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Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende ANVISA – AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MISSÃO "Proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso". VISÃO "Ser agente da transformação do sistema descentralizado de vigilância sanitária em uma rede, ocupando um espaço diferenciado e legitimado pela população, como reguladora e promotora do bem-estar social". I. HISTÓRICO A Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988, no título que trata dos Direitos e Garantias Individuais, institui que o direito à saúde é direito social. Em seu artigo 196, dispõe que "saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação" . Em seu artigo subseqüente, a Constituição estabelece caber ao Poder Público dispor sobre a regulamentação, fiscalização e controle sobre as ações e serviços de saúde, "diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado". Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende é uma autarquia especial de direito público, com personalidade jurídica própria e vinculada ao Ministério da Saúde possui independência administrativa, o mandato de seus dirigentes e autonomia financeira jurisdição em todo território nacional centraliza o poder de polícia sobre as atividades da área de saúde II. HIERARQUIA (1) Direção: exercida por diretoria com cinco membros – um deles é o diretor-presidente (2) Diretores (devem ser brasileiros): são indicados pelo Presidente da República, mas são aprovados pelo Senado Federal (3) Mandato de três anos III. OBJETIVO proteger a saúde dos cidadãos cuidados com empresas que atuam nos ramos de alimentos, medicamentos, produtos de saúde criação do Sistema Único de Saúde (Lei nº. 8.080/90), consiste em: "um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; II - o controle da prestação de serviços que se relacionam diretamente ou indiretamente com a saúde." Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende IV. FINALIDADE INSTITUCIONAL O artigo 6º da Lei nº 9.782/99 determina que: "A Agência terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e de fronteiras." fiscaliza a prestação de serviços de saúde e os produtos de interesse à saúde desde a sua produção até o seu consumo final fiscalização dos portos, aeroportos e fronteiras, haja vista que essas são as vias de ingresso no País de produtos que podem expor a saúde pública a algum tipo de risco. Deve também: "Proteger e promover a saúde da população garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso". para exercer atividades relacionadas à saúde, como regra geral as empresas: (1) Devem possuir e manter: autorização de funcionamento para a atividade específica emitida pela ANVISA; (2) Licença de Funcionamento de cada um de seus estabelecimentos emitida pela Vigilância Sanitária estadual ou municipal, conforme o caso; e Certificado de Boas Práticas de sua Atividade emitida pela ANVISA. (3) Os produtos de interesse da saúde somente poderão ser fabricados, importados e de qualquer forma colocados no mercado após o devido registro na ANVISA, que fará a verificação de sua segurança e eficácia. Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende A ANVISA atua na regulação, controle e fiscalização de: (a) produtos farmacêuticos (b) alimentos (c) hemoterápicos (d) sangue e derivados (e) cosméticos (f) saneantes (g) agrotóxicos (h) produtos utilizados como meios de diagnóstico de laboratório (i) equipamentos (j) material médico empregado em hospital e na prática odontológica Estão sujeitos a normas, controle e fiscalização os seguintes produtos: (a) produtos farmacêuticos para uso humano e suas substâncias ativas e demais insumos e processos; (b) alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, embalagens, aditivos alimentares e limites de contaminantes orgânicos; (c) cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer fumíngeo derivado ou não do tabaco; (d) cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; (e) saneantes destinados a higiene, desinfecção ou desinfestação em ambiências domésticos, de hospital e coletivas; (f) imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados; (g) resíduos agrotóxicos e de fármacos de uso veterinário; (h) conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico; Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende (i) equipamentos e materiais médicos para hospital, odontológicos, hemoterápicos e de diagnóstico de laboratório de análises por imagem; (j) órgãos, tecidos humanos e veterinários destinados a transplantes ou reconstituições; (k) radioisótopos para uso em diagnóstico in vivo, radiofármacos e produtos radioativos que sejam utilizados em diagnóstico e terapia; (l) produtos obtidos da engenharia genética, por outro procedimento, ou ainda submetidos à fonte de radiação. Estão sujeitos a normas, controle e fiscalização os seguintes serviços: (a) produtos farmacêuticos para uso humano e suas substâncias ativas e demais insumos e processos; (b) os realizados em regime de internação; (c) de apoio diagnóstico e terapêutico; (d) aqueles que impliquem a incorporação de novas tecnologias; (e) procedimentos envolvidos em todas as fases, desde as instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambiências e seus processos de produção de bens de produtos, incluindo a destinação dos respectivos resíduos V. DIRETORIAS Para desempenhar as suas funções, a Anvisa conta com cinco diretorias que atuam na forma Colegiada (1) Diretoria de Medicamentos e Produtos (2) Diretoria de Serviços e Correlatos (3) Diretoria de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Relações Internacionais (4) Diretoria de Alimentos e Toxicologia (5) Diretoria de administração e Finanças Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende As atividades da Agência Nacional de Vigilância Sanitária são realizadas em conjunto e colaboração a vigilância sanitária dos Estados e Municípios VI. ORGANIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA EM ESTADOS E MUNICÍPIOS Lei n 9.782/99 – processo de descentralização das atividades sanitárias em Estados, Municípios e Distrito Federal Controle de fiscalização sob todos os aspectos (profissional e estabelecimento) Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende VII. CENTRO NACIONAL DE MONOTORIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS – UNIDADE DE FARMACOVIGILÂNCIA Função: Planejar, orientar, coordenare supervisionar o processo de formulação e instituição de diretrizes e normas técnicas e de operação sobre farmacovigilância Brasil: Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos é coordenado pela Unidade de Farmacovigilância, respeitando e interagindo com a Política Farmacêutica Nacional, contribuindo para o uso racional de produtos farmacêuticos em prol da melhoria da saúde e de vida da população brasileira FARMACOVIGILÂNCIA De acordo do a Organização Mundial da Saúde, define- se: “atividade que visa a obter, aplicando indicadores sistemáticos, os vínculos de casualidade provável entre o uso de produtos farmacêuticos e reações adversas de uma população. A farmacovigilância é o conjunto de métodos, observações e instruções que permitem, durante o comércio ou uso amplo de fármacos, identificar reações adversas a fármacos (RAF) e efeitos não previstos na etapa anterior de controle e avaliação” Objetivos Identificar e avaliar os efeitos do uso agudo e/ou crônico de produtos farmacêuticos na população em geral e/ou em subgrupos especiais de pacientes Identificar, avaliar e controlar RAF, os efeitos benéficos e a falta de eficácia de um produto no comércio Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende Reações Adversas a Fármacos (RAF) De acordo com a OMS reações adversas a fármacos são eventos nocivos e não-intencionais que aparecem com a administração de um produto farmacêutico em doses recomendadas normalmente para a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento de uma doença. O Farmacêutico e a Farmacovigilância papel do farmacêutico: - contato com o cliente - conhecimento do medicamento (prescrito ou não) - estado de saúde do cliente O farmacêutico tem a chance de advertir também sobre efeitos não previstos provocados por um fármaco Funções do farmacêutico: (1) informar os doentes sobre os cuidados quanto ao uso dos produtos farmacêuticos = prevenir sobre RAF (2) informar que o doente deve procurar o médico quando houver RAF (3) alertar a procura de pronto-socorro no caso de RAF (4) informar sobre as providências que devem ser tomadas (5) identificar adequadamente o produto Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende A Importância das Comunicações das RAF - ajuda no planejamento do uso racional - contribui para a segurança e controle - são importantes pois podem mostrar RAF desconhecidas - promover investigações farmacoepidemiológicas - apoiar e dar subsídio as autoridades sanitárias reguladoras (tomada de medidas) - investigar problemas na qualidade de produtos farmacêuticos - estabelecer nova conduta de tratamento para pacientes com RAF Meios de Comunicação - deve ser notificada em formulário padrão (informações do paciente, diagnóstico, produto suspeito) - o formulário está disponível via internet na página da Anvisa - a comunicação da ocorrência das RAF envolve pessoas físicas e jurídicas a quem cabem o dever de sua notificação: Profissionais da saúde Indústrias farmacêuticas Órgãos profissionais Agremiações na área da saúde Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende VIII. VIGILÂNCIA SANITÁRIA – Comparativo com outras Agências Internacionais 1) Food and Drug Administration (FDA) - Estados Unidos da América 1.1) Sobre a FDA A FDA é a agência governamental da organização administrativa responsável por regulamentar a aprovação e o uso de medicamentos, produtos para a saúde, cosméticos, alimentos e produtos de uso animal e veterinário nos Estados Unidos. - cobrança de taxas e garantir os benefícios previstos na legislação pelo pagamento das taxas pertinentes - oferecer informações aos profissionais de saúde que não estão previstas na bula do produto; - autorizar a modificação nos dizeres em embalagem de "Atenção: a Legislação Federal proíbe a dispensa sem prescrição" para apenas "Exclusivamente sob prescrição", etc. 2) The European Medicines Evaluation Agency (EMEA) - União Européia 2.1) Sobre a EMEA A EMEA é um órgão descentralizado da União Européia, com sede em Londres, inaugurado em 1995, cuja finalidade básica é estabelecer diretrizes científicas e dar suporte para questões que concernem a qualidade, a segurança e a eficácia dos produtos medicinais para uso humano e veterinário no âmbito da Europa comunitária. Sua criação foi determinada pelo Conselho de Ministros, que adotou o regulamento EEC nº. 2309/93 em 22 de julho de 19938 e diretivas no sentido de introduzir as modificações necessárias na legislação de produtos para uso humano e veterinário. Deontologia e Legislação Farmacêutica Prof. Marcello Rosa de Resende - melhores recursos científicos existentes nos limites da União Européia; - regulamentação de novos produtos farmacêuticos e por melhores informações prestadas aos usuários e profissionais de saúde; - farmacêuticos no mercado europeu; e - farmacêutica e ao desenvolvimento da indústria por meio de procedimentos operacionais eficientes e efetivos. 3) Comisión Federal para la Protección contra Riesgos Sanitarios (COFEPRIS) - México 4) Administración Nacional de Medicamentos, Alimentos y Tecnologia Medica (ANMAT) - Argentina - a proteção da população contra riscos por consumo - ou uso de água, alimentos, bebidas, medicamentos, equipamentos médicos, produtos de perfumaria, beleza e asseio, nutrientes vegetais, praguicidas, substâncias tóxicas ou perigosas e outros produtos, substâncias ou agentes físicos, químicos ou biológicos presentes no meio ambiente ou no trabalho, e a regulamentação dos anúncios publicitários de produtos que podem alterar sua saúde.
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