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FARMACOVIGILÂNCIA Profª. Ms. Tatiana Aramini FARMACOVIGILÂNCIA Brasil – 1976 lei 6360 – Notificação de eventos nocivos causados por produtos para a saúde; RDC nº 04 de 10 de fevereiro de 2009 – Dispõe sobre as normas de fármacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de uso humano; FARMACOVIGILÂNCIA •Estudos •PRÉ-CLÍNICOS • Estudos • PÓS-CLÍNICOS: • Estudos de FASE I • Estudos de FASE II • Estudos de FASE III • Estudos de FASE IV • Estudos PRÉ-CLÍNICOS •Em animais: • Toxicidade •Carcinogenicidade •Mutagenicidade • Teratogenicidade 4 FARMACOVIGILÂNCIA • Estudos PÓS-CLÍNICOS: • Estudos de FASE I • Estudos de FASE II • Estudos de FASE III • Estudos de FASE IV 5 FARMACOVIGILÂNCIA • Avaliação inicial em humanos (20 a 100) • Tolerância em voluntários saudáveis: • Maior dose tolerável • Menor dose efetiva • Relação dose/efeito • Duração do efeito • Efeitos colaterais • Farmacocinética no ser humano (metabolismo e biodisponibilidade) Fase I É o primeiro estudo em seres humanos em pequenos grupos de pessoas voluntárias, em geral sadias. Nestas pesquisas se propõe estabelecer uma evolução preliminar da segurança do medicamento. Fonte: ANVISA. FASE 1 • Primeiros estudos controlados em pacientes, para demonstrar efetividade potencial da medicação (100 a 300) • Indicação da eficácia • Dose efetiva Mínima • Confirmação da segurança • Biodisponibilidade e bioequivalência de diferentes formulações Fonte: ANVISA. FASE 2 • Estudos de larga escala, com diferentes populações de pacientes para demonstrar eficácia e segurança (população mínima aprox. 800) • Comparação do novo medicamento com placebo e medicamento de referência. • Estabelecimento do perfil terapêutico: • Indicações • Dose e via de administração • Contra-indicações • Efeitos colaterais • Medidas de precaução • Demonstração de vantagem terapêutica; Farmacoeconomia e qualidade de vida; • Risco/benefício a curto e longo prazo; • Exploram-se as reações adversas mais frequentes, interações clinicamente relevantes, principais fatores modificadores do efeito tais como idade etc. Fonte: ANVISA. FASE 3 • Após registro; • Detectar incidência de reações adversas pouco frequentes ou não esperadas (vigilância pós-comercialização) • Contínua – Enquanto o produto estiver no mercado. Fonte: ANVISA. FASE 4 Farmacovigilância: Um conjunto de procedimentos relacionados à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de reações adversas a medicamentos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a fármacos. CONCEITO • Detectar precocemente as reações adversas não reveladas nos ensaios clínicos; • Determinar a freqüência das RAM; • Identificar os fatores de risco e possíveis mecanismos relacionados às reações adversas; OBJETIVOS • ROFECOXIBE (VIOXX) – APROVADO EM MAIO DE 1999 • Estudo revelou que de 4 mil pacientes acompanhados por 9 meses, 101 apresentaram acidentes vasculares sérios; • EM 2004 MERCK RETIRA O PRODUTO DO MERCADO; • Produto alcançou a 13º posição entre medicamentos mais prescritos nos EUA; CERIVASTATINA (LIPOBAY) – BAYER SUSPENDEU EM 2001 100 MORTES POR RABDOMIÓLISE (DEGENERAÇÃO MUSCULAR) Exemplos • Suspeitas de reações adversas que são espontaneamente transmitidas pelos profissionais da saúde as empresas farmacêuticas ou centros de farmacovigilância. NOTIFICAÇÃO VOLUNTÁRIA Qualquer efeito prejudicial ou indesejado que se apresente após a administração de doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico ou tratamento de uma enfermidade. Reação adversa a medicamento (RAM) EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS A MEDICAMENTOS Qualquer ocorrência médica desagradável que pode aparecer durante um tratamento medicamentoso, mas que não necessariamente possui uma reação causal com o tratamento; Ex.: Doses acima do que está preconizado na literatura; paciente ficou grávida, erros de medicação, uso off label. EFEITO COLATERAL Desvio de qualidade de medicamentos– QUEIXA TÉCNICA É o afastamento dos parâmetros de qualidade estabelecidos para um produto ou processo, os quais são exigidos para sua comercialização e obtenção do registro. Em farmacovigilância são considerados DQMs as irregularidades técnicas do produto. Considera-se queixa técnica qualquer alteração organoléptica, bem como alterações físico-químicas, precipitações, dificuldade de solubilização, homogeneização e outras alterações gerais, como presença de partícula estranha, ausência de comprimido no blíster, rompimento de formas farmacêuticas sólidas e/ou contaminação por microrganismos. 2013 Exemplo 1: Presença de Corpo estranho Desvio de qualidade de medicamentos 2013 Exemplo2: Precipitação Desvio de qualidade de medicamentos 2013 Exemplo 3: Comprimidos Rachados Desvio de qualidade de medicamentos Quanto à severidade • Leves Reações de pequena importância e de curta duração. Podem não requerer tratamento. Não afetam substancialmente a vida normal do paciente. Ex: náusea, cefaléia, desconforto gástrico, etc. CLASSIFICAÇÃO DA RAM • Moderadas Alteram a atividade normal do paciente (falta ao trabalho ou à escola). Provocam hospitalização, ou requerem atenção em serviços de emergência. Ex: hepatite, parkinsonismo, convulsões, etc. CLASSIFICAÇÃO DA RAM Graves Ameaçam diretamente a vida do paciente. Ex: choque anafilático com penicilina. Fatais CLASSIFICAÇÃO DA RAM Menon et al., 2005. Informação de bula * Categorias opcinais Site do Centro de vigilância sanitária http://www.cvs.saude.sp.gov.br/eventos_adv.asp?x=farmaco Site da Anvisa: NOTIVISA http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm Como notificar INVESTIGAÇÃO DA RAM • É importante descartar a hipótese de problemas em processos de utilização de medicamentos, como: -Dose administrada foi adequada? - A via foi adequada? - A prescrição possui uma interação que pode ter potencializado a RAM? - Preparo / diluição foi feita da forma correta? - Armazenamento e transporte foram feitos dentro dos padrões estabelecidos? Exemplo de formulário utilizado em um hospital de SP Avaliação da Causalidade Algorítmo de Naranjo Qual medicamento causou a RAM? ALERTAS DE FARMACOVIGILÂNCIA Alerta é a informação sobre a segurança de um medicamento referente a determinado evento grave, que necessita de divulgação rápida e ampla. A busca de alertas têm como objetivo obter conhecimento sobre: - Suspensão de comercialização por desvios de qualidade; - Recolhimento de lotes do estoque; - Alteração / atualização de bula; Consulta de alertas http://portal.anvisa.gov.br/alertas http://fda.gov TECNOVIGILÂNCIA A Tecnovigilância compreende o sistema de vigilância de eventos adversos e queixas técnicas de produtos para a saúde (equipamentos, materiais, artigos médico-hospitalares, implantes, produtos para diagnóstico de uso "in-vitro") disponibilizados no mercado, com vistas a recomendar a adoção de medidas que garantam a segurança sanitária do uso desses produtos na promoção e proteção da saúde da população. Notificar um evento adverso ou queixa técnica associado ao uso de um produto para saúde significa comunicar um agravo à saúde do(s) paciente(s) ou usuários, efeito inesperado ou indesejável, ou falha entre outros, que comprometam a segurança sanitária do produto. Fonte: Centro de Vigilância Sanitária http://www.cvs.saude.sp.gov.br/apresentacao.asp?te_codigo=23 TECNOVIGILÂNCIA Como notificar: http://www.cvs.saude.sp.gov.br/eventos_adv.asp?x=tecno A) Sonolênciaexcessiva com o uso de diazepam Reação do tipo ____A____ B) Reação alérgica com penicilina Reação do tipo ____ B____ C) Efeitos antimuscarínicos como boca seca e retenção urinária com imipramina Reação do tipo ___ A_____ CLASSIFICAÇÃO DE RAM- VAMOS TREINAR? D) Crise hipertensiva em um paciente que utiliza: venlafaxina e captopril Reação do tipo ___F_____ E) Diarreia, gases e dores abdominais com uso de acarbose Reação do tipo ____ A____ F) Agranulocitose com o uso de dipirona Reação do tipo ___ B_____ G) Tosse seca com o uso de captopril Reação do tipo ___ A____ H) Gestação não desejada após uso de anticoncepcional com rifampicina Reação do tipo ___ F_____ Sobre o método Dáder : A) É um método de seguimento farmacoterapêutico que consiste em avaliar toda a medicação que foi prescrita pelo médico (sem considerar a automedicação), a fim de verificar possíveis PRM – problemas relacionados ao uso de medicamentos; B) Na necessidade de intervenção, esta é feita pelo farmacêutico. Por exemplo, aumento de dose de um anti- hipertensivo caso a pressão do paciente não esteja controlada; C) Uma vantagem do método é a agilidade, no mesmo dia da consulta e entrega dos medicamentos o paciente já saberá das possíveis intervenções. D) É um método de seguimento farmacoterapêutico que consiste em avaliar toda a medicação que o paciente utiliza (prescrita ou não prescrita pelo médico), a fim de verificar possíveis RNM – resultados negativos associados à medicação. E) É utilizado para identificar os resultados negativos associação à medicação tanto de pacientes que utilizam medicamentos de forma crônica, como para os pacientes que recebem uma prescrição pontual, por exemplo, um paciente que irá tratar uma infecção ou inflamação (sem ter qualquer patologia crônica); MÉTODO DÁDER- VAMOS TREINAR? Paciente L.O.F. sexo masculino, 30 anos de idade, esteve em consulta com o farmacêutico da unidade básica de saúde. O farmacêutico acompanha os pacientes que retiram medicamentos na UBS, tendo como base o método de seguimento DÁDER. Durante a entrevista, o paciente relatou como queixa de saúde, o fato de apresentar tosse seca persistente há 4 semanas. O paciente que foi recém diagnosticado com hipertensão, está utilizando há 6 semanas Captopril 25mg em duas tomadas diárias (manhã e noite) e hidroclorotiazida 50 mg em única tomada pela manhã. Analisando os dados obtidos na entrevista o farmacêutico avaliou a presença de um: A) RNM de inefetividade quantitativa. B) RNM de inefetividade não quantitativa. C) RNM de insegurança não quantitativa. D) RNM de insegurança quantitativa. E) RNM de necessidade (falta um medicamento para tratar a tosse seca). O paciente S.R.T. de 38 anos, sexo masculino tem prescrição atual de: Captopril 25 mg (1-0-1), hidroclorotiazida 25mg (1-0-0) ambos desde o diagnóstico de hipertensão há 8 anos. Além disso utiliza há 5 anos (desde o diagnóstico de diabetes tipo 2) a glibenclamida 5 mg (1-1-1); mais recentemente, devido à falta de controle glicêmico, foi incluído pelo endocrinologista o fármaco metformina 500mg (1-0-1), (desde 05/2016). Os parâmetros acompanhados por alguns dias indicam que a pressão arterial não está controlada. Paciente informa que não utiliza o anti-hipertensivo e o diurético todos os dias e por este motivo, eventualmente a pressão fica alterada (190 x 130 mmHg). Paciente também informa que há 3 meses apresenta um quadro de diarreia. Analisando o caso clínico e as queixas da paciente pode-se identificar como RNM: A) RNM de insegurança quantitativo para a hidroclorotiazida e RNM de necessidade (medicamento não necessário) para a metformina; B) RNM de insegurança não quantitativo para a metformina e RNM de necessidade (medicamento não necessário) para a hidroclorotiazida; C) RNM de ineficácia não quantitativo para o anti-hipertensivo e o diurético e também um RNM de insegurança quantitativo para o captopril; D) RNM de ineficácia quantitativo para o anti-hipertensivo e o diurético e também um RNM de insegurança não quantitativo para a metformina; E) Apenas o RNM de insegurança não quantitativo para metformina. • (pós/pré aula) Questões sobre o artigo: Acidentes com medicamentos. Como minimizá-los? 1) Diferencie evento adverso de reação adversa. 2) Diferencie RAM (reação adversa a medicamentos) de ERM (erros relacionados ao uso de medicamentos). Ambos podem ser evitados? Explique. 3) Quais pacientes são mais susceptíveis a apresentar reações adversas a medicamentos e interações medicamentosas? 4) Sistemas modernos de prescrição eletrônica incluem em sua interface o suporte a decisão clínica. Como isso pode ajudar a diminuir erros com medicamentos? Quais são as desvantagens citadas no artigo?
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