Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TOM para Complexos Prof. Gilberto Baptista Química inorgânica II 1 Introdução A abordagem inicial é aquela mesma usada para espécies diatômicas. - Identificar os orbitais atômicos de valência - Decidir sobre a formação de orbitais moleculares não-ligantes (OMNL), através de considerações sobre a simetria e sobre a energia dos orbitais atômicos (OA’s). - Combinar os OA‘s restantes, de modo a obter um número máximo de orbitais moleculares ligantes (OML’s) e os correspondentes orbitais moleculares antiligantes (OMAL’s). Entretanto, sempre respeitando a regra: número de orbitais atômicos = número de orbitais moleculares número de orbitais ligantes = números de orbitais antiligantes Orbitais d Os orbitais dxy, dxz e dyz tem lobos orientados entre os eixos x, y e z. Os orbitais dx2-y2 e dz2 têm seus lobos orientados sobre os eixos cartesianos. Sistema Octaédrico Neste sistema, seis pontos representando os ligantes (vermelho), são colocados em um arranjo octaédrico ao redor do íon central (orbitais rosa coordenados nos eixos x, y e z). 4 Complexo octaédrico - Os ligantes estão dispostos segundo os eixos cartesianos. - Cada ligantes terá disponível um orbital atômicos capaz de formar ligações sigma (σ). Os orbitais do ligante não são relevantes na TOM, o importante é que ele seja capaz de superposição frontal com um orbital do metal, de modo a formar uma ligação sigma. - Entretanto é importante que esses orbitais, de simetria sigma, tenham energia apropriada. - Na TOM, um complexo octaédrico apresenta 15 OA‘s de valência e, portanto, 15 OM’s formados. Cada um dos 6 ligantes contribui 1 orbital de simetria sigma, no total 6 orbitais. O metal contribui com 9 OA‘s , 1 orbital “s”, 3 orbitais “p” e 5 orbitais “d”. No total 6 + 9 = 15 orbitais. Complexo octaédrico - Os orbitais dxy, dxz e dzy, dirigidos entre os ligantes, originam 3 orbitais moleculares não- ligantes. Já que, não irão apresentar a simetria adequada. - Restam 12 OA‘s, a partir dos quais serão formado 6 OM’s e 6 OMAL’s. Diagrama de um complexo octaédrico TOM e a TCC Pode-se perceber que, na TOM, os níveis de t2g (não-ligante) e eg* (antiligante) vão corresponder aos níveis t2g e eg da TCC. A diferença de energia entre eles, determinada experimentalmente, foi definida como 10 Dq na TCC. Assim, os resultados qualitativos da TOM e da TCC são semelhantes, como o comportamento magnético e as propriedades espectroscópicas. TOM e TCC A razão para o desdobramento é diferente em cada teoria. Na TCC, é uma consequência de repulsão eletrostática. Na TOM, decorre do processo de formação dos OM’s Quanto maior a superposição dos OA’s, mais estáveis os OML’s e mais instáveis os OMAL’s. Logo, quanto mais separados os OML’s e OMAL’s, maior será a diferença de energia correspondente ao 10 Dq, uma vez que a posição dos OMNL’s do nível t2g permanece constante. Assim, sob o ponto de vista da TOM, os complexos serão de spin alto ou baixo dependendo de quão eficientes forem as ligações covalentes entre a espécie metálica e os ligantes. Exemplo 1) Utilizando o diagrama de níveis de energia, faça o preenchimento eletrônico dos OA‘s e dos OM’s para o complexo [Ti(H2O)6] 3+. 2) Calcule a OL para o complexo. 3) Qual o comportamento magnético do complexo? 4) Compare essa descrição do complexo com relação a TOM e a TCC. Diagrama de um complexo octaédrico Ligações Pi (π) A explicação para as posições de vários ligantes na série espectroquímica, não pôde ser argumentada pela TCC. Entretanto, com argumentos da TOM, será possível concluir sobre a espectroquímica dos ligantes. Ligações Pi (π) A espécie metálica poderia, a princípio, usar quaisquer de seus orbitais p ou d para formar as ligações π. Entretanto, apenas os OA’s dxy, dxz e dyz, do nível t2g, estão realmente disponíveis, pois os demais já foram usados no sistema sigma, em que as ligações são mais fortes. Ligações Pi (π) Há 3 tipos de orbitais nos ligantes que apresentam simetria apropriada para formar ligações π com a espécie metálica. - Orbitais p perpendiculares ao eixo da ligação sigma, como ocorre em ligantes com Cl-, O-2 e CO3 -2. - Orbitais d em planos que incluam o metal, como os orbitais d vazios. - Orbitais π* (antiligante) em planos que incluam o metal, como os orbitais vazios do CO, CN- e NO2 - Formação das ligações Pi pela superposição lateral de um orbital d do metal e os orbitais p (a), d (b) e π* (c) dos ligantes. Diagrama do Sistema π Os diagramas de níveis de energia que representam as ligações pi são formados a partir de 3 orbitais t2g (não ligante) com 3 orbitais t2g (de simetria apropriada) do ligante. Formando 6 OM’s, sendo 3 OM’s π ligantes e 3 OM’s π* antiligantes. O orbital eg não faz parte do sistema Pi, ele é incluso, para que se possa perceber o efeito das ligações Pi sobre o valor referente ao 10 Dq. Considerando um complexo em que os ligantes sejam doadores de densidade eletrônica Pi para o metal. Isso pode acontecer, por exemplo, com os íons haletos (não são bons receptores π), em os orbitais p estão ocupados. Esses orbitais, cuja a simetria é rotulada como t2g, têm energia mais baixa do que t2g do metal. Nesses casos os elétrons dos ligantes vão ocupar os OML’s π formados. Aos elétrons do metal restam os OMAL’s π* de energia mais elevada do que os elétrons ocupavam antes. Por isso, o valor de 10 Dq diminui como resultado das ligações π. Acredita-se que esta razão os íons haletos são ligantes de campo fraco. Bem como, o íon OH- ser de campo mais fraco do que a água, já que OH- é um melhor doador π do que H2O. Situação contrária ocorre quando as ligações π são formadas através de orbitais d ou π* dos ligantes, estando vazios podem receber densidade eletrônica dos orbitais d do metal. Assim, o valor de 10 Dq aumenta significativamente e o complexo é estabilizado. Os elétrons do metal têm sua energia diminuída em relação ao nível t2g original. Na série espectroquímica, os ligantes de campo mais forte, NO2 -, CN- e CO, são todos muito bons receptores π. Campo forte e campo fraco na TOM O campo forte e o campo fraco na TOM é definido pela capacidade que o ligante tem de ser um bom receptor π. Explicando a série espectroquímica Na TOM a diferença de energia entre os níveis t2g (OMNL) e eg* (OMAL), em outras palavras, o 10 Dq, irá depender da eficiência das ligações covalentes METAL-LIGANTE. Para explicar a série espectroquímica a TOM deve consideram o sistema π. A série espectroquímica vai ser basear no fato do ligante ter sistemas π disponíveis para a interação. Explicando a série espectroquímica Os doadores π serão ligantes de campo mais fraco. Ligantes sem simetria π ficam no meio da série. Os receptores π serão ligantes de campo mais forte (RETRODOADORES) Doadores π – Sem simetria – Receptores π + Fraco + Forte O que são bons receptores π? Estes são exemplos de bons receptores π. Irão formar complexos de campo forte. Ligantes receptores π – Campo Forte Ligantes que são bons receptores π (campo forte) irão formar complexos de spin baixo. São de energia mais alta aumentando o valor de 10 Dq. Este sistema permite que o metal também doe elétrons para o metal via sistema π (retrodoação), conferindo maior estabilidade ao sistema. Uma vez que os elétrons estarão ocupando os orbitaisdo ligante, a ordem de ligação aumenta, conferindo ao complexo maior força de ligação. Ligantes Doadores π – Campo Fraco Ligantes com muitos elétrons apresentam energia mais baixa, o 10 Dq diminui, irão formar complexos de spin alto. Neste caso o ligante “empurra” os elétrons para o metal diminuindo a ordem de ligação, desestabilizando o complexo. Exemplo do [V(CO)]- - Diagrama do sistema sigma - Diagrama do sistema Pi - OL do sistema sigma - OL do sistema Pi Exemplo do [TiF6] -3 - Diagrama do sistema sigma - Diagrama do sistema Pi - OL do sistema sigma - OL do sistema Pi Complexos Tetraédricos Os diagramas e energia de orbitais moleculares de compostos de coordenação tetraédricos podem ser derivados através de um procedimento semelhante ao que foi usado para complexo octaédrico. No caso de complexos tetraédricos contendo um íon de metal de transição d da primeira série, os quatro orbitais do ligante s e os nove orbitais do metal (3d, 4s e 4p) estarão envolvidos para a formação dos orbitais s da ligação metal-ligante. Complexos Tetraédricos
Compartilhar