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Extinção de contrato

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FACULDADE PROJEÇÃO – SOBRADINHO
ESCOLA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS.
DIREITO
JOSÉ LUÍS SOUSA ASSUNÇÃO
EXTINÇÃO DE CONTRATO
BRASILIA
2014
JOSÉ LUÍS SOUSA ASSUNÇÃO
EXTINÇÃO DE CONTRATO
Tratasse de um projeto acadêmico, com o objetivo de aprofundar o aprendizado no tema de extinção de contrato tornando melhor o desenvolvimento na matéria de Direito Civil; Faculdade Projeção – Sobradinho.
BRASILIA
2014
Dedico esse trabalho 
Á Orlando da Costa Assunção (meu pai) que sempre se preocupou com meus estudos e infelizmente não pode me acompanhar nessa trajetória.
A Magda Conceição das Graças de Sousa (minha mãe) que mesmo quando esta passando por dificuldades me ajudou nos estudos, e sempre se preocupou com o meu futuro e sempre me incentiva a estudar e correr atrás das oportunidades para que eu possa ter um futuro promissor.
A Welen Alves Gomes Garcêz (minha futura esposa), que me incentivou e me ajudou na organização desse trabalho.
E ao nosso bondoso Senhor Jesus Cristo, que traz esperança e misericórdia para todos, mesmo em tempos difíceis como o que vivemos hoje.
Introdução
A extinção do contrato dar-se-á quando ocorre o que foi especulado pelas partes ao celebrá-lo, ou seja, com a execução, seja instantânea, diferida ou continuada. Com o cumprimento da prestação o devedor fica livre e o credor satisfeito. Como todo negócio jurídico, o contrato cumpre o seu ciclo existencial. Nasce do acordo de vontades, produzem efeitos que lhes são próprios e extinguem-se.
Independentemente de o contrato trazer ou não qualquer referência que de a causa de seu desfazimento, determinadas situações fáticas, apenas verificáveis a postori, autorizam tal consequência jurídica, mesmo sendo causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato.
Extinção natural do contrato
Os contratos, como os negócios jurídicos em geral, têm também um ciclo vital: nascem de acordo de vontades, produzem os efeitos que lhes são próprios e extinguem-se.
A extinção do contrato em regra, dá-se com a realização de seu conteúdo. O cumprimento dessa prestação libera o devedor e satisfaz o credor. Extingue-se ex nunc, a relação contratual entre as partes quando se realiza a prestação na forma como pactuada no contrato. Com efeito, cumprida a prestação, muitas vezes já se encontra exaurido o objeto do contrato. Com o pagamento do preço e a entrega da coisa, consumada está a obrigação, extinguindo-se o vínculo contratual.
No caso dos contratos de duração, a tendência é a indeterminação do prazo, apesar de nem sempre a leitura das cláusulas contratuais permita dizer se o cumprimento imediato da prestação importará a extinção do vínculo.
Como disposto no Art. 320 do Código Civil de 2002: “A quitação, que sempre poderá der dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante”. Acrescenta o paragrafo único que, “ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida”.
Verificação de fatores eficácias:
Como todo negócio jurídico,as partes celebrantes de um contrato podem estabelecer elementos limitadores da sua duração, concebendo previamente a sua extinção.
Vencimento do termo:
As partes podem celebrar um contrato sem um prazo pré-fixado em seu desenvolvimento. Tendo como exemplo ocontrato de trabalho, que, por força do princípio da continuidade da relação de emprego, presume-se sempre de duração indeterminada, que para ser extinto, impõe em regra o consentimento de um aviso prévio.Assim como a prestação de um serviço de assistência técnica também é um exemplo.
Implemento de condição resolutiva:
As partes podem estipular que a duração do contrato seja limitada à ocorrência de um evento futuro e incerto. Trata-se do implemento de uma condição resolutiva, caso seja celebrado um contrato, cuja eficácia esteja submetida a uma condição, o implemento de tal evento gerará a sua extinção automática.
Extinção do contrato sem cumprimento
Algumas vezes o contrato de extingue sem ter alcançado o seu fim, ou seja, sem que as obrigações tenham sido cumpridas. Várias causas acarretam essa distinção anormal. Algumas são anteriores ou contemporâneas à formação do contrato; outras supervenientes. 
Causas anteriores ou contemporâneas à formação do contrato
São: 1)Defeitos decorrentes do não preenchimento de seus requisitos subjetivos (livre consentimento das partes), objetivos (objeto lícito, possível, determinável ou determinado) e formais (forma prescrita em lei), que afetam a sua validade, provocando a nulidade absoluta ou relativa (anulabilidade); 
2) Implemento de cláusulas resolutiva, expressa ou tácita;
3) Exercício do direito de arrependimento convencionado.
Seguindo a conclusão de que o objeto desejado pelas partes não foi cumprido, toda extinção contratual posterior deve ser considerada anormal nestas condições.
Nulidade absoluta ou relativa
Quando ocorre a nulidade absoluta ou relativa no negócio jurídico contratual é uma típica hipótese que pode ser anterior à própria celebração, mas que a contamina de tal forma, que impossibilita a produção válida de efeitos. A nulidade se caracteriza como uma sanção pela ofensa a determinados requisitos legais, não devendo produzir efeitos jurídico, em função do defeito que carrega em seu âmago.
Se a hipótese for de nulidade parcial, só quanto a ela poderá ser exercido o direito. Quando cabível a conversão, a procedência do pedido extintivo de nulidade será apenas parcial, devendo o juiz declarar qual o negócio jurídico que subsiste.
A anulabilidade advém da imperfeição da vontade, ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido, ou porque contém algum dos vícios do consentimento, como erro, dolo, coação, etc. Como pode ser sanada e até mesmo não arguida no prazo prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não se mover ação que a decrete, sendo ex nunc os efeitos da sentença.
A anulabilidade, não pode ser arguida por ambas as partes da relação contratual, nem declarada exofficiopelojuiz legitimado a pleitear a anulação está somente o contratante em cujo interesse foi estabelecida a regra.
Partindo do pressuposto que o negócio efetivamente existiu, a sua extinção se dá pelo reconhecimento judicial da nulidade e anulabilidade, desfazendo-se qualquer vínculo contratual existente entre as partes.
Rebidação
A redibição é considerada um fenômeno anterior à execução do contrato, mas que também pode (pois nem sempre a ocorrência de um vício redibitório importará na extinção do contrato) gerar a sua extinção.
Conforme reza o Art. 442 do Código Civil de 2002: “Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (Art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.”
Trata-se de uma hipótese de extinção contratual por causa anterior à sua celebração, uma vez que se o vício ou desfeito for decorrente da utilização posterior pelo adquirente, não há como se invocar a garantia.
Direito de arrependimento
Como medida excepcional, é possível em determinadas avenças, que aspartespactuem contemporaneamente à celebração do negócio, um direito de arrepender-se, como a estabelecer um período de em que é possível se desfazer o contrato, sem maiores ônus. O direito de arrependimento deve ser exercido no prazo convencionadoouantes da execução do contrato, se nada foi estipulado a esse respeito, o adimplemento deste importará renúncia tácita àquele direito.
As partes podem estabelecer arras penitenciais, na forma como previsto no Art. 420 do Código Civil de 2002, in verbis:
“Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso,quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.”
No Art. 49 do Código de Proteção e Defesa do Consumidorrefere-se particularmente das relações de consumo, independentemente de previsão contratual, o direito potestativo de desistir da compra realizada fora do estabelecimento no prazo de sete dias. Trata-se do denominado prazo de reflexão.
Causas supervenientes à formação do contrato
As causas supervenientes à formação do contrato referem-se ha concretização da forma plena, como negócio jurídico, nos planos da existência, validade e eficácia. Celebrado para ser cumprido sem vícios ou previsão de arrependimento, sua dissolução posterior pode-se dar por diversas formas, que variam desde a manifestação expressa da vontade até os efeitos extintivos do eventual inadimplemento ou da morte de um dos contratantes.
Resilição
A expressão “resilição”não deriva de inadimplemento contratual, mas refere-se à extinção do contrato por iniciativa de uma (unilateral) ou ambas as partes (bilateral). Com muita frequência, as partes, e mesmo a lei usa a palavra rescisão, para significar a mesma coisa. A resilição é a cessação do vínculo contratual pela vontade das partes, ou, por vezes, de uma das partes. A resilição bilateral denomina-se distrato, que é o acordo de vontades que tem por fim extinguir um contrato anteriormente celebrado. A unilateral pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade.
Tal extinção não se opera retroativamente, produzindo seus efeitosex nunc. Assim, nos contratos de trato sucessivo, não se restituem as prestações cumpridas, a menos que as partes assim o estabeleçam.
Bilateral (Distrato)
Se for a autonomia da vontade que estabeleceu a relação contratual, esta mesma autonomia poderá desfazê-la, na forma como pactuado, possivelmente celebrando um novo negócio jurídico que estabelece o fim do vínculo contratual.
Conforme a lição de Cio Mário, distrato ou resilição bilateral “é a declaração de vontade das partes contratantes, no sentido oposto ao que havia gerado o vínculo. É o contrarius consensus dos romanos, gerando o contrato liberatório. Algumas vezes é chamado de mútuo dissenso”.
Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. É necessário, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal da extinção. O contrato extinto não precisa ser dissolvido. Se já produziu algum efeito, o acordo para extingui-lo não é distrato, mas outro contrato que modifica a relação. O mecanismo do distrato é o que está presente na celebração do contrato, a mesma vontade humana, que tem o poder de criar, atua na direção oposta, para dissolver o vínculo e devolver a liberdade àquelas que se encontram compromissada.
A lei determina a atração da forma Art.472 CódigoCivil de 2002: “O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.”. Note-se que a forma do distrato não deve necessariamente obedecer à que foi adotada no contrato, como ocorria na vigência do Código de 1916, mas sim a que a lei exige. Se um contato de compra e venda que tem por objeto bem móvel do celebrado por instrumento público, pode ele se extinguir por distrato celebrado por instrumento particular. O distrato produz efeitos ex nunc, isto é, a partir do momento em que se ajusta, não retroagindo para alcançar as conseqüências pretéritas, que são respeitadas. Pode operar nova transmissão de propriedade, e está sujeito a nova tributação.
A quitação é um direito de quem paga, do solvens, se a quitação é negada ou ofendida de forma irregular, o solvens pode validamente reter o pagamento conforme dito no Art. 319 Código Civil de 2002: “O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.”. O Art. 1093 do Código Civil de 1916 “o distrato faz-se pela mesma forma que o contrato. Mas a quitação vale, qualquer que seja a sua forma.”. Deve ser idônea e apresentar materialidade suficiente. O recibo que é o instrumento da quitação não necessita de palavras sacramentadas, mas deve identificar o débito. 
Unilateral
Na concepção tradicional do princípio da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), é lógico que a extinção unilateral do contrato, por mera manifestação de vontade, não poderia ser bem vista.Um dos defeitos da obrigatoriedade do contrato é a alienação da liberdade dos contratantes, nenhum dos quais podendo romper o vínculo, em princípio, se, a anuência do outro. Os contratos de execução continuada, quando ajustados por prazo indeterminado, comportam a cessação mediante a denúncia promovida por um dos contratantes.
Em alguns contratos, sua natureza permite que unilateralmente a pare dê por finda a relação. Isso ocorre no comodato, no mandato, no depósito. Como a confiança no outro contratante pode cessar no curso do contrato, permite-se que unilateralmente somente um dos contratantes dê por terminada a avença, obedecendo-se a trâmites específicos.
Art. 473 Código Civil de 2002: “A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único: Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.”.
Assim, por exemplo, nas relações trabalhistas, em que, pelo princípio da continuidade, presume-se a contratação por duração indeterminada, devem as partes conceder o aviso prévio, na forma do Art. 487 da Consolidação das Leis do Trabalho, para proceder à resilição unilateral, reconhecida majoritariamente como o exercício de um direito potestativo.
É preciso ter em mente que os efeitos da resilição unilateral diferem dos da bilateral. Esta importa na extinção do contrato e de suas consequências, tendo por limites as conveniências das partes e os direitos de terceiros.
Na hipótese, em vez de simplesmente determinar o pagamento de perdas e danos sofridos pela parte que teve prejuízos com a dissolução unilateral do contrato, o legislador optou por atribuiruma tutela específica, convertendo o contrato, que poderia ser extinto por vontade de uma das partes, em um contrato comum, com duração pelo prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. Em um contrato de comodato de imóveis sem prazo, por exemplo, não é razoável que, poucos dias depois de o comodatário se instalar, o comodante solicite a sua restituição, sem a ocorrência de fato superveniente que a justifique.
Compreende-se que na resilição voluntaria a declaração unilateral de vontade, manifestada em consequência de clausula ajustada em contrato bilateral, e que produz as consequências do distrato. A notificação é unilateral, mas a cessação do contrato é efeito da vontade bilateralmente manifestada. Esta circunstancia é tratada por alguns autores como resilição convencional.
Morte de um dos contratantes
No caso da morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos (intuitu personae), que não poderão se executados pela morte daquele em consideração do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu efeito opera-seex nunc, o que se torna mais evidente nos contratos de execução continuada ou periódica.
Nas palavras do Mestre Orlando Gomes:
“Entre as causa de extinção dos contratos, a morte de um dos efeitos da morte de um dos contratantes ocupa lugar à parte. Sua inclusão nos outros modos de dissolução não tem realmente cabimento. Não é possível afirmar-se que resolve o contrato. Sem dúvida, impossibilita sua execução, ou faz cessá-la definitivamente, mas, a rigor, não pode se considerada inexecução involuntária, porque sues efeitos não se igualam aos do caso fortuito. Não se justifica, também, enquadrá-la entre as causasde resilição, como procede a doutrina francesa, pois a risilição se caracteriza por ser consequência de manifestação da vontade de um ou dos dois contratantes”.
Tem como consequência a risilição automática, pois ha impossibilidade da execução do contrato sem culpa, dado que é insubstituível a parte falecida.
Rescisão
O termo rescisão é usado como sinônimo de resolução e de resilição. É uma modalidade de extinção contratual em que se constata profunda imprecisão terminológica e desvios teoréticos. Deve ser empregado, no entanto, em boa técnica, nas hipóteses de dissolução de determinados contratos, como aqueles em que ocorreu lesão ou que foram celebrados em estado de perigo.
Consta-se que a Consolidação das leis do Trabalho, por sua vez, bem como a própria pragmática juslaboralista se vale do vocábulo “rescisão” para tratar, indistintamente, de todas as modalidades de ruptura contratual trabalhista (fala-se, assim, em termo de rescisão de contrato de trabalho, rescisão por justa causa, rescisão indireta, verbas rescisórias, etc).
Sílvio Venosa registra que:
“Rescisão é palavra que traz, entre nós, a noção da relação contratual por culpa. Originalmente, vinha ligada tão só ao instituto da lesão. No entanto, geralmente quando uma parte imputa à outra o descumprimento de um contrato, pede a rescisão em juízo e a sentença decreta-a. os interessados, no entanto, usam com frequência o termo com o mesmo sentido de resilir, isto é, terminar a avença de comum acordo, distratar o que foi contratado. Nada impede que assim se utilize, num costume arraigado em nosso negócio”.
A lesão é defeito do negócio jurídico que se configura quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação assumida pelo outro contratante. O prejuízo resultante da enorme desproporção existe entre as prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência da uma das partes.
O estado de perigo assemelha-se à anulação pelo vício da coação e caracteriza-se quando a avença é celebrada em condições pelo vício da coação e caracteriza-se quando a avença é celebrada em condições desfavoráveis a um dos contratantes, que assume obrigação excessivamente onerosa, em situação de extrema necessidade, conhecida da outra parte (Art. 156 do Código Civil de 2002). Os efeitos da sentença retroagem à data da celebração do contrato, em ambos os casos. Destarte, a parte que recebeu fica obrigada a restituir.
O contrato concluído em tal estado de perigo só pode ser anulado (rescindido) se a obrigação assumida for excessivamente onerosa e iníqua. Com uma fórmula assim elástica, a lei atribui ao juiz o poder de avaliar em concreto se os termos da avença foram tão gravemente desequilibrados que justifiquem, sem mais, a eliminação daquela operação econômica. Ao juiz compete, em concreto, analisar com rigor a prova para a exata caracterização da conduta das partes.
Assim, na primeira acepção, rescisão seria uma causa superveniente à formação do contrato. Embora imprecisa, trata-se da forma mais utilizada na prática, motivo pelo qual preferimos, metodologicamente, tratar neste tópico o intuito. Toda via, para que não sejamos acusados de colidi as classificações feitas, esclarecemos que, se utilizada no sentido clássico de causa extintiva do contrato em caso de nulidade, rescisão, obviamente, será uma causa anterior ou contemporânea à formação do contrato.
Resolução
O termo resolução é, geralmente, reservado para as hipóteses de inexecução do contrato por uma das partes, embora, como vimos, seja utilizada, na prática, indiferentemente a palavra rescisão. 
“Resolução é, portanto, um remédio concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial”. (Orlando Gomes)
A legislação codificada, por vezes, utilize a expressão em outros sentidos, o fato é que a teoria geral dos contratos reserva para o vocábulo “resolução” o significado de extinção contratual fundamentada no descumprimento do pactuado.
Compreenda-se “descumprimento” como o inadimplemento tanto culposo quanto involuntário e, bem assim, a inexecução absoluta e a relativa.
A obrigação vida à realização de um determinado fim. Nem sempre, no entanto, os contraentes conseguem cumprir a prestação avençada, em razão de situações supervenientes, que impedem ou prejudicam a sua execução. A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes.
Inexecução
Nas palavras de Pablo Stolze:
“Para efeito de resolução do contrato, pouco importa se a inexecução se deu voluntaria.”
Com frequência, surgem situações maiores do que o desejo dos contratantes em cumprir a obrigação, o que validamente, autoriza a resolução, sem indenização. 
Há uma causa superveniente ao contrato que inviabiliza seu cumprimento. O caso fortuito ou de força maior, que constituem causas objetivas a resolver o contrato, por exemplo, sempre será possível ao interessado pedir resolução do contrato, extinguindo-se o vínculo contratual. Essas causas podem não deixar realizar o cumprimento total ou parcialmente, pode o credor manter o interesse em que assim se faça.
A resolução do contrato pode decorrer da impossibilidade de seu cumprimento por onerosidade excessiva, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevistos, tema que pode ensejar, inclusive, a rediscussão das suas prestações, justamente para evitar a sua extinção.
Cláusula Resolutória: Expressa e Tácita
Dizeres de Pablo Stolze:
“As partes podem prever, no próprio conteúdo do contrato, que, caso haja descumprimento, o mesmo será considerado extinto”.
Art. 474 Código Civil de 2002:“A cláusula expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial”.
As partes nem se quer cogitaram acerca do inadimplemento contratual de maneira distinta, na preexistência de uma clausula resolutória tácita, pois, em todo contrato bilateral, por força da interdependência das obrigações, o descumprimento culposo por uma das partes deve constituir justa causa para a resolução do contrato, se um for causa do outro, deixando-se de cumprir o primeiro, perderia o sentido o cumprimento do segundo contrato.
Alguns autores entram em controvérsia e vão assentá-la na teoria da causa, sob a defesa de que, os contratos bilaterais, sendo obrigação de uma parte a causa da outra, e vice-versa , o descumprimento importa em deixar a obrigação do outro contratante não causada,e em consequência, o contrato resolve-se. Pelo fato da cláusula resolutiva tácita não é incompatível com os sistemas não causalistas, como ainda porque o credor, optante por exigir do devedor inadimplente a execução do especificando no contrato, ao invés da resolução do contrato, procede em termos de prestigiar o contrato, que não sofre os efeitos da ausência de causação, por esses motivos a explicação não se satisfaz.
Na visão ética que defendemos para as relações contratuais, não nos parece aceitável imaginar que, pela boa-fé objetiva, alguém pactue uma relação contratual já com a firme intenção de não cumpri-la. O conhecimento da cláusula resolutória deve ser aceito não pela ideia de que o contrato foi executado para ser cumprido, mas, sim, justamente por uma questão de cautela, no caso de inadimplemento em função de eventuais situações supervenientes, o que se mostra mais evidente nos contratos de execução diferida ou de duração.
Art. 475 Código Civil de 2002: “A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos caos, indenização por perdas e danos.”
O nosso Código Civil baseou-se pelo sistema Francês onde o descumprimento do ao contrato bilateral, abre-se uma alternativa ao lesado para exigir a sua execução ou resolvê-lo com perdas e danos. Mas não cabe a atuação direta do interessado. Somente é admissível a resolução mediante sentença, em que o juiz aprecia a conduta do contratante acusado.O que, aliás, afina com os princípios dominantes em nosso direito anterior.
O Art. 476 do Código Civil de 2002 se refere aos contratos bilaterais. A exceção de contrato não cumprido não é aplicada aos unilaterais porque não existe equivalência de direitos e obrigações. Nesse caso existe apenas um devedor, se este deixar de cumprir a obrigação, a execução coativa ou o pedido de perdas e danos é simplesmente dirigido contra ele, que nada pode exigir do outro contratante, não onerado ou obrigado no contrato.
Caso fortuito ou de força maior
Art. 393 Código Civil de 2002: “O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou de força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único: O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.’’
A regra é que a obrigação nasceu para ser cumprida. A forma de cumprimento do dever jurídico se dá com o pagamento. Toda obrigação nasce para morrer com o pagamento. O não cumprimento da obrigação, do dever jurídico pactuado pelos sujeitos, pela ação culposa do devedor faz nascer outro dever jurídico secundário, chamado de responsabilidade que se caracteriza na obrigação do devedor de reparar o dano sofrido pelo credor.
Considerações Finais
A extinção de contrato é o conceito usado para explicar a “morte” dos contratos, sendo que em regra, a extinção deveria ser com a execução do pagamento, mas observamos também que o contrato se finaliza por meio de inadimplemento, sendo pela morte de um dos contratantes ou por caso fortuito ou e força maior. A extinção do contrato pode gerar multa e moras, só não irá gerar no caso fortuito ou de forma maior, onde um dos contratantes não tem culpa do seu inadimplemento.

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