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apocalpticos e integrados

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“Apocalípticos e integrados”
Prefácio - Umberto Eco
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O AUTOR: UMBERTO ECO
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Um pouco sobre Eco
O escritor, filósofo e linguista nasceu em 1932, na Itália. Famoso mundialmente por seus escritos sobre semiótica, estética medieval, comunicação de massa, lingüística e filosofia. 
Lecionou na Universidade de Bolonha, além de dirigir a Escola Superior de Ciências Humanas nesta mesma instituição.
Morreu em fevereiro de 2016, aos 84 anos.
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Algumas frases...
"Nem todas as verdades são para todos os ouvidos”.
"Apenas os pequenos homens parecem normais”. 
"Não são as notícias que fazem o jornal, mas o jornal é que faz as notícias, e saber juntar quatro notícias diferentes significa propôr ao leitor uma quinta notícia” Número Zero
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"As redes sociais dão o direito de falar a uma legião de idiotas que antes só falavam em um bar depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a humanidade. Então, eram rapidamente silenciados, mas, agora, têm o mesmo direito de falar que um prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis" - ao jornal La Stampa.
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"Hoje, quando afloram os nomes de corruptos e fraudadores, as pessoas não se importam com isso, e só vão para a cadeia os ladrões de galinhas." - à agência EFE
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O livro
Neste livro (1964), Umberto Eco apresenta uma série de ensaios a respeito da questão da cultura de massas na era tecnológica. Estão em jogo o trinômio mídia, indústria e cultura. 
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É profundamente injusto resumir as atitudes humanas – com toda sua variedade, a dois conceitos genéricos e polêmicos como "apocalípticos” (pessimistas) e "integrados” (românticos). 
Ambos difundiram conceitos-fetiche: genéricos, usados em polêmicas improdutivas. Ex: cultura de massa
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Apocalípticos e “cultura de massa”: atitude solitária, de contemplação, aristocrática, pois ocorre em oposição à vulgaridade da multidão. 
“Por que quereis levar-me a toda parte, ó iletrados? Não escrevi para vós, mas para quem me pode compreender. Um, para mim, vale cem mil, e a multidião, nada”. 
 Logo, Cultura de massa = anticultura. 
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De acordo com ECO a cultura de massa é a cultura do homem contemporâneo, surgida a partir do contexto da Revolução Industrial. 
Independente da qualidade do seu conteúdo, esta forma de cultura é um fenômeno legítimo de um momento histórico. 
Nasce por conta da Reprodutibilidade técnica. 
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O universo das comunicações de massa é – reconheçamo-lo ou não - o nosso universo (…) as condições objetivas da comunicação são aquelas fornecidas pela existência dos jornais, rádio, TV, música reproduzida (…). Ninguém foge a essas condições, nem mesmo o virtuoso. 
Ex: Adorno e as conferências de Rádio. 
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Integrados e cultura de massa: TV, rádio, cinema, quadrinhos, romance popular agora colocam os bens culturais à disposição de todos. 
 Portanto= época de alargamento da área cultural. 
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"O Apocalipse é uma obsessão do 'dissenter’, a integração é a realidade concreta dos que não dissentem”. 
No fundo o apocalítico consola o leitor porque sugere uma comunidade de super-homens. Dos únicos que estão salvos e conseguem compreender a verdade. 
O integrado acredita que, diante da cultura, a massa irá adquirir consciência e se emancipar 
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Apocalípticos e integrados
A “industria cultural” surge com Gutenberg e a invenção da prensa. 
O livro medieval era concebido dentro de uma relação artesanal
Uma biblia que se reproduz em muitas cópias, custa menos e chega a mais gente. É uma biblia menor (biblia pauperum)
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Apocalípticos e integrados
(Biblia manuscrita, 330 a 350 D. C.)
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Apocalípticos e integrados
Biblia Pauperum (Biblia dos pobres), impressa na Alemania eM 1.430 (xilografIa)
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Apocalípticos e integrados
A biblia pauperum começa a se adequar a condição do gosto e de linguagem, segundo a capacidade de recepção do público. 
O livro de Gutenberg e um objeto em série que deve uniformizar a própia linguagem a capacidades receptivas de um público alfabetizado mais amplo que o do manuscrito
O livro, ao criar um público, produz leitores que, por sua vez, vão condicioná-lo. 
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Apocalípticos e integrados
INDUSTRIA CULTURAL
“sistema de condicionamentos com que todo operador de cultura deve contar, se quer se comunicar com seus semelhantes”. Abarca, inclusive, a cultura aristocrática. 
“não é por acaso que quem dirige crítica coerente contra a industria cultural, situa o 'mal' não na primeira emissão da televisão, mas na invencão da prensa; e, com ela, nas ideologias do igualitarismo e da soberania popular”. 
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Apocalípticos e integrados
PARADOXO:
Apocalíticos e integrados não percebem que tanta a cultura de massa quanto a aristocrática estão interligadas. Várias referências da cultura de massa tem origem na aristocrática, que se comunica com a cultura de massa, mesmo que de modo indireto. 
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Apocalípticos e integrados
Exemplo: a “imprensa do coração”
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Portanto, o conteúdo dos MCM é produzido para agradar ao público. É um material de evasão, mas também pode informar e educar. Para analisar essa comunicação de massa a metodologia utilizada deve ser a análise estrutural da mensagem. 
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Análise Estrutural da Mensagem 
-Levar em conta a linguagem empregada 
- O modo como são percebidos e interpretados pelos receptores 
- O contexto histórico-cultural em que se insere a mensagem 
- O pano de fundo político e social que lhe dá caráter

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