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Pacientes especiais: PEDIATRIA Profª Ms. Tatiana Aramini Farmácia clínica Heterogeneidade da população pediátrica FDA • Neonatos: até 30 días • Lactentes: 30 dias – 2 anos • Pré-Escolares: 2-6 anos • Escolares: 7 a 11 anos • Adolescentes: 12 a 18 anos A problemática do uso de medicamentos em crianças • ¼ dos medicamentos são aprovados para uso em crianças pelo FDA- EUA •Uso sem evidências na idade: faltam estudos! • Impossibilidade em estudos clínicos •As evidencias são observacionais “estudos de fase IV – farmacovigilância” • Uso off label Critérios para definir off label em Pediatria É utilizado fora da dose preconizada em bula Não tem informações pediátricas É afirmado que não foram realizados estudos pediátricos É explicitamente não recomendado / contra indicado em pediatria Em pediatria, é estimado que o uso off label seja maior que 90%, enquanto em adultos esse uso varie entre 7,5% e 40% das prescrições Dilema.... Prescrever medicamentos para crianças sem informações sobre a segurança e eficácia; Deixar os pacientes sem tratamento, no qual muitas vezes é imprescindível; realidade atual... Uso off label e de medicamentos não licenciados Dificuldades no cálculo de doses Adaptação de formulações Maior frequência de: Reações adversas a medicamentos Eventos adversos evitáveis Erros de medicação Baixa adesão a tratamento Falta de acesso a novos medicamentos Uso de medicamentos na pediatria O uso hospitalar ou ambulatorial de medicamentos não licenciados caracteriza o uso “off-label”, que constitui uma prática comum, expondo as crianças a riscos desnecessários. A falta de aprovação para uso pediátrico não significa que o medicamento seja contraindicado, mas não há evidências suficientes para garantir os benefícios (eficácia e segurança) naquela faixa etária. Como as apresentações comerciais não são para atender o paciente pediátrico é comum em hospitais a manipulação extemporânea para obtenção de uma solução / um xarope a partir de um comprimido; Farmácia de manipulação; Médico avalia risco x benefício; É importante estabelecer protocolos onde se faz uso de um medicamento em dose calculada. Participação das comissões hospitalares (CTF). Farmacocinética - RN Esvaziamento gástrico é menor; Especialmente nos prematuros o tempo de esvaziamento gástrico é ainda menor quando comparado aos neonatos não prematuros e lactentes. O tempo de esvaziamento gástrico se aproxima do adulto por volta de 8- 10 meses. Acloridria nos primeiros dias de vida. pH é praticamente neutro ao nascimento e decresce gradualmente até por volta de 2 anos de idade. Quanto maior o pH do estômago, maior é o grau de ionização e menor é a biodisponibilidade. Pode ser necessário aumento de dose. Em RN o tempo de peristaltismo é irregular e lento, ocorrendo aumento no tempo de absorção. RN prematuro – 1% de gordura RN não prematuro – 15% de gordura 1 ano de idade – 25% A absorção de fármacos por via IM é prejudicada devido ao fluxo sanguíneo reduzido no músculo esquelético. (leva mais tempo para fazer efeito). Não é via de escolha no RN. Farmacocinética - RN Distribuição: Em geral, hipoalbuminemia. BHE incompleta (maior penetração e ação no SNC) Metabolismo: Sistema enzimático prematuro nos primeiros 30 dias de vida. Especialmente no prematuro (capacidade de metabolização entre 50% a 70% menor quando comparado ao adulto). Excreção: imaturidade na função renal, só se aproxima da função adulta após completar (em média), um ano de vida. Farmacocinética - RN Fármaco T ½ no neonato (horas) T ½ Adulto (horas) Diazepam 25- 100 40 - 50 Digoxina 60-70 30- 60 Fenitoína Com idade 0-2 dias: 80 Com idade 3- 14 dias: 16 -20 12 – 18 hs Fenobarbital Com idade 0- 5 dias: 200 Com idade 5-15 dias: 100 64 – 140 hs Teofilina 13- 26 5- 10 Exemplos de alterações de T1/2 Fármaco Absorção Oral Ampicilina Aumentada Diazepam Normal Digoxina Normal Fenitoína Diminuída Fenobarbital Diminuída Paracetamol Diminuída Penicilina G Aumentada Exemplo de fármacos com alterações na absorção oral no RN Exemplos de medicamentos utilizados em pediatria Agente Forma Farmacêutica Dose diária Dose máxima Intervalo (horas) Paracetamol Sol. Oral 200mg/ml Comp. 500 e 750 mg 10 a 15 mg/kg/dia 100mg/kg/dia 4-6 Ibuprofeno Supensão Oral 20 mg/ml Comp.300 e 600 mg 5- 10 mg/kg/dose 40mg/kg/dia 6-8 Exemplos de medicamentos utilizados em pediatria Agente Forma Farmacêutica Dose Diária Dose máxima Intervalo (horas) Amoxicilina Susp. Oral 20 a 50mg/kg 3g dia 8 – 12 Amoxicilina + ácido clavulânico Susp. Oral 20- 40 mg/kg 2g dia 8 - 12 Azitromicina Susp. Oral 10mg/kg 0,5g dia 24 Cefaclor Susp. Oral 20 – 40mg/kg 2 g dia 8 – 12 Cefalexina Susp. Oral 25 – 50 mg/kg 4g dia 6 Claritromicina Susp. Oral 30- 50 mg/kg 1g 12 Metronidazol Susp. Oral 30 mg/kg 4g 6-8 Medicamento Forma farmacêutica Dose diária Dose máxima Intervalo (Horas) Bromoprida Sol Oral e comprimidos 0,5- 1,0 mg/kg - 6 -8 h Dimenidranato Sol Oral 1,25 mg/kg 300mg 6 h Domperidona Susp Oral e comprimidos 2,5 mg para cada 10 kg - 8 h Metoclopramida Sol Oral 0,5 mg/kg 15 mg 8 h Salbutamol Aerossol e sol para nebulização 0,1 – 0,15 mg/kg/dose e 0,1 – 0,3 mg / kg respectivamente 2 mg /dose 6 – 12 h Beclometasona Aerossol 50 mcg/dose 1- 2 inalações 250 mcg 12 h Prednisolona Sol Oral 3mg/ml 1 – 2 mg / kg - 12 – 24 h Exemplos de medicamentos utilizados em pediatria Medicamento Forma Farmacêutica Dose Diária Dose Máxima Intervalo (horas) Ácido Valpróico Xarope 250mg/5ml 10 – 15 mg/kg 30 – 60 mg/kg (manutenção) - 8 , 12 ou 24 h Carbamazepina Xarope 100mg/5ml 5mg/kg (inicial) 10 – 20 mg/ kg (manutenção) 35 mg/kg 6- 12 h Fenitoína Susp Oral 25 mg/ml 15 – 20 mg/kg (ataque) 5- 6 mg/kg (manutenção) 300 mg / dia 2 – 4 h 8 h Fenobarbital Sol Oral 40 mg/ml 3,5 – 5 mg/kg 20 mg/kg 12- 24 h Exemplos de medicamentos utilizados em pediatria Formas farmacêuticas Optar por xaropes, efervescentes, pó para suspensão Evitar comprimidos orais (quando há dificuldade para deglutição), evitar IM/EV (doloroso). Sabor agradável para facilitar a adesão RISCO: pode ser um atrativo que incentive à intoxicação. Manter medicamentos longe de crianças RISCOS... 28 RISCOS... 29 RISCOS... 30 RISCOS... 31 Via de administração x técnica Medidores x Utensílios domésticos 32 UTILIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS DOSES DE MEDICAMENTOS PARA CRIANÇAS Doses para crianças 33 UTILIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS Volumes variáveis: colher de chá – 2,5 – 7,8 mL DOSES DE MEDICAMENTOS PARA CRIANÇAS Doses para crianças 34 UTILIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS Medidas seguras: colheres calibradas ou seringas DOSES DE MEDICAMENTOS PARA CRIANÇAS RISCOS... 35 Via de administração x técnica Forma Farmacêutica Medidores 36 RISCOS... RISCOS... 37 Via de administração x técnica Forma Farmacêutica Medidores Cor e sabor 38 RISCOS... DOSES Não há consenso em relação à determinação da posologia em crianças. Em geral as fórmulas usam peso, idade e superfície corporal; Reajustes de doses são necessários até o peso de 30 kg. Acima desse peso, considera-se a dose do adulto. A dose máximacalculada não deve superar a dose do adulto. Precrição de fármacos em pediatria Abaixo de 10 kg (usar como referencia o peso) Acima de 10 kg preferencia por calculo de superfície corpórea mg/kg/dia mg/m2/dia Sempre que não há dose para criança, muito provavelmente este medicamento não foi testado o suficiente, necessitando de indicação e monitoramento criterioso. Deve-se evitar o uso de medicamentos novos! Precrição de fármacos em pediatria Nomograma utilizado para cálculo de superfície corporal. A superfície corporal é obtida pelo ponto de interseção entre a estatura e o peso da criança. Superfície corpórea 21,500 x 4 + 7 = 86 + 7 = 93 ____________________ 21,500+90 = 111,5 SC= 0,83408071 SC = 0,83 Dose= 0,83 / 1,73 x 50mg Dose = 0,4797... X 50 Dose= 23,9884 mg Dose = 24 mg Exemplo: criança tem 21,500 kilos Supondo que a dose do adulto é de 50 mg Outras fórmulas O farmacêutico deve orientar aos pais: Diagnóstico foi feito pelo médico Nome correto do medicamento Posologia e duração do tratamento (explicar a importância da adesão ao tratamento) Efeitos que podem ocorrer com o uso do medicamento Precrição de fármacos em pediatria Baixa adesão em pediatria Poder aquisitivo Educação, religião Esquema de administração complicado Horarios (horário escolar) Formulação não atrativa Dificuldade de tomar o medicamento (engolir) Eventos adversos por falha de orientação Pais não alfabetizados Modelo de orientação de alta para cuidadores não alfabetizados
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