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Apresentação Feevale (1)

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CULTURA, COMUNICAÇÃO E IDENTIDADE NO DISCURSO EMPRESARIAL 
Aluna: Eliane Davila dos Santos
Doutorado em Processos e Manifestações Culturais
Orientador: Ernani Cesar de Freitas
Nome da Apresentação
1. INTRODUÇÃO 
O tema da pesquisa compreende um estudo sobre cultura, comunicação e identidade, manifestadas no discurso empresarial. 
 Percebe-se que há valores e crenças manifestados por meio da linguagem, o que leva a um estudo mais profundo do discurso e a sua subsequente análise.
Valoriza-se a interdisciplinaridade;
Ambiente organizacional: desejo de aprofundar estudos nessa área.
 
Nome da Apresentação
 Inserida na área de concentração do curso de Mestrado em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale, o presente estudo se agrega na linha de pesquisa Linguagem e Processos Comunicacionais e trata-se de um recorte de um estudo em andamento, cuja perspectiva está no estudo do ethos discursivo como imagem de si, no âmbito empresarial. 
 Esse percurso de acomodação teórica é de ímpar relevância, pois aproxima conceitos e dá subsídios para uma posterior integração teórica. 
Nome da Apresentação
 A questão norteadora sugere que a cultura, a comunicação, a identidade podem ser mobilizadas em interface para a compreensão do discurso corporativo por meio da cenografia e do ethos discursivo. Este estudo permite reflexões para o entendimento dessa problemática, sendo seu objetivo identificar as articulações conceituais iniciais entre cultura, comunicação e identidade manifestados no discurso empresarial. 
Nome da Apresentação
 Quanto aos procedimentos metodológicos, utiliza-se a pesquisa de natureza básica, com abordagem qualitativa, e caráter exploratório. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que busca refletir sobre cultura, comunicação, identidade e discurso. O marco teórico compõe-se das contribuições de Geertz (2008), Schein (2009) e Martin (2014), Baldissera(2010), Bourdieu (2012), Chartier (1991, 2002), Hall (2006) e Maingueneau (2011, 2013). 
Nome da Apresentação
Os resultados iniciais direcionam à mobilização em interface dos conceitos de cultura, comunicação e identidade para a compreensão do discurso corporativo por meio da cenografia e do ethos discursivo. 
2. O AMBIENTE CORPORATIVO: CULTURA E COMUNICAÇÃO
Cultura é um tema estudado multidisciplinarmente, sendo explorada em áreas como sociologia, antropologia, história, comunicação, administração, entre outras. 
Clifford Geertz (2008) define, na antropologia, o conceito de cultura como um sistema simbólico, sendo característica fundamental e comum da humanidade de atribuir, de forma sistemática, racional e estruturada, significados e sentidos a todas as coisas do mundo. 
 
 
Schein (2009), baseia- se na ideia de a cultura ser um conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu, ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna da empresa. 
À luz de Hall (2006), a cultura é formada, ao longo do tempo, por processos, da sociedade, conscientes ou não. Segundo Hall (2006), a interdependência global está levando todas as identidades culturais fortes a um colapso, gerando fragmentação dos códigos culturais e multiplicidade de estilos que resultam no pluralismo cultural.
 Marchiori (2008) faz uma reflexão acerca do que reproduz e cria a cultura. 
Martin (2014) defende que, para se estudar uma organização de forma mais completa, é preciso avaliá-la a partir de três diferentes prismas: a perspectiva da integração, a perspectiva da diferenciação e a perspectiva da fragmentação. 
Ao lançar um olhar à temática da comunicação organizacional, recorre-se às questões das manifestações culturais e dos discursos que emergem nesse contexto para o entendimento 
da organização, conforme mencionado por Marchiori (2008). 
Para Marchiori (2008) a percepção da comunicação como um processo, garante maior abrangência e significado para a organização, onde se estimula o conhecimento das pessoas que se sentem desafiadas como seres humanos.
Considera-se que a “[...] comunicação, entendida como processo de construção e disputa de sentidos, as organizações são permanentemente (re)construídas como complexos de significação, forças e subjetividade”. (BALDISSERA, 2010, p. 210).
A comunicação, dessa forma, é um processo complexo. A relação comunicacional deve ter vínculos sólidos, para que a reputação da empresa, tanto interna quanto externamente, seja coerente com o posicionamento e o objetivo da organização. 
3. IDENTIDADE E O ETHOS DISCURSIVO
Conforme Chartier (1991), as representações estão conectadas à ordem social do indivíduo e são construídas ao longo do tempo. Pode-se dizer que a representação é uma estratégia de classe, em que cada grupo elabora a realidade à sua maneira. Ainda segundo Chartier (1991), a representação é o resultado de uma prática. 
A representação é, de certa maneira, a forma como se interpreta o mundo. 
Woodward (2000) e Hall (2006) convergem na argumentação de que as identidades estão entrando em colapso, porque um tipo diferente de mudança estrutural tem transformado as sociedades desde o final do século passado.
 
O estudo de questões sobre a identidade organizacional trata da “[...] essência da organização; o que faz a organização se distinguir de outras e o que é percebido como estável ao longo do tempo, ou seja, o que faz a ligação entre o presente e o passado e provavelmente o futuro”. (ALMEIDA, 2008, p. 34). A ligação e a interdependência entre a cultura e a identidade ficam evidentes, pois um necessita do outro como origem de significados. 
Almeida (2008) esclarece que a identidade interfere na imagem e na reputação e, por fim, a imagem e a reputação influenciam a produção e a mantença da identidade. É um “processo contínuo e cíclico, em que a organização deve buscar um alinhamento entre as percepções internas e externas, de forma a consolidar uma reputação sustentada ao longo dos anos”. (ALMEIDA, 2008, p. 37). 
 
O modo de enunciação, conforme Maingueneau (2011), esclarece que a cena de enunciação é composta por três cenas, chamadas de cena englobante, genérica e cenografia. 
A cenografia é “[...] um processo de enlaçamento paradoxal [...] ela legitima um enunciado que, por sua vez, deve legitimá-la [...]”. (MAINGUENEAU, 2013, p. 98, grifo do autor). 
O enunciador se esforça para que acreditem na representação que faz de si e, para tanto, ele constrói uma imagem de si, conforme Maingueneau (2013). 
Dessa forma, é possível afirmar que as estratégias discursivas, bem como as particularidades da cena de enunciação, contribuem para que o outro acredite na construção da imagem de si.
Conforme Maingueneau (2011, p. 17), “o ethos é uma noção discursiva, ele se constrói através do discurso, não é uma imagem do locutor exterior a sua fala; o ethos é fundamentalmente um processo interativo de influência sobre o outro; o ethos é fundamentalmente híbrido [...]”.
O enunciador aciona os estereótipos, valores, princípios, um imaginário que pode ser coletivo ou social, elevando o percentual de possibilidade de aderência do enunciatário.
Pode-se considerar, a partir disso, que esses valores, princípios e o imaginário estão relacionados à cultura organizacional, pois “a construção discursiva de uma imagem de si é suscetível de conferir ao orador sua autoridade, isto é, o poder de influir nas opiniões e modelar atitudes.” (AMOSSY, 2008, p. 142). 
RUMOS METODOLÓGICOS
Quanto aos procedimentos metodológicos, conforme Prodanov e Freitas (2013), adotou-se pesquisa de natureza de natureza básica, buscando clareza acerca das associações possíveis sobre os conceitos de cultura, comunicação e identidade no discurso organizacional. 
O estudo é de caráter exploratório, bibliográfico e coloca em interfase os aportes de Geertz (2008), Schein (2009) e Martin (2014) para a cultura. Baldissera (2010) contribui com
que é relativo à comunicação. 
Quanto às representações identitárias, usa-se conceitos de Bourdieu (2012), Chartier (1991, 2002) e Woodward (2000). Hall (2006) elucida o que diz respeito à identidade e o discurso é postulado por Maingueneau (2011, 2013).
MOBILIZAÇÕES DOS CONCEITOS EM INTERFACE
A cultura, a comunicação, a identidade manifestadas no discurso levam ao entendimento do ethos discursivo como imagem de si, conforme proposto por Maingueneau (2011, 2013). 
A identidade organizacional é a essência da empresa e é o que faz com que se diferencie de outras organizações.
Cultura e identidade são conceitos independentes, porém, um precisa do outro como fonte de significados. A cultura colabora com a construção da identidade. Compreender a identidade é uma maneira de construir sentido sobre o que constitui a cultura das organizações. 
 
Construir sentido sobre a cultura das organizações permite, por sua vez, a criação de reputação, de imagem positiva e possibilita um processo de comunicação entre as organizações e seus públicos, segundo Marchiori (2008).
A comunicação vista como um processo de disputa de sentido, segundo Baldissera (2010), permite vislumbrar a importância das pessoas no processo.
A compreensão das manifestações da cultura, nas organizações, a partir das representações identitárias, revela as cenografias que levam à construção do ethos discursivo como imagem de si, expressos pelos discursos das mesmas, conforme sugerido por Maingueneau (2011, 2013). 
 
Por se tratar de um estudo exploratório, acredita-se que as mobilizações realizadas em interface sirvam como paradigmas relevantes para a compreensão da cenografia e do ethos discursivo corporativo.
Diante do percurso metodológico percorrido, foi elaborado um dispositivo epistemológico, detalhado na Figura 1, que pode nortear a pesquisa em andamento, cuja perspectiva está no estudo do ethos discursivo como imagem de si no âmbito empresarial.
 
Figura 1 - Dispositivo de análise do discurso
Fonte: Elaborado pela autora
 A partir da construção do ethos, verifica-se a imagem que a organização faz dela mesma, promovendo a identificação da identidade corporativa e de suas representações. Assim, a cenografia e o ethos discursivo são constituídos pelos modos de dizer e de se revelar no discurso.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo do trabalho consistiu em identificar as articulações iniciais de conceitos relacionados à cultura, à comunicação e à identidade, manifestadas no discurso organizacional.
A cultura está inserida no contexto organizacional e, dessa forma, ela se integra à comunicação que resulta em manifestações culturais. Essas manifestações culturais expressam o discurso da organização, por meio das cenografias que constroem o ethos discursivo organizacional. 
O estudo foi de grande valia para a melhor compreensão de que a comunicação organizacional é a alma da empresa e de que as pessoas são essenciais nesse processo, uma vez que todos são seres produtores de discursos na organização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que é relevante promover estudos sobre a compreensão da cultura organizacional, tendo como base a análise do discurso e discutindo sobre o processo de comunicação que há nas organizações.
Em suma, com a premissa de que toda produção de linguagem é discurso, o jogo de imagens de si contempla as diversas maneiras com que cada empresa investe para dizer o que deseja dizer, com o objetivo de construir sua própria identidade e, por conseguinte, sua reputação organizacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana Luísa de Castro. A construção de sentido sobre ‘quem somos’ e ‘como somos percebidos’. In: MARCHIORI, Marlene. (Org.) Faces da cultura e da comunicação organizacional. 2. ed. São Paulo, SP: Difusão Editora, 2008, p. 31-44.
AMOSSY, Ruth. O ethos na intersecção das disciplinas: retórica, pragmática, sociologia dos campos. In: AMOSSY, Ruth (org.). Imagens de si no discurso: a construção do ethos. São Paulo, SP: Contexto, 2008, p. 9-27.
BALDISSERA, Rudimar. A complexidade dos processos comunicacionais e interação nas organizações. Faces da cultura e da comunicação organizacional. In: MARCHIORI, Marlene (org.). São Caetano do sul, SP: Difusão editora, 2010, p. 199-213.
BOURDIEU, Pierre. O poder Simbólico. 16. ed. Rio de Janeiro, RJ: Bertrand Brasil, 2012.
CHARTIER, Roger. O mundo como representação. In: Estudos Avançados. 5, n. 11. São Paulo Jan./Abr, 1991, p. 173-190.
________. A beira da falésia: a história entre as incertezas e inquietudes. Trad. Chitoni Ramos. Porto Alegre: Ed URFGS, 2002.
 
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. 1. ed, 13 reimp. Rio de Janeiro, RJ: Livros Técnicos e Científicos. Editora S.A., 2008.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11. ed. Rio de Janeiro, RJ: DP&A, 2006.
MAINGUENEAU, Dominique. A propósito do Ethos. In: MOTTA, Ana Raquel; SALGADO, Luciana (Org.). Ethos discursivo. 2. ed. São Paulo: SP: Contexto, 2011, p. 11-32.
______. Análise de textos de comunicação. 6. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2013.
e
CONSIDERAÇÕES FINAIS
MARCHIORI, Marlene. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização. 2. ed. revisada e ampliada. São Caetano, SP: Difusão, 2008.
MARTIN, Joanne. Organizational Culture. Research Paper Series, n. 1847, mar. 2004. Disponível em: <http://www.gsb.stanford.edu/faculty-research/working-papers/organizational-culture>. Acesso em: 26. jun. 2014.
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho Científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2013, p. 198-218, jul./dez. 2011.Disponível em: <www.upf.br/seer/index.php/rd/article/download/2399/1552>. Acesso em: 02 fev 2015.
SCHEIN, Edgar H. Cultura organizacional e liderança. Tradução Ailton Bomfim Brandão; revisão técnica Humberto Mariotti. São Paulo, SP: Atlas, 2009.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org. e trad.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Ed Vozes 2000, p.7-72.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Eliane Davila dos Santos
eliane.d@feevale.br

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