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Clínica Cirúrgica III – Cirurgia Torácica Câncer de Pulmão ❖ É a neoplasia mais letal nos homens no Brasil, estando relacionado ao tabagismo, tabagismo passivo, poluição atmosférica e doenças como DPOC e asma. CONTA DA CARGA TABÁGICA: maços/dia x anos ❖ Histologicamente, o CA de pulmão se encontra na forma de adenocarcinoma (40%), carcinoma espinocelular, carcinoma de grandes células e de pequenas células (possui estadiamento e tratamento diferente). ❖ Enquanto os carcinomas de não pequenas células são estadiados pelo estadiamento TNM e tratados com cirurgia (se localizados) ou quimioterapia (se metastática). Os carcinomas de pequenas células são estadiados em doença confinada e extensa e seu tratamento é com quimioterapia e radioterapia. ADENOCARCINOMA ❖ É um carcinoma de não pequenas células, mais comum e que se apresentam como nódulos ou massas periféricas, estando associados a mutações EGFR e ALK. CARCINOMA ESPINOCELULAR ❖ Se encontram em formas centrais (geralmente traqueia ou brônquios principais) e possuem alta chance de evoluir com cavitação. CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS ❖ São tumores pouco diferenciados, muito agressivos, apresentando-se como nódulos periféricos associados a adenomegalias mediastinais grosseiras. QUADRO CLÍNICO ❖ É uma doença assintomática que cursa com sintomatologia em estados avançados, geralmente ocorrendo tosse, hemoptise, dispneia, sibilos e febre (por pneumonia secundária a obstrução neoplásica). ❖ O tumor pode se estender e atingir estruturas próximas, como a parede torácica (vai cursar com dor torácica localizada), linfonodos regionais, vasos da base do coração e nervo laríngeo recorrente (mais comuns no lado esquerdo – gera rouquidão). SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR ❖ Ocorre quando o tumor obstrui ou comprime a veia cava superior, gerando um quadro de edema facial, pletora facial (excesso de sangue na face – ruborização), edema de MMII e circulação colateral ativada (principalmente em cabeça e pescoço). TUMOR DE PANCOAST ❖ São aqueles que atingem o ápice pulmonar, podendo atingir o plexo braquial (gera dor no ombro e no braço) e o gânglio estrelado (gera a síndrome de Claude Bernard-Horner – apresenta ptose palpebral, anidrose, miose, enoftalmia e perca do reflexo cilioespinhoso). Os locais mais comuns de metástase hematogênica envolve o fígado, ossos, cérebro (mais comum) e glândulas adrenais. DIAGNÓSTICO ❖ Deve-se solicitar, inicialmente, um RX de tórax (alto índice de falsos negativos). Segue- se com a TC de tórax (padrão ouro), sendo um exame indicado para visualizar nitidamente as massas e suas características (tamanho, bordas, cavitações, infiltrações e invasão de estruturas adjacentes), bem como identificar metástases. ❖ Para rastrear metástases, faz-se o PET-CT, que observará as lesões hipermetabólicas (traduzem as lesões neoplásicas) e analisará os linfonodos mediastinais (se negativo, exclui-se doenças mediastinais). ❖ Para confirmar o diagnostico de uma lesão ativa, deve-se fazer uma broncoscopia (para tumores centrais) e consequente retirada de material para biópsia. Para lesões periféricas, indica-se as biópsias transparietal guiada por US. ❖ Deve-se avaliar os linfonodos mediastinais. Se maiores que 1 cm e/ou 1,5 cm subcarinal (identificados por RX), devem ser encaminhados para biópsia (por via de mediastinoscopia ou US endobrônquico). ESTADIAMENTO TNM ❖ T: vai de 1 (até 3 cm – 1a até 2 cm e 1b até 3 cm), 2a (3 a 5 cm), 2b (5 a 7 cm), 3 (maior que 7 cm) e 4 (aqueles que causem invasão de estruturas como mediastino, coração e apresentem nódulos ipsilaterais). caso o tumor seja pequeno, porém invada a pleura visceral, cause atelectasia ou lesão em vias aéreas com distância considera-se como T2. Considera-se como T3 aqueles tumores que causem atelectasia total do pulmão. ❖ N: pode não apresentar linfonodos acometidos (N0) ou apresentar metástase para linfonodo hilar ou pulmonar ipsilateral (N1). Se houver linfonodos mediastinais acometidos (N2), há impossibilidade de realizar remoção cirúrgica. ❖ M: considera-se M0 quando não há metástases a distância, M1a (contraindica remoção cirúrgica pois considera-se derrame pleural paraneoplásico como metástase) e M1b (se houver metástase a distância). TRATAMENTO ❖ A cirurgia é o único tratamento definitivo curativo para ao paciente. É indicada para tumores confinados ao pulmão e sem linfonodos mediastinais acometidos. ❖ Ela objetiva ressecar completamente o tumor com margens livres. Pode ser feita a lobectomia (padrão ouro) via videolaparoscópica, preferencialmente. ❖ Para estagio IA e IB, deve-se fazer a ressecção cirúrgica do tumor primário e não deve realizar quimioterapia ou radioterapia. ❖ Para estagio IIA e IIB, faz-se ressecção cirúrgica (lobectomia e linfadenectomia) e quimioterapia, se N1. ❖ Para estagio IIIA, depende da apresentação (não se opera tumores com linfonodos mediastinais acometidos). ❖ Para estagio IIIB, trata-se apenas com quimioterapia e radioterapia. ❖ Para estagio IV, faz-se quimioterapia com 2 drogas associadas. Se houver 3 metástases cerebrais ou adrenais associados a um tumor pulmonar primário controlado, opta-se por remoção cirúrgica.