagonismo juvenil, da participação da família, da escola e da sociedade na multiplicação dessas ações. (SENAD, 2008, p.16).
Inicialmente foram definidos os temas conforme a faixa etária e compreensão dos jovens envolvidos, e relacionados os profissionais que participariam do processo. Logo após foram divididos os grupos que deveriam ser trabalhados e em que dias e locais tais atividades seriam realizadas.
Por se tratar de um número significativo (120 jovens) os participantes ficaram divididos em 04 turmas de 30 jovens cada, possibilitando um trabalho mais produtivo. 
As atividades foram divididas em oficinas temáticas, com duração de 04 horas diárias, com intervalo para o lanche de 15 minutos, durante 05 dias da semana para cada grupo, perfazendo 01 mês de atividades.
As oficinas abordarão os seguintes temas:
Oficina 1 – O adolescente e a sociedade – Estagiária de Serviço Social
Nesta primeira oficina o estagiário de Serviço Social dará início aos trabalhos, se utilizando de músicas populares a fim de instigar os participantes a discussão das letras e construção de um mural com propostas de melhoria na qualidade de vida dos adolescentes do município. 
Oficina 2 – Relação entre as drogas e a exploração sexual de crianças e adolescentes – Polícia Militar
A partir da vivência na primeira oficina e construção do mural, dar continuidade a discussão e debate de ideias a partir da visão que os participantes trazem do tema central, com vistas a confecção de folder educativo a ser posteriormente impresso e distribuído para a comunidade. 
Oficina 3 – A expressão corporal na busca do conhecimento do EU enquanto ser social – Educador Físico e Psicóloga 
Esta oficina tem por objetivo trabalhar corpo e mente em busca do equilíbrio emocional do ser social visando à melhoria na qualidade de vida e manutenção do eu em relação com o meio em que estou inserido. Por meio de dança, da expressão corporal e do teatro.
Oficina 4 – Os efeitos maléficos da droga para o ser humano – Enfermeira
O profissional trabalhará a partir da demonstração de substâncias de uso diário, medicamentos e por fim abordará as diferentes formas de risco que tem ocorrido atualmente em baladas e festas. 
Oficina 5 – Repensando valores – Pedagogo e Assistente Social
Esta oficina marcará o último encontro desta proposta de trabalho a qual organizará uma mesa redonda, gerando discussão em torno da importância da família e os diferentes arranjos familiares e a hierarquização necessária neste meio, a partir da visão de mundo dos participantes.
A avaliação de cada oficina se dará ao término do dia, será uma avaliação simples e rápida de ser respondida de forma objetiva e lúdica.
7 RECURSOS
7.1 HUMANO
- Assistente Social;
- Psicólogo;
- Pedagogo;
- Educador Físico;
- Enfermeiro;
- Policia Militar.
7.2 MATERIAIS 
- Sala de reunião;
- Multimídia;
- Materiais de escritório;
- Alimentos;
Os materiais serão disponibilizados pelo CRAS.
8 PARCEIROS OU INSTITUIÇÕES APOIADORAS
- Secretaria Municipal de Assistência Social;
- Secretaria de Educação;
- Secretaria de Saúde;
9 AVALIAÇÃO
A avaliação quanto às atividades se dará ao final de cada oficina, possibilitando que os participantes expressem por meio de um questionário dinâmico a sua opinião quanto aos trabalhos desenvolvidos.
Quanto ao projeto este será avaliado ao longo de sua execução e ao final de cada semana. Havendo necessidade o mesmo será ajustado conforme avaliação da equipe técnica do CRAS.
10 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
	Item
	Atividade
	Mês
	
	
	1
	2
	3
	4
	5
	6
	7
	8
	9
	10
	11
	12
	1
	Pesquisa bibliográfica
	
	
	
	
	
	
	
	
X
	
X
	
	
	
	2
	Elaboração do Projeto
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	3
	Estabelecimento de Parcerias
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	
	4
	Oficinas
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	 5
	Avaliação do Projeto
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	
	
	6
	Encerramento das Atividades
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	7
	Entrega do relatório final
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
A previsão das atividades constam no cronograma acima, desde a elaboração do projeto até a avaliação final, podendo ser alterado conforme a avaliação diária a ser realizada nas oficinas. 
11 BIBLIOGRAFIA REFERENCIADA
ACOSTA, A. R.; VITALE, M. A. F. (org.). Família: Redes, Laços e Políticas Públicas. 4. ed. São Paulo:Cortez, 2008.
BEHAR, P. A. (orgs.) Modelos pedagógicos em educação a distância.Porto Alegre, RS. Ed. Artmed. 2009. 311p.
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. 17.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos dos desafios educacionais contemporâneos, 3. Prevenção ao uso de drogas. Curitiba: SEED – PR, 2008. Disponível em: <http://www.nwvusp.org/downloads/down 156.pdf.> Acesso em: 28 ago.2011.
SOUZA, G. L. Dialética - a terceira via da educação: de Heráclito a Paulo Freire. Brasília: Alpha, 2003.
SOUZA, M. A.; COSTA, L. C. da. (orgs.) Sociedade e Cidadania: desafios para o século XXI. Ponta Grossa: UEPG, 2005.
12 APÊNDICES
Avaliação a ser preenchida diariamente pelos participantes e entregue no final do dia.
	Marque X conforme avaliação:
1 – Quanto ao tema trabalhado. 
2- Quanto à compreensão da oficina. 
3- Quanto ao lanche. 
4- Quanto ao tempo da oficina. 
5- Quanto ao local das oficinas. 
Deixe aqui o seu recado:
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