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Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 1 ARLINDO UGULINO NETTO LUIZ GUSTAVO C. BARROS YURI LEITE ELOY MEDICINA – P6 – 2010.1 CIRURGIA TORCICA REFERÊNCIAS 1. Material baseado nas aulas ministradas pelos Professores Eduardo Lopes e Francisco Queiroga na FAMENE durante o período letivo de 2010.1. 2. HOOD, R. M. Techniques in general thoracic surgery. 2a ed. Lea & Febiger: Malvern, Pennsylvania, 1993. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 2 FAMENE NETTO, Arlindo Ugulino; CORREIA, Luiz Gustavo. CIRURGIA TORÁCICA ANATOMIA DO TÓRAX APLICADA (Professor Eduardo Lopes e Francisco Queiroga) “No teremos condies de comandar um exrcito em ao, a menos que estejamos familiarizados com a geografia do pas: suas montanhas e florestas; seus perigos ocultos e precipcios; seus brejos e p ntanos.” SUN-TZU (A Arte da Guerra, 2500 a.C.) fundamental ao profissional, uma vez capacitado para realizar acessos cirrgicos, conhecer minuciosamente as estruturas anatmicas com as quais ele pode se deparar, manusear ou desprezar. Da a import ncia de dedicar um captulo a parte para tratar assuntos topogrficos relacionados especialidade de Cirurgia Torcica. Obviamente, no ser detalhada a anatomia bsica por menores do trax – a viso anatmica do cirurgio diferente da viso do anatomista e, portanto, ser aqui revisada apenas a anatomia aplicvel abordagem clnica e cirrgica do trax. impossvel praticar-se boa cirurgia sem o domnio absoluto da estrutura anatmica da regio a ser operada. De fato, toda abordagem cirrgica consiste em produzir alteraes terapeuticamente desejveis na anatomia do corpo. Para tanto, o bom cirurgio deve estar apto para enxergar com os olhos da mente. As estruturas a serem abordadas, neste momento, so: Parede Torcica (Msculos principais, Vrtebras, Costelas, Clavcula, Escpula e Esterno). Traquia e Brnquios Principais. Pulmes Cadeias Linfticas Aorta Torcica Grandes vasos Parede do Trax e Generalidades A parede torcica, alm de proteger o contedo da cavidade torcica, possui a funo de participar no mecanismo da respirao. Durante a respirao, os msculos do trax juntamente com o diafragma e os msculos abdominais variam o volume dessa caixa. A parede torcica constituda pela pele, tecido subcut neo, fscia, msculos e arcabouo sseo do trax. Estas estruturas podem ser agrupadas separadamente para constituir: Caixa torcica: trax sseo Cavidade torcica: espao interno e seu contedo Parede torcica: caixa torcica, pele, fscia, msculos A fscia superficial ou tecido subcut neo composta por tecido conjuntivo frouxo e est intimamente ligada pelos retinculos da pele, contendo quantidades variveis de gordura, gl ndulas sudorparas, vasos sanguneos e linfticos – nas mamas, as gl ndulas mamrias. A fscia de revestimento ou fscia torcica uma membrana fibrosa fina, densa, sem gordura aderida e est frouxamente presa ao tecido subcut neo. Reveste intimamente os msculos e tendes associados. A fscia torcica ajuda a manter as partes do trax unidas e apresenta uma barreira contra infeces. ESQUELETO DA PAREDE TORÁCICA O esqueleto do trax forma a caixa torcica osteocartilagnea, a qual protege as vsceras torcicas e alguns rgos abdominais. O esqueleto torcico inclui: 12 pares de costelas e cartilagens costais 12 vrtebras torcicas e discos intervertebrais Osso Esterno Costelas. As Costelas so em nmero de 12, e ligam o Osso Esterno Coluna Torcica, tendo um trajeto oblquo e para baixo a partir de sua insero na Coluna. So ossos alongados, em forma de semi-arcos. Em conjunto, so importantes na estrutura de proteo visceral e fundamental no efeito “fole” da ventilao (quando associadas musculatura respiratria). Elas podem ser classificadas por meio de duas maneiras: Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 3 a) Quanto aos meios de articulação. Articulam-se diretamente (verdadeiras), indiretamente (falsas) ou no se articulam (flutuantes) com o osso esterno. 7 Pares Verdadeiras (1 a 7): Articulam-se diretamente ao esterno. 3 Pares Falsas Propriamente Ditas (8 a 10): Articulam-se indiretamente (cartilagens) 2 Pares Falsas Flutuantes (11 a 12): So livres b) Quanto à tipicidade. Costelas típicas (3 a 9), que apresentam as seguintes estruturas: Cabea; Colo; Tubrculo; Corpo (fino, plano e curvo); ngulo da costela (parte mais frgil da costela). Costelas Atípicas (1, 2 e 10 – 12) so mais diferentes: o A primeira costela mais larga, mais curta e mais curva das sete costelas verdadeiras. Possui apenas uma nica face articular em sua cabea para T1. o A segunda costela mais tpica, seu corpo mais fino, menos curvo e significativamente mais longa que a primeira, apresentando tambm duas faces articulares em sua cabea para T1 e T2. Sua caracterstica atpica a presena da tuberosidade do músculo serrátil anterior. o As 10 – 12 costelas, como a primeira, apresentam apenas uma face articular. o A 11 e a 12 so curtas e no possuem colo nem tubrculo. Os espaços intercostais so espaos que separam as costelas entre si. Cada espao numerado de acordo com a costela que forma a borda superior do espao. Os espaos intercostais so ocupados por msculos e membranas intercostais, e dois conjuntos (principal e colateral) de vasos e nervos intercostais identificados pelo mesmo nmero atribudo ao espao. De superior para mais inferior, a sequncia inicial da posio dessas estruturas no espao : veia, artria e nervo intercostal (veja a OBS3 para entender a funcionalidade cirrgica destas relaes). Aa cartilagens costais so estruturas que prolongam as costelas anteriormente, contribuindo para elasticidade da parede torcica. OBS1: Existem patologias especficas das costelas que so tratadas pelo cirurgio torcico, sendo as condies congnitas as mais frequentes. As mais importantes so: Pectus: uma condio congnita considerada como “patologia esttica”: estudos mostraram que esta condio no traz qualquer comprometimento fisiolgico. A condio congnita de pectus ser subdividida em: o Pectus carinatum (trax em quilha): peito projetado para fora (peito de pombo). menos comum, caracterizado por protruso esternal. Ocorre predomin ncia do sexo masculino sobre o feminino 3:1. O defeito na maioria das vezes progressivo com o crescimento, porm com pouco ou nenhum sintoma. o Pectus excavatum (trax de sapateiro): peito escavado ou fundo (peito em funil). o defeito mais comum caracterizado por depresso do osso esterno. Histria familiar ocorre em 23% a 41% e h predomin ncia do sexo masculino em relao ao feminino 4:1. Pode existir associao com algumas doenas congnitas raras. Como se sabe, durante a evoluo embrionria, as costelas se desenvolvem a partir de brotos que crescem no sentido pstero-anterior, sendo formadas, inicialmente, por um molde de cartilagem que ser substitudo, gradativamente, por um processo de ossificao. Nestas patologias, os brotos so hiperfuncionantes e produzem o molde cartilaginoso e, posteriormente, o molde sseo de forma muito mais rpida que o normal. Consequentemente, com o processo de crescimento, as costelas no param quando deveriam parar no nvel de articulao costo-condral. Contudo, quando este crescimento alcana o esterno (principalmente o manbrio), as costelas no conseguem quebr-lo por se tratar de uma estrutura extremamente rgida. Com isso, a extremidade mais anterior da costela comea a se deformar para fora (formando o pectus carinatum) ou para dentro (formando o pectus excavatum). Quanto frequncia, para cada 6mil nascimentos, um indivduo tende a apresentar pectus: de cada 10 que apresentam esta condio, 9 so pectus excavatum. A indicao da cirurgia est baseada principalmente nas alteraes estticas e psicolgicas de cada paciente. Recomenda- se operar apenas a partir dos 10 anos de idade. As opes cirrgicas mais empregadas atualmente so: o Tcnica convencional (cirurgia de Robseck-Ribas): resseco das cartilagens costais bilateralmente e elevao do osso esterno. o Tcnica minimamente invasiva (cirurgia de Nuss): uso de uma barra de tit nio (barra de Nuss) com ajustadores laterais que foram o esterno para frente. Serve apenas para o tratamento do pectus excavatum. o Uso de prteses de silicone para preenchimento da deformidade. Síndrome de Poland: em 1841, Alfred Poland descreveu que hipoplasia ou agenesia (atelia) do mamilo, hipoplasia ou agenesia da mama (amastia), hipoplasia do tecido celular subcut neo, ausncia de pelo menos duas costelas e suas cartilagens e ausncia do M. peitoral maior e menor caracterizam a síndrome de Poland. H relato da associao com hemivrtebra, hrnia de pulmo, dextrocardia (corao posicionado direita), testculo ectpico (testculo fora da bolsa escrotal), fenda palatina, retardo mental, Sndrome de Moebius, hipospdia, hemangiomas mltiplos e outras. Quando a sindactilia est presente, caracteriza uma sndrome de Poland completa. O tratamento deve ser cirurgia emergencial quando do lado esquerdo ou urgencial do lado direito. O tratamento cirrgico consiste em preenchimento muscular com retalho (com o grande dorsal) e colocao de telas. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 4 Osso Esterno. O osso esterno (do Grego, peito) é um osso plano, alongado e mediano, que forma a região intermediária da parte anterior da caixa torácica. É um importante osso hematopoético. O osso esterno é fundamental na proteção visceral, principalmente a cardíaca. Fraturas deste osso são extremamente raras. O esterno está dividido em três porções: manúbrio, corpo e processo xifóide. A junção do manúbrio com o corpo forma um evidente ângulo (ngulo de Loys). Nessas porções, encontramos as seguintes estruturas: Manúbrio Incisura jugular Sínfise manubrio-esternal (marca o nível do 2º EIC) Ângulo do esterno ou de Loys (entre T4 e T5) Corpo: Incisuras costais e Cristas transversas Processo xifóide (ao nível de T10) Ligamentos do Esterno O esterno, embriologicamente, é formado por dois brotos que se unem na linha mediana. Por esta razão, algumas patologias congênitas do esterno se caracterizam por fendas esternais. As fendas esternais totais são consideradas cirúrgicas devido à vulnerabilidade que fica o coração a pancadas ou perfurações. As fendas esternais parciais podem ser superiores ou inferiores e sua indicação cirúrgica depende da extensão da separação. Vrtebras torcicas. São doze as vértebras do tórax, estruturas ósseas chatas que ficam entre a coluna Cervical e a Lombar, e correspondem a importante componente de sustentação corporal, equilíbrio e inserção muscular. São vértebras típicas porque são independentes, possuem corpos, arcos vertebrais e sete processos para conexões musculares e articulares. Como características específicas das vértebras T1 a T12 temos: Corpo vertebral Fóveas costais nos corpos e processos transversos; Fóvea costal superior e inferior Processos espinhosos longos posteriormente e processos transversos laterais (onde se articulam as cabeças das costelas) MSCULOS DA PAREDE TORCICA A parede do tórax apresenta três grupos de músculos: Relacionados Cintura Escapular: são músculos relacionados com a movimentação dos membros superiores. o Peitoral Maior: inervado pelos nervos peitorais mediais e laterais, tem a ação de ação e flexão do braço. o Peitoral Menor: inervado pelo nervo peitoral medial do plexo braquial, realiza a depressão da escápula e elevação das costelas. o Serrtil Anterior: inervado pelo Nervo torácico longo (plexo braquial), traciona ventralmente a escápula (realiza a protrusão da escápula). o M. Rombide: inervados pelo N. dorsal da escápula, são responsáveis por elevar a escápula. o M. Trapzio: inervado pelo nervo acessório (XI par de nervos cranianos), sendo responsável pela elevação dos ombros. o M. Latssimo do dorso (grande dorsal): inervado pelo N. tóraco-dorsal, é responsável por rotacionar o braço medialmente e aduzi-lo. Este músculo e o músculo peitoral maior são muito importantes do ponto de vista cirúrgico devido as suas capacidades de cederem fibras para a formação de retalhos. Além disso, a incisão padrão do cirurgião torácico (a toracotomia póstero-lateral) se faz por secção das fibras deste músculo (ver OBS2) Relacionados coluna vertebral: são músculos paravertebrais. O cirurgião torácico geralmente não acessa o tórax por meio destes músculos, mas pode ser necessária a secção dos mesmos para se ter acesso a tumores do mediastino posterior (por meio de incisões paravertebrais) ou para que neurocirurgiões alcancem a coluna vertebral e a medula espinhal. o Msculo Esplnio da Cabea: está, em parte, recoberto pelo M. trapézio e, em parte, formando o assoalho do trígono occipital do pescoço. o Msculo Esplnio do Pescoo: músculo profundo ao M. trapézio. o Msculo Longussimo do Trax: porção intermédia do músculo eretor da espinha. o Msculo Longussimo do Pescoo: Continuação cervical do m. longuíssimo do tórax, situado entre os Mm. iliocostal do lombo e longuíssimo da cabeça. o Msculo Longussimo da Cabea: Situa-se entre os músculos longuíssimo do pescoço e semi-espinal da cabeça. o Msculo Iliocostal do Lombo – Parte Lombar: Porção lateral do m. eretor da espinha. o Msculo Iliocostal do Lombo – Parte Torcica: Continuação torácica do músculo iliocostal. o Msculo Iliocostal do Pescoo: Continuação superior do iliocostal, situado lateral ao longuíssimo do pescoço. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 5 o Músculo Espinal do Tórax: Poro medial do m. eretor da espinha. o Músculo Espinal do Pescoço: Segmento superior do m. espinal, situado medial ao m. semiespinal da cabea. o Músculo Espinal da Cabeça: Parte inconstante do msculo semi-espinal da cabea com origens adicionais a partir dos processos espinhosos torcico superior e cervical inferior. o Músculo Semi-espinal do Tórax: Situado profundamente ao m. eretor da espinha. Suas fibras sempre saltam cinco a sete vrtebras. o Músculo Semi-espinal do Pescoço: Profundamente ao espinal do trax. o Músculo Semi Espinal da Cabeça: Grande msculo ao lado do ligamento nucal. o Músculo Levantadores das Costelas: Est composto pelos msculos levantadores da costelas longos e curtos. Os longos passam sobre uma costela, j os curtos elevam a costela imediatamente inferior. o Músculos Rotadores: Os msculos rotadores esto divididos em rotadores do pescoo, do trax e do lombo (inconstante), que podem ser curtos (quando se inserem na vrtebra logo inferior) ou longos (quando saltam uma vrtebra). o Músculos Multífidos: Saltam sempre duas vrtebras e so bastante fortes na regio lombar. Relacionados com a respiração: msculos que participam do ciclo ventilatrio. o Músculos Intercostais externos: so 11 pares musculares situados nos espaos intercostais (EIC). Apresentam fibras correm no sentido oblquo e para frente (antero-inferior). Localizam-se desde o tubrculo das costelas at as junes costocondrais, onde se continuam com a membrana intercostal externa. o Músculos Intercostais internos: so 11 pares situados nos espaos intercostais, profundamente aos Mm. intercostais externos. So fibras oblquas que correm para trs e para cima. Localizam-se desde o esterno at o ngulo das costelas, onde se continuam com a membranaintercostal interna o Músculos intercostais íntimos: Parte profunda dos msculos intercostais internos, separados destes pelos vasos e nervos intercostais. o Músculos transversos: so msculos localizados na parede interna do trax. o Diafragma: importante msculo da respirao inervado pelo N. frnico. Ser abordado em um captulo a parte. OBS2: De 10 cirurgias torcicas realizadas, 9 delas so feitas por meio da toracotomia pstero-lateral, considerada a inciso padro do cirurgio torcico. Quanto ao restante, a principal representante a toracotomia mediana (com esternotomia) para a retirada de tumores do mediastino. A seco das fibras do msculo latssimo do dorso durante a toracotomia pstero-lateral explica o fato de esta inciso ser relatada como a que mais causa dor nos pacientes – sendo a causa de muitas das complicaes da cirurgia torcica. Existem formas de se abrir a cavidade torcica sem romper este msculo; contudo, em cirurgias infectadas e em cirurgias que a exposio ampla da cavidade torcica necessria, o msculo deve ser cortado. Por esta razo, preconiza-se a realizao da anestesia peridural – mesmo havendo anestesia geral – para que haja um melhor controle de analgesia no ps-operatrio. NERVOS INTERCOSTAIS Os nervos intercostais correspondem aos ramos anteriores do respectivo nervo espinhal em segmentos torcicos. Correm ao longo dos espaos intercostais, entre a pleura parietal e a membrana intercostal interna, passando pelos sulcos das costelas. Os nervos espinhais, como se sabe, se formam a partir da juno de radculas nervosas que se originam dos sulcos lateral anterior e lateral posterior da medula espinhal. As radculas provenientes do sulco lateral anterior possuem caractersticas motoras, enquanto que as radculas provenientes do sulco lateral posterior apresentam funo sensitiva. Estes dois conjuntos de radculas se conjugam e formam o nervo espinal. Aps formado, este segue passando pelo forame intervertebral e ento se divide em dois ramos: um ventral (ramo anterior primrio) e um dorsal (ramo posterior primrio). Ao nvel torcico, o ramo anterior primrio segue ento para a inervao da parede do trax, e este ento denominado de nervo espinal torcico. E o ramo dorsal segue para musculatura do dorso, do pescoo e para o tecido celular subcut neo. O ramo anterior do nervo espinal torcico ainda se comunica com o tronco simptico a partir de um ramo comunicante branco, por onde passam fibras pr-ganglionares do sistema nervoso autonmico simptico. Observa-se em nvel de disseco que o ramo comunicante branco est mais lateral, e o cinzento mais medial e posterior. H 11 nervos intercostais, que so classificados em tpicos e os que contm alguma particularidade. Estes so nervos espinais, de natureza mista. H somente 3 pares de nervos intercostais tpicos : do 3o ao 6 o nervo intercostal. Nervos intercostais típicos: Aps se comunicar com o tronco simptico, o nervo intercostal adentra no espao intercostal na parte mais medial deste espao. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 6 Ento ao adentrar est localizado entre a fscia endotorcica e a membrana intercostal interna. Segue lateralmente, e ao passar em uma regio denominada de sulco das costelas, formar o ramo colateral (prximo ao ngulo da costela), o qual ser atribudo de inervar a pleura parietal e alguns msculos intercostais. Segue ento passando entre os mm. Intercostais internos e ntimos onde ento passar no sulco das costelas, em nvel da linha axilar mdia, forma o ramo cutâneo lateral do nervo intercostal, o qual inervar com funo sensitiva a pele da parede lateral do trax e abdome. Enquanto segue para formar seu ramo terminal envia pequenos ramos musculares (Ramos musculares: para os msculos intercostais, subcostal, transverso do trax, levantador das costelas e serrtil posterior) para os msculos da parede torcica. Termina como ramo cutâneo anterior (prximo ao esterno, inervando a pele anterior do trax e abdome), ao passar entre o espao intercostal e seguindo anterior ao osso esterno. Nervos intercostais atípicos o O 1o par de nervos intercostais no possui ramo cut neo lateral e nem anterior. A explicao embriolgica utilizada seria que a maioria das fibras destes nervos encaminhada para formao do plexo braquial; da a pequena parte que “sobra”, forma o primeiro par de nervos intercostais. Mas, quando formado os ramos cut neos laterais, estes anastomosam suas fibras com o N. intercostobraquial. o O 2 o e 3 o par de nervos intercostais, aps passarem no sulco das costelas formam um amplo ramo cut neo lateral, sendo este denominado de nervo intercostobraquial. Este funde-se com o ramo cut neo medial do brao e formar a sensibilidade da regio medial e posterior do brao, isto aps este mesmo nervo adentrar passando(perfurando) o m. serrtil anterior.Alm de fundir-se com o ramo cut neo medial do brao este tem funo de inervar o assoalho da axila(pele e tecido celular subcut neo). o Do 7o - 11o pares de nervos intercostais, aps originar os ramos cut neos laterais, cruzam a margem costal por trs para suprir a pele e os msculos abdominais. So denominados de nervos toracoabdominais da parede anterior abdominal. Perfuram a bainha do M. reto prximo ao plano mediano. ARTÉRIAS DA PAREDE TORÁCICA O suprimento da parede do trax provm de: Aorta torácica: atravs das artrias intercostais posteriores e subcostais Artéria subclávia: atravs da artria intercostal suprema e da artria torcica interna Artéria axilar: atravs das artrias torcicas superior e lateral, a. traco-acromial, a. toracodorsal. As artrias intercostais seguem na parede torcica entre as costelas. Cada espao intercostal composto por trs artrias, exceto o 10 e 11 espao intercostal, em que h uma artria intercostal posterior, e dois pares de artrias intercostais anteriores. Artérias intercostais posteriores. Do 1 e 2 espaos intercostais partem a artéria intercostal suprema, proveniente de um ramo do tronco costocervical da artria subclvia. Da aorta torcica, vo partir artérias intercostais direita e esquerda. As artrias intercostais do lado direito percorrem um caminho maior, pois devem cruzar as vrtebras, passando posteriormente ao esfago, ducto torcico, veia zigo, pulmo direito e pleura. Todas emitem um ramo posterior que acompanha o ramo posterior do nervo espinhal para suprir a medula espinhal, coluna vertebral e msculos e pele do dorso. As artrias intercostais continuam-se ao longo do espao intercostal emitindo um ramo colateral que cruza o espao intercostal para passar na borda superior da costela inferior. A artria intercostal prossegue sua trajetria acompanhando os nervos intercostais passando superiormente a esses nervos, prximo ao ngulo da costela, no sulco da costela, passando entre os msculos intercostais internos e intercostais ntimos e suprindo a esses msculos. Por fim, emite ramos terminais e colaterais que se anastomosam com as artérias intercostais anteriores e que suprem a pele sobrejacente a esses msculos e a pleura parietal. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 7 Artéria torácica interna (A. mamária interna). Originadas da artéria subclávia, descem até o tórax posteriormente à clavícula e primeira cartilagem costal sendo cruzado pelo nervo frênico ipsilateral, continuando sua trajetória descendente sobre a superfície interna do tórax, infero- lateralmente ao esterno, entre as cartilagens costais e o músculo transverso do tórax para dividir-se em artérias epigástricas superior e musculofrênica, terminando-se à nível do 6º espaço intercostal. Originam diretamente as artérias intercostais anteriores, que supremos seis espaços intercostais superiores. Artérias intercostais anteriores. Essas artérias intercostais anteriores estão ausentes nos dois espaços intercostais inferiores (supridos pelas artérias intercostais posteriores). Um par de artérias intercostais anteriores supre as partes anteriores dos 9 espaços intercostais superiores. Dessas artérias, uma passa próxima a margem inferior da costela superior ao espaço, e outra próximo a margem superior da costela inferior. As artérias intercostais anteriores que suprem os seis espaços intercostais derivam das artérias torácicas internas. As do 7° - 9° espaço intercostal derivam das artérias musculofrênicas. As Aa. intercostais anteriores suprem os Mm. intercostais e enviam ramos através deles para suprir os Mm. peitorais, as mamas e a pele. Os 2 EIC inferiores apresentam apenas as artérias intercostais posteriores. Artéria subcostal. Ramo da aorta torácica, seguindo ao longo da margem inferior da 12ª costela distribuindo-se para a parede abdominal antero-lateral. VEIAS DA PAREDE TORÁCICA As veias intercostais situam-se no sulco das costelas e acompanham as artérias e nervos intercostais. As veias intercostais posteriores anastomosam-se com as veias intercostais anteriores e a maiores das posteriores desembocam no sistema ázigo, que conduz o sangue para a veia cava superior. Já as veias intercostais anteriores drenam para a veia torácica interna. Nos espaços de 1 a 3 as veias intercostais posteriores unem-se para formar a veia intercostal superior que normalmente desemboca na veia braquiocefálica do lado correspondente, entretanto pode desembocar na veia cava superior. As veias torácicas internas são acompanhantes das artérias torácicas internas. Sistema venoso ázigo. Drena o sangue do dorso, parede torácica e abdominal sendo formado pela Veia ázigo, veia hemiázigo e veia hemiázigo acessória. 1. A veia ázigo é formada pela união da v. subcostal e v. lombar ascendente, no lado direito da coluna vertebral para desembocar na veia cava superior. Recebe a drenagem das veias: Intercostais posteriores direitas, Veia hemiázigos, Veia hemiázigos acessória, Ramos esofágicos, Veias bronquiais direitas e Veia intercostal superior direita. 2. A veia hemiázigo é formada pela união das veias subcostal e lombar ascendente esquerdas. Situa-se lateralmente à esquerda da coluna vertebral e drena as veias: Intercostais posteriores esquerdas (9-11) e pode receber a Veia hemiázigo acessória. Termina cruzando anteriormente a coluna vertebral para desembocar na veia ázigo na altura de T8-9. 3. A hemiázigo acessória é formada pela união de 3 ou mais veias intercostais posteriores esquerdas, geralmente do 4° ao 8° EICE. Pode drenar para a veia hemiázigo ou cruzar anteriormente a coluna vertebral (nível de T7 ou T8) para desembocar diretamente na veia ázigo. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 8 Outras veias. • Veia intercostal superior esquerda: União da 2ª e 3ª veias intercostais posteriores que drena para a veia braquiocefálica esquerda. • Veia intercostal suprema esquerda: Continuação da veia intercostal posterior esquerda do 1° EICE que drena para a veia braquiocefálica esquerda. OBS3: É importante saber que o conteúdo vásculo-nervoso que corre ao longo de todos os espaços intercostais localizam-se sempre próximo à margem inferior da costela que marca o limite superior de cada espaço intercostal. Consequentemente, a zona avascular do espaço intercosal é a margem superior da costela inferior de cada espaço intercostal, sendo o local de acesso mais seguro para a realização de punções, implantes de drenos ou toracotomias intercostais. Traquia Com relação à anatomia de superfície, a traqueia se situa um pouco abaixo da cartilagem tireóide (que no homem, representa o pomo de Adão) e se estende até o nível do ângulo de Loys (junção manúbrio-esternal, que marca o nível anatômico do 2º espaço intercostal), onde se divide nos dois brônquios fontes direito e esquerdo. Trata-se de uma estrutura cartilaginosa que liga a laringe aos brônquios fonte direito e esquerdo. Tem cerca de 12 cm de comprimento por 2,5 de diâmetro no homem; e 11cm por 2,0 na mulher. Estende-se de C6 a T5. A traquéia é composta por uma série de anéis incompletos (em forma de ferradura) interligados por membranas, que lhe garantem um certo poder de flexibilidade. Estes anéis variam de acordo com o tamanho da traquéia: entre 16 a 22 anéis. É forrada por Tecido Epitelial de Revestimento Pseudoestratificado, Cilíndrico Ciliado. A traquéia tem, basicamente, três funções: Condução aérea: passagem do ar desde a laringe até os brônquios. Proteção: sua mucosa ciliada é responsável por reter e expulsar alguns microrganismos e partículas. Esta função é tão importante que algumas condições em que há discinesia do epitélio ciliar (como na Síndrome de Kartagener e de Mounier-Kuhn) podem causar pneumonias de repetição. Além disso, a membrana da traquéia é capaz de debelar o reflexo da tosse quando em contato com corpos estranhos. Aquecimento do ar: função menos expressiva da traquéia, por ser ela responsável pelo retoque final de aquecimento do ar. Anatomicamente, a traquéia mantém relações com estruturas localizadas no pescoço e no tórax: Relações no pescoço: ântero-lateralmente com o Istmo da Glândula Tireóide, os Vasos Tireoidianos e os Músculos Esternotireoideo, Esterno-hioideo e Esternocleidomastoideo; posteriormente com Esôfago. Relações no Tórax: anteriormente com Manúbrio Esternal, remanescente Tímico, Arco Aórtico e seus ramos (Artéria Inominada e A. Carótida) e Veia Braquiocefálica esquerda; posteriormente com Esôfago. OBS4: Note que a traquéia, ao longo de toda sua extensão, seja no pescoço ou no tórax, mantém relação com o esôfago. Isto se explica pelo fato de ambas as estruturas apresentarem a mesma origem embrionária: até o 22º dia de gestação, eles constituíam uma estrutura tubular única localizada na porção ventral do intestino primitivo. Este tubo sofre um processo de sulcamento lateral, isto é, dois sulcos (sulco laringo-traqueal) localizados ao longo da margem lateral do tubo primitivo se formam e passam a dividi-lo em dois, de modo que cada um vai formar, em separado, o trato respiratório e o tubo digestivo. Por trás do manúbrio, grandes vasos que se originam direto do arco aórtico se apresentam à frente da traquéia: o tronco arterial bráquio-cefálico (A. inonimada, que dá origem as artérias subclávia direita e carótida comum direita), A. carótida comum esquerda e a A. subclávia esquerda. A vascularização da traquéia não é feita por vasos especialmente destinados para este órgão. Seu suprimento sanguíneo se dá na sua margem lateral, sendo sua metade superior irrigada e drenada pela pelos vasos tireoidianos superiores e a sua metade inferior pelos vasos tireoidianos inferiores. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 9 As artérias tireoidianas inferiores são oriundas do tronco tireo-cervical (ramo da A. subclávia); as artérias tireoidianas superiores são ramos da A. carótida externa. As veias tireoidianas inferiores são tributárias das veias subclávias; as veias tireoidianas superiores são tributárias da V. jugular interna. A base do conhecimento da pobre irrigação da traquéia nos dá o entendimento da principal patologia traqueal: a estenose traqueal pós-intubação prolongada. Isso ocorre porque, para que haja nutrição celular completa da traquéia, os nutrientes são passados, praticamente, célula a célula, uma vez que o diâmetro destes vasos é muito diminuto. A intubação pode levar a uma isquemia da mucosa por compressão. Outra informação importante é saber que estes vasos correm ao longo da margem lateral da traquéia e, por isso, ao se realizar cirurgiasda traquéia que alcancem muito lateralmente neste órgão, pode haver uma desconexão da pobre irrigação que já existe, condicionando este órgão à necrose. Por esta razão, ao se fazer cirurgias da traquéia, deve-se optar por dissecar em plano anterior, poupando as laterais. Brnquios Os dois brônquios se originam a partir da bifurcação da traquéia (carina da traquéia). O brônquio fonte direito (BFD) é mais curto e mais grosso, com cerca de 2,5 cm de extensão e 2 cm de diâmetro. Tem um trajeto bastante vertical, sendo quase uma continuação da traquéia. O brônquio fonte esquerdo (BFE) é mais comprido (5,0 cm de extensão) e mais delgado (1,5 cm de diâmetro), tendo um trajeto oblíquo, quase horizontal, assemelhando-se mais com um simples ramo da traquéia. Esta conformação anatômica de ambos os brônquios nos faz afirmar que todas as patologias de cunho aspirativo se fazem, com uma frequência extremamente maior, do lado direito: corpos estranhos, por exemplo, se dirigem para o brônquio direito praticamente sempre; a formação de abscessos pulmonares também geralmente ocorre do lado direito, visto que a aspiração de conteúdo gástrico é um dos fatores desencadeantes deste processo. Em contrapartida, todas as patologias que dependem do acúmulo de secreção como base acontecem do lado esquerdo e, consequentemente, as bronquiectasias são mais frequentes do lado esquerdo. Pulm es Os Pulmões são os principais órgãos da respiração. São estruturas piramidais, de consistência esponjosa, formados por Brônquios, Bronquíolos, Alvéolos e Vasos Sanguíneos. São subdivididos em Lobos e esses por sua vez em segmentos. A divisão anatômica dos pulmões tem importância para definição da localização das lesões por radiologistas, broncoscopistas e patologistas. O pulmão direito é maior, sendo dividido em três lobos (lobo superior, médio e inferior) e o esquerdo, menor, é dividido em dois lobos (lobo superior e inferior). O lobo superior do pulmão esquerdo apresenta ainda um pequeno prolongamento que se projeta sobre o ventrículo esquerdo cardíaco denominado de língula, que viria a ser o lobo médio involuído deste pulmão. O pulmão direito apresenta duas fissuras (a fissura horizontal e a fissura oblíqua) enquanto que o esquerdo apresenta apenas uma (a fissura oblíqua) separando seus dois lobos. Contudo, os dois pulmões apresentam em sua face medial o hilo, região por onde entram e saem estruturas vasculares e brônquicas. No hilo direito, por exemplo, podemos observar o brônquio principal direito mais posterior e superior a artéria pulmonar e veias pulmonares direitas; já no esquerdo, observamos o brônquio principal esquerdo um pouco mais abaixo das demais estruturas vasculares. Costuma-se dizer que a menor unidade funcional para o pneumologista é o alvéolo, enquanto que, para o cirurgião torácico, é o segmento pulmonar. Cada segmento pulmonar tem sua própria veia, artéria e brônquio, e podem ser ressecados separadamente. São cerca de 19 segmentos pulmonares: 10 do lado direito e 9 do lado esquerdo. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 10 Lobo superior (D): o Segmento Apical (1) o Segmento Posterior (2) o Segmento Anterior (3) Lobo Médio (D): o Segmento Lateral (4) o Segmento Medial (5) Lobo Inferior(D): o Segmento Superior (6) o Segmento Basal Medial (7) o Segmento Basal Anterior (8) o Segmento Basal Lateral (9) o Segmento Basal Posterior (10) Lobo Superior (E): o Segmento Apicoposterior (1+2) o Segmento Anterior (3) o Segmento lingular superior(4) o Segmento lingular inferior (5) Lobo Inferior (E): o Segmento Superior (6) o Segmento Basal Medial (7) o Segmento Basal Anterior (8) o Segmento Basal Lateral (9) o Segmento Basal Posterior(10) OBS5: Os segmentos pulmonares mais frequentemente acometidos por abscessos pulmonares são os segmentos 6 e 2 do lado direito, estando esta frequência relacionada com a estrutura anatômica do brônquio direito: a base da fisiopatologia dos abscessos é a aspiração de conteúdo gástrico e, por se tratar de um caminho mais curto e mais calibroso, o trajeto escolhido pelo líquido se faz por este brônquio. rvore Traqueobrnquica Depois de formados, os brônquios fontes se ramificam para se distribuir para cada um dos lobos pulmonares. O brônquio fonte direito dá origem ao brônquio lobar superior e ao pequeno brônquio intermédio, que por sua vez dá origem aos ao bronquio lobar médio e o brônquio lobar inferior. O brônquio fonte esquerdo, em nível da carina secundária, origina o brônquio lobar superior esquerdo e o brônquio lobar inferior esquerdo. Posteriormente à entrada dos brônquios principais no hilo pulmonar, estes ramificam-se de forma constante dentro dos pulmões para formarem a árvore brônquica. São cerca de 20 divisões das vias aéreas: da traquéia até os bronquíolos respiratórios: (ZONA DE CONDUÇÃO) Brônquios principais Brônquios lobares (3 no pulmão D e 2 no E) Brônquios segmentares Bronquíolos terminais (20-25) (ZONA RESPIRATÓRIA) Bronquíolos respiratórios Ductos alveolares (2-11) 5 ou 6 sacos alveolares Alvéolo: unidade estrutural básica da respiração. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 11 Grandes Vasos do Trax Veias cavas: a veia cava superior (formada pelas duas veias braquiocefálicas) traz sangue da cabeça e membros superiores, enquanto que a veia cava inferior traz sangue da parte inferior do corpo. Ambas desembocam no átrio direito. A síndrome da VCS (cefaléia importante, edema de face e de membros superiores, turgência jugular) é ocasionada por compressão desta veia, que se dá principalmente por tumores: linfoma de Hodgkin do mediastino anterior, timoma de mediastino anterior e tumores pulmonares. A síndrome da VCS é considerada a única emergência radioterápica torácica: quando diagnosticada, deve ser imediatamente tratada com radioterapia. Tronco da artéria pulmonar: grande vaso que parte do ventrículo direito (a estrutura mais anterior do coração), à esquerda da Aorta Ascendente. Tem um comprimento médio de 5 cm e 3 cm de diâmetro. Imediatamente abaixo do arco (cajado) da aorta, bifurca-se em Artéria Pulmonar Direita e Esquerda. A artéria pulmonar direita se divide em artéria para o lobo superior, para o lobo médio e para o lobo inferior. A artéria pulmonar esquerda se divide em artéria para o lobo superior e para o lobo inferior. Estas artérias se dividirão, por sua vez, em artérias para os respectivos segmentos pulmonares. Veias pulmonares: duas veias pulmonares superiores e duas inferiores trazem o sangue oxigenado do pulmão para o átrio esquerdo (a estrutura mais posterior do coração). Artéria aorta: a artéria aorta pode ser dividida, no que diz respeito aos seus segmentos torácicos, em: o Aorta Ascendente: parte do VE; estendendo-se para cima e para direita até a altura do Trígono Esternal. Seus ramos são as Artérias Coronárias Direita e Esquerda. Até o ano de 1939, o principal aneurisma que acometia o homem era o aneurisma sifilítico da aorta ascendente. o Arco Aórtico: trecho da Aorta encurvado para esquerda; emite, em sua face ventral, três grandes ramos: Tronco Arterial Braquiocefálico (A. inonimada), A. Carótida Comum Esquerda, A. Subclávia Esquerda. O aneurisma de crossa da aorta é mais comum nos jovens e se dá, principalmente, em decorrência a traumas fechados. o Aorta Torácica Descendente: tem trajeto vertical na poção medial e mais posterior do Tórax; em íntima relação com Esôfago, entrando no Abdômen pelo Hiato Aórtico. Dá os seguintes ramos: A. Intercostais Posteriores, A. Brônquicas, A. Esofagianas, e A. Frênicas. Atualmente, depois da descoberta da penicilina, o aneurisma de aorta descedente é o mais comum, estando correlacionado com o processo de aterosclerose. Linfonodosdo Trax Os sítios linfonodais do mediastino também devem ser avaliados: mediastinal superior; paratraqueal superior (D e E); pré-vascular e retrotraqueal (D e E); paratraqueal inferior; subaórtico e para-aórtico (D e E); subcarinal (ou infracarinal), paraesofágico (D e E),linfonodos do ligamento pulmonar; linfonodos hílares, interlobares, lobares, segmentares e subsegmentares. Radiograficamente, dentre todos esses sítios, a visualização só é eficaz até os linfonodos hílares (representado pelo número 10 na figura ao lado). Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 12 Todos os lobos do pulmão direito drenam para os linfonodos intrapulmonares e broncopulmonares (hílares), então para os linfonodos traquiobronquiais inferiores (carinais), linfonodos traquiobronquiais superiores direitos e para os linfonodos traqueais direitos, a caminho da veia braquiocefálica, via tronco linfático broncomediastinal e/ou linfonodo escaleno. O lobo superior do pulmão esquerdo drena para os linfonodos pulmonares e hílares, linfonodos carinais, linfonodos traquiobronquiais superiores esquerdos, linfonodos traqueais esquerdos e/ou linfonodo de arco aórtico, então para a veia braquiocefálica via tronco broncomediastinal esquerdo e ducto torácico. O lobo inferior esquerdo também drena para os linfonodos pulmonares e hílares e para linfonodos carinais, mas então principalmente para os linfonodos traquiobronquiais superiores direitos, onde segue a mesma via da linfa do pulmão direito. OBS6: Podemos resumir a via de drenagem linfática do pulmão da seguinte maneira: o plexo linfático superficial situa- se profundo a pleura visceral e drena o tecido do pulmão e da pleura visceral. Vasos linfáticos provenientes do plexo drenam para os linfonodos broncopulmonares situados no hilo pulmonar. O plexo linfático profundo localiza-se na submucosa dos brônquios e no tecido conectivo peribronquial. Está envolvido com a drenagem das estruturas contidas no hilo pulmonar. Os vasos linfáticos desse plexo drenam inicialmente para os linfonodos pulmonares (localizados nos brônquios lobares). Os vasos linfáticos desses linfonodos continuam a seguir os brônquios e os vasos pulmonares até o hilo onde drenam para os linfonodos broncopulmonares. A partir deles, a linfa proveniente de ambos os plexos linfáticos drenam para os linfonodos traqueobronquiais. A linfa proveniente dos linfonodos traqueobronquiais passa para os troncos linfáticos broncomediastinais direito e esquerdo: o direito segue para formar o ducto linfático direito; o esquerdo segue para o ducto torácico. Ambos drenam para as respectivas V. braquiocefalicas. A linfa da pleura parietal drena para os linfonodos da parede torácica e poucos vasos linfáticos da pleura parietal drena para os linfonodos axilares. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 13 FAMENE NETTO, Arlindo Ugulino; CORREIA, Luiz Gustavo. CIRURGIA TORÁCICA ABORDAGEM IMAGENOLÓGICA DO TÓRAX (Professor Eduardo Lopes) Ao longo dos anos, os exames complementares de tórax passaram a ocupar importante destaque nos métodos diagnósticos das patologias torácicas. Dentre os quais, destacam-se a radiografia (R-X) de tórax e a Tomografia computadorizada (TC). Alguns exames, ao longo do século, foram perdendo sua utilidade, principalmente, pela desproporção entre o custo-benefício (em especial, os exames que requerem uma alta dosagem de radiação). Nos dias atuais, o melhor exame para se avaliar o tórax em vários locais é a R-X de tórax. A TC é quem melhor define uma lesão torácica, com amplas formas de visualização, principalmente, pela possibilidade de criar um artifício eletrônico para se observar a estrutura pulmonar como um todo (janela para pulmão). Neste capítulo, iremos descrever quais os passos para a realização do diagnóstico por imagem em tórax, assim como uma breve revisão sobre os achados anatômicos radiológicos. Radiografia (R-X) de Trax A radiografia simples do tórax é um dos exames radiológicos mais utilizados na prática médica. Seu baixo custo, aliado à facilidade de realização e grande disponibilidade, fazem com que este método seja muito freqüente em serviços ambulatoriais, enfermarias hospitalares e centros de terapia intensiva. INCIDÊNCIAS UTILIZADAS NA RADIOGRAFIA DE TÓRAX As principais incidências da radiografia de Tórax são: PA (póstero-anterior), AP (ântero-posterior) e em PERFIL. A incidência oblíqua não é muito utilizada para se investigar as vias do trato respiratório, sendo indicada para a visualização da Escápula. A principal diferença entre AP e PA está relacionada ao local em que está o filtro e a fonte de Raios X. Na incidência em PA, o filme está colocado adjacente à parede anterior e os raios entram na região posterior e impressionam o filme que se localiza anteriormente. Na incidência em AP, o filme está adjacente à região dorsal do paciente, que deve se posicionar em decúbito dorsal. A incidência em AP somente é realizada nas situações em que o paciente não pode ir até o aparelho, utilizando um tipo de R-X portátil, principalmente em pacientes internados em UTI. A incidência em PERFIL pode ser esquerdo (quando o filme está em contato com o lado esquerdo) ou direito (quando o contato está com o hemitórax direito). A radiografia de tórax somente deve ser analisada quando os parâmetros técnicos sejam rigorosamente respeitados. Radiografias com erros técnicos podem suscitar a hipótese de várias doenças por parte do examinador. São necessários os critérios de qualidade mínimos para que se obtenha êxito no diagnóstico por meio do R-X de tórax. Póstero-anterior (PA). Esta é a incidência mais utilizada na radiografia simples do tórax. Como os raios X são divergentes, para que as estruturas não sofram uma magnificação excessiva, é necessária uma distância mínima para a sua realização, da ordem de 1,50 m. A distância ideal é de 1,80 m. Os feixes de raios X entram posteriormente, pelas costas do paciente, e a porção anterior do tórax encontra-se em contato com o filme radiológico. Esta posição é realizada por dois motivos: (1) evita a magnificação do coração, que, por ser anterior, fica perto do filme e (2) possibilita o posicionamento dos ombros de tal forma que a escápula fique fora do filme. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 14 Ântero-posterior (AP) Esta incidncia realizada com a poro posterior do trax em contato com o filme; o feixe de raios X entra anteriormente. Contudo, como o corao encontra-se longe do filme, ele magnificado, dificultando a anlise do seu tamanho e tambm dos segmentos pulmonares adjacentes (medial do lobo mdio e lngula). Realiza-se esta incidncia, portanto, apenas em casos especiais, quando o paciente no consegue ficar na posio ortosttica: crianas pequenas e pacientes debilitados ou acamados. A figura abaixo demonstra uma radiografia de trax em AP. OBS1: A incidncia ntero-posterior apresenta com distoro, devido dist ncia que o tubo de imagem fica do filme; a dist ncia ideal para R-X de 1,80 m, o que no conseguido quando se utiliza de aparelhos portteis. necessrio que se saiba estas diferenas de acordo com o plano de incidncia, pois, a distoro promovida pela incidncia em AP pode gerar falsas imagens de aneurismas, cardiomegalia, tumores de mediastino anterior. Todas as vezes em que se faz a anlise de R-X em AP, observa-se um “pseudo-alargamento” mediastinal. A acurcia de diagnstico de patologias inflamatrias ou neoplsicas do pulmo em AP menor quando comparada s outras incidncias. Na observao de R- X com formao de neoplasia ou doenas de carter inflamatrio, observa-se um achado radiolgico esbranquiado em um meio escurecido (preenchido por ar). Como a imagemradiolgica da incidncia em AP, por si s, alarga o espao mediastinal, ser muito difcil a observao de radioopacidades em meios j esbranquiados. Quando se faz a incidncia em AP, a escpula no ser deslocada do campo de visualizao radiogrfica, sendo outro fator que limita-a para visualizao. Perfil (P). A incidncia em perfil deve ser sempre solicitada e realizada, juntamente com a PA. Auxilia bastante na localizao e caracterizao de leses. Rotineiramente realiza-se o perfil esquerdo, ou seja, com o lado esquerdo em contato com o filme e com entrada do feixe pela direita, para no magnificar o corao. O perfil direito realizado em casos excepcionais, para avaliao de leses direita. Quando se procede da incidncia em perfil, adiciona-se 30% na probabilidade de diagnstico. OBS2: O seio costofrnico aparece “apagado” no perfil com 120mL de lquido. Na incidncia em PA, o seio costofrnico somente se mostra “apagado” com lquido acima de 400mL. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 15 Ápico-lordótica. O feixe de raios X entra anteriormente e as costas estão em contato com o filme. O paciente assume uma posição em hiperlordose, retirando as clavículas dos campos. Esta incidência tem grande valor para a avaliação dos ápices pulmonares, lobo médio e língula. Decúbito lateral com raios horizontais. Esta incidência se presta basicamente para diferenciação entre derrame e espessamento pleural. O paciente é colocado em decúbito lateral, deitado sobre o hemitórax a ser examinado, e o feixe entra em sentido horizontal. O exame radiográfico mais sensível para se observar derrame pleural é do tipo em decúbito lateral com raios horizontais (em primeiro lugar) ou em perfil (segundo lugar). Com 15 mL de derrame, já é possível ser observado no decúbito lateral. Oblíquas. As incidências oblíquas podem ser realizadas para melhor localização ou caracterização de lesões parcialmente encobertas por outras estruturas. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 16 PARÂMETROS TÉCNICOS Na avaliação da radiografia de tórax, devemos sempre levar em consideração se o exame está: Com dose de radiação adequada; Bem inspirado; Adequadamente centrado. Dose de radiação. Não é raro encontrarmos exames muito ou pouco penetrados. Idealmente, devemos ser capazes de visualizar a sombra da coluna vertebral apenas nas suas porções mais superiores por trás das partes moles do tórax. Exames onde a coluna é visualizada na sua totalidade estão muito penetrados, a não ser que tenham sido realizados em filmes especiais, ditos assimétricos, ou com sistema digital, onde é possível a visualização de toda a coluna e das linhas mediastinais. Inspiração correta. O ideal é que o exame seja realizado em apnéia inspiratória máxima. Para sabermos se o exame está bem inspirado, devemos ter de 9 a 11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 17 Alinhamento. Para que o exame esteja bem centrado, as extremidades mediais das clavículas devem estar eqüidistantes do centro da coluna. Além disto, as escápulas devem estar fora do campo. SEQUÊNCIA PARA INTERPRETAÇÃO DE R-X DE TÓRAX Primeiro passo. Conferir no canto superior direito a identificação do paciente pelo nome ou número do prontuário. A identificação do paciente deve indicar e se posicionar no canto correspondente ao lado direito do paciente. Segundo passo. Julgar a qualidade técnica do R-X. Uma radiografia com técnica perfeita é caracterizada pelas seguintes características: Em PA: Equidistância entre a cabeça da clavícula direita e esquerda com a apófise em nível de T3. Quando se tem uma diminuição ou aumento desta distância, numericamente igual (geralmente, 2cm), entre as clavículas e processo vertebral, o exame passa a apresentar falhas na interpretação (o pulmão pode parecer maior ou menor do que o normal). É dito que uma radiografia está bem centrada quando a apófise espinhosa de T3 é projetada a meio caminho entre as articulações esternoclaviculares. É necessário que se observe a borda medial da escápula, que no máximo, poderá tangenciar a margem periférica do tórax. Borda medial da Escápula fora dos campos Pleuro pulmonares ou só margeando-os. O pulmão tem que estar bem expandido, pois, o contraste escuro do ar penetrado nos pulmões é quem melhor define o diagnóstico com neoplasias ou síndromes congestivas. O grau de inspiração é considerado suficiente quando a Cúpula diafragmática se projetar caudalmente à parte posterior da oitava costela. O paciente tem que inspirar profundamente quando se faz a radiografia. O melhor parâmetro para se avaliar se o pulmão está ou não bem expandido é pela contagem das costelas (contagem de 8 espaços intercostais). Por vezes, poderão ocorrer superpenetração ou sub-penetração. Quando se consegue visualizar vasos pulmonares na periferia do pulmão, seguramente, a radiografia por realizada com prudência quanto à penetração. A sub-penetração é caracterizada por uma pouca emissão de raios-X, não conseguindo distinguir mais os vasos pulmonares dentro da área cardíaca (radiopaca) ou quando não se consegue mais se perceber a coluna vertebral na área cardíaca. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 18 Ou seja, o coração e osso são estruturas radioopacas; porém, existe uma diferença de densidade, notadamente, o osso apresentando uma maior densidade quando comparado ao coração. Conseqüentemente, quando se projeta o feixe de R-X, pela diferença de densidade, será possível a observação de uma grande área branca (correspondente à área cardíaca) e, no seu interior, estruturas ainda mais esbranquiçadas (coluna vertebral). A super-penetração será excluída se as sombras vasculares puderem ser observadas na periferia do Pulmão. A sub-penetração poderá ser excluída se os grandes vasos do Lobo Inferior e as Vértebras Torácicas puderem ser visualizada através da Silhueta Cardíaca. Quando o Tórax é completamente radiografado; mostra a Laringe e ambos os Seios Costofrênicos. Em perfil: Na R-X em PERFIL, deve-se visualizar do pescoço até os seios costofrênicos. O tórax deve ser visualizado do pescoço ao diafragma e do esterno aos ossos da coluna vertebral. Os MMSS devem ser afastados do campo de visualização. A incidência não é considerada rodada se as margens posteriores das Costelas Esquerdas e Direitas estiverem superpostas. Os braços não devem estar superpostos às estruturas pulmonares. A imagem não estará muito penetrada se os Vasos Pulmonares Retrocardíacos estiverem visíveis. A imagem não estará pouco penetrada se os vasos estiverem visíveis através da Silhueta Cardíaca. Terceiro passo. Neste instante, o examinador deve seguir um roteiro para observar de maneira seqüencial e objetivo todos os aspectos de uma determinada imagem radiológica. Um dos autores mais renomados na área de radiologia descreve que a análise das incidências em PA deve obedecer ao sentido: de externo para interno (ou seja, de fora para dentro). Na incidência em PA, deve seguir a análise: Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 19 1. Parede torácica Costelas: As costelas so melhores visualizadas em sua poro posterior, regio estritamente ssea (diferentemente da poro anterior, que formada pela juno costocondral, formada por cartilagem); Alm disto, a incidncia em PA, por si s, j determina uma impresso no filme da parte posterior com mais exuber ncia em relao parte anterior; Existe um fator anatmico que influencia nessa melhor visualizao, que a sua posio anatmica horizontalque capta com melhor definio os feixes de R-X. Do mesmo modo que as clavculas, na avaliao radiolgica das costelas, observa-se o peristeo (margem do osso) que sugerir a presena de neoplasias ou fraturas. A anlise radiolgica algo contnuo e, com uma maior experincia a sua analise ser feita em questo de poucos segundos, at porque as costelas j foram observadas durante o segundo passo, mais precisamente (durante a avaliao do grau de inspirao ideal). As fraturas de costela costumam acontecer em locais anatmicos mais fragilizados deste osso, correspondendo, pois, sua poro mais lateral e posterior ( ngulo da costela). A parte anterior pouco fraturada, pois, existe um constituinte cartilaginoso que transfere a energia cintica para a regio posterior. Existe um conjunto de costelas que so mais frgeis no contexto de fraturas, 4 – 9 costelas (local que ocorre uma maior exposio desse osso). As costelas mais superiores so, em tese, protegidas pela musculatura traco-apendicular anterior (M. Peitoral maior e M. Peitoral menor) e traco-apendicular posterior (M. Trapzio, Latssimo do dorso, Rombides maior e menor). Com isto, na vigncia de um paciente com trauma costal de 1-3 costelas, deve-se suspeitar de efeitos severos do trauma em nvel vascular, tais como aneurisma de Aorta (o ponto de vulnerabilidade da aorta torcica a poro inferior de seu cajado). As costelas mais inferiores 10-12 costelas esto na topografia de transio traco-abdominal, da que, fraturas destas costelas podem determinar perfurao visceral (no caso do lado esquerdo, bao e, do lado direito, fgado). Para realizar o diagnstico de leses viscerais secundrias s fraturas costais, deve-se proceder de um lavado peritoneal ou ultrassom. Coluna Vertebral: Por ser territrio neurocirrgico, a cirurgia torcica somente se confina a observao da grau de diferenciao entre o branco dos corpos vertebrais na rea cardaca, para definir se os par metros tcnicos foram devidamente obedecidos. Escápulas: Por ser territrio da Ortopedia, o cirurgio torcico somente observa se a margem medial da Escpula est margeando a estrutura perifrica do pulmo, caso positivo, a R-X foi procedida de maneira coerente sob o ponto de vista tcnico. Clavículas: A anlise das estruturas sseas confinada a visualizao da ocorrncia de neoplasia ou fratura. A anlise radiolgica da clavícula feita por meio da observao da borda (periferia) do osso que margeia o seu peristeo. A perda da integridade da margem ssea pode ser indicativo de neoplasia ou de fratura. As patologias de clavcula so tratadas pelos ortopedistas, exceo feita aos tumores sseos de clavcula que so mais bem avaliados pelo cirurgio torcico. Dobras Cutâneas: Pela avaliao das dobras cutâneas, j possvel afirmar se o paciente ou no eutrfico, ou seja, se apresenta desnutrio ou obesidade mrbida. Os pacientes muito obesos podem mascarar, pela prpria gordura, a presena de tumores de parede torcica que so muito agressivos (sarcomas). Com isto, a R- X de trax, especificamente, a avaliao das dobras cut neas serve como artifcio importante para diagnosticar este tipo de tumor de parede torcica. Imagem Mamária: A anlise da imagem mamária fornece ao examinador a definio do gnero sexual da paciente, quando no se sabe a fonte daquele exame de imagem. importante que se saiba diferenciar um ndulo mamrio no meio da sombra mamria de um ndulo pulmonar. Geralmente, a imagem dos mamilos na radiografia, que respondem radiao com uma imagem mais densa, podem mimetizar ndulos. Para diferenciar se uma rea de opacidade circular est na mama ou no pulmo, deve-se observar bilateralmente a imagem mamria (radiopacidade por mamilos so demonstrados, na maioria das vezes, bilateralmente). Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 20 2. Diafragma Seios Costofrênicos: Anatomicamente, correspondem à junção entre a parede torácica e o Músculo Diafragma. Em PA, somente consegue perceber, a nível radiológico, derrames com mais de 450 mL de coleção líquida pleural. Integridade do diafragma: Determinadas patologias podem cursar com alterações estruturais do diafragma, a exemplificar as hérnias diafragmáticas. Seios Cardiofrênicos: O seio cardiofrênico direito corresponde à junção do diafragma com o átrio direito. Alterações deste seio são repercussões de insuficiência atrial direita, principalmente. Do lado esquerdo, o seio cardiofrênico corresponde à junção do ventrículo esquerdo com o diafragma do lado esquerdo, na forma de ângulo obtuso. Dilatações do ventrículo esquerdo, assim como derrames pericárdicos tendem a determinar alterações desta angulação obtusa fisiológica, Altura: O diafragma do lado direito é mais alto do que a porção diafragmática esquerda em termos quantitativos de 2cm. Simetria Conformação Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 21 3. Pleura Seios Costofrênicos Seis Cardiofrênicos Fissuras Pleurais A pleura, nas condições fisiológicas, não é visível (somente se visualiza pleura quando a mesma está doente). Somando a pleura parietal, visceral e o espaço interpleural o diâmetro vai de 9-12 µm (praticamente virtual). A visualização da pleura e do espaço interpleural ocorre nas condições patológicas, em que se tem liquido, ar ou tumor em contato com os folhetos ou com a própria cavidade. A análise radiológica deve ser procedida pela visualização tangencial de toda área pleural em busca de espessamento ou perda da integridade (mesotelioma) de sua estrutura. Em seqüência, fazem a análise os seios costofrênicos (pela 3ª vez ao longo do exame radiológico). 4. Pulmões Transparência Padrão Vascular Brônquios V. Ázigos V. Cava Inferior A. do Lobo Inferior A análise radiológica dos pulmões é feita sempre de maneira comparativa e por campos. O pulmão apresenta-se radiologicamente como tonalidade cinza, pois é repleto de ar e sangue. Divide-se o pulmão em três andares (partes), superior, média e inferior. A partir daí, observa-se cada andar, de maneira isoladamente, à procura de nódulos, patologias de padrão opaco, cavernas, alterações intersticiais. A visualização de um nódulo pulmonar pela R-X em PA somente é possível em nódulos acima de 0,5 cm. Em termos jurídicos, é obrigatoriedade do médico em diagnosticar nódulos acima de 2 cm. A presença de áreas com opacidade e broncograma aéreo ocorre por patologias decorrentes do preenchimento alveolar, principalmente por secreção (pneumonias), sangue (contusões pulmonares) e tumores (carcinoma brônquio alveolar) 5. Mediastino Traquéia: A avaliação do mediastino inicia-se a partir da análise da estrutura da traquéia (T). Sob a ótica radiológica, a traquéia transparece como uma estrutura escura (preta) pela constante aeração e pela diferença de densidade com a coluna vertebral sobreposta. Observa-se que em nível de Carina a traquéia se bifurca nas formações brônquicas (direito, que é mais curto, grosso e vertical; e esquerdo, que é mais horizontalizado e mais fino). Carina Área Cardíaca Ventrículo Esquerdo Botão da A. Pulmonar Esquerda: O botão da A. pulmonar não é muito fácil de ser visualizado. Arco Aórtico: O botão aórtico corresponde ao arco aórtico, sendo mais proeminente nos idosos já que estão calcificados. O botão aórtico é mais alto, agudo e curto quando comparado ao da pulmonar (que é menos alto e mais longo). O espaço entre ambos os botões, é denominado de janela aórtico-pulmonar. Átrio Direito: A parte de cima do lado direito do mediastino, é o local em que se observa a veia cava superior. A parte de baixo corresponde ao átrio direito. Quase nunca é possível se observar a veia cava inferior. Veia Cava superior Veia Cava inferior Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 22 Na incidência em perfil, deve seguir a análise: Traquéia Feixe Vascular Pré-Traqueal Dobra Axilar Arco Aórtico BLSD BLSE Artéria Pulmonar Esquerda Oval da Artéria Pulmonar Direita Escápula Ângulo Costofrênico Direito Ângulo Costofrênico Esquerdo Veia Cava Inferior Bolha Gástrica Cólon Transverso Átrio Esquerdo Ventrículo Direito Esterno Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 23 A descrio de uma R-X em perfil feita em uma seqncia lgica. Em primeiro lugar, devemos considerar que a determinao do lado da incidncia em perfil toma como base o hemitrax em contato com o filme: se o filme estiver em contato com o hemitrax direito, subentende-se que a incidncia em perfil direito, por exemplo. O primeiro passo o de reconhecer qual lado está o perfil (se direito ou esquerdo). Para ento descrever exatamente o lado do perfil, deve-se observar a cpula diafragmtica. Quando o filme est do lado esquerdo, subentende de que o feixe de raios est entrando no lado direito para impressionar o filme posicionado adjacente ao lado esquerdo. Via de regra, o diafragma do lado direito mais alto (2cm, geralmente) quando comparado com o diafragma do lado esquerdo. O diafragma mais alto “toma a viso” de quem est mais baixo. Assim sendo, no caso do PERFIL do lado direito, o raio provm da esquerda para direita, atravessando o diafragma esquerdo (est mais baixo) e, por fim, o diafragma direito. O segundo passo a anlise e visualizao da traquéia. A traquia, por ser um rgo condutor de ar, aparecer como uma estrutura escura. Por trs da traquia, muito raramente, possvel visualizar o esfago que tambm contm uma pequena quantidade de ar. Seguindo a anatomia traqueal, observam-se dois orifcios, um mais superior e outro mais inferior. O de cima o brnquio fonte direito e, o de baixo, o brnquio fonte esquerdo. Partindo-se da traquia, observa-se ainda um tri ngulo invertido (trgono pr-traqueal). Apresenta-se como uma estrutura branca (radiopaca), pois, preenchido por vrios vasos de grande calibre (veias braquioceflicas direita e esquerda, vasos emergentes do cajado da Aorta). Quando ocorrem imagens distorcidas do trgono pr-traqueal, necessrio que se faa diagnstico diferencial para tumores de mediastino anterior. Imediatamente na frente do brnquio fonte direito, existe o oval da artria pulmonar direita. Na poro posterior, observa-se o oval da artria pulmonar esquerda. Esterno: A parte mais anterior de uma incidncia em perfil uma formao ssea, conhecida como Esterno. Existe um grande erro por parte dos mdicos em cogitarem fraturas de Esterno (poro inferior). Na maioria das vezes, no so fraturas e sim uma estrutura ligamentar une o manbrio e o corpo do Esterno. Na área cardíaca, o ventrculo direito a estrutura mais anterior do corao ( melhor vista nas incidncias em perfil). A parte mais posterior da rea cardaca o trio esquerdo, que tambm somente passvel de observao nesta incidncia. A regio compreendida entre a tbua posterior do esterno e a rea pericrdica do corao o mediastino anterior. O mediastino médio a rea cardaca propriamente dita. O mediastino posterior um espao compreendido desde o trmino da rea cardaca (parte mais posterior do trio esquerdo) at a coluna vertebral. Seios costofrênicos: um ngulo formado entre as costelas e a msculo diafragma. Derrames pleurais a partir de 150mL so vistos na R-X em perfil pelo apagamento deste seio. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 24 Fluoroscopia de Trax Podemos definir a Fluoroscopia como uma radiografia dinâmica de tórax, sendo, principalmente utilizada para observar osso (o que é branco na R-X simples apresentará escuro na fluoroscopia e vice-versa). A fluoroscopia do tórax, também conhecida como radioscopia, é um exame, hoje em dia, de pouco uso em Cirurgia Torácica devido a popularização do USG do tórax. Caracteristicamente ele é utilizado ainda hoje como estudo dinâmico do diafragma, para diferenciar patologias como Paralisias Diafragmáticas e Eventrações; está fadada a ocupar seu lugar na História como a Broncografia. É um exame que utiliza grande quantidade de contraste, daí seu desuso. Ultrassonografia de trax Exame importante principalmente nas patologias diafragmáticas de caráter dinâmico, e nas patologias pleurais, principalmente em pacientes acamados e em ambiente de terapia intensiva; tem na sua praticidade sua grande Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 25 vantagem e na sua dependência do examinador a sua principal desvantagem; em paciente que podem fazer os dois exames perde de longe em acurácia para TC do Tórax. Ressonncia nuclear magntica de trax Método de uso limitado em Cirurgia Torácica, devido sua imagem de modo geral ser menos nítida do que a TC do Tórax; porém encontra sua utilidade em definição de características e limites de Tumores de Partes Moles da Parede Torácica, bem como na avaliação de invasão da Parede Torácica e de estruturas mediastinais por tumores pulmonares. Tomografia computadorizada de trax A TC de Tórax é o método de eleição para estudo das patologias torácicas; tendo uma grande vantagem sobre os demais exames no que diz respeito a nitidez de visualização em 3D das patologias, permitindo assim fazer diagnósticos muito seguros, bem como programar estratégias terapêuticas e por fim mapear anatomia cirúrgica do paciente. TC helicoidal convencional: esse tipo de exame é o mais comumente utilizado, sendo feita com cortes de 1cm de distância, e normalmente fazendo-se uma fase sem, e outra com contraste. fazem-se duas janelas uma para pulmão e outra para parede torácica, pleura e mediastino. TC helicoidal de alta resolução: feita com cortes de até 3mm, excelente para o estudo dos nódulos e para as patologias pulmonares principalmente de padrão intersticial A definição de janela para pulmão ou mediastino é dada por uma alteração no próprio software do aparelho tomográfico. A janela para mediastino exclui a nitidez pulmonar, enfatizando o mediastino. Essa é a janela padrão para o cirurgião torácico. Nessa janela procuramos dividir mentalmente e analisar dez cortes imprescindíveis para a boa e completa avaliação das estruturas mediastinais, para melhor compreensão farei a correlação da anatomia seccional com a tomografia. O tórax apresenta um comprimento de 25cm. A TC convencional faz corte de 1cm, determinando, 20 janelas no exame em uma TC padrão. A TC bem feita consta de 4 filmes (2 para janela de pulmão e 2 para janela de mediastino). Porém, está provado que não é preciso analisar cada um dos 20 cortes tomográficos obtidos em um exame por TC, existindo 10 principais janelas que possibilitam diagnosticar patologias mediastinais caso existam. Recomenda-se que utilize o corte tomográfico obtido no nível da croça da aorta como plano básico de referência na interpretação. Esse corte é de uma anatomia simples, além de ser de muito fácil reconhecimento. Identificando-se a croça da aorta, o observador segue as estruturas em sentido cranial, até o estreito superior do tórax e, depois, voltando ao nível da mesma, segue em direção caudal, até a transição tóraco-abdominal. Será descrita a anatomia seccional do mediastino, em dez cortes tomográficos, numerados de TC1 a TC10, conforme a seqüência da análise proposta. TC1. Secção axial (transversal) no PLANO DO CENTRO DA CROÇA DA AORTA. Croça da Aorta. V. Cava Superior. Esôfago. Traquéia. Trígono Tímico. Quando existem Linfonodos Paraórticos (6). Quando existem Paratraqueais (4L e 4R). Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 26 A primeira estrutura a ser analisada a croça da aorta (cajado da aorta), muito semelhante a um hot dog, tambm a denominando de “salsicho da aorta”. A croa da aorta identificada como uma estrutura cilndrica, orientada no sentido ntero-posterior, da direita para esquerda, na altura da poro inferior do manbrio esternal. A traquéia vista como uma estrutura tubular preenchida por ar, da sua colorao preta. Anteriormente ao salsicho da Aorta, possvel observar uma formao triangular, denominada de trígono tímico (em adultos, observa-se uma pequena quantidade de gordura). At a idade de 30 anos o timo pode ser identificado no mediastino anterior. Nas crianas pequenas ocupa a subtotalidade deste espao. Nas crianas maiores e nos jovens apresenta-se como uma estrutura bilobada, com contornos convexos de densidade maior que a gordura adjacente. A formao vascular prximo ao cajado da aorta, em formato de vrgula corresponde veia cava superior. Observa-se a V. cava superior direita da poro anterior da croa. Por detrs da traquia, observa-se uma estrutura tubular, com pouca quantidade de ar, corresponde ao esfago. Algumas vezes, possvel observar a presena de linfonodos prximos Aorta (denominam-se de linfonodos pr-articos). Subindo alguns centmetros em direo ao estreito superior do trax, podem ser descritos outros dois nveis que servem como referencia para o entedimento da anatomia seccional do mediastino: TC2 e TC3. TC2. Secção axial (transversal) no PLANO DA PORÇÃO HORIZONTAL DA V. BRAQUIOCEFÁLICA E. Veia Braquioceflica Esquerda. Veia Braquioceflica Direita. Tronco Arterial Braquioceflica. Artria Cartida Direita. Artria Subclvia Esquerda. Traquia. Esfago. Quando existem Linfonodos Paratraqueais altos (2R e 2L). Verificando-se a continuidade das estruturas nos cortes adjacentes, fcil reconhecer cada ramo vascular. Nesse corte cranial ao da croa da aorta, identifica-se seus trs ramos, cuja poro relativa a mesma da croa no TC1. Da direita para esquerda esses ramos so o tronco braquiceflico, artria cartida comum esquerda e artria subclvia esquerda. Esses vasos so vistos em seco transversa, como estruturas circulares. Na imagem, observam-se os ramos arteriais formados do cajado da aorta (Tronco braquiceflico, A. cartida comum esquerda, A. subclvia esquerda). O esfago e traquia continuam-se do mesmo jeito do corte em TC1. A aorta ainda continua como TC3. Secção axial (transversal) em NÍVEL DA INCISURA JUGULAR DO ESTERNO. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 27 Artéria Carótida Comum Direita. Artéria Subclávia Direita. Veias Braquiocefálicas Direitas e Esquerda. Artéria Carótida Comum Esquerda e Subclávia Esquerda. Linfonodos Pré e Para Traqueais Altos caso existam. Clavículas, Manúbrio e Primeiras Costelas. O corte em nível de TC3 é mais cranial quando comparado ao corte TC2. A diferença entre a imagem da TC em nível de TC2 e TC3 é a presença dos ramos arteriais provenientes da divisão do tronco braquicefálico, A. subclávia direita e A. Carótida comum direita. Outra característica desta visão é a presença das tributárias da V. Cava superior (Vv. braquiocefálicas direita e esquerda). Este nível de corte evidencia a V. Cava superior com uma conformação um pouco diferente quando comparado ao corte TC2. Muito comumente, já se observa neste nível as veias braquiocefálicas direita e esquerda. TC4. Secção axial (transversal) em NÍVEL DA JANELA AÓRTICOPULMONAR Aorta Ascendente e Descendente. Às vezes Ligamento Arterioso calcificado. Veia Cava Superior. Às vezes, podemos observar a croça da Ázigos. Lifonodos Subaórticos e Paratraqueais Baixos. O corte TC4 não é continuação cranial de TC3, sendo uma secção mais inferior do que o corte inicial (TC1). A partir de TC4, os cortes são mais caudais quando comparados ao nível TC1. Trata-se do último corte em que a traquéia ainda é vista como uma estrutura única: a partir dos próximos, já será possível observar os brônquios fontes. TC5. Secção axial (transversal) em NÍVEL DA ARTÉRIA PULMONAR ESQUERDA Artéria Pulmonar Esquerda. Carina. Aorta Ascendente e Descendente. Veia Cava Superior. Linfonodos Subcarinais quando presentes. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 28 O TC5 considerado um corte mais caudal em relao ao TC4. Na imagem tomogrfica, continua a observar a aorta descendente, ascendente, veia cava superior. A traquia, nesse nvel, est bifurcando-se em brnquios fontes principais direito e esquerdo, em nvel da Carina da Traquia. Neste instante, a Veia cava superior apresenta uma pequena mudana conformacional semelhante uma “pequena orelha”, chegando prximo ao trio direito. Por ser um corte mais inferior em relao ao corte TC4, j possvel observar o tronco da artria pulmonar, formando a artria pulmonar esquerda (neste instante, est cavalgando em cima do brnquio fonte esquerdo). TC6. Secção axial (transversal) em NÍVEL DA ARTÉRIA PULMONAR DIREITA Aorta Ascendente e Descendente. Veia Cava Superior. Tronco da Artria Pulmonar, Artria Pulmonar Direita e Esquerda. Brnquio Fonte Direito e Esquerdo Neste nvel de corte, observa-se a aorta descendente como continuao do corte em TC5. Do tronco pulmonar, observa-se a formao da artria pulmonar direita e esquerda, ambas emergindo do tronco arterial pulmonar. O restante das estruturas semelhante ao observado no corte em TC5. TC7. Secção axial (transversal) em NÍVEL DA VÁLVULA AÓRTICA Aorta Descendente. Ventrculo Direito. trio Direito. Aorta. trio Esquerdo e veias pulmonares A partir do corte em TC7, observam-se as mudanas reais das estruturas anatmicas. Na imagem, observa-se o incio do ventrculo direito. Observa-se ainda a estrutura mais posterior do corao, que formada pela conjuno de 4 Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 29 vasos pulmonares, átrio esquerdo. Nas TC com contraste, o átrio esquerdo assemelha-se a uma borboleta. Neste nível, não é mais possível observar brônquios ou traquéia. TC8. Secção axial (transversal) em NÍVEL DAS VEIAS PULMONARES INFERIORES Aorta Átrio Direito. Ventrículo Direito. Ventrículo Esquerdo. Átrio Esquerdo. Veias Pulmonares Inferiores A imagem tomográfica TC8 é procedida em uma secção transversal no nível das veias pulmonares inferiores. Na imagem, somente observam-se desembocando no átrio esquerdo as veias pulmonares inferiores direita e esquerda TC9. Secção axial (transversal) em NÍVEL DAS VÁLVULAS TRICÚSPIDE E MITRAL Aorta descendente Átrio Direito. Átrio Esquerdo. Ventrículo Direito. Ventrículo Esquerdo Nessa altura, identificam-se as quatro câmaras cardíacas. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Correia – CIRURGIA TORCICA – MEDICINA P6 – 2010.1 30 TC10. Secção axial (transversal) em NÍVEL DA TRANSIÇAO TÓRACO-ABDOMINAL Diafragma Fgado. Aorta. Veia Cava Inferior Em nvel de TC10, observa-se a formao da Veia Cava inferior. O restante das estruturas anatmicas so muito semelhantes ao TC9, observando, por vezes, estruturas abdominais altas (fgado, diafragma, etc). OBS: A radiografia um exame fundamental nos ndulos pulmonares solitrios. Massa pulmonar diferente de ndulo pulmonar de acordo com o tamanho. O ponto de corte de difere massas de ndulos de 3 cm; ou seja, ndulos pulmonares solitrios apresentem di metro menor do que 3 cm. A maioria dos ndulos so leses cicatriciais; Pela tomografia, ocorre uma
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