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9ª Aula - Psicologia do delito

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Psicologia do Delito
Psicologia Jurídica
Prof.ª Kécia Melo
CONCEITO DE DELITO PARA O DIREITO
Para o jurista, um delito é todo ato de caráter voluntário que se afasta das normas estabelecidas pela legislação do Estado, de maneira que, quando transgredida, encontre uma qualificação predeterminada nas leis de caráter penal.
CONCEITO PSICOLÓGICO DA CONDUTA DELITUOSA
A Psicologia preocupa-se mais com a tarefa de compreender o delito, do que defini-lo.
Não é possível julgar um delito sem ates compreendê-lo, para isto é preciso não só conhecer os antecedentes da situação, mas também o valor de todos os determinantes da reação pessoal; e este é o trabalho psicológico que compete ao jurista realizar se quiser merecer este nome.
Os delitos aparentemente iguais e determinados pelas mesmas circunstâncias extremas podem, no entanto, ter uma significação inteiramente distinta e devem, por conseguinte, ser julgados e condenados de modo absolutamente diferente.
Os penalistas discutem se deve se castigar de acordo com os o resultados ou com a intenção do ato delituoso.
A sanção jurídica de um ato delituoso não pode ser somente concebida sob o estreito campo do castigo. 
A sanção não deve ser uma vingança que a sociedade tome contra o individuo que a ofendeu, mas um recurso por meio do qual a sociedade trata de conseguir que o individuo recobre ulteriormente a normalidade de sua conduta.
Na escolha da pena e sobretudo na sua aplicação, devem colaborar os técnicos da psicologia social, jurídica e pedagógica, com o intuito de se obter um efeito verdadeiramente útil a ação penal.
Para o Psicólogo o delito é um episodio incidental; para o jurista é, na maioria dos casos, o tema central de sua atuação .
Considerando o delito do ponto de vista psicológico, chega-se a conclusão de que a sua execução representa uma consequência absolutamente lógica e fatal do conflito de forças e fatores que o determinam. 
Os mesmos mecanismos psicológicos intervêm tanto na execução dos atos legais quanto na dos atos delituosos, mas nunca poderemos compreender esse caráter predeterminado das ações humanas se descuidarmos do estudo de qualquer dos seus nove fatores que as determinam.
Compreender e explicar um delito equivale, pois, a encontrar o valor das incógnitas na equação responsável pela conduta ante a situação delituosa.
FATORES QUE DETERMINAM O ATO DELITUOSO:
A constituição corporal;
O Temperamento;
A inteligência;
O caráter;
A experiência anterior;
A constelação;
A situação externa desencadeante;
O tipo médio da reação coletiva aplicável à situação;
O modo de percepção da situação por parte do delinquente.
Os nove fatores, ou suas combinações, formam os complexos determinantes da ação delituosa.
FASES INTRAPSÍQUICAS DA AÇÃO DELITUOSA:
Todo delito passa por diversos estádios intrapsíquicos que podem ou não ser conscientes.
Uma transgressão legal nunca é totalmente impulsiva e nem totalmente premeditada.
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FASES DA AÇÃO DELITUOSA:
Inteleção;
Desejo ou tendência;
Deliberação ou dúvida (luta de motivos; intenção; propósito ou delito potencial)
Decisão;
Realização ou execução.
AS FRONTEIRAS PSICOLÓGICA E JUDICIARIA DO DELITO
A execução do ato delituoso, após a passagem por todas demais fases, pode parecer ao observador superficial, que está condicionada apenas a oportunidade. Mas não o é. 
A passagem da intelecção a ação de fato, representa sair dos bastidores e enfrentar todas as consequências que execução do ato delituoso trará.
DUPLO PERIGO QUE AMEAÇA O POSSÍVEL INFRATOR
Falha no êxito da execução;
Falha em evitar a sanção legal.
Qualquer desses fracassos acarreta maior sofrimento do que se propunha evitar cometendo o delito. 
DISCUSSÃO:
A não prática do ato delituoso exime o sujeito de sua culpa e/ ou de suas intenções?
DELITOS NÃO QUALIFICADOS:
Cada vez se compreende melhor que os piores delitos – os mais repulsivos do ponto de vista psicológico, - os que mutilam ou destroem as ilusões e as fontes de prazer, não estão qualificados como tais no Código Penal.
Entre ferir com um tiro um corpo – que ficará curado em poucas semanas – e ferir de morte (com uma imprudente palavra) uma alma feliz (que nunca mais o será) existe um abismo de responsabilidade psico-ética como existe também na qualificação judiciária.
Ao passo de que quem faz derramar o sangue é julgado como criminoso, quem, às vezes, leva sua vítima ao suicídio ou seja ao sacrifício pode ser louvada por suas “austera firmeza de caráter e rígida submissão às normas do dever.”
Felizmente o mundo caminha, neste século, cada vez mais iluminado pelo progresso da Psicologia, da pedagogia e da sociologia. Por isso confiamos em uma contínua diminuição das duas grandes variedades de infratores: os da lei político social, já codificada, e os da lei biossocial, ainda não codificados.

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