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A INFLUÊNCIA DA DEPRESSÃO NO TRATAMENTO DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2. OLIVEIRA, Weidjamire G.; NERI, David F. M.* Discente do Curso de Farmácia da Universidade Federal do Vale do São Francisco *Docente da Disciplina de Bioquímica da Universidade Federal do Vale do São Francisco RESUMO Introdução: Ultimamente se busca cada vez mais cuidar da saúde. No entanto, também, aumenta-se as dificuldades para alcança-las. Segundo Organização Mundial de Saúde1 (OMS) define a saúde como “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”. Ou seja, ser saudável torna-se mais que um único ponto a ser adquirido, mas também, um conjunto de fatores culturais, familiares e habitacionais. Por vezes, um fator emocional poderá influenciar de forma positiva ou negativamente o tratamento de doenças crônicas. A depressão, por ser uma doença neurológica e de difícil diagnóstico, raramente é investigada em pacientes. No entanto, a mesma, pode causar danos, até mesmo, irreversíveis. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, por meio do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, descreve o episódio depressivo maior como humor deprimido que tem duração de pelo menos duas semanas, acompanhado pela perda de interesse nas atividades e pela incapacidade de experimentar prazer por grande parte destas. Além dessas características, descreve também que o indivíduo deprimido pode apresentar perda ou ganho significativo de peso, dificuldade para dormir ou hipersonia, agitação ou lentidão psicomotora, cansaço excessivo, dificuldade em se concentrar, ideias sobre suicídio e demais posturas3. Muitas doenças crônicas não recebem o tratamento adequado devido à falta de diagnóstico da depressão, o que interfere no tratamento. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)2, o diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina em exercer adequadamente seus efeitos, constituindo uma condição crônica que exige do portador um contínuo autogerenciamento do estilo de vida e adaptação à doença. Logo, um paciente depressivo pode se abster ao tratamento, já que a mesma envolve, não apenas ingerir determinados medicamentos, mas também uma mudança de estilo de vida. Objetivo: Revisar as contribuições nos últimos 10 anos acerca das características clínicas da depressão que se encontram vinculadas ao DM II. Justificativa: Diversos autores enfatizaram a predominância de aspectos psicológicos como os distúrbios do humor e de ansiedade nos pacientes que sofrem de dor crônica, sendo frequente que a avaliação desses distúrbios seja realizada por meio de escalas que medem apenas os sintomas clínicos e não realizam os diagnósticos4. Certamente falta capacitação técnica e profissional, pois a detecção de sinais e sintomas de depressão pode ser feita através de uma investigação mais cuidadosa do histórico daquela pessoa, inclusive com a adoção de instrumentos de rastreamento para depressão facilmente aplicável nas rotinas de avaliações em saúde, inclusive por enfermeiros5. A presença de depressão poderia estar relacionada a um aumento da incidência do DM II. Kawakami e cols. reportaram um risco 1,3 vezes maior de desenvolvimento do DM II em pacientes com sintomas depressivos moderados ou graves6. Metodologia: Sucinta revisão da literatura de publicações dos últimos 10 anos, obtidas em busca online utilizando as palavras-chave: depressão; diabetes; diabetes tipo dois; tratamento; emocional; avaliação; análise; tristeza; diagnostico. Utilizando também a base de dados do Scielo; Google Acadêmico; Redalyc; Comporte-se; e Science Direct, realizado durante o período de março e abril de 2018. II BIOCLÍNICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO - UNIVASF 11 e 17 de Abril de 2018, Petrolina Também foi utilizado informações de teses, dissertações e monografias sobre o tema apresentado. Resultados: Utilizou-se 10 artigos científicos de diversas revistas. Todos abrangendo a depressão e DM II e o quanto as mesmas estão relacionadas. As reações emocionais identificadas foram: medo, tristeza, depressão, raiva/revolta e ansiedade/estresse4. Entretanto, artigos apesentaram pacientes que, diagnosticados com a depressão, obtiveram uma dificuldade para realizar o tratamento da DM II, devido a forma de tratamento da mesma, o que a depressão, por muitas vezes, não lhe permite efetuar. Alguns materiais e artigos apresentam métodos que não deixam claro a interferência da depressão no tratamento como principal causadora da não atribuição do paciente. A depressão, a depender do grau, não permite que o paciente tenha vontade de administrar medicamentos, fazer exercício físico e/ou até mesmo cuidar da própria aparência. Os artigos apresentam a falta de interesse do paciente no tratamento, devido a doença, já que a indisposição prevalece em pacientes diagnosticados com depressão. Espera-se que futuramente, em próximas pesquisas, encontre-se mais artigos de fácil acesso comprovando a relação e a influência negativa da depressão no tratamento de doenças crônicas. Considerações Finais: É fato que ao receber qualquer diagnóstico nosso emocional não é mais o mesmo e que, quase que instantaneamente, muda-se a forma como podemos prosseguir com qualidade de vida. Um paciente ao receber o diagnóstico de DM II, pode recusar-se a realizar o tratamento apenas por desenvolver depressão, e sabendo os sintomas da mesma, podemos concluir que, de fato, a depressão influencia negativamente no tratamento. A falta de interesse, a tristeza pelo diagnóstico, o desânimo, agressividade, dor são sintomas que podem atrapalhar qualquer tratamento. Assim, levando o paciente a piorar por não aderir o tratamento adequado. Também, a postura do profissional de saúde nesse, e demais casos, é primordial. Saber ter uma interdisciplinaridade profissional é de suma importância quando se trata de ser saudável num âmbito maior. Na compreensão da pesquisa bibliográfica conclui-se que a depressão é um fator influenciador negativamente e raramente observado no tratamento de pacientes com DM II. Palavras-chave: Depressão; diabetes; tratamento; emocional; análise. Referências: 1. Biblioteca virtual de direitos humanos USP. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial- da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html >.Acesso em 05 mar 2018. 2. Sociedade Brasileira de Diabetes. Consenso brasileiro sobre diabetes. Arq Bras Endocrinol Metabol 2000 set; 44: 4 (supl 1): 58. 3. Bueno, Lohanna Nolêto; Britto, Ilma A. G. de S. Comportamento em Foco 4. 2014.p. 40. 4. CASTRO, QUARANTINI, BATISTA, NEVES ET AL. Validity of the Hospital Anxiety and Depression Scale in Patients with Chronic. Revista Brasileira de Anestesiologia. Vol. 56, N°5, set - out , 2006. 5. BARBOSA, Fabiana de O.; MACEDO, Paula S., CARVALHO, Rosa M.Depressão e o suícido. Rev. SBPH [online]. 2011, vol.14, n.1, pp. 233-243. ISSN 1516-0858. 6. Moreira et al. Diabetes Mellitus e Depressão: Uma Revisão Sistemática. Serviço de Diabetes, IEDE, RJ; e Unidade de Psiconeuro endocrinologia, Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia/Instituto de da UFRJ. 19 jan 2013.
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