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UNIVERSIDADE PARANAENSE - UNIPAR CURSO DE PSICOLOGIA FABIANA GONÇALVES SILVA RELATO DE EXPERIÊNCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ESPECÍFICO I UMUARAMA 2016 FABIANA GONÇALVES SILVA – RA: 01055521 RELATO DE EXPERIÊNCIA ESTÁGIO SUPERVISIONADO CURRICULAR OBRIGATÓRIO ESPECÍFICO I Relato de experiência referente ao Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório Específico I apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Paranaense UNIPAR, como requisito parcial para obtenção da 4ª nota bimestral. Sob orientação da Professora Claudia Lopes Perpétuo. Umuarama 2016 RESUMO Este artigo trata-se de um relato de experiência sobre as práticas realizadas no Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório Específico I do curso de Psicologia da Universidade Paranaense - UNIPAR no decorrer do ano de 2016. Tais práticas foram realizadas em conjunto com o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade de Perobal/PR, o qual objetivou propiciar encontros com rodas de conversa, com um grupo de adolescentes de fortalecimento de vínculos, durante os encontros foi possível problematizar diversos assuntos relacionados a adolescência e a sociedade atual, discutindo as ideias singulares de cada integrante do grupo. INTRODUÇÃO O presente trabalho possui como objetivo apresentar a forma como seu deu a inserção da estagiária junto às práticas do estágio obrigatório especifico I pertencente à grade curricular do quarto ano de Psicologia da Universidade Paranaense-Unipar. Essas práticas foram realizadas junto ao Centro de Referência de Assistência Social no município de Perobal/PR. O CRAS da cidade de Perobal/PR consta com uma equipe de oito profissionais atuantes, sendo eles uma psicóloga, uma assistente social, uma operadora do Programa Bolsa Família, uma coordenadora, uma auxiliar de serviços gerais, uma professora de pintura em tecido e um professor de violão. As oficinas de pintura e violão são desenvolvidas duas vezes na semana. A estrutura física do CRAS não é própria, é uma casa com oito cômodos, sendo estes subdivididos em três quartos, duas salas, dois banheiros e uma cozinha. Um dos quartos é a sala da equipe técnica (psicóloga e assistente social), outro quarto se restringe a sala da coordenadora, e o terceiro quarto é utilizado para arquivar documentos dos usuários, a sala de entrada é ocupada pela operadora do programa Bolsa Família, e a outra sala é utilizada como um ambiente de espera que contém dois armários onde são guardados alguns materiais, e também um pequeno espaço para crianças, os serviços de convivência e fortalecimento de vínculo como o grupo de idosos “Alegria de Viver”, o grupo de adolescentes “Super Jovem”, as aulas de pintura e violão são realizadas em um salão localizado na frente da casa. Há planos do gestor municipal de se construir um novo ambiente mais apropriado. A partir das observações, entrevistas, visitas domiciliares e demais práticas realizadas no CRAS com a proposta de levantar a demanda para posterior elaboração de um projeto de intervenção, foi perceptível a necessidade de estabelecer uma atenção maior aos adolescentes vinculados ao programa de serviço de convivência “Super Jovem” programa esse que tem por objetivo promover a interação grupal e valorização afetiva dos adolescentes com conversas, técnicas de dinâmicas, reflexões, passeios, vídeos, etc. Levando em consideração que as escolas e os pais possuem uma grande dificuldade de abordar sobre alguns temas como DST’s, sexualidade, gênero, entre outros, pois estes temas são considerados como inadequados e desnecessários. Percebe-se assim a necessidade de um espaço não somente de orientação, mas também de reflexão e discussão sobre esses assuntos, já que a partir do momento que há uma reflexão crítica, propondo aos adolescentes um protagonismo de seus direitos e ações perante a sociedade na qual está inserido, levando assim a uma possível transformação social. Considerando a demanda levantada, elaborou-se o projeto de intervenção no que tange a uma visão crítica frente aos assuntos relacionados à sexualidade, drogas, violências, feminismo, entre outros, objetivou-se demonstrar aqui as intervenções psicossociais realizadas frentes a tais demandas. E a partir deste demonstrar o planejamento e elaboração do projeto feito para as intervenções psicossociais de acordo com a demanda encontrada neste local. Assim o projeto elaborado buscou promover aos adolescentes que participam do serviço de convivência “Super Jovem” no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) na cidade de Perobal/PR uma reflexão crítica sobre os temas a serem abordados durante os encontros realizados, levando até eles informações e debates visando leva-los a pensar, planejar e decidir sobre o modo como vivem sua sexualidade. Haja vista que a adolescência é um momento que marca a transição entre a infância e a idade adulta, tanto de ordem fisiológica quanto sociocultural. É na adolescência que o sujeito passa por grandes escolhas em sua vida, isso faz com que se sinta confuso e inseguro frente aos mesmos. Quando abordamos temas que são de interesse dos adolescentes propiciamos a eles novas perspectivas e formas para enfrentar o tabu que é a sexualidade. Vale aqui ressaltar que nem todos os indivíduos vivem a adolescência, muitos perpassam por este período de vida sem estes grandes marcos da adolescência, pois por alguma necessidade precisam trabalhar, levando em consideração o contexto histórico-social de cada sujeito. Aos servidores do CRAS da cidade de Perobal/PR foi apresentado um projeto de intervenção previamente elaborado, no intuito de intervir junto aos adolescentes do grupo Super Jovem, sendo estes os protagonistas do mesmo, onde foi relatado a importância do projeto de intervenção, explicitando as funcionalidades objetivas, para quê e porquê dos temas a serem trabalhados. A lógica deste trabalho baseada no respeito aos conhecimentos e experiências dos participantes centrou-se na valorização do sujeito e na conversação, proporcionando troca de ideias entre os adolescentes. Sendo assim, em consonância com os objetivos propostos para as intervenções, será exposto abaixo, em ordem cronológica, cada encontro realizado com o público em questão. Importante ressaltar que embasando toda a prática, enquanto estagiária, trouxemos a psicologia social comunitária, a qual nos traz uma visão da psicologia, diferente daquela individualista naturalizante e eletista. A Psicologia Social Comunitária amplia a visão e reconhece o sujeito como um ser de totalidade, incluindo o seu contexto social de ação política. (GÓIS, 2008). No entanto o trabalho do psicólogo comunitário no CRAS é de grande relevância já que o serviço atende as famílias e sujeitos que estão inseridos em uma comunidade, que fazem parte de um contexto histórico-social, fazendo levantamento da necessidade da comunidade via busca ativa, visitas domiciliares, buscando priorizar os casos de maior urgência, portanto, para se efetivar um bom trabalho na comunidade o psicólogo deve conhecer a comunidade em questão. O profissional da psicologia no CRAS não pode pautar no assistencialismo, e sim deve buscar por transformação social. Para melhor descrição do relato de experiência considerei o trabalho por etapas, subdividido em encontros, levando em consideração que cada encontro realizado abrange um tema diferente, porém, temas estes interligados uns aos outros, ao todo comtemplamos com cinco encontros percorrendo os meses de agosto a outubro. De início cabe conceituarmos o local onde aconteceram as práticas do estágio. De acordo com as Orientações Técnicas (BRASIL, 2009), os Centros de Referências da Assistência Social –CRAS, é tido como unidade pública estatal onde possibilita em primeira instância o acesso das famílias aos direitos socioassitenciais do PNAS (Plano Nacional da Assistência Social) e do SUAS (Sistema Único da Assistência Social), é a porta de entrada para os usuários da política da assistência social para a atenção básica e encaminhamento, se necessário para a proteção especial. E estes serviços socioassistenciais supracitados constam na lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social) que visa garantir os direitos básicos dos cidadãos brasileiros que em seu Art.6º garante a proteção social básica que dispõe de um “conjunto de serviços, programas, projetos e benefícios da assistência social que visa a prevenir situações de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários” (LOAS 1993), além da proteção social especial que objetiva: [...]contribuir para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos para o enfrentamento das situações de violação de direitos (LOAS, 1993 Art. 6º). Conceituando a política de assistência social que segundo Cruz (2009) tem como propósito promover a inclusão e o protagonismo social, primando pela atenção básica às necessidades humanas e atendendo as peculiaridades de cada contexto. Sendo assim, várias ações têm sido desenvolvidas nos últimos anos a exemplo disso, temos a criação, em 2003, dos CRAS, que tem apresentado uma nova perspectiva às políticas de assistência social, já que além de se tornar em porta de entrada do serviço da assistência que acolhe as demandas sociais, tem uma dinâmica de funcionamento que permite a desvinculação da assistência dos favores políticos. Um dos programas em destaque ofertados pelo SUAS dentro do CRAS é o PAIF (Proteção e Atendimento Integral à Família), programa esse que atua de forma preventiva, protetiva e proativa, citado por Brasil (2012) que conceitua a forma preventiva um caráter de prevenção de danos nos direitos de cidadania, com intervenções a fim de evitar e/ou prevenir situações de vulnerabilidade e risco social. O conceito protetivo baseia-se em “intervenções que visam amparar, apoiar, auxiliar, resguardar, defender o acesso das famílias e seus membros aos direitos” (BRASIL, 2012 p. 11). De cunho proativo refere-se as responsabilidades e a intervenção frente a situações problema, intervindo em situações de vulnerabilidade e risco social, criando instrumentos como método de prevenção de futuras ocorrências efetivando de modo contínuo e o mais rápido possível o acesso das famílias aos seus direitos. Como consta na Cartilha de Orientações Técnicas Centro de Referência de Assistência Social – CRAS (2009) além de ofertar o programa PAIF, o CRAS oferta outros serviços socioassistenciais de proteção social básica, que depende de cada unidade, contemplando com espaço físico adequado, equipamentos, recursos e claro conforme a demanda existente. Além de promover a função de gestão territorial como a articulação de rede socioassistencial básica, a busca ativa e a promoção da articulação intersetorial (BRASIL, 2009). Dentre um dos serviços socioassistenciais ofertados pelos CRAS estão os de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo sendo este: Complementares ao PAIF e devem viabilizar, de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, trocas culturais e de vivência entre pessoas, fortalecendo os vínculos familiares e sociais, incentivando a participação social, o convívio familiar e comunitário e trabalhando o desenvolvimento do sentimento de pertença e identidade (BRASIL, 2010, p. 41). Todos os Serviços de Convivências e Fortalecimento de Vínculos tem como um dos principais objetivos Brasil (2010), estabelecidos como: “Complementar as ações da família e da comunidade na proteção e no desenvolvimento de crianças e adolescentes e no fortalecimento dos vínculos familiares e sociais”. Como consta no documento Referências Técnicas para a Atuação do(a) Psicólogo(a) no CRAS/SUAS, produzido pelo CREPOP (2007): As atividades do psicólogo no CRAS devem estar voltadas para a atenção e prevenção a situações de risco, objetivando atuar nas situações de vulnerabilidade por meio do fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários e por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições pessoais e coletivas (CREPOP, 2007, p.23). Ainda em relação ao documento do CREPOP acima supracitado, o psicólogo na assistência social além de intervir em situações de vulnerabilidades, dentro da Assistência Social, deve promover e beneficiar o desenvolvimento da autonomia dos sujeitos, possibilitando o empoderamento da pessoa, dos grupos e das comunidades. Percebemos a necessidade de modificações nos referenciais teórico-metodológicos, na fundamentação dos programas, projetos, serviços e benefícios que devem se dar em um novo olhar, investindo-se na potencialidade humana. Esse investimento pode gerar superação e crescimento, porém, também são essenciais mudanças na maneira de compreendermos a pobreza e a forma de atuarmos com ela, provocando, por meio dos vínculos estabelecidos no atendimento, e de um conjunto de ações potencializadores, o rompimento do ciclo de pobreza, a autonomia dos benefícios oferecidos e a promoção da independência, na concepção da cidadania, tendo o sujeito como integrante e participante ativo dessa construção. Portanto segundo Oliveira et al. (2011): A principal atividade, base de toda e qualquer ação dos CRAS, é o Acompanhamento Psicossocial. Definido como um acolhimento, seguido de monitoramento e seus desdobramentos (orientação, encaminhamentos, cadastro em programas sociais, visitas domiciliares, entre outras ações), deve ser realizado desde a entrada do usuário no CRAS, passando por todos os desdobramentos advindos da demanda que ele traz, e pautando-se no fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Por meio dessa atividade, efetiva-se a proteção social e as equipes dos CRAS atuam para garantir que os direitos sociais sejam cumpridos, permitindo avaliar todos os procedimentos que foram efetuados frente a uma demanda específica (OLIVEIRA et al. 2011, p. 144). No entanto para Oliveira et.al (2011) o CRAS é a rede que preconiza a Proteção Social Básica e completa os diversos programas desse nível de atenção, com destaque para o PBF, o PAIF e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). É função dos profissionais do CRAS atuar frente às situações de vulnerabilidade em que se encontram as famílias-alvo dos referidos programas, de maneira que venha a fortalecer os vínculos sociais e comunitários dessas. Portanto, o CRAS funciona como um organizador e administrador de dispositivos, grupos e instituições que existem no território, articulando-os e promovendo um trabalho continuado voltado para toda a população beneficiada ou não. Completando Pietroluongo e Resende (2007) nos trazem que a função do psicólogo na assistência social: Além dos papéis de acolhimento e intermediação realizados pelo psicólogo, este, como conhecedor da função das relações dialógicas na construção de sentidos subjetivos, bem como do papel dos construtos sociais na construção dessas relações, pode exercer, também, o papel de incentivador da reflexão técnica dentro da equipe. Ressalta-se que o acolhimento e a intermediação são resultado da postura de escuta do profissional de Psicologia. Em outras palavras, por conhecer os processos relacionais, o psicólogo pode ajudar a compreender, dentro de um espaço social, que lugares estão sendo construídos para os sujeitos (equipe, usuários e família) e de que forma podem-se construir novas relações para que esses lugares sejamcondizentes com os pressupostos da reforma. Com isso, pode-se notar que é a partir da crítica epistemológica, concretizada na posição do psicólogo dentro da equipe, pela escuta diferenciada, que novas formas de se relacionar com a família e com os próprios membros da equipe vão sendo delimitadas, e, assim, buscando a capacitação da família ao invés da normatização desta, e a inclusão do sujeito que sofre ao invés da sua exclusão e punição por ser diferente (PIETROLUONGO; RESENDE, 2007, p.29). No CRAS onde foram feitas as intervenções existem poucos projetos de SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos), dentre eles consta, O projeto de pintura em tecido, aulas de violão, Grupo de idosos “Alegria de Viver” e o grupo de adolescentes onde foram realizadas as intervenções cujo nome dado ao projeto é “Super Jovem”, o grupo de adolescentes é ministrado pela coordenadora do CRAS sendo realizados grupos uma vez na semana, com duração de aproximadamente duas horas, o público do grupo baseia-se em adolescentes de 15 à 17 anos de idade, sendo os mesmos usuários ou não do CRAS. Conceituando a adolescência como público alvo das práticas realizadas, Berni e Roso (2014) caracteriza a adolescência como um marco na vida do sujeito entre a infância e a vida adulta, fase essa de grandes transformações sejam estas físicas, mentais, sexuais, sociais. Onde há uma aquisição de autonomia, o sujeito passa a procurar por um emprego, e relacionamentos afetivos. Sendo assim, A adolescência é, portanto, um fenômeno de forte caracterização cultural, e suas definições estão intimamente ligadas à transformação da compreensão do desenvolvimento humano e, também, à transformação da forma como cada geração define a si própria. [..] é um momento essencial de transformação, transposição e autoafirmação das pessoas que a vivem e daqueles com quem convivem. (CERQUEIRA-SANTOS, NETO & KOLLER, 2011, p. 22) Levando em consideração os processos constitutivos de cada indivíduo, cabe ressaltar que este se caracteriza com singular, possuidor de subjetividades únicas e que ele se forma, se constitui e se constrói a partir das relações sociais estabelecidas com o meio. Família, Mídia, Religião, dentre tantas outras instituições fazem parte do rol de agentes com tamanha contribuição para tal processo. O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) dispõe de leis que garantem inúmeros direitos e deveres fundamentais da criança e do adolescente, dentre os direitos destaca-se o Art. 7º “A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência” (BRASIL, 1990). No que tange a Família, considerando as relações estabelecidas esta se apresenta como um grande fator influenciador na formação desse sujeito. A formação familiar independente de seu modelo de família, ela quase sempre é facilitadora do modo de ser no mundo desse adolescente. Enquanto que, a mídia exerce uma função de modernidade trazendo informações sobre sexo, identidade e gênero, igualdade de direitos entre tantas outras reformulações. Já a Religião, representada aqui pelas denominações religiosas, traz a tradição, a moralidade dominante, etc. (AFONSO, 2001). A partir destes conceitos como base para desenvolver um trabalho com os adolescentes foram previstos a realização de nove encontros semanais, os processos grupais aconteceram da seguinte maneira: - Primeiro Encontro Diante disso, a partir da proposta do Projeto de Intervenção previamente produzido, a primeira intervenção ocorreu com a presença de quatro adolescentes, conforme programado neste dia como um primeiro contato oficial com o grupo de adolescentes foi colocado aos mesmos como iriam ocorrer nossos encontros, que seriam a partir de rodas de conversa. Neste sentido Gomes et al (2008) caracteriza a roda de conversa “uma estratégia educativa e comunicativa cuja finalidade é satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, compreensão e empowerment, (p.777. [grifos do autor])” Portanto a partir do assunto proposto no projeto para o dia discutiríamos sobre o mesmo, além de enfatizar o sigilo profissional. Conforme o nono artigo do CFP (2014, p.13) Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. Souza (2006) considera o estabelecimento de vínculos um compromisso de estabelecido entre profissionais (técnicos) e a população, contribuindo para a estruturação dos demais níveis de complexidade da assistência social, de forma que se cultive o compromisso com o acesso da população a todos os níveis de assistência e com a implantação de novos modos de atenção. Portanto entende-se que o psicólogo é o profissional mais capacitado para este estabelecimento de vínculo e compromisso com a população, quando este segundo Camargo- Borges e Cardoso (2005) está inserido no território, na cultura, nas relações estabelecidas pelos usuários em uma determinada sociedade, produzindo acolhimento e se responsabilizando com a população aproximando-os com as políticas públicas e seus direitos como cidadãos. - Segundo Encontro Partindo dos pressupostos teóricos de Bock (2007) que entende a adolescência como uma transição da vida de criança para a vida adulta, o mesmo não pode ser compreendido como um período natural do desenvolvimento, com uma peculiaridade global. Relativo ao desenvolvimento humano, a adolescência não só foi naturalizada, mas além disso entendida como uma etapa difícil, etapa essa do desenvolvimento que se mostra com muitas questões naturais. Complementando a fala da autora supracitado, segundo Conselho Federal de Psicologia (2002): A adolescência não é um período natural do desenvolvimento. É um momento significado e interpretado pelo homem. Há marcas que a sociedade destaca e significa. Mudanças no corpo e desenvolvimento cognitivo são marcas que a sociedade destacou. Muitas outras coisas podem estar acontecendo nessa época da vida no indivíduo e nós não as destacamos, assim como essas mesmas coisas podem estar acontecendo em outros períodos da vida e nós também não as marcamos, como por exemplo, as mudanças que vão acontecendo em nosso corpo com o envelhecimento (CFP, 2002 p. 21). Diante disso, objetivou-se um segundo encontro, onde compareceram nove adolescentes. Formamos uma roda de conversa sendo proposto um espaço o qual eles pudessem expressar/falar/expor suas vivências, angústias e expectativas sobre a adolescência. Além da autora já citada anteriormente, temos ainda o aparado teórico de Frota (2007) o qual configura adolescência como um período de mudanças físicas, cognitivas e sociais, que ajudam na formação da subjetividade desses indivíduos. Hoje em dia descrevem-se a adolescência como um período do desenvolvimento humano que é o intermédio entre a infância e a idade adulta. Sendo assim, a adolescência é entendida como um tempo transpassado por conflitos, onde formam sua concepção de singularidade. Porém, a adolescência não deve ser abrangida apenas como um período de passagem. Contudo para Bock (2007): A abordagem sócio-histórica, ao estudar a adolescência, não faz a pergunta “o que é a adolescência”, mas, “como se constituiu historicamente este período do desenvolvimento”. Isto porque para esta abordagem, só é possível compreender qualquer fato a partir da sua inserção na totalidade, na qual este fato foi produzido, totalidade essa que o constitui e lhe dá sentido. Responder o que é a adolescência implica em buscar compreender sua gênese histórica e seu desenvolvimento. (BOCK, 2007, p. 68) Sendo assim, ser adolescente para eles é um momento de transição da vida de criançapara a vida adulta, onde maiores responsabilidades vão surgindo demandando mais tempo para as tarefas obrigatórias como estudar e se preparar para o vestibular, com a preocupação de conseguir um emprego que possam conciliar com os estudos o que preocupa a todos, com isso surgem os conflitos com a família. Relacionando as angústias trazidas pelos adolescentes partindo do pressuposto de Bock (2007) que a adolescência é compreendida por um período ao qual sua moral é constituída a partir da sociedade capitalista onde a inserção no mercado de trabalho e os estudos é uma necessidade social de preparo para a vida adulta. Os adolescentes por muitas vezes somente são compreendidos no conjunto da sociedade em que estão inseridos, já que o indivíduo e sociedade estão entrelaçados. Ainda que a semelhança indivíduo e sociedade seja uma questão estimulante que acaba por gerar várias controvérsias e posições diversas (SALLES, 2005). - Terceiro Encontro A terceira intervenção com o grupo composto por cinco adolescentes, sendo que, alguns não haviam participado da primeira intervenção. O objetivo desta intervenção em conjunto com a terceira intervenção realizada no dia 05 de setembro era de trabalhar o uso de drogas e suas consequências, indagando os participantes a refletirem o que são drogas partindo do pressuposto de Cavalcante (2008) a adolescência é um momento crítico na vida de cada sujeito, pois neste período o jovem vivencia descobertas expressivas e afirma a personalidade e a individualidade. Caracterizar a adolescência somente como faixa etária seria uma maneira muito simplista de ressaltar, sendo que ela abarca a modificação do jovem até a idade adulta, não apenas sob o aspecto biológico, mas também social e, principalmente, psicológico. Entretanto, a tendência do adolescente ingressar no uso de drogas é grande, conforme cita Cavalcante (2008) é precisamente nesse período, em que o grupo de amigos alcança importância social primordial, as desordens familiares atingem um patamar elevado, fazendo com que os pais percam um pouco da sua competência de poder e controle sobre os filhos, que buscam a imagem de adulto independente no grupo de amigos no qual estão inseridos, o que é uma tendência dos adolescentes. É principalmente nesse momento de crise que as drogas adentram em suas vidas. Segundo Marques e Cruz (2000), o consumo de substância lícitas e ilícitas entre os jovens no mundo e no Brasil iniciam-se na passagem da infância para a adolescência que começa esse uso. As drogas causam grandes consequências sendo essas físicas, psicológicas e agravando doenças, os adolescentes não tinham conhecimento amplo desses efeitos que o uso dessas drogas lícitas e ilícitas causam na vida dos usuários, apesar de alguns presentes fazerem o uso de algumas das drogas citadas os mesmos ficaram surpresos em relação aos efeitos de curto e longo prazo das substâncias. Os prejuízos provocados pelas drogas podem ser agudos (durante a intoxicação ou “overdose”) ou crônicos, produzindo alterações mais duradouras e até irreversíveis. O uso de drogas por adolescentes traz riscos adicionais aos que ocorrem com adultos em função de sua vulnerabilidade. Todas as substâncias psicoativas usadas de forma abusiva produzem aumento do risco de acidentes e da violência, por tornar mais frágeis os cuidados de autopreservação, já enfraquecidos entre adolescentes. Esses riscos ocorrem especialmente com o uso do álcool, a droga mais utilizada nessa faixa etária. O álcool pode causar intoxicações graves, além de hepatite e crises convulsivas. O uso abusivo de benzodiazepínicos pode potencializar os efeitos do álcool e, em altas doses, provocar depressão respiratória. O uso crônico de benzodiazepínicos produz dependência e sua retirada abrupta pode provocar síndrome de abstinência. O risco do desenvolvimento desses quadros não deve ser negligenciado pelos médicos. (MARQUES E CRUZ, 2000, p.33). Partindo das colocações feitas pelos adolescentes prevalece o risco do uso de drogas como uma preocupação da saúde pública e os riscos em geral ocasionado por estas substâncias lembrando os fatores psicossociais, como a influência dos amigos e as relações dentro do ambiente familiar que pode tanto ajudar a evitar que o adolescente venha a fazer o uso, mas também pode servir como provedor do uso como apontam Baus, Kupek e Pires (2002). Reforçando o pensamento Martins e Pillon (2008) nos traz que é importante para o adolescente construir contatos com novos amigos e cultivar seu grupo de identificação, que influencia suas opiniões e julgamentos, passando a manter-se mais tempo com o grupo fora de casa do que com os pais em casa, contrário do que ocorre na infância ou na pré-adolescência. Essa relação com o grupo pode dirigir-se a comportamentos impróprios como uso de drogas e ao delito, que se tornam comuns em grupos da mesma idade durante essa época da vida. - Quarto encontro Em uma quarta intervenção, onde a roda de conversa foi composta por seis adolescentes, neste dia podemos partilhar sobre os conhecimentos relacionados a sexualidade e expressão de gênero diferenciando os termos “sexo” e “sexualidade” já que não eram conhecidos pelos adolescentes, que partindo do pressuposto de que o meio social em que vivemos alastra o pensamento de que os órgãos genitais determinam se uma pessoa é homem ou mulher. Porém, a formação da nossa singularidade como homens ou como mulheres não é só algo biológico, é social, como destaca Jesus (2012). É possível perceber que esses adolescentes não tinham um conhecimento tão abrangente em relação de gênero, identidade, sexualidade, onde através de nossa roda de conversa foi possível esclarecer o assunto. Gênero se refere a formas de se identificar e ser identificada como homem ou como mulher. Orientação sexual se refere à atração afetivossexual por alguém de algum/ns gênero/s. Uma dimensão não depende da outra, não há uma norma de orientação sexual em função do gênero das pessoas, assim, nem todo homem e mulher é “naturalmente” heterossexual. (JESUS, 2012, p. 12). O preconceito está presente no nosso dia-a-dia percebemos que o caráter de normalidade compulsória da heteronormatividade necessita ser problematizado e isso faz sentido no domínio de perspectivas teóricas que adotam a noção de cultura, entendendo-a como um espaço de ações em torno de sentidos, discursivamente produzidos e legitimados. Nesse espaço de confrontos em torno da significação, definições estão em constante oscilação, sendo permanentemente reportados, trocados e agenciados entre os membros de uma cultura. Estes métodos de acepção estão indiciados com a produção de sujeitos de gênero e de sexualidade de determinados tipos. - Quinto Encontro Na seguinte roda de conversa foi possível conversarmos sobre o papel da mulher na sociedade, como ela é vista, como ela era vista, as mudanças decorrentes da mulher na sociedade com forte influência do feminismo, e o que isso acarretou de benefícios para o gênero feminino e também para crianças e adolescentes, que segundo Blay (2003) desde a metade do século XIX até depois da Primeira Guerra Mundial, o cenário econômico e cultural do Brasil mudou significativamente. A industrialização e a urbanização modificaram a vida habitual, particularmente das mulheres, que passaram a, cada vez mais, a ocupar o espaço das ruas, a trabalhar fora de casa, a estudar. Alguns dos adolescentes trouxeram a visão de que o feminismo não era bom para a sociedade já que entendia o mesmo como contrário ao machismo, neste encontro foi possível então desconstruir esta ideia, contextualizando a história da busca por igualdade de gêneros. “O feminismo no Brasil surge como consequência da resistência das mulheres à ditadura militar, depois da derrota da luta armada e no sentido da elaboração política e pessoal desta derrota” (SARTI, 1998,p. 3). Para Gonçalves (2009) o movimento feminista ampliou-se nacionalmente com os altos índices de violência doméstica, que passa a ser problematizado e abarcado como um mecanismo de controle social, onde o movimento feminista ganha maior visibilidade nacional e aparece nos debates. Contudo podemos dizer que o feminismo é uma luta diária pelos direitos de igualdade de gênero, visando uma democracia social, onde é necessário uma luta continua por igualdade de gênero, que segundo Amorim (2011), o movimento feminista a princípio lutava para garantia de direitos iguais aos homens como trabalhar, jornada de trabalho menor, liberdade sexual, e demais direitos. Após toda essa luta as mulheres ainda não alcançaram seus objetivos, no reconhecimento social e financeiro, porém, há exceções. Infelizmente, em geral a mulher até hoje não é valorizada profissionalmente, ainda nos dias atuais existe diferenças salariais entre homens e mulheres mesmo desempenhando as mesmas atividades profissionais, ocupando os mesmos cargos, proveniente de uma ação preconceituosa refletindo no meio social brasileiro. Ressaltando também a importância que a lei Maria da penha (nº 11.340) no que diz respeito a violência contra mulheres, não somente a violência física, mas também as violências psicológicas, moral, sexual, patrimonial e econômica. Neste encontro os adolescentes esclareceram dúvidas e obtiveram muito conhecimento da importância do feminismo, descontruindo a ideia de que o movimento feminista é o contrário do machismo, e que esta luta não deve ser só reivindicada por mulheres e sim por todos os gêneros. Uma das inquietações que surgiram com a fala dos adolescentes foi em questão ao procedimento que se deve tomar em casos de violência ou se existe alguma forma de prevenção do ato, e como relata Saliba (2007) prevenir e contestar a violência são atribuições inerentes ao Poder Público, e o Estado tem se aplicado na prevenção e controle da violência, por meio de campanhas, programas e, principalmente, pela legislação específica. Vale a pena salientar que haviam mais encontros previstos no projeto de intervenção, porém, os mesmos não foram concretizados devido as mudanças com relação ao funcionamento do CRAS onde o projeto era ofertado, o CRAS por meio de decreto do gestor municipal teve sua carga horaria de funcionamento reduzida a fim de diminuir os gastos no município, sendo assim, o horário de atendimento se restringiu das 07h30min às 13h30min. Com isso o projeto que era realizado no período da tarde teve suas atividades encerradas antes do previsto, levando em consideração que se tornou inviável a realização do mesmo no período da manhã, pois, os adolescentes participantes estudam nesse período. O período de funcionamento do CRAS deve estar em consonância com características dos serviços ofertados na unidade: caráter continuado, público e adequado para o atendimento de todos aqueles que o demandam, de modo a ampliar a possibilidade de acesso dos usuários aos seus direitos socioassistenciais. (BRASIL, 2009, p. 59). CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando que cada indivíduo é em maior ou menor grau agente ativo no seu processo de constituição e que sendo este agente ele é constituído e constituinte das suas relações com o meio, considera-se importante que o mesmo conheça e tenha acesso aos diversos temas/conteúdos/assuntos emergentes da sociedade contemporânea que vivemos, tais como os assuntos abordados nos encontros acima mencionados (gênero, sexualidade, drogas, etc.), sendo estes também de interesse dos mesmos, bem como trouxeram opiniões distorcidas, além de muitas dúvidas. A partir dos objetivos proposto no Projeto de Intervenção que deu base para este Relato de Experiência, no sentido de proporcionar um espaço para discussões sobre os mais diversos temas pertencentes à adolescência, temas estes que por vezes são considerados um tabu tanto para a família quanto para eles mesmos, bem como as formas que se deram as práticas com este público, pode se dizer que o objetivo foi atingido onde os protagonistas desta intervenção puderam além da percepção de suas ações cotidianas de preconceitos, discriminação, conseguiram desconstruir estes aspetos levando para eles um conhecimento amplo de respeito mútuo com o próximo e consigo mesmo se tornando agentes transformadores de uma sociedade politizada na qual estão inseridos. Nas intervenções realizadas utilizei o método de rodas de conversa, e outras técnicas como de fotografia, pautadas no dia-a-dia ressalvando a subjetividade de cada sujeito participante, mantendo o respeito mútuo entre eles, considerando a fala de Coelho (s/a). Nesse sentido a Roda de Conversa é um método de reflexão coletiva baseada na criação de espaços de diálogo, em que os participantes podem se expressar priorizando escutar os outros e a si mesmos, com trocas de experiências, conversas, discussão e compartilhando os conhecimentos que constroem esse método de trabalho, fortalecendo os adolescentes frente aos obstáculos diários, posturas coletivas e singulares favorecendo um vínculo afetivo entre os participantes. A roda de conversa é um importante instrumento como espaço de discussão, problematização e troca entre os adolescentes, como afirma Sampaio et al (2014): As rodas de conversas possibilitam encontros dialógicos, criando possibilidades de produção e ressignificação de sentido – saberes – sobre as experiências dos partícipes. Sua escolha se baseia na horizontalização das relações de poder. Os sujeitos que as compõem se implicam, dialeticamente, como atores históricos e sociais críticos e reflexivos diante da realidade (SAMPAIO et al, 2014, p. 1301). Nem todos os encontros planejados foram possíveis de serem realizados durante o processo vários fatores impediram o acontecimento, um deles foram os dias chuvosos, nestes dias os adolescentes não compareciam no grupo, outro fator que impossibilitou a continuidade do grupo foi a alteração do horário do CRAS o qual a partir da ordem do gestor, foi restrito ao período da manhã, portanto, o grupo que era realizado no período da tarde teve que ser encerrado antes que todos os encontros pudessem ser realizados. Portanto, após todos esses assuntos trabalhados nas intervenções percebe-se que foi possível trazermos discussões que envolvem os sujeitos de nossa sociedade como agentes transformadores, instigando os participantes a propagarem um pensamento amplo e crítico. Gerando problematizações e discussões disparadoras, promovendo o protagonismo desses adolescentes na sociedade com uma atuação compromissada e possibilitando transformações dos mesmos. Contudo a adolescência é um momento de transição pautada por características que surgem nas relações sociais, em um processo no qual o sujeito se coloca inteiro, com suas características pessoais e seu corpo, apresenta com suas especificidades que são interpretadas nessas relações, proporcionando sua construção pessoal. É importante destacar que o subjetivo não é igual ao social. Há um trabalho de construção realizado pelo indivíduo e há um mundo psíquico de origem social, mas que possui uma dinâmica e uma estrutura própria. Esse mundo psíquico está constituído por configurações pessoais, nas quais significações e afetos se mesclam para dar um sentido às experiências do indivíduo (CFP, 2002). Ainda assim para Matheus (2003): O adolescente busca respostas às questões que lhe foram transmitidas. Não é simplesmente produto de seu meio: é sujeito, que reage ativamente ao que lhe é proposto, buscando formular respostas próprias que façam sentido para ele e permitam sua inserção social. Cada geração, em sua heterogeneidade, contém a diversidade de caminhos produzidos por seus membros; porém, nas diferenças, os pares tendem a estabelecer laços de identificação que lhes facultam permanência neste momentoerrante. É deste prisma que se pretende tratar os ideais da geração jovem, enquanto pontos de aproximação de sujeitos que, no hiato do mundo infantil ao adulto, constroem referências comuns, a partir de experiências afins, em dado momento histórico e cultural. Lembre-se, porém, que os ideais de cada sujeito não são congruentes aos de sua geração: deles participam, cada qual a seu modo, ficando por eles marcados. Os ideais singulares, portanto, expressam os da geração, mas estes últimos não estão circunscritos a este ou àquele sujeito (MATHEUS, 2003, p. 86). Destacamos na fala acima o contexto social no qual o adolescente está inserido como constituidor de sua subjetividade, a necessidade do sujeito de ser pertencente a um grupo onde se sinta acolhido e pertencente ao mesmo, compartilhando vivências, experiências singulares, buscando independência. O trabalho do psicólogo na assistência social não baseia-se somente na intervenção em situações de vulnerabilidade social, mas também em promover o protagonismo dos sujeitos, dos grupos e das comunidades, tornando os sujeitos independentes e autor de sua construção social (CREPOP, 2007). Diante de todo este processo partindo de uma experiência profissional voltada para o Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório Específico do quarto ano do curso de Psicologia da Universidade Paranaense, onde a partir do mesmo pude vivenciar a prática do profissional de psicologia frente as demandas sociais existentes no CRAS do município de Perobal/PR, a soma de conhecimentos teóricos e práticos foi de grande valia para a minha construção profissional, que diante dos erros e acertos façam com que me torne um profissional apta a atuar na sociedade. REFERÊNCIAS AFONSO A. J. Reforma do Estado e Políticas Educacionais: Entre e Crise do Estado-Nação e a Emergência da Regulação Supranacional. Educação & Sociedade, ano XXII, nº 75, Agosto/2001. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/es/v22n75/22n75a03.pdf. Acesso em 08/12/2016. AMORIM L. T. Gênero: uma construção do movimento feminista? Universidade Estadual de Londrina, 2011. BAUS, J.; KUPEK, E.; PIRES, M. 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