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Distúrbio x atividade

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Ergonomia 1 Postura e movimento Mateus Zanatta, M.Sc. 
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Quadro 1 - Distúrbio x atividade. 
Patologia Sintoma/Sinais Estrutura anatômica envolvida Movimento Causador Exemplo de Atividade 
Síndrome do túnel do 
carpo 
Parestesia nas mãos, déficit na realização de pinça 
e apreensão 
Nervo mediano e ligamento transversal 
do carpo 
Flexão e extensão com o punho, 
principalmente se acompanhados por 
realização de força 
Digitar, fazer montagens industriais, 
empacotar. 
Síndrome do 
desfiladeiro torácico 
Parestesia em membro superior Plexo braquial 
Compressão sobre o ombro, flexão lateral do 
pescoço, elevação do braço 
Fazer trabalho manual ou sobre 
veículos, apoiar o telefone entre o 
ombro e a cabeça. 
Síndrome do canal de 
Guyon 
Dor quando realizado desvio ulnar Nervo ulnar 
Desvio ulnar combinado à preensão 
exagerada e mantida; compressão da borda 
ulnar do punho 
Carimbar 
Síndrome do pronador 
Redondo 
Parestesia e déficit de pinça e apreensão. Músculo pronador redondo 
Esforço manual do antebraço em pronação 
(movimento das mãos de fora para dentro, em 
que o polegar fica junto ao corpo e a palma da 
mão voltada para baixo). 
Carregar pesos, praticar 
musculação, apertar parafusos. 
Síndrome do Canal 
Cubital 
Formigamento na face lateral do antebraço e quarto 
e quinto dedos da mão 
Nervo ulnar 
Compressão do nervo ulnar; flexão extrema 
do cotovelo com ombro abduzido; vibrações 
Apoiar cotovelo em mesa. 
Tenossinovite dos 
flexores dos dedos e 
do carpo 
Inflamação, dor na face ventral do antebraço e 
punho 
Músculos flexores dos dedos 
Movimentos repetitivos de flexão dos dedos e 
da mão e movimentos repetitivos de flexão 
dos dedos 
 
Tenossinovite dos 
extensores dos dedos 
e do carpo 
Inflamação, dor e déficit na manutenção do punho 
em posição neutra na pinça e preensão da mão 
Extensores dos dedos 
Contração estática desses músculos, para fim 
antigravitacional sobre o carpo e dedos e 
contração dinâmica para o movimento dos 
dedos 
Comuns em digitadores e 
operadores de mouse 
Tenossinovite de 
Quervain 
Inflamação e dor entre o punho e o polegar; déficit 
de alongamento e força dos extensores 
Inflamação da bainha comum dos 
tendões do abdutor longo e extensor 
curto do polegar onde eles passam 
juntos por uma única polia: o sulco 
ósseo do processo estilóide do rádio. 
Torcer roupas, apertar botão com o polegar 
Lavadeiras, mas incide em todas as 
atividades em que haja fixação do 
polegar acompanhada de força, quer 
de torção, quer de desvio ulnar do 
carpo. 
Tendinite do supra-
espinhoso (síndrome 
do impacto). 
Dor. Muito frequentemente é acompanhada de 
bursite subacromial, em decorrência do 
extravasamento de exsudato para o interior da 
bursa. Após sucessivas lesões no tendão do 
músculo supra-espinhoso, ocorre calcificação no 
ponto de lesão (fase crônica). 
 Músculo supra-espinhoso. 
É ocasionada pela compressão das fibras do 
supra-espinhoso pelo acrômio ao realizar a 
abdução do braço acima de 45°. 
São incidentes em adultos e podem 
não ser ocupacionais. O 
sedentarismo e a falta de estrutura 
muscular são fatores predisponentes 
carregar pesos sobre o ombro, jogar 
vôlei ou peteca. 
Bursite. 
Dor e limitação de movimento de abdução do 
ombro. 
Bursa – bolsa gelatinosa que recobre os 
tendões dos músculos nesta região, 
protegendo-os do impacto entre a 
cabeça do úmero e o acrômio. 
Atividades em que o braço é mantido em 
elevação por longos períodos, e braço em 
abdução (afastamento do corpo), sem apoio; 
manutenção do antebraço supinado e fletido 
sobre o braço. 
Carregar pesos. 
Tendinite da porção 
longa do bíceps. 
Dor e inflamação. 
Bainha sinovial do tendão da porção 
longa do bíceps, no ponto em que ela 
muda de direção: no sulco bicipital. 
 
Ergonomia 1 Postura e movimento Mateus Zanatta, M.Sc. 
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Epicondilite lateral 
(cotovelo de tenista). 
Dor. 
Inserção dos músculos responsáveis 
pela extensão e supinação de antebraço. 
Desencadeada pelos movimentos de extensão, 
como no "back-hand" do tênis, e 
pronossupinação. 
Como ao apertar parafusos. 
Epicondilite medial. Dor. 
Músculos flexores do carpo na borda 
medial do cotovelo. 
Flexão do punho. Descascadores de fios elétricos. 
Dedo em gatilho. 
Rigidez articular. Para realizar movimento de 
extensão, o dedo "salta". 
Tendões flexores dos dedos. 
Incide nas atividades em que há associação de 
força com compressão palmar por 
instrumentos como alicates, tesouras e 
gatilhos de bombas de gasolina. Compressão 
palmar associada à realização de força. 
Uso de alicates e tesouras. 
Síndrome 
Cervicobraquial. 
Grau I: queixas subjetivas, sem sinais clínicos; 
Grau II: hipersensibilidade dolorosa e 
enrijecimento do pescoço, ombro e braço; 
Grau III: dor intensa no pescoço, ombro e braço, 
distúrbios funcionais da circulação periférica; 
Grau IV: alterações do Sistema nervoso autônomo 
como na Síndrome de Raynaud, hiperemia passiva 
ou perda do equilíbrio, distúrbios psíquicos como 
ansiedade, insônia, histeria ou depressão; 
Grupo V: transtornos não apenas no trabalho, mas 
também na vida cotidiana. 
Membros superiores com dor irradiando 
para pescoço. 
Posições forçadas e gestos repetitivos e/ou 
vibrações localizadas. 
 
Lombalgia. 
Lombalgia aguda: episódios agudos de dor, em 
pacientes jovens (25-30 anos), recorrentes (até 
60% em um ano), de regressão com ou sem 
tratamento geralmente até 30 dias. 
Lombalgia crônica: dor persistente durante 3 
meses ou mais (corresponde a 10% dos pacientes de 
lombalgia aguda). 
 
Condições de trabalho com posturas forçadas 
e gestos repetitivos e/ou ritmo de trabalho 
penoso e/ou condições difíceis de trabalho. 
 
Cistos sinoviais. 
Tumefações esféricas, geralmente únicas, macias, 
habitualmente indolores e flutuantes. 
 Tecido sinovial periarticular ou 
peritendíneo. 
Trabalhos manuais que exijam força. 
Síndrome dolorosa 
miofascial. 
Espasmos e tensão muscular; mialgia (dor 
muscular). 
 
Desequilíbrio funcional entre os músculos 
durante gestos e posturas. 
 
Contratura fibrosa da 
fáscia palmar. 
Espessamento, com contratura da fáscia palmar. Fáscia palmar. Vibrações. Britadeiras pneumáticas. 
Fenômeno de 
Raynaud. 
Alterações da cor da pele das extremidades, ora 
com palidez, ora com cianose, seguidas ou não de 
hiperemia reacional (vermelhidão). Há diminuição 
da sensibilidade dos dedos, parestesias (dormência) 
e frequentemente dor. 
Episódio de vasoconstrição de pequenas 
artérias, mais comumente nos dedos das 
mãos que nos dos pés 
Traumas por vibração e repetição. Lesões 
compressivas, como na síndrome do túnel de 
carpo, alterações na coluna cervical e outras. 
A exposição ao frio é em geral um fator de 
disparo do fenômeno. 
Britadores, datilógrafos, pianistas.

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