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ÉTICA NP1 Resumo

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ÉTICA PROFISSIONAL – NP1 - RESUMO
MATÉRIA ON LINE - MÓDULO 1 
Ética - ciência especulativa, que tem por objeto o estudo filosófico da ação e da conduta humana, procurando a justificativa racional dos juízos de valor sobre a moralidade.
Moral - sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas dotadas de um caráter histórico e social sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima e não de uma maneira mecânica, externa e impessoal.
A relação entre Ética e moral está no comportamento humano com a diferença que a Ética é uma ciência especulativa, que estuda o comportamento moral dos homens, enquanto que a Moral é o próprio comportamento do homem junto com seus valores, normas e padrões.
O normativo e o fatual
- A moral é um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento individual e social dos homens. 
- Encontramos na moral dois planos: o normativo: constituído pelas normas ou regras de ação e pelos imperativos que enunciam algo que deve ser. E o fatual: que é o plano dos fatos morais, constituído por certos atos humanos que se realizam efetivamente.
- Os atos adquirem um significado moral: são positivos ou moralmente valiosos quando estão de acordo com a norma e negativos quando violam ou não cumprem as normas. Portanto, certos atos são incluídos na esfera moral por cumprirem ou não uma determinada norma.
- O normativo não existe independentemente do fatual, mas aponta para um comportamento efetivo, pois, toda norma postula um tipo de comportamento que considera devido, exigindo que esse comportamento passe a fazer parte do mundo dos fatos morais, isto é, do comportamento efetivo real dos homens. 
- O fato de uma norma não ser cumprida não invalida a exigência de que ela seja posta em prática. Esta exigência e a validade da norma não são afetadas pelo que acontece no mundo dos fatos.
- O normativo e o fatual possuem uma relação mútua: o normativo exige ser realizado e orienta-se no sentido do fatual; o realizado (o fatual) só ganha significado moral na medida em que pode ser referido positiva ou negativamente a uma norma. 
Moral e moralidade
- A moral efetiva compreende as normas ou regras de ação e os fatos que possuem relação com ela.
MORAL => conjunto dos princípios, normas, imperativos ou ideias morais de uma época ou sociedade determinadas. 
MORALIDADE => componente efetivo das relações humanas concretas que adquirem um significado moral em relação à moral vigente
- A moral estaria no plano ideal e a moralidade no plano real. A moralidade é a moral em ação, a moral prática e praticada. Por isso, cremos que é melhor empregar um termo só: moral, indicando os dois planos, o normativo e o efetivo. Portanto, na moral se conjugam o normativo e o fatual.
Caráter social da moral
- Uma mudança radical da estrutura social provoca uma mudança fundamental de moral. A moral possui um caráter social. Na sujeição do indivíduo a normas estabelecidas pela comunidade se manifesta claramente o caráter social da moral. O comportamento moral é tanto comportamento de indivíduos quanto de grupos sociais humanos. Os atos individuais que não tem consequência alguma para os demais indivíduos não podem ser objeto de uma qualificação moral. 
- A função social da moral consiste na regulação das relações entre os homens visando manter e garantir uma determinada ordem social, ou seja, regular as ações dos indivíduos nas suas ações mútuas, ou as do indivíduo com a comunidade, visando preservar a sociedade no seu conjunto e a integridade de um grupo social.
- O direito garante o cumprimento do estatuto social em vigor através da aceitação voluntária ou involuntária da ordem social juridicamente formulada, ou seja, o direito garante a aceitação externa da ordem social.
O individual e o coletivo na moral
- O indivíduo pode agir moralmente somente em sociedade.
- Uma parte do comportamento moral manifesta-se na forma de hábitos e costumes. O costume apresenta um caráter moral em razão de sua intuição normativa. 
Estrutura do ato moral
- O ato moral se apresenta como uma totalidade de elementos: motivos, intenção ou fim, decisão pessoal, emprego de meios adequados, resultados e conseqüências, e não pode ser reduzido a um de seus elementos, mas está em todos eles, na sua unidade e nas suas mútuas relações. 
Singularidade do ato moral
- O ato moral, com o auxílio da norma, se apresenta como a solução de um caso determinado, singular. A norma, que apresenta um caráter universal, se singulariza no ato real. 
Responsabilidade Moral - Cap. V (Vazquez, 2006)
Existem duas condições para que possamos imputar a responsabilidade moral:
1. Que o indivíduo seja consciente. Tenha consciência do ato e que reconheça as circunstâncias e consequências dos seus atos.
2. Ignorância – se o indivíduo não sabe o que faz, então ignora o fato.
2. Liberdade de escolha
O contrário da liberdade é a: Coação – o indivíduo não tem liberdade para escolher. A coação pode ser: interna ou externa.
- Autônomo significa aquele que tem o poder de dar a si mesmo a norma, a regra, a lei. Aquele que goza de autonomia e liberdade seria aquele com capacidade plena de autodeterminação.
- Todavia, percebemos que essa independência absoluta do sujeito em relação à sociedade é mais um mito de nossa cultura. 
MÓDULO 2: A REGULAMENTAÇÃO DA PSICOLOGIA NO BRASIL:
- A Psicologia foi regulamentada como profissão no Brasil no ano de 1962. Em dezembro do mesmo ano, aprovou-se o parecer nº 403/62, que, pela primeira vez, fixava oficialmente um currículo mínimo de Psicologia. Somente em 1971 é que se criou o Conselho Federal de Psicologia, órgão encarregado de zelar pela organização do exercício profissional e que congregava todos os psicólogos brasileiros.
- A Psicologia foi chamada a contribuir para a solução de problemas relacionados à área da Saúde, à Educação e ao mundo do trabalho e das organizações.
- A Psicologia, em sua nascente, foi marcada pelas estratégias de controle de variedade e produtividade, transformando-se em um saber de forte viés adaptativo. Essa busca por padronização e adaptabilidade se deu em três grandes interfaces do saber psicológico pré-científico. Foram elas: a Psicologia e as Instituições Médicas; a Psicologia e as Instituições Educacionais; a Psicologia e a organização do trabalho.
 A Psicologia e as Instituições Médicas
- Desde o século XIX, a Psicologia, enquanto conjunto de ideias articuladas, esteve intimamente relacionada com a prática médica e psiquiátrica. A prática médica legal, por sua vez, possuía uma atuação higienicista, ao buscar erradicar ou minimizar as doenças infectocontagiosas muito presentes nas cidades em desenvolvimento. 
- Podia-se afirmar que havia, ao mesmo tempo, uma visão moralizante e racionalizante da loucura. Antunes ainda aponta a preocupação com a ordem urbana ligada ao ideário positivista, relacionado a práticas de exclusão daqueles que não se adaptassem às normas estabelecidas, os denominados desordeiros. Cabia à ciência médica e psicológica contribuírem na identificação desses sujeitos e no seu tratamento em locais específicos, como os asilos e manicômios.
A Psicologia em Instituições Educacionais
- Com o desenvolvimento urbano-industrial, no século XX, o pensamento republicano mostrava uma preocupação com uma educação humanista e cientificista.  Surge no Brasil, então, uma corrente educacional que reivindicava a ampliação do número de escolas e o combate ao analfabetismo, a partir do ideário escolanovista.
- Essa proposta de renovação e ampliação educacional chegou ao nosso país em 1882, pelas mãos de Rui Barbosa e alcançou o século XX com outras reformas importantes. 
- Segundo Vidal (2003), o movimento da Escola Nova propôs uma  renovação do ensino, na Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX. O escolanovismoacreditava que a educação era o instrumento eficaz para a reconstrução de uma sociedade cidadã e legitimamente democrática, considerando as diversidades e a individualidade do sujeito, preparados psicossocialmente  para refletir  e mudar a sociedade em que viviam.
A Psicologia e a organização do trabalho
- Com a promessa do desenvolvimento urbano-industrial desde o século XIX, o Brasil assistiu a emergência de diferentes camadas sociais, uma diversificação das atividades produtivas e novos conflitos sociais oriundos da complexificação econômica do país.
- Segundo Antunes (2006, p 87), encontra-se na década de 20, em pleno século XX, as primeiras experiências da aplicação de Psicologia ao mundo do trabalho, confirmando-a como um "conjunto de conhecimento e práticas capazes de dar respostas e subsidiar ações que interviessem nos problemas sociais".
- A Psicologia inseria-se nesse cenário, buscando promover ações que maximizassem a produção industrial. Eram práticas com finalidade de controle social nas indústrias, onde grupos de operários começavam a se organizar contra condições subumanas de trabalho, mantidas pelos modelos tayloristas e fordistas de produção. Em 1929, criou-se o Instituto de Organização Científica do Trabalho.
- Nesse contexto, a Psicologia serviu como função de sustentáculo cientifico dos novos métodos administrativos, onde imperava a lógica racional e científica de atuação.
A Regulamentação da Psicologia e do Conselho Federal  
- A partir do Decreto 53464, em 1964, regulamenta-se definitivamente a Lei 4119 e se estruturam os cursos de psicologia, junto às Faculdades de Filosofia, em cursos de bacharelado, licenciatura e psicologia.
- Apenas em 1971 cria-se o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia, com o intuito de regulamentar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão, sendo elaborando o primeiro Código de Ética apenas em 1975, pela resolução CFP 008/75, por uma Comissão de Ética.  
MÓDULO 3: INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO:
- Com a regulamentação da Psicologia em 1962, fez-se necessário construir um Código de normas para o reconhecimento social da profissão em âmbito nacional. O novo Código de Ética do Psicólogo foi proposto em 2005. Esse documento promulgado em 27/08/2005, é o quarto Código de Ética do Psicólogo no Brasil.
- Em 1967, o primeiro Código de Ética do Psicólogo foi aprovado pela Associação Brasileira de Psicólogos, possuía cinco princípios fundamentais e 40 artigos.
- A Psicologia Brasileira foi chamada a participar de um processo de reflexão e construção de novas diretrizes para as ações profissionais da Psicologia. Esse processo se iniciou em 2001, quando os psicólogos foram convocados a confeccionar um novo código, superando o anterior que havia sido feito em 1987 (o 3º). O documento anterior tinha marcas direcionadas predominantemente ao campo clínico, e não dialogava com as novas configurações psicossociais e com leis mais modernas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).
- O Código retrata a   imagem da nossa prática profissional, que muitas vezes incomoda a classe profissional, pelo seu viés ainda elitista e curativo, resultado da identidade clássica do psicólogo clínico e do modelo biomédico de atendimento. A partir disso, os psicólogos brasileiros  buscaram  uma prática mais refletida, um retrato mais fiel do que fazem de fato ou do que querem fazer na Psicologia. Por isso, o novo Código de Ética do Psicólogo é um projeto profissional coletivo, que desenha uma possível nova identidade desse sujeito que trabalha e faz psicologia no Brasil.
- As concepções filosóficas referentes à concepção de homem e de mundo presentes no Código de Ética, podem ser reconhecidas em dois eixos:
a) Aristotélico – ressalta a concepção de homem como um animal político e que tem sua existência permeada de sentido no coletivo.
b)  Sócio histórico-  destaca a constituição do homem a partir da condição humana e da relação com a sociedade e a cultura em que está inserido. 
Concepção Aristotélica e o Código de Ética do Psicólogo (2005)
- Aristóteles afirma que o homem é um animal político por natureza. Afirma que o indivíduo, não é auto-suficiente e necessita sempre do outro nas relações de sociabilidade. O homem possui uma marca essencial que o diferencia dos outros, sua racionalidade. Afirma ainda, que a natureza humana só pode ser realizada de modo pleno pelo pertencimento a comunidade social e política. Define que a cidade é uma comunidade de homens livres.
- Pegoraro delimita quatro eixos em torno dos quais giram o projeto ético aristotélico; são eles: (1) a ética é natural, emerge da estrutura biológica do ser humano; (2) a ética é finalista, todas as escolhas e decisões humanas visam alcançar um fim, produzir um bem; (3) a ética é racional, ou seja, a razão deve harmonizar a luta entre os desejos instintivos do homem e as exigências sociais; (4) a ética é heterônoma, ou seja, ela vem do exterior, não está dada, o homem nasce como um animal ético que precisará escolher, pelo uso da razão que o faz  livre.
- Essa visão ética que transcende o individuo está na apresentação do Código de Ética do Psicólogo: 
É a ética, enquanto Filosofia Moral, que impede um Código sem criticismo, e também uma visão cristalizada do comportamento humano. É essa ética filosófica que apela para uma reflexão e compreensão das singularidades; é ela que faz um apelo à criatividade, liberdade e espontaneidade. É ela que faz o profissional ver seu cliente como pessoa, como um ser de relação no mundo, como um ser singular à procura de uma compreensão que lhe é pertinente. É essa visão de totalidade existencial-filosófica que faz com que o profissional abra as janelas de sua mente para ver o mundo como uma realidade social, política, comunitária e perca a mesquinhez de só ver o indivíduo no seu imediatismo. É essa visão que o faz transcender do indivíduo para o grupo, do momento para a história, de soluções precárias para procuras mais globais.
- Pode-se aprender com a visão aristotélica de homem e de projeto ético, pois ela ensina que o humano se define como ser complexo, pertencente ao mesmo tempo, à natureza, como ser biológico, mas também como um ser político, que se organiza a partir da sua racionalidade. 
Concepção Sócio Histórica e o Código de Ética do Psicólogo 
- A visão aristotélica anuncia a base sócio histórica que também está presente na confecção do código de ética do psicólogo brasileiro, participando de uma visão de homem materialista-histórico-dialética. 
- O homem é compreendido como um ser multideterminado pelas relações dialógicas que mantém com a sociedade, com a cultura, com os laços intersubjetivos, e consigo mesmo, através da auto reflexão consciente.  Não existe natureza humana apriorística para essa visão, o homem nasce como um ser biológico. Essa condição é necessária, mas não suficiente para constituir o homem psicossocial. Para isso, é preciso adentrar em uma sociedade, a partir da mediação de instrumentos técnicos e pela linguagem, agir e constituir consciência, racional e afetiva, que o faz produto e ao mesmo tempo produtor da sua realidade. A esse processo, chama-se hominização. 
- Na visão sócio-histórica concebe-se o homem dialeticamente como um ser produzido pelas condições sócio históricas, culturais e econômicas, mas também como um ser produtor da sua realidade. Essa capacidade de transformar o mundo e a si mesmo, está em conformidade com a filosofia do Código de Ética do Psicólogo, que em seu preâmbulo reafirma: 
Se o homem é um ser de relação, sujeito a contínuas mudanças na sua luta por ocupar, a cada momento, o espaço que lhe compete no mundo e se, ao mesmo tempo, ele é o sujeito e o objeto do estudo da Psicologia, segue que qualquer sistema ou Código só será real se sujeito, também ele, a essa transitoriedade que é própria do homem à procura de seu destino e significação. 
- No viés sócio histórico, a consideração do determinantehistórico permite o incentivo de práticas voltadas à liberdade e autonomia dos sujeitos, garantindo os seus direitos, pois eles podem aprender com os acontecimentos passados, abrindo assim, uma maior oportunidade de uma vida melhor e saudável.   
MÓDULO 4: OS PRINCÍPIOS INERENTES AOS ART.DO CÓDIGO DE ÉTICA
I) O Código de Ética em diálogo com a Cultura de Direitos Humanos
- A Carta Magna Federativa foi construída num cenário político ainda marcado pelos resquícios da ditadura militar, porém sensível à instituição de uma Cultura de Direitos Humanos, na qual o sujeito cidadão tem papel destacado. É uma Constituição que privilegia a garantia dos direitos sociais, não descuidando dos individuais. Sem dúvida, uma carta comprometida com uma filosofia de bem estar social, sensível aos movimentos sociais e políticos, a serviço da cidadania.
- No ano de 1990, o Brasil ampliou a lógica cidadã da Constituição Federal, aprovando a lei nº 8.069, denominada de Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ele anuncia o compartilhamento da responsabilidade social entre família, Estado e sociedade, em defesa dos direitos desses cidadãos.
II) Os Princípios Éticos inerentes aos artigos do Código de Ética do Psicólogo
- O Código de Ética em 2005, norteado por grandes princípios fundamentais, ao invés de privilegiar um código fechado em deveres inflexíveis. No preâmbulo do Código de Ética, afirma-se que esse documento legal deve se aproximar mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas.
- Os princípios norteadores do nosso código enumeram importantes diretrizes, tais como respeitar os Direitos Humanos, praticar a promoção de saúde e a co-responsabilidade social. 
TEXTO1: Cap. 1 - OBJETO DA ÉTICA – Vasquez
1. PROBLEMAS MORAIS E PROBLEMAS ÉTICOS 
À diferença dos problemas prático-morais, os éticos são caracterizados pela sua generalidade. Se na vida real um indivíduo concreto enfrenta uma determinada situação, deverá resolver por si mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita intimamente, o problema de como agir de maneira a que sua ação possa ser boa, isto é, moralmente valiosa. Será inútil recorrer à ética com a esperança de encontrar nela uma norma de ação para cada situação concreta. A ética poderá dizer-lhe, em geral, o que é um comportamento pautado por normas, ou em que consiste o fim — o bom — visado pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento do indivíduo concreto ou o de todos. O problema do que fazer em cada situação concreta é um problema prático-moral e não teórico-ético. Ao contrário, definir o que é o bom não é um problema moral cuja solução caiba ao indivíduo em cada caso particular, mas um problema geral de caráter teórico, de competência do investigador da moral, ou seja, do ético. 
O problema da essência do ato moral envia a outro problema importantíssimo: o da responsabilidade. É possível falar em comportamento moral somente quando o sujeito que assim se comporta é responsável pelos seus atos, mas isto, por sua vez, envolve o pressuposto de que pôde fazer o que queria fazer, ou seja, de que pôde escolher entre duas ou mais alternativas, e agir de acordo com a decisão tomada. O problema da liberdade da vontade, por isso, é inseparável do da responsabilidade. Decidir e agir numa situação concreta é um problema práticomoral; mas investigar o modo pelo qual a responsabilidade moral se relaciona com a liberdade e com o determinismo ao qual nossos atos estão sujeitos é um problema teórico, cujo estudo é da competência da ética. 
2. O CAMPO DA ÉTICA 
Os problemas éticos caracterizam-se pela sua generalidade e isto os distingue dos problemas morais da vida cotidiana, que são os que se nos apresentam nas situações concretas. A ética pode contribuir para fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral.
A ética parte do fato da existência da história da moral, isto é, toma como ponto de partida a diversidade de morais no tempo, com seus respectivos valores, princípios e normas. Como teoria, não se identifica com os princípios e normas de nenhuma moral em particular e tampouco pode adotar uma atitude indiferente ou eclética diante delas. 3. DEFINIÇÃO DA ÉTICA 
A ética não cria a moral. Conquanto seja certo que toda moral supõe determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a ética que os estabelece numa determinada comunidade.
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. Ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano. Como ciência, a ética parte de certo tipo de fatos visando descobrir-lhes os princípios gerais. Enquanto conhecimento científico, a ética deve aspirar à racionalidade e objetividade mais completas e, ao mesmo tempo, deve proporcionar conhecimentos sistemáticos, metódicos e, no limite do possível, comprováveis. 
4. ÉTICA E FILOSOFIA 
Uma ética científica pressupõe necessariamente uma concepção filosófica imanentista e racionalista do mundo e do homem, na qual se eliminem instâncias ou fatores extramundanos ou super-humanos e irracionais. As questões éticas fundamentais — como, por exemplo, as que concernem às relações entre responsabilidade, liberdade e necessidade — devem ser abordadas a partir de pressupostos filosóficos básicos, como o da dialética da necessidade e da liberdade. Mas, neste problema como em outros, a ética científica deve apoiar-se numa filosofia estreitamente relacionada com as ciências, e não numa filosofia especulativa, divorciada delas, que pretenda deduzir de princípios absolutos a solução dos problemas éticos. 
TEXTO 2: Cap. 3 - ESSÊNCIA DA MORAL – Vasquez
7. CONCLUSÃO
De toda a exposição anterior podemos deduzir uma série de traços essenciais da moral, os quais permitem precisar o que coincide com outras formas de conduta humana e, ao mesmo tempo, o que delas a distingue.
Baseados nestes traços essenciais, podemos afinal formular a definição seguinte:
A moral é um sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livre e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal.
TEXTO 3: RESPONSABILIDADE MORAL, DETERMINISMO E LIBERDADE 1. CONDIÇÕES DA RESPONSABILIDADE MORAL 
O problema da responsabilidade moral está estreitamente relacionado, por sua vez, com o da necessidade e liberdade humanas, pois somente admitindo que o agente tem certa liberdade de opção e de decisão é que se pode responsabilizá-lo pelos seus atos. 
Por isto, não basta julgar determinado ato segundo uma norma ou regra de ação, mas é preciso também examinar as condições concretas nas quais ele se realiza, a fim de determinar se existe a possibilidade de opção e de decisão necessária para poder imputar-lhe uma responsabilidade moral.
2. A IGNORÂNCIA E A RESPONSABILIDADE MORAL 
Se podemos responsabilizar somente o sujeito que escolhe, decide e age conscientemente, é evidente que devemos eximir da responsabilidade moral a quem não tem consciência daquilo que faz, isto é, a quem ignora as circunstâncias, a natureza ou as consequências da sua ação. A ignorância neste amplo sentido se apresenta, portanto, como uma condição que exime da responsabilidade moral.
3. COAÇÃO EXTERNA E RESPONSABILIDADE MORAL 
A segunda condição fundamental para que se possa responsabilizar uma pessoa'por um ato é que a causa deste esteja dentro dele próprio e não provenha de fora, isto é, de algo ou de alguém que o force — contra a sua vontade — a realizar o referido ato. Em outras palavras: exige-se que a pessoa em questão não esteja submetida a uma coação externa. 
4. COAÇÃO INTERNA E RESPONSABILIDADE MORAL 
Se o agente não é responsável pelos atos que têm a sua causa fora dele, sê-lo-á, ao contrário, por todos aqueles que têm a sua causa ou a sua fonte dentro dele? Não pode haver atos cuja causaesteja dentro do sujeito e pelos quais não seja moralmente responsável? 
Há casos de coação interna à qual o sujeito não consegue resistir de maneira alguma (ex.: cleptomania, neurose ou desajuste sexual). Ainda que seja difícil traçar a linha divisória entre o normal e o anormal (ou doentio) no comportamento dos seres humanos, é evidente que as pessoas que costumamos considerar normais não agem sob uma coação irresistível. Normalmente, esta coação interna não é tão forte que anule a vontade do agente e o impeça de uma opção e, portanto, de contrair uma responsabilidade moral na medida em que mantém certo domínio e controle sobre seus atos pessoais. 
5. RESPONSABILIDADE MORAL E LIBERDADE 
A responsabilidade moral exige, como vimos, a ausência de coação externa e interna ou, então, a possibilidade de resistir-lhe em maior ou menor grau. Pressupõe, por conseguinte, que o agente aja não como resultado de uma coação irresistível, que não deixa ao sujeito opção alguma para agir de outra maneira, mas como consequência da decisão de agir como queria agir quando poderia ter agido de outra maneira. 
Somente há responsabilidade moral se existe liberdade. Até que ponto, então, pode-se afirmar que o homem é moralmente responsável por seus atos, se estes não podem ser determinados? 
6. TRÊS POSIÇÕES FUNDAMENTAIS NO PROBLEMA DA LIBERDADE 
1º — Se o comportamento do homem é determinado, não tem sentido falar em liberdade e, portanto, em responsabilidade moral. O determinismo é incompatível com a liberdade. 
2º — Se o comportamento do homem é determinado, trata-se somente de uma autodeterminação do EU, e nisto consiste a sua liberdade. A liberdade é incompatível com qualquer determinação externa ao sujeito (da natureza ou da sociedade). 
3º — Se o comportamento do homem é determinado, esta determinação, longe de impedir a liberdade, é a condição necessária da liberdade. Liberdade e necessidade se conciliam. 
10. CONCLUSÃO 
A liberdade da vontade dos indivíduos — considerados sempre como seres sociais — se nos apresenta com os traços fundamentais da liberdade em geral, que indicamos anteriormente com relação à necessidade. Como liberdade de escolha, decisão e ação, a livre vontade acarreta, em primeiro lugar, uma consciência das possibilidades de agir numa ou noutra direção. Contém também uma consciência dos fins ou das consequências do ato que se pretende realizar. Em ambos os casos, é necessário um conhecimento da necessidade que escapa à vontade: a situação em que o ato moral se efetua, as condições e os meios de sua realização etc. Acarreta também certa consciência dos motivos que impelem a agir, pois de outro modo se agiria — como faz, por exemplo, o cleptomaníaco — de uma maneira imediata e irrefletida. Mas, seja qual for o grau de consciência dos motivos, fins, ou caráter que determinam a ação, ou a compreensão que se alcance do contexto social concreto em que surgem estes fatores causais — causados, por sua vez —, não existe a livre vontade à margem da — ou contra a — necessidade e causal. O homem é livre para decidir e agir, sem que a sua decisão e a sua ação deixem de ser causadas. Mas o grau de liberdade está, por sua vez, determinado histórica e socialmente, pois se decide e se age numa determinada sociedade, que oferece aos indivíduos determinadas pautas de comportamento e de possibilidades de ação. Em conclusão, vemos que a responsabilidade moral pressupõe necessariamente certo grau de liberdade, mas esta, por sua vez, implica também a necessidade causal. Responsabilidade moral, liberdade e necessidade estão, portanto, entrelaçadas indissoluvelmente no ato moral
ANOTAÇÕES DE AULA (só anotei algumas aulas) 
Outras questões: O que é liberdade? Existe liberdade sem responsabilidade? Existe uma verdade absoluta? O que é absoluto na vida? O que é verdade? Por quê? Para quê? Onde? Quando?
DILEMA: O que nos permite vivenciá-lo é exatamente a liberdade interna de pensar, de questionar.
A ÉTICA é a possibilidade de refletir, de se responsabilizar, questionar o outro e a si. É uma reflexão sobre os costumes e as ações humanas, que ocorre dentro de um contexto sócio-político-econômico-cultural.
RESUMO CAPÍTULO 1 e 3:
A ÉTICA e a MORAL do ponto de vista filosófico: a ética e a moral possuindo, segundo o autor, diferentes significados.
METAÉTICA => é o ramo que estuda a natureza das propriedades, afirmações, julgamentos e atitudes éticas, ou seja, é o estudo do significado dos termos usados no discurso ético.
A ÉTICA associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade.
A MORAL entendida a partir dos costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas em cada sociedade.
ÉTICA => É a REFLEXÃO que eu tenho sobre o que é moral (regra, aceito) ou não (ciência).
MORAL => são as REGRAS (objeto de estudo da ciência). 
RESUMO CAPÍTULO 5:
Reflexão sobre a possibilidade de opção, escolha e responsabilidade moral.
Quais as condições necessárias e suficientes para atribuir ao indivíduo uma responsabilidade moral pelos seus atos?
Circunstâncias e consequências da ação do indivíduo. Consciência e liberdade.
Se tenho CONHECIMENTO + LIBERDADE (de fazer ou não fazer) => tenho RESPONSABILIDADE.
O CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO
Percurso histórico:
- Desde década 1960 => a disciplina de psicologia começou a ser ministrada em território nacional, aplicada aos problemas educacionais (inicialmente).
- Em 1945, foi fundada a Sociedade de Psicologia em São Paulo, promovendo reuniões científicas, conferências, cursos de extensão, seminários, ...
- Em 1953, criação do curso de psicologia no Brasil
- Em 1954, foi fundada a Associação Brasileira de Psicologia (ABP) 
- Lei 3.862, de 28/05/1957 => regulamentou o curso, que teve seu início em 1958, na USP.
- Lei 4.119, de 27/08/1062 => formalização da Psicologia como profissão
- Parecer 403, de 1962, do Conselho Federal de Educação => verso sobre o currículo do curso de Psicologia no território brasileiro.
- 1967 => a ABP elaborou e aprovou um Código de Ética composto por 5 princípios fundamentais e 40 artigos.
- Hoje, o Código de Ética obedece a 7 princípios fundamentais:
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. 
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. 
V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. 
VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. 
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código. 
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