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GUIA FARMACOTERAPÊUTICO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE 2013 ARTUR VIRGÍLIO DO CARMO NETO Prefeito ANTONIO EVANDRO MELO DE OLIVEIRA Secretário Municipal de Saúde LUBÉLIA SÁ FREIRE DA SILVA Subsecretária de Gestão da Saúde ADA FROTA OLIVEIRA DE CARVALHO Subsecretária de Administração ANGELA MARIA LOUREIRO DA SILVA Diretora do Departamento de Redes de Atenção NILSON MASSAKAZU ANDO Diretor do Departamento de Atenção Primária JEAN ABREU Diretor do Departamento de Logística MARIA VANDA DA SILVA VIANA Gerente de Assistência Farmacêutica DANIELA MARTINE SANTOS Chefe da Divisão de Medicamentos e Insumos 2013 COMISSÃO PERMANENTE DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA MARIA VANDA DA SILVA VIANA Gerente de Assistência Farmacêutica ARLINDO FRANÇA ALEXANDRE FILHO Chefe de Setor de Assistência Farmacêutica do Distrito de Saúde Norte JULIANNE DE QUEIROZ BESSA Chefe de Setor de Assistência Farmacêutica do Distrito de Saúde Sul CRISTIANO ALVARES DE ARAUJO Chefe de Setor de Assistência Farmacêutica do Distrito de Saúde Leste MARCELO DE OLIVEIRA BATISTA Chefe de Setor de Assistência Farmacêutica do Distrito de Saúde Oeste Carla Natércia Bezerra Cabral Presidente – Farmacêutica Ana Fátima Carvalho e Silva Vice-Presidente – Farmacêutica Renata Feitosa de Oliveira 1ª Secretária – Farmacêutica Ivana Andrade Vieira 2ª Secretária – Farmacêutica Alexandre dos Santos Souza Médico Fred Jobim Médico Sandra Alves Paes Leme Enfermeira Rita de Cássia Castro de Jesus Enfermeira ELABORAÇÃO Vitória Régia de Macedo Gonçalves Albuquerque Marinheiro Odontóloga Elizomária Gonçalves Lima Farmacêutica Simone Sena de Almeida Farmacêutica Vanessa Duarte Gomes Pedroso Farmacêutica Delson Tavares de Freitas Júnior Farmacêutico Arakén César Amorim Cavalcanti Farmacêutico Marcélia Célia Couteiro Lopes Farmacêutica Mie Muroya Guimarães Farmacêutica Vitor Renato Carvalho e Silva Farmacêutico Katiucha de Castro Nigro Assistente em Administração Vitor Renato Carvalho e Silva Farmacêutico COLABORAÇÃO REVISÃO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO ÁCIDO FÓLICO ALBENDAZOL ALENDRONATO DE SÓDIO AMITRIPTILINA, CLORIDRATO AMOXICILINA ANLODIPINO, BESILATO ATENOLOL ATROPINA AZITROMICINA BECLOMETASONA, DIPROPIONATO BENZILPENICILINA BENZATINA BENZILPENICILINA POTÁSSICA BENZILPENICILINA PROCAÍNA + BENZILPENICILINA POTÁSSICA BIPERIDENO, CLORIDRATO CAPTOPRIL CARBAMAZEPINA CARBONATO DE CÁLCIO APRESENTAÇÃO ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA EM MANAUS PARTE I – TEMAS EM ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA COMISSÃO PERMANENTE DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA NA SEMSA CENTRAL DE MEDICAMENTOS PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS Prescrição de medicamentos padronizados Prescrição de medicamentos pelo Enfermeiro DISPENSAÇÃO Dispensação de medicamentos na SEMSA Procedimentos para dispensação de Antimicrobianos PARTE II – MONOGRAFIAS DOS MEDICAMENTOS DA REMUME SUMÁRIO CARBONATO DE CÁLCIO + COLECALCIFEROL CARBONATO DE LÍTIO CEFALEXINA SÓDICA OU CEFALEXINA MONOIDRATADA CLINDAMICINA, CLORIDRATO E FOSFATO CLOMIPRAMINA, CLORIDRATO CLONAZEPAM CLORIDRATO DE BUPROPIONA CLORETO DE SÓDIO CLORPROMAZINA, CLORIDRATO DEXAMETASONA DIAZEPAM DIGOXINA DIPIRONA ENALAPRIL, MALEATO ERITROMICINA, ESTEARATO ETINILESTRADIOL + LEVONORGESTREL ESPIRAMICINA ESTRIOL FENITOÍNA SÓDICA FENOBARBITAL FENTANILA FOLINATO DE CÁLCIO FLUCONAZOL FLUOXETINA FUROSEMIDA GENTAMICINA, SULFATO GLIBENCLAMIDA GLICLAZIDA HALOPERIDOL HIDROCLOROTIAZIDA HIDROCORTISONA IBUPROFENO INSULINA HUMANA NPH E INSULINA HUMANA REGULAR ISOFLURANO IVERMECTINA LEVONORGESTREL LEVODOPA + BENSERAZIDA LORATADINA LOSARTANA POTÁSSICA MEDROXIPROGESTERONA, ACETATO METFORMINA, CLORIDRATO METILDOPA METILPREDNISOLONA METOCLOPRAMIDA, CLORIDRATO METRONIDAZOL MICONAZOL, NITRATO MIDAZOLAM, CLORIDRATO MORFINA NISTATINA NORETISTERONA NORETISTERONA, ENANTATO + ESTRADIOL, VALERATO OMEPRAZOL PARACETAMOL PERMETRINA PIRIMETAMINA PREDNISOLONA, FOSFATO SÓDICO PREDNISONA PROMETAZINA PROPRANOLOL, CLORIDRATO PROPOFOL RANITIDINA, CLORIDRATO RETINOL, PALMITATO RISPERIDONA SAIS PARA REIDRATAÇÃO SALBUTAMOL SINVASTATINA SULFADIAZINA SULFADIAZINA DE PRATA SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA SULFATO FERROSO TIAMINA, CLORIDRATO TIOPENTAL TIMOLOL, MALEATO VALPROATO DE SÓDIO ESPINHEIRA SANTA (Maytenus ilicifolia) GUACO (Mikania glomerata) PARTE III - DESINFETANTES E ANTISSÉPTICOS PARTE IV – APÊNDICES Apêndice A – Fármacos e Gravidez Apêndice B – Lactação e Fármacos Apêndice C – Relação Municipal de Medicamentos Essenciais O Guia Farmacoterapêutico da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) deve ser usado como um instrumento de consulta rápida que orienta a prescrição e dispensação de medicamentos, visando a promoção de seu uso racional. Os medicamentos estão disponibilizados em informes técnicos, contemplando informações como: apresentação padronizada pela SEMSA; indicações; contraindicações; precauções; esquemas de administração; efeitos adversos; interações medicamentosas; orientações ao paciente; e aspectos farmacêuticos. Além disso, são abordados procedimentos de relevância na rotina das ações em saúde na instituição: prescrição e dispensação racional de medicamentos, prescrição de medicamentos pela enfermagem, orientações quanto ao manejo e diluição de desinfetantes padronizados, entre outros. O Guia Farmacoterapêutico faz uma breve descrição sobre que medicamentos são dispensados em cada EAS, o programa SAE (Serviço de Atendimento Especializado) oferecido por algumas Policlínicas a pacientes HIV positivos. As buscas pelos temas aqui apresentados podem ser efetuadas, no início, pelo sumário ou, no final, pelo índice remissivo. Os medicamentos constantes na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) estão organizados por ordem alfabética de seus princípios ativos. Comissão Permanente de Farmácia e Terapêutica/SEMSA APRESENTAÇÃO PARTE I – TEMAS EM ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA O Sistema Único de Saúde (SUS) foi estabelecido a partir da Constituição Federal de 1988 e promulgado pela Lei orgânica da saúde 8.080, de 1990, conferindo ao Estado o papel de assegurar à população os princípios de universalidade e equidade no atendimento e de integralidade das ações e serviços de saúde, incluindo a Assistência Farmacêutica. Uma das diretrizes fundamentais da Política Nacional de Medicamentos (PNM) é a reorientação da Assistência Farmacêutica, de modo que o modelo adotado não se restrinja apenas à aquisição e à distribuição de medicamentos, envolvendo assim todas as atividades relacionadas à promoção do acesso da população aos medicamentos e seu uso racional. O Ministério da Saúde preconiza que a Assistência Farmacêutica estabeleça uma atividade multidisciplinar e articulação permanente com áreas técnicas, administrativas, coordenações de programas estratégicos de saúde – Hanseníase, Tuberculose, Saúde Mental, Programa Saúde da Família (PSF), Vigilância Sanitária, Epidemiológica, área administrativo-financeira, planejamento, material e patrimônio, licitação, auditoria, Ministério Público, órgãos de controles, Conselho de Saúde, profissionais de saúde, entidades de classe, universidades, fornecedores e setores de comunicação da Secretaria, entre outros segmentos da sociedade, para melhor execução, divulgação e apoio às suas ações (Figura 1). A Assistência Farmacêutica no Municípiode Manaus está relacionada com a efetuação de atividades relacionadas ao medicamento, as quais constituem um CICLO que compreende: a seleção, a programação, a aquisição, o armazenamento e distribuição, o controle da qualidade e utilização – nesta compreendida a prescrição e a dispensação – o que deverá favorecer a permanente disponibilidade dos produtos segundo as necessidades da população, identificadas com base em critérios epidemiológicos. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO MUNICÍPIO DE MANAUS Figura 1. Fonte: MS, Assistência Farmacêutica na Atenção Básica, 2006. O Plano Municipal de Assistência Farmacêutica, parte integrante do Plano Municipal de Saúde, foi implementado em 2010 e constitui uma ferramenta gerencial importante para o planejamento, programação, execução, monitoramento e avaliação de atividades da Assistência Farmacêutica no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde. Esse plano inclui diretrizes com propósito de contribuir para qualidade de vida, integrando ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde (quadro 1). Quadro 1. Diretrizes da Política Municipal de Assistência Farmacêutica 1. Elaboração a Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) 2. Realização da gestão do Ciclo de Assistência Farmacêutica 3. Assegurar a programação e a aquisição de medicamentos em quantidade e tempo 4. Assegurar o acesso a medicamentos seguros quanto à manutenção das suas características físico-químicas 5. Contribuição com a prescrição racional de medicamentos 6. Realização de dispensação de medicamentos adequada na SEMSA 7. Implantação da Política Municipal de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 8. Democratizar informações e subsidiar as reflexões sobre as políticas de medicamentos, as ligadas a questões operacionais e de organização dos serviços 9. Gerenciamento adequado de resíduos sólidos de serviços de saúde, de forma a proteger a saúde e o meio ambiente dos riscos gerados pelos mesmos. 10. Atuação nas atividades clínicas de forma a contribuir com o desenvolvimento de um processo de utilização racional de medicamentos. Fonte: DIVAF/SEMSA(2009). Assim, a Assistência Farmacêutica deve ser abordada como um dos componentes da promoção integral à saúde que pode utilizar o medicamento como um importante instrumento para o aumento da resolutibilidade do atendimento ao usuário. Desde a década de 1970, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os governos adotem listas de medicamentos essenciais como política fundamental para a garantia de acesso das populações a medicamentos seguros, eficazes e custo-efetivos, voltados ao atendimento de suas doenças mais prevalentes e que estejam disponíveis em quantidades adequadas. A Política Nacional de Medicamentos (PNM), constituída pela Portaria 3.916/98, estabelece como uma de suas diretrizes gerais a adoção da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) pelos Sistemas de Saúde Estaduais e Municipais. Um aspecto inquestionável favorecido pela RENAME é o uso racional de medicamentos. Assim, o fato de os medicamentos da RENAME serem selecionados com base em critérios de eficácia, segurança e custo- efetividade faz com que algumas dimensões do uso racional sejam alcançadas. A utilização inadequada dos medicamentos pode gerar consequências como: efeito terapêutico ineficiente, reações adversas, efeitos colaterais, interações medicamentosas e aumento da resistência bacteriana aos antimicrobianos. Assim, é indispensável ao gestor da saúde utilizar ferramentas que possam orientá-lo para a tomada de decisão dos medicamentos que farão parte do elenco padronizado em sua instituição. Uma estratégia reconhecida para organizar as ações voltadas para utilização de fármacos é a criação de uma Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), estabelecendo-se como importante instrumento, para que o gestor possa tomar melhores decisões baseadas em diretrizes estabelecidas. A Comissão Permanente de Farmácia e Terapêutica (CPFT) da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) de Manaus foi constituída por meio da Portaria 442/2011. Esse comitê possui instância de caráter consultivo e de assessoria à SEMSA. Está vinculada à Gerência de Assistência Farmacêutica e tem como objetivo formular e implementar políticas institucionais relacionadas à seleção, à prescrição e ao uso racional de medicamentos, em um processo dinâmico, participativo, multiprofissional e multidisciplinar, para assegurar a melhoria na qualidade da assistência prestada à saúde e terapêutica eficaz e segura. A CPFT/SEMSA é constituída por uma equipe multiprofissional, representada por membros gestores da instituição e profissionais de diferentes competências dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde: 02 médicos, 02 enfermeiros, 02 odontólogos e 12 farmacêuticos. COMISSÃO PERMANENTE DE FARMÁCIA E TERAPÊUTICA Entre outras atribuições desta Comissão estão a avaliação, a educação e a consultoria aos profissionais da instituição sobre todas as questões relacionadas ao uso de medicamentos e produtos para a saúde, incluindo a pesquisa clínica; seleção dos fármacos, desenvolvimento e atualização do guia farmacoterapêutico; validação dos protocolos de tratamento elaborados pelos diferentes serviços; definição de critérios de adoção de medicamentos não padronizados; formulação de diretrizes para prescrição; assessorar o Departamento de Logística - DELOG na implementação do serviço de aquisição, distribuição e uso de medicamentos; promoção de ações que estimulem o uso racional de medicamentos; atividades de farmacovigilância; avaliação da qualidade relacionada à distribuição, à administração e ao uso de medicamentos; definição estudos de utilização de medicamentos para elaborar recomendações sobre o uso racional dos fármacos. A Central de medicamentos fica localizada no Departamento de Logística – DELOG. Este departamento exerce as atividades que compõem a cadeia logística de aquisição, recepção, transporte e distribuição dos produtos conforme solicitação do Estabelecimento Assistencial de Saúde (EAS) da Secretaria Municipal de Saúde, onde são destinados ao usuário final ou administrados diretamente ao paciente. Os medicamentos e produtos para a saúde (químico-cirúrgicos, produtos para uso laboratorial, para fins diagnósticos e de uso odontológico) são distribuídos em suas embalagens originais (externas, primárias e secundárias) aos EAS: Hospital- maternidade, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Unidades Móveis de Saúde, Farmácias Gratuitas, Policlínicas, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF), Módulos de Saúde da Família (MSF), Postos de Saúde Rural (PSR), Unidades Fluviais, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). O setor executa a gestão de programação, aquisição, recebimento, armazenamento e distribuição de medicamentos e produtos para a saúde, contando com a supervisão e monitoramento do Responsável Técnico conforme categoria de produto de sua competência: farmacêutico (medicamento e químico-cirúrgico), farmacêutico bioquímico (produtos diagnósticos e laboratoriais) e odontólogo (produtos de uso odontológico). A atribuição do Responsável Técnico em armazenagem, distribuição e transporte tem como objetivo garantir que o produto mantenha todas as suas características, assegurando assim qualidade e eficácia em seu uso. O profissional deverá garantir que as atividades operacionais estejam dentro das normas de qualidade e das Boas Práticas de Distribuição previstas em legislação, por meio da implantação de procedimentos escritos e treinamento, com registros e certificados de comprovação (CRF/SP, 2009). A distribuição dos medicamentos e produtospara a saúde da SEMSA é efetuada baseada na análise do consumo, elaborada pelo EAS, consoante cronograma previamente estabelecido. O fluxo e o calendário de abastecimento são elaborados pela gerência de, medicamentos e de produtos para a saúde e CENTRAL DE MEDICAMENTOS almoxarifado de modo que a periodicidade de distribuição considere a capacidade e condições de armazenamento de cada EAS, bem como seu potencial de consumo. Os EAS consolidam mapas de consumo mensal, que são remetidos às Subgerências de Assistência Farmacêutica dos Distritos Municipais de Saúde: Norte, Sul, Leste, Oeste e Rural. Estes, por sua vez, consolidam os mapas de consumo de suas áreas de abrangência, enviando-os ao DELOG. As Unidades de Saúde devem informar as suas necessidades para abastecimento no mapa mensal, elaborado com o padrão de medicamentos e produtos para a saúde conforme a complexidade dos serviços oferecidos e o perfil epidemiológico da população atendida. Os mapas são analisados para garantir o controle da distribuição em quantidades adequadas e de forma eficiente e racional, analisando-se a quantidade solicitada, estoque existente e consumo do EAS e o estoque existente no DELOG. A Padronização de medicamentos visa assegurar o uso correto dos medicamentos com economia de recursos sem comprometimento da qualidade. Seu objetivo principal é de promover o uso racional do medicamento, otimizando o atendimento ao usuário, garantindo a segurança na prescrição e reduzindo a incidência de reações adversas. Além disso, pode ser observada a redução de custo e aumento da qualidade farmacoterapêutica, sem prejuízo para a segurança e efetividade do tratamento. A seleção de medicamentos constitui a etapa decisiva no ciclo de assistência farmacêutica e envolve cautela na definição dos fármacos a padronizar. A seleção dos medicamentos foi efetuada de acordo com medicamentos registrados no Brasil. Fazem parte desta relação medicamentos constantes na RENAME, seguindo critérios de inclusão definidos em regimento interno pela CPFT/ SEMSA: Medicamentos com eficácia comprovada de acordo com condutas baseadas em evidências; Segurança do medicamento, selecionando os de mais baixa toxicidade; Medicamentos com maior comodidade de administração, de maneira que favoreça a adesão ao tratamento; Fármacos que tenham informações sobre biodisponibilidade e parâmetros farmacocinéticos; Medicamentos com maior estabilidade nas condições de armazenagem e uso; Padronização de medicamentos cujo custo do tratamento seja menor, resguardando a qualidade dos mesmos; Especialidades farmacêuticas com único princípio ativo, evitando, sempre que possível, as associações medicamentosas, exceto aquelas que evidenciam aumento de eficácia ou diminuição de resistência microbiana; Apresentações farmacêuticas com indicação para mais de uma doença; Não inclusão de medicamentos que concorram com a mesma eficácia e efetividade. A REMUME será revisada a cada dois anos e contempla a padronização de componentes da atenção básica, média e alta complexidade, servindo como um PADRONIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS instrumento-guia de orientação para prescrição, dispensação e utilização racional de medicamentos. PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PADRONIZADOS A PNM descreve a prescrição como o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente, com a respectiva dosagem e duração do tratamento, servindo como documento pelo qual se responsabilizam tanto quem prescreve como quem dispensa. A prescrição é a forma de comunicação entre prescritor, farmacêutico, cuidador e usuário. A má interpretação do receituário é fator determinante nas ocorrências de falhas de dispensação, mau uso do fármaco, inefetividade do tratamento, resultando no aparecimento de agravos de saúde. A Organização Mundial de Saúde estabeleceu indicadores de qualidade de uma prescrição: Quantidade de medicamentos prescritos por receita; Percentual de medicamentos descritos pela Denominação Comum Brasileira (DCB); Quantidade de pelo menos um antimicrobiano; Quantidade de pelo menos um injetável; Prescrição de fármacos constantes na lista de medicamentos essenciais. A prescrição racional depende da escolha terapêutica em doses apropriadas para o paciente específico, levando-se em consideração as melhores diretrizes clínicas e o acesso aos medicamentos pelo usuário. A uniformização das prescrições é um dos benefícios observados com a adoção de medicamentos essenciais na padronização de uma instituição, pois é assegurada a administração de fármacos que tenham comprovado valor terapêutico. A falta de acesso aos medicamentos e o uso de doses inadequadas resultam em morbidade e mortalidade sérias, particularmente, para infecções da infância e doenças crônicas, como a hipertensão, diabetes, epilepsia e desordens mentais. O uso inadequado e o uso excessivo de medicamentos desperdiçam recursos - muitas vezes, fora das possibilidades de pagamento pelos pacientes - e resultam em dano significante ao paciente, por conta dos resultados insatisfatórios e das reações adversas aos medicamentos. (CFF, 2003). As inadequações das prescrições quanto aos aspectos legais constituem, também, hábitos prescritivos frequentes que envolvem o não atendimento do receituário do usuário na unidade de dispensação, resultando em retorno ao serviço de saúde, origem de sua prescrição, ocasionando atraso no estabelecimento da farmacoterapia recomendada, bem como no comprometimento da adesão ao tratamento. Segundo o manual de orientações básicas para prescrição médica do Conselho Federal de Medicina, dados como o nome do medicamento, forma farmacêutica, concentração, via de administração, orientações de uso, data da prescrição, assinatura e número de inscrição no respectivo conselho profissional são considerados itens essenciais a uma prescrição. “Além do aparato legal, existem aspectos éticos importantes relacionados ao ato da prescrição. Um dos princípios fundamentais do código de ética médico é de que o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional. A partir disso, estabelece que seja vedado ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar folhas de receituários em branco, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos (CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 1988)”. As regulamentações relacionadas à prescrição mais amplamente difundidas são: Lei 5.991, de 17 de dezembro de 1973; Lei 9.787, de 10 de fevereiro de 1999; RDC 44, de 17 de agosto de 2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e Resolução 357, de 20 de abril de 2001 do Conselho Federal de Farmácia (CFF). De acordo com essas normas a prescrição deverá ser realizada de forma clara, compreensível, por extenso e de modo legível, não contendo rasuras, em conformidade com a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, utilizando-se, obrigatoriamente, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Denominação Comum Brasileira (DCB). Além disso, o Brasil apresenta normas legislatórias específicas para prescrição de antimicrobianos, a RDC 20, de 05 de maio de 2011, e para prescrição de substâncias sujeitas à controle especial, a Portaria 344, de 12 de maio de 1998 e suas atualizações. A Tabela 1 traz uma breve descrição das principais legislações referentes à prescrição de medicamentos. Tabela 1- Legislações pertinentes à prescrição de medicamentos Título No Data Ementa Origem Lei Federal 5.991 17/12/1973 Estabelece o controle sanitário de medicamentos e insumos Ministério da Saúde Lei Federal 9.787 10/02/1999 Rege sobre a política de utilização de medicamentos genéricos Ministérioda Saúde Portaria 344 12/05/1998 Regulamenta as substâncias sujeitas à controle especial ANVISA Resolução da Diretoria Colegiada 44 17/08/2009 Dispõe sobre as boas práticas farmacêuticas em farmácias e drogarias ANVISA Resolução da Diretoria Colegiada 20 10/05/2011 Regulamenta o controle e a prescrição de substâncias antimicrobianas ANVISA Resolução 357 20/04/2001 Dispõe sobre as boas práticas farmacêuticas CFF Os profissionais da saúde envolvidos nas etapas de prescrição, dispensação e administração de fármacos são obrigados a respeitar as orientações da prescrição do medicamento, desde que esta siga os preceitos legais e esteja adequadamente fundamentada (FIOCRUZ). PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO ENFERMEIRO Sempre muito questionada, a prescrição de medicamentos pelo enfermeiro é reconhecida legalmente não só pela Lei do Exercício Profissional, mas também por portarias ministeriais e pela Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, conforme vemos a seguir. A Lei n° 7.498, de 25 de julho de 1986 (que dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem), apresenta de forma clara que “o Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem cabendo-lhe” (art. 11): privativamente (inc.I) a “consulta de enfermagem” (alínea”i”). E “como integrante da equipe de saúde” (inc. II): a “prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde” (alínea “c”). Diante da necessidade de não interromper as ações normatizadas dos programas de saúde, destinados principalmente ao pré-natal, diabetes mellitus, tuberculose, DST e outros, e com base na portaria nº 1.625, de 10 de julho de 2007, do Ministério da Saúde, a SEMSA em sua Portaria nº 365/2007-GABIN/SEMSA resolve oficializar as ações destinadas não só aos profissionais médicos, mas também aos enfermeiros no atendimento da Atenção Primária, respaldada em consenso entre os respectivos conselhos de classe. Desta forma apresenta como atribuições do enfermeiro, além da realização de assistência integral aos indivíduos, a realização de consulta de enfermagem, a solicitação de exames complementares e a prescrição de medicamentos, desde que observadas as disposições legais, protocolos e/ou normas técnicas estabelecidas pelo Ministério da Saúde e pelos gestores das esferas estaduais, municipais ou distrito federal. Vale ressaltar outro documento que também apresenta essa atribuição do enfermeiro que é a Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, do Ministério da Saúde, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para sua organização, para a Estratégia Saúde da Família (ESF). No capitulo II da RDC nº 20 de 05 de maio de 2011 (que estabelece as normas quanto à prescrição e controle de substâncias antimicrobianas) está previsto que a prescrição desses medicamentos deverá ser realizada por profissionais legalmente habilitados. Logo, a ANVISA orienta, conforme a Lei nº 7498/86, que os enfermeiros devidamente habilitados poderão prescrever os medicamentos antimicrobianos quando estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, porém, a prescrição não poderá ser realizada no setor privado. Sendo assim, a prescrição de medicamentos pelo enfermeiro, desde que realizado com responsabilidade e capacitação, tem bases legais e contribui significativamente com a redução dos agravos em saúde, não só no município de Manaus, mas também por todo o país. A Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, adota a seguinte definição para dispensação: “ato de fornecimento ao consumidor de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não”. Porém a dispensação, sob o ponto de vista técnico, não se restringe apenas ao ato de entregar o medicamento, ela vai além do fornecimento do produto. Em 1998, a PNM promove outra visão relacionada a esta prática. A dispensação é uma das atividades da assistência farmacêutica e é privativa do farmacêutico: “Dispensação é o ato profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado.” Neste ato o farmacêutico informa e orienta o usuário sobre o uso adequado do medicamento: a que horas e como tomar o medicamento, horário da tomada do medicamento em relação ao horário das refeições, tratamentos não medicamentosos, cuidados gerais; advertências quanto à dose máxima diária, a possíveis interações com outros medicamentos, com álcool, com alimentos, quanto ao risco de suspender o medicamento; orientações sobre o efeito do medicamento (objetivo do uso, início do efeito, o porquê da duração do tratamento); orientações sobre efeitos adversos (quais esperar, quanto tempo duram, como controlá-los, o que fazer se ocorrerem). Semelhante à PNM, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que para se promover o uso racional de medicamentos é necessário que a dispensação seja efetuada em condições adequadas, com orientação e responsabilidade, a fim de que a terapêutica seja efetiva e segura. DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS NA SEMSA Os medicamentos constantes na REMUME serão fornecidos aos usuários gratuitamente. Em relação à dispensação de medicamentos, as receitas somente serão atendidas se estiverem prescritas de acordo com aspectos legais e técnicos, contendo as seguintes informações: DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS a) Identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e quantidade; b) Modo de usar ou posologia; c) Duração do tratamento; d) Data da emissão; e) Que estiver escrita por extenso e de modo legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais; f) Que contiver a assinatura do profissional, endereço do consultório ou residência ou instituição, e o número de inscrição no respectivo Conselho profissional; g) O receituário de medicamentos antimicrobianos e entorpecentes ou a estes equiparados e os demais sob regime de controle, de acordo com a sua classificação, obedecerão às disposições da legislação federal específica; h) Quando a dosagem do medicamento prescrito ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidades o responsável técnico pelo estabelecimento solicitará confirmação expressa ao profissional que a prescreveu. PROCEDIMENTOS PARA DISPENSAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS De acordo com a RDC nº 20/2011, a receita deve ser prescrita em receituário simples, em duas vias e conter o nome completo, idade e sexo do paciente, com validade de 10 dias após a data de emissão. Desta forma, todos estes dados devem ser preenchidos pelo prescritor. A inclusão dos dados de idade e sexo na receita visa o aperfeiçoamento do monitoramento do perfil farmacoepidemiológico do uso destes medicamentos no país, a ser realizado por meio da escrituração destes dados no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados/SNGPC, conforme previsto nos Artigos 13 e 16 da RDC nº 20/2011. A RDC nº 20/2011 determina que a dispensação deva atender essencialmente ao que foi prescrito. Desta maneira, sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade exatamente prescrita para o tratamento, podendo para tanto, utilizar-se de apresentação fracionável, conforme a RDC nº 80/2006 (medicamentos fracionados). Nos casos em que não for possível a dispensação da quantidade exata por motivos de inexistência, na farmácia, de apresentação farmacêutica com a quantidade adequada ao tratamento, a preferência deve ser dada à dispensação de quantidade superior mais próxima ao prescrito, de maneira a promover o tratamento completo ao paciente. A dispensação em quantidade superior deve ser realizada somente nos casosestritamente necessários, uma vez que este procedimento acarreta sobra de medicamentos para o paciente, elevando o risco de automedicação, bem como gerando consequências em relação ao descarte de medicamentos. O atendimento da prescrição em quantidade inferior ao prescrito acarreta a inefetividade do tratamento e certamente contribuirá para o aumento da resistência bacteriana ao medicamento e comprometimento da saúde do paciente. No caso de prescrições que contenham mais de um medicamento antimicrobiano diferente, fica permitida a dispensação de parte da receita, caso a farmácia/drogaria e com o aval do paciente/responsável não possua em seu estoque todos os diferentes medicamentos prescritos ou o paciente/responsável, por algum motivo, resolva não adquirir todos os medicamentos contidos na receita. Nestes casos, o primeiro atendimento deve ser atestado na parte da frente (anverso) de ambas as vias da receita, com a descrição somente do(s) medicamento(s) efetivamente dispensados. Com a primeira via em mãos, o paciente pode procurar outro estabelecimento para adquirir o(s) medicamento(s) restante(s), sendo que o farmacêutico ou o paciente deve fazer uma cópia da primeira via para sua retenção e atestar o novo atendimento em ambas as vias. O procedimento também é válido para os casos em que o paciente consegue obter apenas parte dos medicamentos no setor público e necessite adquirir o restante prescrito em farmácias/drogarias privadas. Em situações de tratamento prolongado a receita poderá ser utilizada para aquisições posteriores dentro de um período de 90 (noventa) dias a contar da data de sua emissão. Para isto, a receita deverá conter a indicação de uso contínuo, com a quantidade a ser utilizada para cada 30 (trinta) dias. Assim, cada dispensação deve ser realizada de modo que o medicamento seja suficiente para 30 dias de tratamento no mínimo, sendo também permitida a dispensação de todo medicamento em um único atendimento para uso por 90 dias. Caso queira adquirir a quantidade suficiente para um mês, o usuário poderá receber todos os medicamentos no mesmo estabelecimento ou em locais diferentes a cada mês. Caso todas as aquisições sejam realizadas no mesmo estabelecimento, o farmacêutico deve reter a segunda via da receita no primeiro atendimento e atestar cada dispensação mensal na parte da frente (anverso) de ambas as vias. Se o paciente optar por pegar seu medicamento em outra farmácia, a cada recebimento o farmacêutico deve conferir que a prescrição é para um tratamento prolongado (conforme art. 8º da RDC 20/2011) e que já houve um recebimento anterior. Deve então fazer uma cópia da via do paciente e atestar o novo atendimento no anverso de ambas as vias. SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO (SAE) E CENTRO DE TESTAGEM E ACONSELHAMENTO (CTA) Os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) são serviços de saúde que realizam ações de diagnóstico e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nesses serviços, é possível realizar testes para HIV, sífilis e hepatites B e C. Todos os testes são realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e por ela controlados. Ao procurar um CTA, o usuário desse serviço passa por uma sessão de aconselhamento individual. O aconselhamento é uma ação de prevenção que tem como objetivos oferecer apoio emocional ao usuário, esclarecer suas informações e dúvidas sobre DST e Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e, principalmente, ajudá-lo a avaliar os riscos que corre e as melhores maneiras que dispõe para prevenir-se. Este aconselhamento é realizado por profissionais capacitados, que podem ser assistente social, psicólogo, médico ou enfermeiro. Os serviços ambulatoriais em AIDS vinculados à SEMSA são serviços de saúde que realizam ações de assistência, prevenção e tratamento às pessoas portadoras do vírus HIV. O objetivo destes serviços é prestar um atendimento integral e de qualidade aos usuários, por meio de uma equipe de profissionais de saúde composta por médicos, psicólogos, odontólogos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, assistentes sociais, educadores, entre outros. Algumas de suas atividades principais são: cuidados de enfermagem; orientação e apoio psicológico; atendimentos em infectologia, ginecológico, pediátrico e odontológico; controle e distribuição de antirretrovirais (ARV’s); orientações farmacêuticas, realização de exames de monitoramento; distribuição de insumos de prevenção; atividades educativas para adesão ao tratamento e para prevenção e controle de DST e AIDS. Depois da indicação do médico e com a receita em mãos, o usuário deve retirar os medicamentos em uma Unidade Dispensadora de Medicamentos (UDM). Geralmente, essa distribuição é feita nos próprios Serviços de Assistência Especializada (SAE), onde ocorrem as consultas. A dispensação dos ARV’s deve ser efetuada pelo farmacêutico, onde o usuário é orientado, através do serviço do serviço de Orientação Farmacêutica, considerando o uso racional de medicamentos que inclui: a. Escolha terapêutica adequada (é necessário o uso de terapêutica medicamentosa); b. Indicação apropriada, ou seja, a razão para prescrever deve estar baseada em evidências clínicas; c. Medicamento apropriado, considerando eficácia, segurança, conveniência para o paciente e custo; d. Dose, administração e duração do tratamento apropriado; e. Paciente apropriado, isto é, inexistência de contraindicação e mínima probabilidade de reações adversas; f. Dispensação correta, incluindo informação apropriada sobre os medicamentos prescritos; g. Adesão ao tratamento pelo paciente; h. Seguimento farmacoterapêutico dos efeitos desejados e de possíveis eventos adversos consequentes do tratamento; Os medicamentos disponíveis para o tratamento de pessoas que vivem com HIV e AIDS são aqueles constantes na lista C4 da Portaria 344/98. A prescrição deverá ser feita em receituário comum. Não há prazo de validade determinado, nem proibição de uso do receituário em várias unidades federativas, e não há quantidade determinada pela legislação. PARTE II – MONOGRAFIAS DOS MEDICAMENTOS DA REMUME Medicamento: ÁCIDO ACETILSALICÍLICO Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 369-372). 1. Apresentação: Comprimidos 100 mg. 2. Indicações: Profilaxia e tratamento de doenças tromboembólicas. Prevenção de trombos em cirurgias cardíacas. Prevenção secundária de evento vascular encefálico transitório. Prevenção primária e secundária de cardiopatia isquêmica. Prevenção primária de cardiopatia isquêmica. Prevenção secundária de infarto agudo do miocárdio. Tratamento adjuvante em angina estável e instável. Tratamento de infarto agudo do miocárdio em associação com trombolítico. Terapia após angioplastia com e sem implantação de stent. 3. Contraindicações: Hipersensibilidade a ácido acetilsalicílico ou a antiinflamatórios não-esteróides. Crianças e adolescentes com menos de 16 anos (risco de síndrome de Reye). Tratamento de gota. Asma, rinite, pólipos nasais. Ulceração péptica prévia ou ativa. Hemofilia e outras doenças hemorrágicas. 4. Precauções: Em pacientes com asma, pólipos nasais e outras doenças alérgicas, hipertensão não- controlada, consumo exagerado de álcool, insuficiência renal (ver apêndice D) ou hepática (ver apêndice C). Evitar uso bebida alcoólica acima de 3 doses ao dia. Suspender se ocorrerem zumbidos ou perda de acuidade auditiva. Idosos são mais suscetíveis aos efeitos tóxicos dos salicilatos. Lactação (ver apêndice B). Categoria de risco gestacional (FDA): D (ver apêndice A). 5. Esquemas de administração:5.1. Adultos Profilaxia e tratamento de doença tromboembólica 100 - 200 mg, por via oral, uma vez ao dia. Prevenção de formação de trombo após cirurgia cardíaca 150 - 300 mg/dia, por via oral. Prevenção secundária de evento vascular encefálico transitório 150 - 300 mg, por via oral, em dose única diária, com início nas primeiras horas após o episódio e mantida por tempo indeterminado. Prevenção primária de cardiopatia isquêmica 50-100 mg, por via oral, por dia. Prevenção secundária de infarto agudo do miocárdio 75-300 mg por dia, por via oral, por tempo indeterminado. Terapia adjuvante em angina estável e instável Dose inicial de 150 a 300 mg, seguida de dose manutenção entre 75 e 150 mg por dia, por via oral. Terapia de infarto agudo do miocárdio em associação com trombolítico 200 mg, por via oral, em dose única, administrada precocemente após o diagnóstico, preferivelmente dispersada em água e engolida. A dose de manutenção é de 100 mg/dia. Terapia após angioplastia com inserção de stent coronariano 300 mg, por via oral, pelo menos 2 horas antes da inserção, e 150-300 mg/dia depois dela. 5.2. Crianças Prevenção de formação de trombo após cirurgia cardíaca Crianças de 1 mês a 12 anos: 3-5 mg/kg/dia, por via oral, uma vez ao dia; dose máxima 75 mg/dia. 5.3. Neonatos Prevenção de formação de trombo após cirurgia cardíaca 1-5 mg/kg, por via oral, uma vez ao dia; dose máxima: 75 mg/dia. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: Início de efeito: 1 a 7,5 minutos (antiplaquetário). Pico de efeito: 1 a 2 horas. Meia-vida de eliminação: 15 a 20 minutos. Metabolismo: hepático. Excreção: renal. 7. Efeitos adversos: Geralmente são leves e infreqüentes em doses baixas. Indigestão, náuseas, vômitos, úlceras gastrintestinais e sangramento digestivo, anorexia. Sangramentos. Zumbido no ouvido (uso crônico). Complicações como trabalho de parto prolongado, aumento de hemorragia pós-parto e fechamento intra-uterino prematuro do ducto arterioso quando administrado próximo ao término da gravidez. Broncoespasmo, angioedema. reações de hipersensibilidade, síndrome de Reye (crianças). 8. Interações medicamentosas: Aumento de efeito de ácido acetilsalicílico: outros AINE, corticosteróides, trombolíticos, antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da recaptação de serotonina, antiplaquetários, anticoagulantes orais, heparinas, trombolíticos. Diminuição de efeito de ácido acetilsalicílico: furosemida. Ácido acetilsalicílico associado a metoclopramida é o tratamento de escolha para enxaqueca de intensidade moderada. Ácido acetilsalicílico aumenta efeito de ácido valpróico, furosemida, anticoagulantes orais, metotrexato, nitroglicerina, sulfoniluréias. Ácido acetilsalicílico pode diminuir a eficácia anti-hipertensiva de inibidores da ECA, diuréticos tiazídicos e betabloqueadores. Vacina contra varicela pode aumentar o risco de desenvolvimento de síndrome de Reye associado a uso de salicilatos. Proteção contra os efeitos gastrintestinais do ácido acetilsalicílico: antagonistas H2 e inibidores da bomba de prótons. 9. Orientações aos pacientes: Orientar para ingerir os comprimidos com 250 mL de água e não deitar dentro de 15 a 30 minutos após a administração. Orientar para ingerir o medicamento com alimentos ou leite para evitar desconforto gastrintestinal. Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas. Orientar para a importância de comunicar ao perceber qualquer sinal de efeito adverso: cólica estomacal, pirose, hematêmese, sangue nas fezes ou urina, rash ou prurido intenso, edema facial ou palpebral, dispnéia, sibilos, tontura ou sonolência, tinido. 10. Aspectos farmacêuticos: Após exposição à água ou umidade, o fármaco sofre hidrólise, resultando em salicilato e acetato, que possuem odor semelhante a vinagre. Não usar se odor forte estiver presente. Armazenar à temperatura ambiente, entre 15 e 30 ºC, em embalagens bem fechadas e protegidas de calor excessivo, umidade e luz direta. Medicamento: ÁCIDO FÓLICO Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 372-373) 1. Apresentação: Comprimido 5 mg. Solução oral 5 mg/mL (Uso Restrito: MMT). 2. Indicações: Tratamento de anemia megaloblástica associada à deficiência de ácido fólico. Suplemento para prevenção de defeito do tubo neural na gravidez. Deficiência de folato devido à má nutrição, gravidez, uso de antiepilépticos ou má absorção. Prevenção de efeitos adversos induzidos pelo metotrexato em doença reumática. 3. Contraindicações: Anemia megaloblástica não diagnosticada ou outro estado de deficiência de vitamina B12, a não ser que seja associado a vitamina B12, para evitar precipitação de neuropatia (degeneração subaguda da coluna vertebral). Doença maligna dependente de folato. Hipersensibilidade ao ácido fólico. 4. Precauções: Usar com cuidado nos casos de: Mulheres que recebem terapia anticonvulsivante (ácido fólico pode reduzir a ação do anticonvulsivante). Anemia perniciosa e deficiências de vitamina B12 (podem ser mascaradas com doses acima de 0,1 mg/dia), especialmente em idosos. Categoria de risco na gravidez (FDA): A. 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos Tratamento de anemia megaloblástica Até 1 mg, VO, a cada 24 horas, até resolução dos sintomas. Após normalização dos índices sanguíneos, dose de manutenção de 0,4 mg (0,8 mg para mulheres grávidas e lactantes), VO, a cada 24 horas. Prevenção de defeito fetal do tubo neural na gravidez Primeira ocorrência: 0,4 mg, VO, a cada 24 horas, de 4 semanas antes da concepção até as primeiras 12 semanas de gravidez. Recorrência: 4 a 5 mg, VO, a cada 24 horas, de 4 semanas antes da concepção até as primeiras 12 semanas de gravidez. Prevenção de efeitos adversos induzidos por metotrexato em doença reumática 5 mg, VO, uma vez por semana. 5.2. Crianças Tratamento de anemia megaloblástica Até 1 mg/dia, VO, a cada 24 horas, independente da idade, até resolução dos sintomas. Após normalização dos índices sanguíneos, dose de manutenção conforme faixa etária. Menores de 1 mês: 0,1 mg, VO, a cada 24 horas; de 1 mês a 4 anos: até 0,3 mg, VO, a cada 24 horas; maiores de 4 anos: 0,4 mg, VO, a cada 24 horas. 5.3. Crianças de 2 a 18 anos Prevenção de efeitos adversos induzidos pelo metotrexato em doença reumática 1 mg, VO, a cada 24 horas, ou 5 mg, VO, uma ou duas vezes por semana. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: Metabólito ativo: 5-metiltetraidrofolato (liga-se extensamente a proteínas plasmáticas). Eliminação renal quase completamente sob a forma de metabólitos. Removido por hemodiálise, mas não significativamente nos pacientes bem nutridos. 7. Efeitos adversos: Reação alérgica, incluindo broncoespasmo, eritema, febre, mal-estar geral, exantema ou prurido (incidência rara). Náusea, distensão abdominal, desconforto, flatulência, sabor amargo na boca (doses altas). Distúrbios do sono, confusão, irritabilidade, agitação, dificuldade de concentração, depressão (doses altas). 8. Interações medicamentosas: Fenitoína pode ter suas concentrações reduzidas, com possível redução dos efeitos. Monitorar concentração de fenitoína e ajustar dose, se necessário. 9. Orientações aos pacientes: Ensinar que são fontes alimentares principais de ácido fólico: vegetais verdes, cereais, frutas e fígado. Alertar que o aquecimento destrói o ácido fólico dos alimentos (50% a 90%). Orientar para notificar em caso de aparecimento de manifestações neurológicas, gastrintestinais e alérgicas. Alertar para usar a dose esquecida o mais breve possível. Se estiver perto da hora regular, ingerir a dose normal e ignorar a dose esquecida. Alertar para não usar duas dosesao mesmo tempo. 10. Aspectos farmacêuticos Manter ao abrigo de ar e luz e à temperatura ambiente, de 15 a 30 ºC. Não congelar. Medicamento: ALBENDAZOL Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 375-377) 1. Apresentação: Comprimido mastigável 400 mg. Suspensão Oral 40 mg/mL. 2. Indicações: Infestações helmínticas por nematódios (causadas por Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Toxocara canis, Trichuris trichiura, Strongyloides stercoralis, Enterobius vermicularis, Trichinella spiralis, Wuchereria bancrofti). Infestações helmínticas por cestódios causadas por Echinococcus granulosus (cisto hidático), Taenia saginata, Taenia solium (neurocisticercose). 3. Contraindicações: Hipersensibilidade ao fármaco. 4. Precauções: Pacientes tratados para neurocisticercose devem receber terapia prévia por vários dias com corticosteróides para evitar as reações inflamatórias decorrentes da morte dos cisticercos cerebrais. Avaliação de risco-benefício é necessária, pois corticosteróides aumentam o risco de lesões na retina induzido por albendazol. Monitorar função hepática e toxicidade medular em tratamentos prolongados. Insuficiência hepática (ver apêndice C). Em crianças com menos de 2 anos, a segurança não está claramente definida, mas seu uso é permitido em doses mais baixas. Categoria de risco na gravidez (FDA): C (ver apêndice A). 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos e crianças acima de 2 anos. Infecções gastrintestinais por nematódios (ascaridíase, necaturose, enterobíase, triquiuríase, estrongiloidíase) Dar 400 mg, por via oral, em dose única; o tratamento pode ser repetido após 3 semanas, principalmente em enterobíase. Infecções por cestódios Equinococose cística (E. granulosus) Mais de 60 kg: 400 mg, por via oral, duas vezes ao dia, por 1 a 6 meses. Menos de 60 kg: 15 mg/kg/dia, por via oral, divididos em duas doses, por 1 a 6 meses; dose máxima: 800 mg/dia. Equinococose alveolar (E. multilocularis) Mesmo esquema posológico anterior, mas o fármaco é marginalmente eficaz, sendo a intervenção cirúrgica usualmente necessária. Neurocisticercose (T. solium) Mais de 60 kg: 400 mg, por via oral, 2 vezes ao dia, por 8 a 30 dias. Menos de 60 kg: 15 mg/kg/dia, por via oral, divididos em duas doses diárias, por 8 a 30 dias; dose máxima: 800 mg/dia. O curso de terapia pode ser repetido, se necessário. Teníase (T. saginata) Dar 400 mg/dia, por via oral, durante 3 dias. 5.2. Crianças menores de 2 anos. Infecções gastrintestinais por nematódios (ascaridíase, necaturose, enterobíase, triquiuríase, estrongiloidíase) Dar 200 mg, por via oral, em dose única; o tratamento pode ser repetido após 3 semanas, principalmente em enterobíase. Infecções por cestódios Equinococose cística (E. granulosus) Dar 7,5 mg/kg, por via oral, duas vezes ao dia; máximo de 400 mg/dia. Teníases (Taenia saginata e T. solium) Dar 200 mg, por via oral, uma vez ao dia, durante 3 dias. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: A absorção pode ser aumentada com alimentação rica em gorduras. Pico de concentração sérica: 2 a 4 horas. Meia-vida: 4 a 15 horas. Metabolismo: fígado (metabólito ativo na forma de sulfóxido). Excreção: renal (metabólitos inativos). 7. Efeitos adversos: Dor epigástrica, diarréia, náusea, vômitos. Cefaléia, tontura (leves e transitórios em terapia de curto prazo). Erupções cutâneas, prurido, urticária, edema, alopecia. Aumento dos níveis séricos das transaminases, icterícia (rara), colestase. Fadiga, febre. Leucopenia, trombocitopenia (em tratamentos prolongados). 8. Interações medicamentosas: Corticosteróides e praziquantel em uso concomitante aumentam os níveis plasmáticos do albendazol. Cimetidina aumenta a biodisponibilidade de albendazol. 9. Orientações aos pacientes: Orientar para ingerir durante as refeições para aumentar a absorção do fármaco. Alertar para não ingerir as duas doses ao mesmo tempo. 10. Aspectos farmacêuticos Armazenar os comprimidos em local seco, ao abrigo de luz e calor. Medicamento: ALENDRONATO DE SÓDIO Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 380-382) 1. Apresentação: Comprimidos 10 mg Comprimidos 70 mg 2. Indicações: Tratamento da osteoporose. 3. Contraindicações: Anormalidades esofágicas e outros fatores que retardam o esvaziamento esofágico. Hipersensibilidade ao alendronato ou a qualquer componente da formula. Hipocalcemia. Incapacidade de ficar em pé ou sentado de forma ereta por 30 minutos. 4. Precauções: Usar com cuidado nos casos de: ▪ Alterações gastrintestinais. ▪ Insuficiência renal (ver apêndice D). ▪ Lactação (ver apêndice B). Categoria de risco na gravidez (FDA): C. 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos Tratamento da osteoporose masculina e osteoporose pós-menopausa 70mg, por via oral, a cada 7 dias. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: Absorção: pouco absorvido via oral. A presença de cálcio e outros cátions polivalentes reduz significativamente a absorção de alendronato. Biodisponiblididade: 0,7% (mulheres) 0,59% (homens). Alimento reduz a biodisponibilidade em 40%. Pico de resposta: 6 a 12 meses, em tratamento de mulheres pós-menopausa Tempo para pico plasmático: 1 hora Metabolismo: o alendronato não é metabolizado Excreção: renal 50%. A depuração renal e reduzida significativamente em pacientes com disfunção renal Meia-vida de eliminação: 1,9 horas (ossos: ate 10 anos). 7. Efeitos adversos: Incidência acima de 10%: ▪ Hipocalcemia (transitória, leve); hipofosfatemia (transitória, leve) Incidência entre 1% e 10%: ▪ Cefaléia. ▪ Dor abdominal, refluxo ácido, refluxo gastroesofágico; dispepsia; náusea, flatulência; diarréia, obstipação, úlcera esofágica; úlcera gástrica; distensão abdominal; gastrite; vômito; disfagia. ▪ Dor musculoesqueletica; cãimbra muscular. Incidência abaixo de 1% ▪ Reações de hipersensibilidade, incluindo angioedema, eritema, prurido, exantema. ▪ Erosão esofágica com sangramento, úlcera, duodenal, perfuração esofágica, estreitamento esofágico, esofagite. ▪ Febre. ▪ Síndrome tipo influenza. ▪ Hipocalcemia (sintomática). ▪ Mialgia. ▪ Osteonecrose de mandíbula. ▪ Edema periférico. ▪ Dor óssea, muscular e articular. 8. Orientações aos pacientes: Os comprimidos devem ser engolidos inteiros com um copo cheio de água, não menos do que 60 mL, com o estômago vazio pelo menos 30 minutos antes do café da manhã ou de ingerir outro medicamento; o paciente deve ficar sentado de forma ereta ou ficar em pé por pelo menos 30 minutos após ingerir o medicamento. Evitar o uso de água mineral, pois pode conter grande quantidade de cálcio. Se ocorrerem reações esofágicas graves o tratamento deve ser interrompido; procurar o médico se houver sintomas de irritação esofágica nova ou piora na azia, dor ao engolir ou dor retroesternal. Consultar o dentista antes de iniciar tratamento com bifosfonatos. 9. Aspectos farmacêuticos Conservar sob temperatura ambiente (15 a 30ºC) em frasco hermeticamente fechado. Medicamento: AMITRIPTILINA, CLORIDRATO Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 512-515) 1. Apresentação: Comprimido 25 mg. 2. Indicações: Transtornos e episódios de depressão maior, particularmente quando sedação é necessária. Profilaxia de enxaqueca (tratamento intercrises). 3. Contraindicações: Infarto do miocárdio recente, arritmias cardíacas. Insuficiência hepática grave (ver apêndice C). Fase de maníaca do transtorno bipolar. Porfiria. Hipersensibilidade ao fármaco ou a outros antidepressivos tricíclicos. Uso de inibidores da monoaminaoxidase (IMAO) nos últimos 15 dias (a troca de um IMAO por tricíclico ou vice-versa deve guardar o intervalo mínimo de 15 dias. 4. Precauções: Usar com cuidado nos casos de: ▪ Menores de 12 anos. ▪ Lactação (ver apêndice B). ▪ Cardiopatia, retenção urinaria, insuficiência hepática (ver apêndice C), insuficiência renal crônica (ver apêndice D), epilepsia, hipertrofia prostática, hipertireoidismo, glaucoma de angulo fechado, diabete melito, historia de hipertensão intraocular, ideação suicida, sintomas de paranóia, transtorno bipolar, esquizofrenia ou distúrbios cognitivos. ▪ Idosos (reduzir doses). ▪ Suspensão do tratamento (deve ser gradual). ▪ Eletrochoque concomitante (pode aumentar os riscos da terapia com eletrochoque). ▪ Feocromocitoma. Categoria de risco na gravidez (FDA): C (ver apêndice A). Perigo ao dirigir ou realizar outras tarefas que exijam atenção e coordenação motora. 5. Esquemas de administração: 5.1. Adolescentes Depressão De 25 a 50 mg/dia, por via oral, ao deitar ou fracionados em duas doses; aumento gradual até 100 mg/dia. 5.2. Adultos Depressão Dar 25 mg, por via oral, uma vez à noite; a dose pode ser aumentada gradualmente até 75 mg. Incrementos semanais subsequentes de 50 mg até doses terapêuticas médias entre 150 a 300 mg. Em geral após 4 a 6 semanas de tratamento, os pacientes se tornam assintomáticos. As doses de resposta devem ser mantidas por 3 a 4 meses, com redução gradual à metade. O tratamento deve ser feito durante 6 a 12 meses, para evitar recidivas. Na retirada gradual, diminui-se a dose em 25 mg a cada 2 ou 3 dias. Se os sintomas reaparecem, retomam-se os níveis iniciais. Profilaxia de enxaqueca De 10 a 25 mg, por via oral, ao deitar; dose usual: 75 mg por dia, durante 6 a 12 meses. 5.3. Idosos Depressão De 10 a 25 mg, por via oral, ao deitar; se bem tolerada, a dose pode ser aumentada em 25 mg a cada semana; dose média: 25 a 150 mg/dia. Dose de 10 mg três vezes por dia e 20 mg ao deitar, como início do esquema de administração. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: Período de latência: usualmente pode levar 2 a 3 semanas para o início da resposta terapêutica. ▪ Pico sérico em torno de 4 horas. Deve ser dado ao deitar (efeito sedativo máximo durante o sono). ▪ Meia-vida: 9 a 26 horas. ▪ Distribuição: atravessa a placenta e se excreta no leite materno. ▪ Metabolismo exclusivamente hepático, gerando o metabolito ativo nortriptilina. Eliminação renal (18% em forma ativa) e fecal (pequena proporção). 7. Efeitos adversos: Hipotensão ortostática (que pode levar a quedas em idosos), lipotímia, distúrbios na repolarização ventricular, transtornos de condução cardíaca, taquicardia, alterações eletrocardiográficas, hipertensão. Enfarte agudo do miocárdio. Sedação, tontura, insônia, hipomnésia, fadiga, ansiedade, tremores finos de extremidades, disartria, incoordenação motora, desorientação, visão turva, diminuição do limiar convulsivo, sintomas extrapiramidais, sudorese. Secura na boca, estomatite, gosto amargo, aumento do apetite, anorexia, dispepsia, diminuição da função hepática, diarreia, obstipação, náusea, vômito. Retenção urinária, especialmente em idosos com hipertrofia prostática. Efeitos anticolinérgicos: xerostomia, midríase, cicloplegia, retenção urinária, diminuição da motilidade gastrintestinal, taquicardia, aumento da pressão intraocular Distúrbios comportamentais (especialmente em crianças), confusão, alucinações ou delírio (sobretudo em idosos), cefaleia. Os transtornos confusionais podem ser acompanhados de ansiedade, alteração no sono, tendências suicidas. Leucopenia, agranulocitose, eosinofilia, trombocitopenia, púrpura. Urticária, angiedema, fotossensibilidade. Ganho ou perda de peso, ginecomastia, galactorreia, aumento testicular, alterações dos níveis glicêmicos e diminuição da libido. Em dose excessiva aguda ocorrem hipotermia, agitação, confusão, delírio, alucinações, convulsões, hipotensão, taquicardia, acidose metabólica, depressão respiratória e cardíaca, coma e eventualmente morte. 8. Interações medicamentosas: Álcool e outros depressores do sistema nervoso central, anticoagulantes cumarínicos, fármacos com efeitos anticolinérgicos (anti-histamínicos H1, antiparkinsonianos e neurolépticos): podem ter seus efeitos intensificados. Em pacientes recebendo anticoagulante oral, o tempo de protrombina deve ser cuidadosamente avaliado e ajustes da dose do anticoagulante podem ser necessárias. ▪ Amiodarona, aprindina, azimilida, bepridil, cinacalcete, cisaprida, disopiramida, dofetilida, dolasetrona, droperidol, espiramicina, fenitoína, fenotiazinas, fluconazol, haloperidol, hidrato de cloral, ibutilida, lidoflazina, mesoridazina, octreotida, pentamidina, pimozida, proclorperazina, sulfametoxazol, tioridazina, trimetoprima, vasopressina, venlafaxina, zolmitriptana: pode levar a aumento da toxicidade da amitriptilina. Acompanhar a concentração plasmática, sinais e sintomas de toxicidade do antidepressivo; ajustes da dose da amitriptilina podem ser necessários. ▪ Amprenavir, antidepressivos, bloqueadores seletivos da recaptação de serotonina, antipsicóticos, cimetidina, contraceptivos orais, dissulfiram, fenfluramina, fosamprenavir, topiramato: aumento de efeito do antidepressivo. Acompanhar a concentração plasmática, sinais e sintomas de toxicidade do antidepressivo; ajustes da dose da amitriptilina podem ser necessários. ▪ Anestésicos gerais, anfetaminas, antiarrítmicos, antibióticos macrolídeos e quinolonas, anti-histamínicos, antimaláricos, bloqueadores adrenérgicos: aumento da toxicidade da amitriptilina. Avaliar a concentração plasmática, sinais e sintomas de toxicidade do antidepressivo; ajustes da dose da amitriptilina podem ser necessários. ▪ Barbitúricos, carbamazepina, erva-de-são-joão (Hypericum perforatum), fenitoína, hidrato de cloral, nicotina (tabaco), rifapentina: diminuição de efeito do antidepressivo. ▪ Carbamazepina e rifapentina: diminuição de efeito da amitriptilina. Verificar as concentrações plasmáticas da amitriptilina; ajustes de dose podem ser necessários. ▪ Clonidina, betanidina, guanadrel, guanfacina: podem ter seus efeitos diminuídos. Acompanhar a pressão arterial para possível ajuste de dose dos anti-hipertensivos. ▪ Diazepam: uso concomitante pode levar ao desenvolvimento de deficiências psicomotoras. ▪ Inibidores da MAO, linezolida: a associação pode levar a neurotoxicidade, convulsões, ou síndrome serotoninérgica (hipertensão, hipertermia, mioclônus, alterações do estado mental). ▪ Procarbazina: associação com procarbazina pode levar a neurotoxicidade e convulsões. Simpaticomiméticos: o uso concomitante com amitriptilina pode levar a hipertensão, arritmia cardíaca e taquicardia. A vasoconstrição proveniente de fármacos alfa- adrenérgicos e de outros simpaticomiméticos e substancialmente reforçada com a presença de antidepressivos tricíclicos. Se estes fármacos são utilizados em associação, um acompanhamento atento e uma redução da dose dos simpaticomiméticos são necessários. 9. Orientações aos pacientes: Não fazer uso de bebidas alcoólicas. Não suspender o uso de maneira repentina. Alertar para tempo de latência para início da resposta terapêutica. Orientar que pode afetar a capacidade de realizar atividades que exigem atenção e coordenação motora como operar máquinas e dirigir. Orientar para mudança na freqüência cardíaca e a levantar-se mais lentamente para evitar hipotensão ortostática. Em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se estiver perto do horário da próxima dose, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses juntas. Caso tome o medicamento antes de deitar, se esquecer não use o medicamento pela manha e espere até a próxima noite.10. Aspectos farmacêuticos Conservar entre 15 e 30°C, em recipientes bem fechados e ao abrigo da luz. ATENÇÃO: os efeitos terapêuticos podem demorar até 15 dias para se manifestar. Acompanhamento contínuo de pressão arterial e frequência cardíaca nas semanas iniciais. Medicamento: AMOXICILINA Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 389-391) 1. Apresentação: Cápsula de 500 mg. Pó para suspensão oral 50 mg/mL. 2. Indicações: Tratamento de infecções causadas por microorganismos sensíveis no trato urinário e trato respiratório superior, incluindo bronquite, pneumonia, otite média, abscessos dentais e outras infecções orais, osteomielites, doença de Lyme, profilaxia pós- esplenotomia, infecções ginecológicas, antraz, infecções não graves por Haemophilus influenzae e salmonelose invasiva. Profilaxia de endocardite bacteriana. Erradicação de Helicobacter pylori (esquema com claritromicina). 3. Contraindicações: Hipersensibilidade a amoxicilina ou a outras penicilinas. 4. Precauções: Obtenção de história prévia de alergia às penicilinas é a abordagem prática para prevenir novas reações. Hipersensibilidade cruzada com cefalosporinas (menos de 10%): não utilizar cefalosporinas em pacientes com reações de hipersensibilidade imediata às penicilinas. Em pacientes com mononucleose infecciosa, leucemia linfocítica, infecção por citomegalovírus ou portadores de HIV, há risco elevado de exantema eritematoso. Cautela com uso de altas doses de amoxicilina (manter hidratação adequada para reduzir risco de cristalúria). Insuficiência renal (ver apêndice D). Lactação (ver apêndice B). Categoria de risco na gravidez (FDA): B. 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos Infecções causadas por microorganismos sensíveis 250 a 500 mg, VO, a cada 8 ou 12 horas. A dose e a duração do tratamento dependem do local e gravidade da infecção. Profilaxia de endocardite bacteriana 2 g, VO, em dose única, de 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja sangramento. Erradicação de Helicobacter pylori 1 g, VO, a cada 12 horas, associado com claritromicina 500 mg e omeprazol 20 mg, ambos VO, a cada 12 horas, durante 7 a 14 dias. 5.2. Crianças Infecções causadas por microorganismos sensíveis 20 a 90 mg/kg, dividido a cada 8 ou 12 horas. A dose e a duração do tratamento dependem do local e gravidade da infecção. Profilaxia de endocardite bacteriana 50 mg/kg, VO, em dose única, 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja sangramento. Dose máxima: 2 g. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: Absorção não é influenciada pela presença de alimentos. Pico da concentração plasmática: 1 a 2 horas. Meia-vida de eliminação: 1 a 2 horas (3,7 horas em neonatos; prolongada também em idosos e em pacientes com insuficiência renal). Excreção: renal (60 % em forma inalterada). Concentrações após injeção intramuscular são semelhantes àquelas alcançadas com administração oral. Dialisável. 7. Efeitos adversos: Reações de hipersensibilidade incluindo urticária, febre, dor nas articulações, exantema, angioedema, anafilaxia, doença do soro, anemia hemolítica e nefrite intersticial. Diarreia, náusea, vômito. Colite pseudomembranosa (raramente) por Clostridium difficile. 8. Interações medicamentosas: Contraceptivos: estrógenos podem ter sua efetividade reduzida. Utilizar método adicional para prevenir gravidez Metotrexato: aumento da toxicidade do metotrexato. Evitar o uso simultâneo, mas se o mesmo for necessário, diminuir a dose de metotrexato e monitorar sua concentração sérica. Monitorar o paciente quanto ao aumento dos efeitos adversos do metotrexato, incluindo leucopenia, trombocitopenia e ulceração cutânea. Probenecida: aumenta concentração plasmática e prolonga o efeito de amoxicilina. Útil quando é necessário elevada concentração plasmática e tecidual do antibiótico. Varfarina: pode resultar em risco aumentado de sangramento. Determinar tempo de protrombina basal antes de iniciar o tratamento com amoxicilina e continuar monitorando durante o tratamento. 9. Orientações aos pacientes: Orientar que não há restrições quanto ao uso com alimentos nem em jejum. Orientar para a necessária agitação do frasco da suspensão oral antes de cada administração. Alertar para não interromper o uso antes do final do tratamento, mesmo quando houver melhora dos sintomas após a primeira dose. Orientar para comunicar o aparecimento tardio de exantema com sintomas de febre, fadiga e dor de garganta. Orientar que este medicamento pode causar náusea, vômito, diarreia e exantema. Alertar para empregar método alternativo ou adicional para evitar a gravidez se estiver em uso de contraceptivos orais. 10. Aspectos farmacêuticos Cada grama de amoxicilina sódica contém 2,6 mmol de sódio. Armazenar cápsulas sob temperatura inferior a 20 ºC. Armazenar o pó para suspensão oral (antes da reconstituição) sob temperatura de até 25 ºC. Proteger de calor, umidade e luz direta. Após reconstituição, a suspensão deve ser preferencialmente mantida sob refrigeração (entre 2 a 8 ºC), mas também é estável à temperatura ambiente. Descartar 14 dias após a reconstituição. Medicamento: ANLODIPINO, BESILATO Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 424-426) 1. Apresentação: Comprimidos 5 mg. 2. Indicações: Angina estável. Hipertensão arterial sistêmica. 3. Contraindicações: Hipersensibilidade a anlodipino. Choque cardiogênico. Angina instável. Estenose aórtica significante. 4. Precauções: Deve ser usado com cuidado em pacientes com falência cardíaca compensada, insuficiências hepática e renal, disfunção ventricular esquerda grave, cardiomiopatia hipertrófica, edema, aumento de pressão intracraniana. Idosos são mais suscetíveis a constipação intestinal e hipotensão. Pode causar hipersensibilidade cruzada com outros bloqueadores de canal de cálcio. Pode causar hipotensão no início da terapia ou após aumento de dose. Monitorar quanto ao aparecimento de reações dermatológicas progressivas e persistentes, dor no peito, urina escurecida, alterações no batimento cardíaco, pés e tornozelos inchados, pele e olhos amarelados, fraqueza e cansaço incomuns. Lactação. Categoria de risco na gravidez (FDA): C (ver apêndice A). 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos Hipertensão arterial sistêmica Dose inicial de 5 mg, por via oral, a cada 24 horas, podendo aumentar para 10 mg, por via oral, a cada 24 horas, na fase de manutenção. Angina estável 5 a 10 mg, por via oral, a cada 24 horas. 5.2. Idosos Hipertensão arterial sistêmica Dose inicial de 2,5 mg, por via oral, a cada 24 horas. Angina estável 5 mg, por via oral, a cada 24 horas. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: Início de efeito: 30 a 50 minutos. Pico de concentração: 6 a 12 horas. Duração: 24 horas. Meia-vida: 30 a 50 horas, podendo durar até 56 horas na insuficiência hepática e 58 horas em pacientes idosos. Metabolismo: hepático (90%); metabólitos inativos; extenso metabolismo de primeira passagem. Excreção: renal (70%) e fecal (10%). Não é removido por diálise. 7. Efeitos adversos: Edema periférico (2 a 15%), palpitações (1 a 4%), rubor (1 a 3%). Dor de cabeça (7%), tontura (1 a 3%), fadiga (4%), sonolência (1 a 2%) parestesias (1 a 2%). Dor abdominal (1 a 2%), náusea (3%), dispepsia (1 a 2%). Hiperplasia gengival. Dispnéia. Cãibras, (1 a 2%). Disfunção erétil (1 a 2%). 8. Interações medicamentosas: Pode haver aumento de efeito de anlodipino por: antifúngicos azólicos, ciprofloxacino, macrolídeos, doxiciclina, diclofenaco, isoniazida, propofol, quinidina, verapamil, sildenafila. Pode ocorrer diminuiçãode efeito de anlodipino pelo uso concomitante de: cálcio, fenitoína, carbamazepina, fenobarbital, rifamicina, nevirapina. Anlodipino aumenta a concentração plasmática de: aminofilina, fluvoxamina, mirtazapina, teofilina, trifluoperazina, ciclosporina. Atazanavir e droperidol aumentam o risco de cardiotoxicidade (intervalo QT prolongado, torsades de pointes, parada cardíaca). Uso concomitante com amiodarona: pode resultar em bradicardia, bloqueio atrioventricular e/ou parada cardíaca. 9. Orientações aos pacientes: Orientar para a importância de comunicar ao perceber qualquer sinal de efeito adverso. Evitar dirigir veículos automotores, operar máquinas ou realizar qualquer tarefa que exija atenção. Orientar para adoção de boa higiene oral e visitar freqüentemente o dentista para prevenir sangramentos, hipersensibilidade e inflamação na gengiva. Orientar que pode ser tomado com ou sem alimentos. 10. Aspectos farmacêuticos: Deve ser mantido ao abrigo de luz e umidade e à temperatura ambiente, de 15 a 25 ºC. Os comprimidos fabricados por laboratórios diferentes podem conter diversos sais (ex. besilato de anlodipino, maleato de anlodipino, mesilato de anlodipino) que são intercambiáveis. Medicamento: ATENOLOL Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 411-413) 1. Apresentação: Comprimidos 50 mg. 2. Indicações: Arritmias cardíacas. Cardiopatia isquêmica. Hipertensão arterial sistêmica. 3. Contraindicações: Hipersensibilidade ao atenolol. Choque cardiogênico. Bradicardia sinusal grave. Insuficiência cardíaca congestiva descompensada. Bloqueio atrioventricular de 2º e 3º graus. Asma brônquica ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Acidose metabólica. 4. Precauções: Usar com cuidado em pacientes em uso de anestésicos que diminuam a função do miocárdio. Não suspender o fármaco abruptamente, mas gradualmente, no decurso de 1 a 2 semanas. Deve ser utilizado com cautela em pacientes com história de doença broncoespástica, diabetes melito (pode mascarar os sintomas de hipoglicemia), hipertireoidismo, doença vascular periférica. Insuficiência renal (ver apêndice D). O uso de beta bloqueadores durante a gravidez pode prejudicar o crescimento intra- útero do feto e causar bradicardia neonatal. Categoria de risco na gravidez (FDA): D (ver apêndice A). Lactação (ver apêndice B). Encontrado em quantidades insignificantes no leite materno. O risco em lactentes, no entanto, não é conhecido. Recomenda-se monitorar o lactente. 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos Arritmias 50 mg, 1 a 2 vezes ao dia, ou 100 mg/dia, em dose única. Cardiopatia isquêmica 50 mg, 1 a 2 vezes ao dia, ou 100 mg/dia, em dose única (angina). Antes de decorridas 12 horas, 5 mg por injeção intravenosa, seguida por 50 mg, via oral após 15 minutos e 50 mg, via oral, após 12 horas; após 100 mg/dia por via oral (infarto do miocárdio). Hipertensão arterial sistêmica 25 a 50 mg/dia, por via oral, em dose única. Ajuste de dose em insuficiência renal e diálise DCE de 15 a 35 mL/minutos: máximo de 50 mg/dia. DCE menor que 15 mL/minutos: máximo de 25 mg/dia. Hemodiálise: administrar a dose após a diálise; se não for possível, administrar dose adicional de 25 a 50 mg. 5.2. Idosos Hipertensão arterial sistêmica Não recomendado para pacientes com mais de 60 anos e aqueles com intervalo QT longo. 6. Aspectos farmacocinéticos clinicamente relevantes: A presença de alimento diminui a biodisponibilidade do atenolol. Pico de concentração: 2 a 4 horas. Início da ação: 3 horas. Duração da ação: 24 horas. Meia-vida: 6 a 7 horas. 7. Efeitos adversos: Bradicardia, extremidades frias, hipotensão (4%). Diarréia (3%), náusea (3%). Tontura (13%), fadiga (26%), insônia, depressão. Insuficiência cardíaca. 8. Interações medicamentosas: Causam aumento do efeito hipotensor e bradicardizante: bloqueadores de canal de cálcio diidropiridínicos, bloqueadores alfa-1 adrenérgicos, ciprofloxacino, contraceptivos orais, diltiazem, felodipino, fenoldopam, flunarizina, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), nicardipino, quinidina, verapamil. Clonidina: crise hipertensiva na suspensão da clonidina devido ao efeito antiadrenérgico. Metildopa: pode resultar resposta hipertensiva exagerada, ou arritmias durante estresse psicológico ou exposição a catecolaminas exógenas. Fentanila: pode resultar em hipotensão grave. Amiodarona: pode resultar em hipotensão, bradicardia, ou parada cardíaca. Agonistas beta-2 adrenérgicos: diminuição da efetividade tanto do atenolol quanto do agonista beta-2 adrenérgico devido ao antagonismo farmacológico. Agentes hipoglicemiantes: podem mascarar os sintomas de hipoglicemia. Digoxina: pode resultar em bloqueio atrioventricular e aumento do risco de toxicidade da digoxina. Fenotiazinas: hipotensão e toxicidade à fenotiazina. Tiamazol (metimazol): diminui a depuração do atenolol. Varfarina: pode aumentar o tempo de protrombina e INR. Suco de laranja: pode diminuir significativamente a absorção gastrintestinal do atenolol. 9. Orientações aos pacientes: Orientar para a importância de comunicar ao perceber qualquer sinal de efeito adverso. Orientar para ingerir de estômago vazio porque a presença de alimento diminui sua absorção. Alertar para não ingerir juntamente a suplementos de cálcio, antiácidos e suco de laranja. 10. Aspectos farmacêuticos Deve ser mantido ao abrigo de luz e umidade e à temperatura de 20 a 25 ºC. Medicamento: ATROPINA Documento de Referência: Formulário Terapêutico Nacional 2010 (pág. 976-978) 1. Apresentação: Solução injetável 0,25 mg/mL. 2. Indicações: Adjuvante em anestesia geral. Antídoto em intoxicações exógenas por organofosforados (reversão de efeitos muscarínicos). 3. Contraindicações: Crianças com histórico de reação sistêmica grave com o uso oftálmico de atropina. Glaucoma de ângulo fechado. Hipersensibilidade ao fármaco. Estenose pilórica ou hipertrofia prostática. 4. Precauções: Usar com cuidado nos casos de: Íleo paralítico, colite ulcerativa, colostomia ou ileostomia, doenças pulmonar, renal, hepática e do trato biliar. Diarreia, hipertireoidismo ou hipertensão. Crianças, idosos ou enfraquecidos. Lactação. Evitar na vigência de febre, desidratação, taquicardia e tirotoxicose. Evitar em pacientes com miastenia grave e neuropatia autonômica. Mesmo doses inferiores a 0,1 mg em crianças, e 0,5 mg em adultos, ou a administração lenta podem associar-se a bradicardia paradoxal. Categoria de risco na gravidez (FDA): C (ver apêndice A). 5. Esquemas de administração: 5.1. Adultos Pré-medicação anestésica 0,3 a 0,6 mg, por via IM ou SC, 30 a 60 minutos antes da indução da anestesia. 0,3 a 0,6 mg, por via IV, imediatamente antes da indução da anestesia. Profilaxia e correção de bradicardia no ato cirúrgico 0,3 a 0,6 mg, por via IV, repetida a cada 5 minutos até a dose máxima total de 3 mg. Intoxicação por organofosforados 2 mg, por via IV ou IM, repetida por duas vezes a cada 10 minutos, se necessário. Não administrar mais de 3 doses. A via de administração depende da gravidade da intoxicação. 5.2. Crianças Pré-medicação anestésica 0,02 mg/kg, por via IM ou SC, 30 a 60 minutos antes da indução da anestesia. Dose máxima: 0,6 mg. 0,02 mg/kg, por via IV, imediatamente antes da indução da anestesia. Dose máxima: 0,6 mg. Profilaxia e correção de bradicardia no ato cirúrgico 0,02 mg/kg, por via IV, com dose mínima de 0,1 mg e dose máxima de 0,5 mg em crianças e 1 mg em adolescentes, repetida a cada 5 minutos até uma dose máxima total de 1 mg em crianças e 2 mg em adolescentes. Intoxicação por organofosforados
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