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Restaurações metalocerâmicas A metalocerâmica é seguramente o sistema de prótese mais utilizado nas modalidades de reabilitação oral. Os fatores que possibilitam as restaurações metalocerâmicas suprirem a essas demandas são: estética superior, grande resistência mecânica possibilitando as mais variadas utilizações clínicas e sua fácil técnica de confecção. A cerâmica é um material vítreo, ou seja, suporta alta força de compressão, mas fratura com força de cisalhamento, que é uma força oblíqua em que o material se arrasta. Um composto cerâmico funciona muito bem desde que esteja bem apoiado. A restauração metalocerâmica é composta por uma infraestrutura metálica que encaixa-se no preparo do dente e de uma parte de carâmica fundida ligada à estrutura metálica. Fragilidade X Ductilidade Fragilidade: É a facilidade com que a fratura ocorre quando o material é tracionado. Ductilidade: É a propriedade referente à capacidade do material se deformar até a ruptura, de suportar deformação plástica quando tracionado. Tipos de força • Tensão • Torção • Cisalhamento • Compressão Indicações • Coroas totais unitárias ou múltiplas • Alta exigência estética • Recupeção oclusal Contra-indicações • Reparo integral da coroa • Complexidade estética • Destreza de operadores Controle da adaptação marginal É conseguido por meio de: • Preparo correto • Moldagem precisa • Vazamento correto do gesso • Uso de espaçadores que simulam o espaço que será ocupado por cimento Técnica da Barbotina • Mistura pó cerâmico + água destilada e pincela no metal • Põe no forno para a cerâmica sintetizar • Depois aplica camadas repetindo o processo A infraestrutura metálica é coberta por: A. Porcelana opaca Oculta o metal, iniciando uma tonalidade e tem papel no desenvolvimento da união entre a cerâmica e o metal. B. Porcelana de dentina Forma a maior parte da massa da restauração, propiciando sua cor e tonalidade. C. Porcelana de esmalte Fornece translucidez à restauração. Metal -> Metal revestido com cerâmica -> Opaco -> Dentina ou corpo -> Incisal ou Esmalte. Interface É o que acontece entre o metal e o opaco-cerâmica. Mecanismo de união A. Envolvimento mecânico Com pedras ou discos faz-se micro-abrasões na superfície do metal que facilitarão a retenção. B. Forças compresssivas É conseguida por meio do uso de um metal com coeficiente de expansão térmica ligeiramente maior que o da porcelana. Então, durante o aquecimento, o metal expande mais e a cerâmica menos. Quando resfriar, o metal irá contrair e a cerâmica fica retida. O ideal é que a cerâmica contraia pouquíssimo menos que o metal, assim há união sem fratura. C. União química Durante o aquecimento, é formada uma camada de óxidos metálicos, oriundos da oxidação. Esses óxidos semelhantes ficam na camada opaca da porcelana. Ligas As propriedades das porcelanas não podem ser avaliadas isoladamente, pois ela e o metal devem ter temperaturas de fusão compatíveis e coeficiente de expansão térmica idênticos. A escolha da liga dependerá de fatores como o custo, a rigidez, capacidade de fundição, facilidade de acabamento e polimento, compatibilidade com porcelanas específicas, resistência à corrosão e preferência pessoal. O berílio quando adicionado à liga controla a formação de óxidos. No entanto, é contra-indicado por ser um material cancerígeno, representando risco à saúde do profissional. Após a fundição do metal, ele deve ser descontaminado e deve passar pelo acabamento das margens antes da queima da porcelana. A. Nobres superiores (1) Ouro- platina- paládio; (2) Ouro- paládio- prata; (3) Ouro- paládio. B. Nobres (1) Paládio- prata. C. Básicos (1) Níquel- cromo; (2) Níquel- cromo- berílio; (3) Cobalto- cromo. É a parte metálica que vai suportar a cerâmica e deve ser 25% menor do que a estrutura final que será recoberta por cerâmica. Espessura do metal A espessura da porcelana deve ser uniforme. Um contorno no convexo da área a ser revestida distribui melhor a pressão e ângulos agudos e áreas retentivas devem ser evitadas. A infraestrutura metálica básica deve ter espessura mínima de 0,3- 0,5 mm. A interface porcelana-metal deve ter no mínimo 0,5 e máximo 2,5 mm. A. Contatos oclusal e proximal Os contatos oclusais devem ocorrer no metal sempre que possível, longe da linha de junção entre porcelana e metal. Se o contato estiver muito próximo à junção, pode ocorrer flexão do metal e fratura na porcelana. O contato deve ser no metal ou na porcelana com, no mínimo, 1,5 mm de distância metal-porcelana, quando não houver espaço interoclusal para metal+porcelana, então, coloca-se metal na palatina ou oclusal (onde há contato com antagonista) e cerâmica na vestibular. Existem situações em que não há espaço para metal-porcelana em dentes anteriores, então devemos deixar apenas a face palatina em metal. Nesse caso, a porcelana recobre a borda incisal do dente, abraçando a estrutura metálica. O mesmo é observado em dentes posteriores. Se deixarmos a superfície oclusal em metal, a porcelana deverá cobrir as cúspides vestibulares. É válido lembrar que o contato deve ser afastado em 1,5mm a ligação metal-cerâmica. Espessura correta da porcelana Deve ser entre 1-2mm. A espessura deve ser uniforme, obtendo estética e resistência. Porcelana sem suporte de metal pode fraturar. A estrutura metálica deve ter ângulos arredondados para absorver melhor as forças. A. Controle da adaptação marginal Um ponto fraco na restauração fixa é a interface dente-restauração, conhecida como "linha maldita". Essa linha deve ser a menor possível, e um selamento ideal dessa área deve ser obtido com cuidados clínicos e laboratoriais, como a cinta metálica. A restauração metalocerâmica deve ter uma cinta metálica que comece na vestibular e continue nas proximais e na L/P, aumentando altura (cinta palatina). A cinta vestibular deve ter uma altura mínima para ficar não ficar aparente em um preparo intra- sulcular. Em pacientes com o periodonto fino isso pode afetar a estética. A cinta apoia a cerâmica, reduzindo o risco de fratura. Indicações para modificar o desenho da infraestrutura • Ausência de espaço interoclusal pra metal + porcelana • Arcos metalocerâmicos em dentes pilares pra PPR Metalocerâmica com ombro vestibular A remoção da cinta vestibular, em alguns casos, é importante. Em pacientes com periodonto fino e translúcido, com linha de sorriso alta e mesmo onde o preparo não possa ser localizado intrasulcular é indicada a remoção da cinta vestibular. Nesses casos, a subestrutura metálica fica 2 mm do ombro cerâmico na vestibular, proporcionando maior estética. As coroas metalocerâmica com ombro em cerâmica são coroas metalocerâmicas em que uma pequena faixa do metal terminal que encosta à gengiva pelo lado frontal é cortado e substituído por cerâmica de ombro. Dessa forma elimina-se a percepção escura do metal na região gengival. A. Contra-indicações • Retentores de prótese fixa • Preparo irregular por vestibular Infraestrutura modificada de Geller Geller introduziu uma modificação, na qual a estrutura sofria redução, em torno de 2mm, em todo o contorno cervical. Dessa forma, o preparo seria um ombro cerâmico de 360°. O resultado estético é muito bom, no entanto, não conta com o reforço dado pela cinta metálica Algumas considerações estéticas no desenho da infraestrutura O conector rígido deve ser colocado o mais lingual possível em dentes anteriores criando um espaço adequado pra colocação de cerâmica vestibular,proporcionando continuidade do ombro reforçado lingual (barra corrugada). O espaço da porcelana deve ser uniforme. Sempre que possível usar o pôntico ovalado. PPF Uma PPF é uma viga apoiada nos retentores pilares. É importante o entendimento da Lei das Vigas : (1) quando se sobra a altura, a resistência aumenta em 8x; (2) quando se dobra a largura, a resistência aumenta em 2x. Sempre que possível devemos aumentar a altura vertical da conexão rígida e ombro reforçado lingual. Se possível, também aumentar a largura. A. Princípios Desenho correto da infraestrutura Camada uniforme de porcelana Reforço da cinta B. Conector em PPF anterior Deslocar o conector o mais lingual ou palatino possível para aprofundar os sulcos proximais, dando sensação de individualização dos dentes. Além disso, a continuidade do ombro lingual reforçado cria um reforço na estrutura chamada barra corrugada. Essa estrutura pode ser aumentada em sua altura, aumentando a resistência e facilita a higienização. C. Conector em PPF posterior O conector semirrígido deve ser em forma de cavalete, promovendo resistência e facilidade no momento da higienização. • O retentor fica em um pilar (dente) • Em um dente é feita a cinta • Em uma PPF é feita a barra corrugada Pônticos A. Função • Reposição do dente perdido • Estética • Fonética • Manutenção do periodonto • Estabilizar a oclusão • Restaurar eficiência mastigatória B. Classificação • Sela: possui concavidade, encaixando-se no rebordo gengival convexo. Sua estética é excelente, mas nunca deve ser usada, pos torna a higiene do biofilme impossível. • Plano inclinado: toca o rebordo vestibular. • Oval: é o pôntico de escolha. Emerge da mucosa gengival, formando excelente estética. Esse tipo de pôntico não causa dano algum ao periodonto, desde que, o paciente seja orientado a utilizar o fio dental. Esse pôntico ajusta-se ao tecido periodontal sem comprimí- lo. Nas PF anteriores, deve ser o pôntico de escolha, pois é bem estético. É bem indicado para casos de sorriso gengival. • Cônico: tem forma igual a do dente natural nos terços oclusal e medial, sem recobrir a vestibular. É mais usado em regiões posteriores. É indicado em caso de sorriso alto e exposição cervical. • Higiênico: produz menos danos à gengiva e periodonto, e facilita a higienização. É contra- indicado para maxila por razões estéticas e em rebordo muito reabsorvido. O pôntico deve ser totalmente convexo em contato com a mucosa bem comprimida.
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