Buscar

6º P. História e cultura afro brasileira e indígena

Prévia do material em texto

Sistema de ensino presencial conectado
PEDAGOGIA
 Alciele Leal russine
 aline souza santos
 luciene costabeber belo
 
“História e cultura afro-brasileira e indígena”
São Mateus
2017
 Alciele Leal russine
 aline souza santos
 luciene costabeber belo
“História e cultura afro-brasileira e indígena”
Trabalho de Pedagogia apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de Organização e Didática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Ensino de História e Geografia, Ensino de Matemática, Ensino de Língua Portuguesa, Educação Física Escolar e Psicomotricidade, Seminário Interdisciplinar VII Tópicos Especiais I, Estágio Curricular Obrigatório II; Orientadores: Lílian Gavioli de Jesus, Andressa Aparecida Lopes, Vilze Vidotte Costa, Patricia Alzira Proscêncio, Eloise Werle de Almeida, Natalia Germano Gejão Diaz. 
São Mateus
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
Situações de aprendizagem interdisciplinares....................................................4/5
Referencial teórico..................................................................................................6/8 
Considerações Finais	9
Referências	10
INTRODUÇÃO
A LEI Nº 11.645 DE 10 DE MARÇO DE 2008 estabelece a obrigatoriedade nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio , públicos e privados , o estudo da historia e cultura Afro-Brasileira e Indígena. O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de artes e de literatura e história Brasileira. Esta mesma Resolução, em seu art. 2º, orienta quanto aos conteúdos programáticos a serem trabalhados dentro da temática e, no art. 3º, estabelece que “a escola deverá prever no calendário escolar o dia 20 de novembro como – Dia Nacional da Consciência Negra”. tem por objetivo resgatar as contribuições desses povos a formação do nosso país, numa perspectiva que se afaste da visão do negro e indígenas como força de trabalho submissa e lhe atribua o seu verdadeiro papel histórico na constituição da sociedade. Compete à escola, como espaço propício à socialização do indivíduo e a produção do conhecimento, a tarefa de promover mudanças no seu projeto político pedagógico e nos seus currículos, no sentido de contemplar temáticas que valorizem os aspectos da história e cultura afro-brasileira e indígena. Vislumbremos aqui a escola como um organismo onde todos tenham o mesmo propósito com, efeito, o ensino de história tem essa responsabilidade de desconstruir as idéias de preconceito vivenciadas em todos os setores da sociedade e a educação como agente fomentador de mudanças e progresso do ser humano, tem na escola o espaço propício para a discussão e produção do conhecimento que norteia as ações humanas, desmistificando a idéia de democracia racial existente no nosso país e mostrando a realidade de desigualdades e preconceitos a que foi e ainda é submetida a população negra no país. É importante para a construção da auto-estima dos estudantes que sejam abordados temas relativos a história do povo negro e indígena do nosso País.
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM INTERDISCIPLINARES
Escola: Escola Municipal de Ensino Fundamental “Braço do Rio”
Disciplinas: Historia, Artes
Período de realização: 01 Mês 
Turma: 5º E¹ 
Professores: Alciele Leal Russine, Aline Souza Santos e Luciene Costabeber Belo
Objetivo geral: Entender que a sociedade brasileira é formada por pessoas que pertencem a grupos étnicos distintos , que possuem cultura e história própria, igualmente valiosa e que em conjunto constroem a nação brasileira, favorecendo a valorização da história dos africanos e construindo uma educação para a igualdade étnico -racial através das tecnologias.
Objetivos específicos: 
Desenvolver o hábito de leitura, reconhecendo a importância dessa pratica na busca de informações;
Trabalhar em grupo para que os alunos reconheçam as habilidades dos colegas e trabalhem em espirito de colaboração;
Sensibilizar o estudante acerca da importância do continente africano no contexto brasileiro.
Conteúdos: 
História: Colonização do Brasil; Heranças da cultura afro no Brasil.
Artes: Interpretação de imagens; Diferentes técnicas de pintura utilizadas pelos africanos; Recurso de construção de layout (recurso audiovisual).
Cronograma de atividades: 
	Atividade
	Objetivos
	Período de aplicação 
	Planejamento e manual
	Organizar o cronograma de atividade e elaborar atividade para orientação dos alunos
	03/04 a 28/04
	Apresentação da proposta de trabalho
	Apresentar proposta de confecção de cartazes e coleta de figuras
	05/04
	Formar os grupos
	Selecionar e organizar os grupos
	12/04
	Trabalhar com os grupos
	Orientação nas pesquisas
	19/05
	Trabalhar com as fontes
	Selecionar, organizar e auxiliar os alunos nas pesquisas
	26 e 28/04
	Reconhecimento
	Reconhecer a necessidade de valorização das raizes
	19/05
Percurso metodológico: 
Aula 1: 
Levar a turma ao laboratório de informática e dividi-los em duas turmas . 
Turma A: Pesquisar sobre a Comidas, personalidade e mitologias africanas
Turma B: Pesquisar as manifestações , literatura e provérbios africanos. 
Aula 2: 
Deve-se utilizar do tempo da aula para e laborarem o projeto utilizando o presente recurso para a pesquisa. O professor deverá fazer a mediação. 
Aula 3:
Questionar sobre a presença da cultura afro no Brasil, esse está presente no cotidiano de cada um.
Recursos: Computador, Papel, revistas, tesoura, cola, pincel, canetinhas. 
Avaliação: Para elaboração do presente recurso, utilizamos um projeto desenvolvido na disciplina de Didática do Ensino Fundamental. Readaptando a favor das tecnologias e textos que nos foram apresentados no presente semestre, reforçando a importância de valorizar a cultura afro-brasileira.
Bibliografia:
Africadoladodeka.wordpress.com/projeto-interdisciplinar
Entretanto, a história demonstra que a sociedade, ao adquirir algum grau de desenvolvimento, conhecendo melhor o organismo, suas enfermidades e tratamentos, trata de normatizar a formação dos médicos e disciplinar o exercício da Medicina (SOUZA, 2001, p. 39).
REFERENCIAL TEÓRICO
A Lei n º 10.63 9/03, de 2003 que torna obrigatório o ensino da cultura afro -brasileira e africana , e sua complementação a Lei nº 11.645/08 que inclui a cultura indígena, alterou a LDB e passou a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena foi um importante passo para o fomento da pluralidade no espaço escolar. Um dos aspectos positivos da Lei é o de ter aberto espaço para que o negro e indígena, fossem incluídos nas propostas curriculares como sujeitos históricos. Nessa nova proposta educacional, com a implementação da Lei, será preciso rever o saber escolar e também investir na formação do educador, possibilitando-lhe uma formação teórica diferenciada da eurocêntrica. Segundo Rocha (1994), Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores , nossos modelos , nossas definições do que é a existência. Dessa forma, o currículo escolar até hoje visto, deverá ser revisado, e a escola necessita mostrar aos alunos que existem outras culturas . Sendo assim a escola terá o dever de dialogar com tais culturas e reconhecer o pluralismo cultural brasileiro. Segundo Munanga (2000), a identidade é para os indivíduos a fonte de sentidos e de experiência. Toda identidade exige reconhecimento, caso contrário ela poderá sofrer prejuízos se for vista de modo limitado ou depreciativo. Para Hall ( 2006) , no mundo moderno, as culturas nacionais em que nascemos se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural . Numa abordagem antropológica, a identidade é um a construção que se faz com atributos culturais , isto é, ela se caracteriza pelo conjunto de elementos culturais adquiridos pelo indivíduo através da herança cultural. É notória a importância de uma prática interdisciplinar e transversal para a renovação do ensino brasileiro. A exigência de um trabalho interdisciplinar, com a temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, vêm colaborar com este desejo de inovação. Selva Fonseca (2007) mostra que a temática é instigante por diversas razões, mas fundamentalmente porque nos faz pensar na construção de propostas pedagógicas capazes de garantir o principio que funda e justifica a educação escolar: o desenvolvimento pleno do educando nas suas múltiplas dimensões: cognitivas, sociais, políticas, afetivas e éticas. Ao longo do século XX, as mudanças sociais, políticas e econômicas ocorridas passaram a exigir da escola uma participação cada vez mais efetiva na educação das novas gerações. As mudanças no mundo do trabalho acabaram redimensionando o papel da família na educação dos filhos, ocorrendo uma transferência dessa responsabilidade para a escola e para os professores. Ao mesmo tempo, ocorre uma inibição educativa de outros agentes de formação (igrejas, movimentos sociais). A autora mostra que neste contexto de mudanças cada vez mais rápidas, outros fatores devem ser considerados na construção de projetos educativos – pedagógicos. O desenvolvimento dos meios de comunicação requer de nós, cotidianamente, novas posturas diante do conhecimento e das tradicionais formas de transmissão e recepção. É aí que entra a interdisciplinaridade como forma de renovação das propostas pedagógicas (FONSECA, 2007). Hoje novos problemas desafiam o processo educacional, exigindo que a escola redimensione suas funções e assuma o compromisso com o seu tempo, como agente de transformação dos cidadãos. E que isto requer um esforço de revisão dos pressupostos teórico-metodológicos que nortearam as práticas da tradicional escola básica. Segundo a autora, as mudanças sociais, políticas e econômicas no final do século XX e as pesquisas acadêmicas redimensionam as leituras e as concepções do papel da instituição escolar. A escola desempenha um múltiplo papel na sociedade, uma vez que ela não só produz indivíduos, mas também produz saberes, produz uma cultura que penetra, que participa, interfere e transforma a cultura da sociedade, ou seja, ela reproduz, mas também produz conhecimentos e valores (FONSECA, 2007). Atualmente tem se processado um debate sobre os paradigmas educacionais, o que evidencia a necessidade de repensar as práticas pedagógicas dos professores no interior dos diferentes espaços educativos. Segundo a autora, o que há de novo nesta discussão é a abordagem das formas e das relações entre conhecimentos e metodologias. É aí que ganha força a idéia da inter e da transdisciplinaridade. O papel da escola hoje mudou, não se trata mais de aquisição cumulativa de informações, mas de formação de atitudes diante do conhecimento formal que possibilita ao indivíduo transformar-se como individualidade sociocultural, por meio de sua participação na ação coletiva do processo de ensino e aprendizagem (FONSECA, 2007). A interdisciplinaridade se impõe como necessidade. Ela não é uma técnica didática, nem um método de investigação, a interdisciplinaridade, concebida como um princípio mediador entre as várias disciplinas, nunca pode ser pensada enquanto redução a um denominador comum, mas como elemento teórico-metodológico da diferença e da criação. Ela é concebida como o princípio máximo do diálogo entre as disciplinas, porém é também o princípio da diversidade e da criatividade. (FRIGOTTO, 1995). Para Circe Bittencourt (2004) entre as questões que merecem destaque para a reflexão sobre o trabalho interdisciplinar estão as disciplinas escolares. Alguns educadores acreditam que para tal é preciso romper com as disciplinas. Ela refuta e problematiza: o obstáculo para as práticas interdisciplinares está relacionado às disciplinas? Para Bittencourt, a resposta a esta indagação está no próprio termo interdisciplinar. Para que haja a interdisciplinaridade é necessário que haja, além de disciplinas que estabeleçam vínculos epistemológicos entre si, a criação de uma abordagem comum em trono de um mesmo objeto de conhecimento. É fundamental o professor ter um profundo conhecimento sobre sua disciplina, sobre seus conceitos, conteúdos e métodos, para poder dialogar as formas tradicionais de trabalhar os conteúdos não é uma tarefa fácil. Como já foi frisado, o silencia mento nas questões culturais e históricas afro-brasileiras e africanas também é encontrado quando se trata da questão indígena. Este esquecimento e silêncio acontece pela falta de (re)conhecimento por parte da escola da composição da sócia-diversidade brasileira. Trata-se de uma realidade que perpassa um currículo escolar que distancia o saber dos alunos da história e da cultura dos povos africanos, afro-brasileiros e indígenas. Isto resulta em relações interculturais marcadas por posturas verticalizadas frente à diferença, bem como de um cotidiano escolar marcado por manifestações de intolerância e violência. A LDB e os PCNS já enfatizavam a importância do trabalho com a perspectiva multicultural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir esta pesquisa, queremos enfatizar que realizar uma prática pedagógica com empenho e dedicação, torna o trabalho muito mais produtivo. Com os professores, deve haver a conscientização de que essa missão de educador é nobre, dependendo deles a inclusão de todos os educandos, independente de raça ou credo. Este estudo foi de fundamental importância, nos levando a perceber que cabe aos educadores uma grande responsabilidade social, pois educar pela diversidade cultural e étnica vai além de falar aos alunos que todos somos iguais perante a lei e que existem culturas diferentes. A Lei 10.639 é conseqüência de uma luta dos negros por uma educação que considere a diversidade. Não existe fórmula, é necessário construir uma proposta de aplicação. O desafio está em criar, pesquisar, inventar meios para que no futuro tenhamos uma sociedade com mais respeito e igualdade. A educação, a cada dia que passa, tem um papel importante na construção da identidade do afro-brasileiro. Assim, se torna necessário a escola criar relações diferentes para que os educandos se sintam incluídos. A religião, as danças, as músicas, as histórias e lendas afro-brasileiras podem oferecer subsídios para um trabalho muito rico em sala de aula, devido à diversidade de elementos que apresentam. É preciso pensar na escola como uma instituição que pode contribuir para a transformação social. No entanto, também não podemos acreditar pura e simplesmente que a escolapode tudo transformar. Para concluir, segundo Rocha, (2012 p.6) “O ensino de História cresce à medida que vivenciamos novas práticas culturais e pedagógicas. No linear do contemporâneo fomos desafiados a implementar novas ações as quais, de certa forma, nos remetem como diz Milton Nascimento para os “trilhos da nossa história”. A Educação e o Ensino de História necessitam, com urgência, partir do pensamento único, restrito e definitivo para uma realidade plural, abrangente, eem permanente (re)construção. Esse é o ímpeto que deve conduzir as nossas iniciativas em prol de uma educação condizente às necessidades do século XXI”. Em relação às atividades aplicadas, é importante salientar que essas foram o ponto de partida para ampliação do nosso debate com os alunos, contudo é necessário pensar outros caminhos; caminhos que possibilitem a criação de uma educação socialmente referenciada e que ensine para a diversidade. 
REFERÊNCIAS
CANDAU, V. M.; MOREIRA, A. F. B. Currículo, Conhecimento e Cultura. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO, Aricélia Ribeiro do. (Orgs). Indagações sobre currículo: currículo, conhecimento e cultura. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007. 
FERNANDES, J. R. O. Ensino de História e Diversidade Cultural: Desafios e Possibilidades. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 67, p. 378-388, set./dez. 2005 Disponível em: . Acesso em 14 out. 2014. GUIMARÃES, Selva. A Nova LDB, os PCN’s e o Ensino de História. In: 
GUIMARÃES, Selva. Didática e prática de ensino de história: Experiência, reflexões e aprendizados. São Paulo: Papirus, 2003. p. 29-38. 
GOODSON, I. F. Currículo: Teoria e História. 8. Ed. – Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008. KELLY, A. V. O que é o currículo? In: 
KELLY, A. V. O currículo. Teoria e Prática. (1981). São Paulo: Harbra. p. 3-7. 
MACEDO, E. Currículo: Política, Cultura e Poder. In: MACEDO, E. Currículo sem Fronteiras, v. 6, n. 2, pp.98-113, jul./dez. 2006. 
PAULA, G. J. Q. de. O Ensino de História e a Diversidade Cultural Brasileira: Maneiras e Possibilidades. Ágora, Santa Cruz do Sul, v. 15, n. 1, p. 137 a 147, jan./jun. 2009. Disponível em: . Acesso em 14 out. 2014. 
SANTOS, Lorene dos. Ensino de história e culturas afro-brasileiras e índigenas: dilemas e desafios da recepção à lei 10.639/03. In: PEREIRA, Amilcar Araujo; MONTEIRO, Ana Maria. (Orgs). Ensino de história e culturas afro-brasileiras e indigenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p.57-84. 
SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.

Continue navegando