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AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Prof. Me. Tiago Marcelo Oliveira Patologia e Clínica Médica - 2 Sistema nervoso em grandes animais Prognóstico ruim e reservado; Sequelas menos toleradas; Importância do diagnóstico; Determinação de anormalidades; ENCÉFALO Doenças inflamatórias Abscessos cerebrais meningites raiva encefalite verminótica meningite/encefalite micótica meningite bacteriana encefalite viral mieloencefalite protozoária mieloencefalite por herpesvirus ENCÉFALO Malformações Trauma hidroencéfalo hipoplasia cerebelar ENCÉFALO Neoplasias Idiopático Metabólica e degenerativa Narcolepsia epilepsia síndrome do mal ajustamento neonatal Encefalopatia hepática Encefalopatia urêmica Hipoglicemia Polioencefalomalácia ENCÉFALO Tóxico leucoencefalomalácia outros (organofosforados, uréia/amônia) MEDULA Trauma Congênita tecidos moles trauma vertebral malformação vertebral cervical anormalidades congênitas da coluna vertebral malformações congênitas vertebrais malformações vasculares MEDULA Infecciosa /inflamatória Degenerativas tétano meningite bacteriana e fúngica mieloencefalite protozoária mieloencefalopatia degenerativa MEDULA Tóxica Neoplásica Outros sorgo linfomas melanoma embólica ENCÉFALO Meningites Inflamação das membranas que circundam o encéfalo e medula. Resulta: doença bacteriana, viral, protozoária, fúngica ou imuno-mediada. Mais comum: bacteriana (neonatos) Resposta inflamatória significante com acúmulo de exsudato purulento e edema tecidual Meningites Etiologia Manifestações clínicas neonatos: via hematógena extensão de processos supurativos (otite) contaminação 2as feridas Variam dependendo da área afetada e complicações neonatos : depressão/inapetência/fraqueza/febre maduros: extensão de infecção Meningites Manifestações clínicas Sem tratamento: rápida deterioração mudanças de comportamento andar desorientado e pressionar a cabeça círculos andar anormal hiperestesia cegueira dor no pescoço Meningites Diagnóstico LCR Hemograma+fibrinogênio bioquímica hepática análise do LCR potros: mensuração gamaglobulinas, glicose soro, cultura de sangue. Neutrófilos aumento proteína diminuição glicose presença de bactérias Coleta LCR Meningites Tratamento Antibióticos Controle do edema cerebral trimetropim-sulfa (30 mg/kg) v.o /12 horas ceftiofur 0,5mg/kg i.v./12 horas aminoglicosídeos e penicilina DMSO 1g/kg i.v. a cada 12/24 hors 10% diuréticos (manitol) 0,25mg/kg i.v. 20% corticosteróides (dexametazona) 0,1 mg/kg i.v. ao dia Meningites Anticonvulsivantes Terapia suporte Prognóstico : ruim diazepan 0,05-0,4mg/kg i.v. Fenobarbital 1-10 mg/kg i.v. e segue 0,5-1mg/kg/12 horas Encefalite viral As mais freqüentes encefalites virais são as causadas por Togaviridae, dentre os vários vírus desta família destaca-se: Encefalite leste, oeste e venezuelana. Doença cerebral difusa (difícil envolvimento de medula espinhal). Vírus neurotrópico, afetando primariamente substância cinza. Incomum em potros < 3 meses Vetor: mosquitos Cavalos: hospedeiros terminais Encefalite viral Manifestações clínicas síndrome febre inapetência/indisposição 5 dias após sinais de doença cerebro cortical mudança de comportamento andar desorientado pressionar a cabeça cegueira/sonolência/agressão/excitabilidade nistagmo/assimetria facial/paralisia língua ataxia/paresia Encefalite viral Manifestações clínicas Diagnóstico Tratamento Prognóstico EEL edema cerebral morte decúbito/perda de consciência/tremores Manifestações clínicas sorologia análise do LCR necrópsia/histopatológico suporte Reservado para EEO e ruim para EEL e EEV PREVENÇÃO Leucoencefalomalacia Associada a ingestão de milho e consumo da toxina fumonisina B1 produzida pelo Fusarium moliniforme. Toxidade hepática encefalomalácia hepatose fatal leucoencefalomalácia Ingestão de altas doses toxina baixo tempo Ingestão de baixas doses toxina longo período Leucoencefalomalacia Manifestações clínicas Diagnóstico Tratamento Variável (7-75 dias) aparecimento abrupto/morte 2-3 dias inapetência/depressão/apatia andar desorientado, ataxia, déficits nervos cranianos decúbito, convulsão, coma e morte Bioquímica hepática análise LCR/análise da ração necrópsia suporte Polioencefalomalácia Considerações: Termo descritivo das lesões histológicas Deficiência de tiamina ou intoxicação por enxofre Diagnóstico precoce melhora o prognóstico 25 Etiologia Várias etiologias possíveis Elevado consumo de enxofre Alteração no metabolismo de tiamina Intoxicação por sal Intoxicação por chumbo Polioencefalomalácia Patogenia Inibição da Citocromo C oxidase Presença de sulfetos em excesso na circulação Mudança na dieta, superando a capacidade hepática de metabolização Inalação de sulfeto de hidrogênio Interação dos sulfetos com a tiamina Polioencefalomalácia Enxofre Patogenia Co-fator da transcetolase Altera os mecanismos de transporte de sódio e água Tumefação intraneuronal > necrose neuronal Metabolismo de neurotransmissores Polioencefalomalácia Tiamina Manifestações clínicas Animais se distanciam do rebanho; Incoordenação motora; Cegueira; Decúbito; Convulsões; Óbito; Representa perigo para quem estiver ao redor Polioencefalomalácia Diagnóstico Anamnese e manifestações clínicas Sulfeto de hidrogênio no rúmen Tiamina sérica Necrópsia Exame histopatológico Polioencefalomalácia Diagnóstico Achados de necrópsia Tumefação; Amolecimento e aplainamento cortical; Exame histopatológico Necrose laminar difusa Polioencefalomalácia Tratamento 10 a 20mg/kg IM ou SC de tiamina TID IV diluída em glicose 5% e adm lenta Corticosteróide 1 a 2mg/kg dexametasona DMSO Furosemida Manitol Diazepam Polioencefalomalácia Prevenção e controle Envolve manejo alimentar de tiamina e enxofre Polioencefalomalácia MEDULA Mieloencefalite protozoária Causada pela presença de um protozoário na medula ou encéfalo: Sarcocystis neurona 60% são animais < 4 anos (2-7 anos) Descrito em diversas raças Hospedeiro definitivo: gambá (Didelphis virginiana) Hospedeiro intermediário: aves Cavalo: hospedeiro aberrante Mieloencefalite protozoária Manifestações clínicas Diagnóstico multifocal/+medular/+MP/agudos ou não claudicação/ataxia/quedas/tropeços decúbito atrofia muscular envolvimento cerebral (n. cranianos) depressão/desorientação/ anormalidades comportamento Anamnese e manifestações clínicas análise LCR “Western blot” necrópsia/histopatologia Mieloencefalite protozoária Tratamento sulfadiazina-trimetropim 20-30mg/kg/12 horas pirimetamina 1mg/kg/3dias e após a cada 24 horas diclasuril 10mg/kg/21 dias antiinflamatórios suporte controlar anemia deve apresentar melhoras em 15 dias Mieloencefalite por Herpesvirus A mieloencefalite é somente uma das diversas doenças causadas pelos EHVs. Causada pelo EHV-1, mas há relatos de doenças do SNC causadas pelo EHV- 4(EHV-1 subtipo 2) período de latência: ± 3 semanas transmissão: contato direto com secreções cavalos sem clínica: focos de infecção corticosteróides: afloram as manifestações clínicas objetos contaminados por 7-14 dias ou até 5-6 semanas Mieloencefalite por Herpesvirus Manifestações clínicas - casos isolados ou em grupo/rapidamente ou em poucas semanas - relacionado com aborto ou infecção respiratória recente - morbidade 90%/após inoculação 6-12 dias sinais neurológicos - alteração no andar MP/paralisia de cauda e bexiga/ déficit sensorial regional - ataxia MA c/ relutânciaa locomoção - curso rápido com pico em 48 horas - paralisia de pênis/paraplegia/paralisia depressão/inapetência/tetraparesia e decúbito Mieloencefalite por Herpesvirus Diagnóstico Tratamento Manifestações clínicas síndrome febre/sinais de EHV-1 análise de LCR verificação pareada de título sorológico isolamento do vírus antiinflamatórios suporte prevenção Malformação de vértebra cervical Descreve a malformação ou má-articulação de uma ou mais vértebras cervicais resultando em compressões intermitentes ou contínuas. Manifestação: déficits neurológicos, principalmente relacionado a propriocepção andar atáxico “Wobbler” Classificação: 1) instabilidade da vértebra cervical (IVC) 2) estenose estática da cervical (EEC) Malformação de vértebra cervical IVC: estreitamento do foramen vertebral caudal Flexão pescoço aumento da compressão na ME aparecimento da mielopatia Principalmente C3-C5 cavalos < 3 anos Malformação de vértebra cervical EEC: há compressão direta da ME devido a uma doença degenerativa articular nas articulações vertebrais cervicais. + observada entre C5-C7 animais mais velhos (2- 4 anos) Malformação de vértebra cervical Etiologia: multifatorial Manifestações clínicas: Predisposição genética nutrição trauma externo ataxia progressiva dos MP ou 4M fraqueza/espasticidade/hipermetria tropeços/assimetria lateral paraparesia/tetraparesia exacerbação flexionando ou estendendo o pescoço Malformação de vértebra cervical Diagnóstico: Tratamento: Histórico e manifestações clínicas raio-x mielografia análise LCR necrópsia minimizar mobilidade e inflamação (AINES/DMSO/Manitol) repouso cirúrgico
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