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CC 06 DIREITO CIVIL IV (1)

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Civil IV – Semana 06, Omar de Assis Moreira
Caso Concreto 06
Júlio é proprietário de um terreno cujos limites são demarcados por um pequeno córrego. Em setembro de 2011 obras da Prefeitura Municipal provocaram alteração permanente do curso natural das águas o que promoveu a seca definitiva do leito do córrego. Júlio, curioso por natureza, procura seu escritório, conta-lhe os fatos e lhe pergunta a quem pertencerá o leito do córrego seco: à Prefeitura ou pode incorporar ao seu terreno? Responda fundamentadamente à pergunta. 
Resposta:
O Código Civil, em seu Artigo 1252, diz que o Álveo Abandonado, por causas geradas pela natureza, pertencerá aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem a necessidade de se indenizar o proprietário por onde passar o novo curso de água.
Entretanto, insta salientar que o art. 27 do Código de Águas - Decreto 24.463/1934 preceitua que: “Se a mudança da corrente se fez por utilidade pública, o prédio ocupado pelo novo álveo deve ser indenizado, e o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense da despesa feita”. Significa afirmar que o novo álveo que se formou será de propriedade do agente público que realizou a obra. 
Isso posto, no caso concreto em pauta, à luz do Decreto que regulamenta o código de águas- artigos 27, o leito seco do rio pertencerá à prefeitura, pois fora esta que realizou a referida intervenção de engenharia civil.
Nota:
Código das águas - Decreto 24.463/1934
        Art. 26. O álveo abandonado da corrente pública pertence aos proprietários ribeirinhos das duas margens, sem que tenham direito a indenização alguma os donos dos terrenos por onde as águas abrigarem novo curso.
        Parágrafo único. Retornando o rio ao seu antigo leito, o abandonado volta aos seus antigos donos, salvo a hipótese do artigo seguinte, a não ser que esses donos indenizem ao Estado.
        Art. 27.Se a mudança da corrente se fez por utilidade pública, o prédio ocupado pelo novo álveo deve ser indenizado, e o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense da despesa feita.
EMENTA:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CÓDIGO DE ÁGUAS. DECRETO Nº 24.643/34 (ART. 27). MUDANÇA DO CURSO DE RIO FEDERAL POR OBRA DE UTILIDADE PÚBLICA. ÁLVEO ABANDONADO. DOMÍNIO DA UNIÃO. AUSENCIA DE INDENIZAÇÃO AOS PROPRIETÁRIOS DA ÁREA TINGIDA PELO NOVO CURSO D´ÁGUA. MERA IRREGULARIDADE QUE NÃO AFASTA DO DOMÍNIO DA UNIÃO SOBRE O ÁVEO ABANDONADO. 1. "São bens da União - Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais." (art. 20, III, CF). Situação na qual se enquadra o Rio Paraibuna, por dividir os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. 2. Alterado, por utilidade pública, o curso do Rio Paraibuna, no trecho que corta a Cidade de Juiz de Fora-MG, nos termos do art. 27 do Dec. 24.643/34, “o álveo abandonado passa a pertencer ao expropriante para que se compense da despesa feita". 3. Intentando os proprietários ribeirinhos ação reivindicatória buscando legitimar o domínio sobre as terras decorrentes do álveo abandonado, é nula a sentença respectiva, proferida pela Justiça Estadual, bem como os registros imobiliários dela decorrentes, se para essa ação não foi citada a União. 4. É irrelevante para legitimar essa ação o fato do ex-DNOS ter emitido parecer administrativo atestando que a área não lhe pertencia. Primeiro, porque esse parecer não tem força vinculante. Segundo, porque proferido administrativamente sem que tenha sido judicializado. Terceiro, por faltar competência ao DNOS para sugerir "que o leito abandonado do rio fosse objeto de divisão entre os proprietários ribeirinhos.", posto se tratar de um ente com personalidade jurídica distinta da União, sem poder para definir a propriedade da União sobre a área. Quarto, porque, mesmo que não tenha havido indenização dos proprietários da área por onde passou a correr o Rio Paraibuna após o desvio do seu curso, não afasta seu domínio sobre o antigo álveo (art. 27 do Dec. 24.643/46). Ou seja, se a área é pública, nos termos do art. 183, § 3º, da CF, é imprescritível e somente alienável em condições e procedimentos especiais. Quinto e último, porque interpôs, nessa ação, a competente oposição a qual foi apreciada e rejeitada pela Justiça Estadual, fato que, por si só, já justifica a anulação da sentença. 5. Agravo retido, apelação e remessa oficial providos.
(TRF-1 - AC: 200201000028135 MG 2002.01.00.002813-5, Relator: JUIZ FEDERAL OSMANE ANTONIO DOS SANTOS, Data de Julgamento: 13/08/2013, 2ª TURMA SUPLEMENTAR, Data de Publicação: e-DJF1 p.389 de 18/09/2013)
Questão Objetiva
No sistema brasileiro:
a. a propriedade móvel se adquire com o contrato de compra e venda; 
b. a propriedade imóvel se adquire no momento em que o bem é transferido ao comprador; 
c. tanto a propriedade móvel como a imóvel se adquire pela cláusula constituti; 
d. a propriedade móvel se adquire pela tradição e a imóvel pelo registro; 
e. a propriedade imóvel se adquire pela escritura pública de compra e venda.
Resposta: Letra D

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