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ARTIGO (Precificação de ativos e investimentos de risco)

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PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS E INVESTIMENTOS DE RISCO
UNIVERSIDADE ESTÁCIO
LOURENÇO, Thiago
MBA em Gestão Financeira e Controladoria
RESUMO
Qualquer investimento está suscetível a riscos, dentro ou fora do mercado financeiro, sua segurança está relacionada diretamente às influências internas e externas das aplicações. Os modelos de precificação de ativos servem como auxílio para avaliação de investimentos e compreensão da relação entre risco e retorno. O presente artigo abordará os principais modelos de precificação de ativos, seu protótipo, revisará os primórdios desta teoria, esclarecendo, contudo, a importância de sua utilização.
ABSTRACT
Any investment is susceptible to risks inside and outside the financial market, its security is directly related to the internal and external influences of the applications. Asset pricing models serve as an aid to assessing investments and understanding the relationship between risk and return. The present article will address the main types of asset pricing models, their prototype, will review the beginnings of this theory, clarifying, however, the importance of its use.
INTRODUÇÃO
Investir depende, principalmente, da taxa de retorno oferecida, apesar de diversas discussões sobre a taxa a ser exigida pelos investidores, não havia concordância entre os pesquisadores sobre qual a mais indicada e como calculá-la. A primeira solução para este problema partiu de Markowitz (1952), que desenvolveu a teoria moderna de carteira e definiu dois parâmetros básicos para seleção de um investimento: a média e a variância dos retornos históricos. A média seria a medida adequada do retorno esperado, que deve ser maximizado, enquanto a variância do retorno poderia mensurar adequadamente o risco, que deve ser minimizado. Os modelos de precificação de ativos financeiros, considerando o mercado em equilíbrio, auxiliam na determinação do preço de mercado do risco e o relacionamento entre o retorno esperado e o risco para qualquer ativo. Desses modelos, o primeiro a ser desenvolvido e, ainda hoje, mais utilizado no meio acadêmico, é o Capital Asset Pricing Model (CAPM), que foi desenvolvido, de maneira independente, por Lintner (1965), Mossin (1966) e Sharpe (1964).
Precificação de ativos é um setor da economia financeira que busca justificar o preço de ativos financeiros, que são direitos a um fluxo futuro de pagamento/recebimento ao comprador/vendedor.
um dos mais importantes modelos na teoria de portfólios e até hoje tem sido objeto de grandes discussões entre pesquisadores de finanças.
Capital Asset Princing Model (CAPM)
A pressuposição básica do CAPM é o relacionamento linear entre o retorno de um ativo e seu risco, sendo esse último mensurado pelo beta, que mede a sensibilidade dos retornos de um ativo às variações nos retornos da carteira de mercado ou, de maneira mais formal, o risco sistemático dos ativos. Desde sua formulação, vários estudos empíricos analisaram a consistência do CAPM, porém, não há consenso nos resultado obtidos.
A partir das limitações encontradas no CAPM, passaram a ser desenvolvidas novas modelagens, tendo muitas delas tido como base o próprio CAPM, representando, na verdade, variações do mesmo. Dentre os modelos que buscaram apresentar variações do CAPM, vem se destacando, na literatura, o Conditional Capital Asset Pricing Model (CCAPM), ou CAPM condicional. Sua idéia principal parte da crítica de que o risco sistemático não é estável ao longo do tempo, conforme pressupõe o CAPM. Assim, ele buscou vislumbrar as possíveis alterações nas características fundamentais de uma empresa e no seu ambiente macroeconômico, sugerindo que o relacionamento entre o risco e o retorno de um ativo se dá de forma dinâmica. Assim, as informações presentes em determinado momento subsidiam a expectativa de retorno dos investidores. Porém, o C-CAPM manteve o beta, que utiliza a variância como medida de dispersão, como medida de risco, o que pode causar vieses em mercados emergentes. Assim, para se testar este modelo no Brasil, pode ser utilizado o downside beta, que utiliza a semivariância como medida de dispersão. Uma das vantagens da semivariância é que ela considera indesejável apenas os retornos que estão abaixo do esperado, enquanto a variância considera igualmente indesejáveis todos os extremos dos retornos. Esta medida de sensibilidade foi utilizada por Estrada (2000), no modelo Downside Capital Asset Pricing Model (D-CAPM). A semivariância se mostra adequada ao mercado de capitais brasileiro, já que este possui baixa liquidez e grande volatilidade. O objetivo deste estudo foi avaliar se o Capital Asset Pricing Model (CAPM) e sua variação, o Downside Capital Asset Pricing Model (D-CAPM), em suas formas estática e condicional, explicam as variações nos retornos dos ativos com risco negociados no Brasil.

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