Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prótese Fixa PRINCÍPIOS MECÂNICOS ● Retenção - o preparo deve apresentar características que impeçam o deslocamento axial da restauração quando submetida a forças de tração. A retenção depende do contato entre a superfície interna da restauração e a superfície externa do dente preparado (retenção friccional); ● Resistência ou estabilidade - a forma de resistência conferida ao preparo previne o deslocamento da prótese quando está submetida a forças oblíquas, que podem provocar sua rotação. Existem fatores diretamente relacionados com a forma de resistência do preparo: magnitude e direção da força, relação altura/largura do preparo (quanto maior a altura das paredes maior a área de resistência do preparo para impedir o deslocamento, porém, a largura não pode ser maior que a altura), integridade do dente preparado (núcleo de preenchimento, estrutura dentária remanescente, núcleo metálico); ● Rigidez estrutural - o preparo deve ser realizado de forma que a restauração apresente espessura suficiente para que o metal, metal e cerâmica e a cerâmica resistam às forças mastigatórias e não comprometam a estética e o tecido periodontal; ● Integridade marginal - a prótese deve estar bem adaptada com uma linha mínima de cimento para que tenha uma longevidade. PRINCÍPIOS BIOLÓGICOS ● Preservação do órgão pulpar - devemos fazer desgastes seletivos das faces dos dentes, de acordo com a necessidade estética e funcional da prótese, a fim de preservar a polpa; ● Preservação da saúde periodontal - fatores diretamente relacionados a esse objetivo são: higiene oral, forma, contorno e localização da margem cervical. Por isso, o término deve estar localizado em uma região onde o profissional possa controlar os procedimentos clínicos e o paciente consiga higienizar. Geralmente, a extensão cervical varia de 2 mm aquém da gengiva marginal livre até 1 mm no interior do sulco; Estética - depende da saúde gengival e da qualidade da prótese. 1 TIPOS DE TÉRMINO CERVICAL ● Ombro ou degrau arredondado - o ângulo entre as paredes gengival e axial do preparo é de aproximadamente 90 graus, mantendo arredondada a intersecção entre essas duas paredes para evitar formação de tensões na cerâmica. É um término indicado nos preparos para coroas confeccionadas em cerâmica, anteriores e posteriores. Desgaste uniforme de 1 mm de espessura no término, 1,5 mm a 2 mm nas faces oclusal e incisal e nas faces axiais até 1,5 mm; ● Ombro ou degrau biselado - ocorre um ângulo de aproximadamente 90 graus entre a parede axial e a cervical, com biselamento da aresta cavossuperficial. Está indicado para coroas metalocerâmicas com ligas áureas; ● Chanfrado - a junção entre a parede axial e gengival é feita por um segmento de círculo, que deverá apresentar espessura suficiente para acomodar o metal e a faceta estética. É indicado para a confecção de coroas metalocerâmicas com ligas básicas e coroas metaloplásticas; ● Chanferete - a junção entre a parede axial e a gengival é feita por um segmento de círculo de pequena dimensão (metade do chanfrado). É indicado para coroa total metálica, coroa metaloplásticas e metalocerâmicas, independente da liga a ser utilizada. COROA TOTAL EM CERÂMICA Dentes anteriores: ● Término cervical - ombro arredondado e desgaste uniforme de 1 mm; ● Faces axiais - 1,5 mm de desgaste, dependendo da cerâmica e da cor do dente; ● Faces oclusais e incisais - 1,5 a 2 mm de desgaste. 1. Sulco marginal cervical - utilizamos brocas diamantadas esféricas, fazemos um desgaste de 1 mm; 2. Sulcos de orientação vestibular, incisal e lingual - profundidade dos sulcos de até 1,5 mm. Os desgastes devem estar de acordo com a inclinação e o posicionamento do dente; Fazemos 2 sulcos na vestibular, ponta diamantada com ponta arredondada (4138), deve-se tomar cuidado com a inclinação da broca, os sulcos devem estar paralelos; Os sulcos incisais acompanham os sulcos vestibulares, de 1,5 a 2 mm de profundidade; 3. Desgastes proximais, união dos sulcos e desgaste palatino - utilizamos a broca tronco - cônica fina (2200), colocamos uma matriz metálica para proteção do dente vizinho, fazemos o desgaste proximal e depois unimos os sulcos. O desgaste 2 da palatina é feito com uma broca diamantada em formato de pera (3118), acompanhando a anatomia da área, fazendo um desgaste mínimo de 1,5 mm; 4. Preparo subgengival e acabamento - utilizamos uma broca diamantada esférica e fazemos o desgaste subgengival de 1 mm; Para o acabamento utilizamos uma broca multilaminada (284), para regularizar todas as superfícies e arredondar os ângulos. Dentes posteriores: 1. Sulco marginal cervical - utilizamos brocas diamantadas esféricas e fazemos o desgaste de 1 mm; 2. Sulcos de orientação nas faces vestibular, oclusal e palatina - os sulcos vestibulares e palatinos devem ter profundidade de 1,5 mm e os sulcos da face oclusal entre 1,5 a 2 mm, utilizamos brocas diamantadas com a ponta arredondada; 3. Desgastes proximais e união dos sulcos - utilizamos ponta diamantada tronco-cônica fina (2200), colocamos matriz para proteção do dente vizinho e utilizamos a mesma broca para fazermos a união dos sulcos; 4. Acabamento - com a multilaminada (284). RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS Funciona como um passo anterior à prótese definitiva, ajudando no processo de intervenção. Quando fazemos? Logo após o preparo. Quais as funções da provisória? ● Proteção da polpa e do periodonto; ● Adaptação cervical e o contorno da restauração. Quais os objetivos? ● Promover conforto e proteção pulpar; ● Promover o selamento coronário; ● Manutenção e estabilidade de posição e oclusão; ● Manutenção da saúde periodontal e estética. Preservação da saúde periodontal 3 Adaptação marginal - mantém a arquitetura do tecido gengival normal, evitando sua proliferação em cima do dente preparado, evitando a instalação do processo inflamatório. Perfil de emergência - porção do contorno dentário que se estende desde a base do sulco gengival, transpõe a margem gengival e termina na região de maior diâmetro vestibular. Requisitos básicos: ● Boas propriedades mecânicas (resina acrílica); ● Biocompatibilidade; ● Estabilidade de cor; ● Devolver ou estabelecer estética; ● Proteção pulpar; ● Facilidade de limpeza. A proteção pulpar ocorre antes da confecção do provisório, consiste na aplicação do sistema adesivo imediatamente após o preparo dental com o objetivo de proteger os túbulos dentinários. Resina acrílica: Vantagens - boa adaptação marginal, várias cores, baixo custo, facilidade de manipulação, possibilidade de confecção de várias coroas em curto espaço de tempo. Desvantagens - contração significativa, liberação exotérmica, pobre estabilidade cromática, baixa resistência ao desgaste. Resina bisacrílica: Vantagens - menor liberação de calor, pequena contração, resistência à abrasão e à flexão semelhante às resinas, estética e variedade de cor. Desvantagens - alto custo, pobre reembasamento somente técnica semi-direta (necessidade de matriz de silicone). Cimentação dos Provisórios: Tipos de cimentos - fosfato de zinco, com eugenol e sem eugenol Obs.: o eugenol gera um efeito inibitório na polimerização das resinas. 4 Como remover a provisória? ● Pinça hemostática curva; ● Saca prótese; ● Alavanca. Tipos de Técnicas: ● Bolinha ● Guia de silicone ● Dente de estoque ● Indireta Bolinha - isolamos o dente preparado e os adjacentes, manipulamos resina acrílica no pote dappen. Colocamos a bolinha de resina no preparo e pedimos para o paciente ocluir. Vamos tirando e colocando no preparo aos poucos devido a liberação de calor da resina. Depois marcamos o ponto de contato e o término do preparo com o lápis. Fazemos os desgastes, manipulamos mais resina e reembasamos. Tiramos os excessos, fazemos acabamento e polimento. Guia de silicone - antes de realizarmos o preparo, fazemos a moldagem do dente hígido com silicone de adição ou condensação. Fazemos o recorte da guia de silicone, na região cervical em forma de V. Manipular a resina de consistência cremosa e não muitofluida. Colocamos no molde e levamos no preparo. Retiramos os excessos e fazemos o polimento. RETENTORES INTRARRADICULARES Indicação: ● Dentes com coroas total ou parcialmente destruídas e que necessitam de tratamento protético. Composição dos retentores: ● Núcleo - é a parte coronária; pode ser em resina composta ou ionômero de vidro ● Pino - é a parte que fica na raiz; pode ser pré-fabricado ou metálico. Fatores a considerar para seleção do pino: 5 ● Oclusão, pois se não estiver estabilizada não podemos usar pinos pré-fabricados é mais seguro utilizar um metálico fundido. ● Posição do dente no arco: ANTERIORES POSTERIORES Recebem cargas axiais, laterais e oblíquas Cargas predominantemente axiais Menor quantidade de tecido dentário e câmara pulpar pequena Maior estrutura dentária e câmara pulpar ampla Fixação de pinos em molares: Dentes superiores - raiz palatina recebe o pino por ser mais ampla e as outras raízes apenas prolongamentos para evitar rotação Dentes inferiores - raiz distal é a que recebe o pino por ser mais ampla. Regras e princípios: ● Pelo menos 3 a 4 mm de material obturador endodôntico devem permanecer na região apical; ● Uma relação de 1:1 entre a altura da coroa e o comprimento radicular do pino deve ser respeitado; ● Pino deve se estender ao menos por metade do comprimento da raiz suportada por tecido ósseo; ● Paredes circundantes do canal deve ser desgastadas ao mínimo durante o preparo para colocação do pino, para não fragilizar ainda mais o dente; ● Essencial que exista, pelo menos, 1,5 a 2 mm de estrutura dental coronária para o EFEITO FÉRULA. Efeito férula - remanescente coronário de 1,5 a 2 mm de altura envolvendo todas as faces da coroa, promovendo o sucesso da prótese a longo prazo. Isso ocorre pois o remanescente melhora a forma de retenção e resistência do preparo e diminui as tensões que se formam na interface dente/cimento/pino, pois atua como um absorvedor de tensões provenientes das forças que atuam sobre a coroa. Existem duas técnicas para a confecção de pinos intrarradiculares: ● Núcleo metálico fundido; 6 ● Pinos pré-fabricados (fibra de vidro). Núcleos Metálicos Fundidos São indicados quando há grande destruição coronária, nas quais o remanescente coronal não é suficiente para promover resistência estrutural ao material de preenchimento. Propriedade mecânica - tem módulo de elasticidade maior do que a dentina (quanto maior o módulo de elasticidade, maior a indução de esforços na raiz, predispondo o dente à fratura). Vantagens: ● Melhor adaptação; ● Alta rigidez estrutural do retentor; ● Radiopacidade; ● Menor película de cimento. Desvantagens: ● Duas sessões clínicas; ● Custo laboratorial; ● Alto módulo de elasticidade; ● Consequências mecânicas para a raiz; ● Cor desfavorável; ● Técnica mais invasiva. Preparo dos canais radiculares: ● Realizado com brocas de Largo ou Gates; ● Retirar o material obturador deixando apenas 4 mm. Confecção de Núcleo Metálico Fundido: Forma direta - o conduto é moldado e a parte coronal esculpida diretamente na boca. 1. Prepara-se um bastão de resina acrílica ou seleciona-se um pino pré-fabricado de plástico que se adapte ao diâmetro e ao comprimento do conduto preparado e que se estenda 1 cm além da coroa remanescente; 7 2. Lubrifica-se o conduto e a porção cervical com isolante hidrossolúvel por meio de um instrumento endodôntico ou da própria broca, envolvida em algodão; 3. Molda-se o conduto introduzindo a resina preparada com sonda, pincel ou seringa tipo Centrix no seu interior e envolvendo o bastão que é inserido no conduto, verificando se atingiu toda sua extensão; 4. Após a polimerização da resina, verifica-se a fidelidade do pino moldado; 5. Corta-se o bastão no nível oclusal ou incisal e procede-se do preparo da porção coronal, utilizando pontas diamantadas e discos de lixa e seguindo os princípios de preparo; 6. A parte coronal do núcleo deve apenas complementar a estrutura dentária perdida, dando-lhe forma e características de uma coroa preparada; 7. Adaptação do núcleo no interior do conduto deve ser passiva; 8. Cimentação pode ser realizada com cimentos de ionômero de vidro ou fosfato de zinco ou cimentos resinosos. Forma indireta - após o preparo dos canais, deve-se moldá-los e o padrão de cera ou resina acrílica será executado no modelo de trabalho; moldagem com silicone base leve (ajuda da seringa para inserção dentro do conduto); moldagem com material pesado por cima do leve; vaza-se o gesso tipo IV. Núcleos Pré-fabricados São indicados quando o remanescente coronário preparado apresentar no mínimo 2 mm de altura. Existem diferentes tipos de pinos pré-fabricados, variando as seguintes características. Forma - cilíndrico ou cônico Tipo de superfície - lisa, serrilhada ou rosqueada Materiais - aço e titânio, cerâmico, fibra de carbono e fibra de vidro Pino de Fibra de Vidro Vantagens - módulo de elasticidade próximo ao da dentina, minimizando o estresse entre dentina/cimento/pino; não interferem na cor do material de preenchimento do núcleo; diminuição do risco de fraturas; resistência à corrosão; biocompatibilidade; facilidade de remoção. Passo a passo: 1. Realizar o preparo do canal radicular com broca de Largo, de acordo com o diâmetro do pino a ser utilizado; 8 2. Selecionar o tipo de pino a ser utilizado; 3. Limpeza dos pinos com álcool 70º durante 1 min; 4. Aplicação de silano por 1 min, deixar evaporar; 5. Lavagem do canal e secagem com pontas de papel absorvente; 6. Cimento dual é manipulado e colocado em toda extensão do canal; 7. Colocamos o pino na posição; 8. Fotopolimerizamos; 9. Colocamos incrementos de resina, dando forma ao núcleo; 10. Fotopolimerizamos; 11. Remanescente e núcleo são preparados para receber a coroa. Pino anatômico - utilizamos quando o conduto se apresenta muito alargado ou ovalado, especialmente nos terços médio e cervical, as superfícies do pino não se adaptam as suas paredes. Passo a passo: 1. Pino é envolvido com resina composta após o tratamento da superfície (álcool + silano + adesivo); 2. Isola-se o conduto com isolante hidrossolúvel; 3. Introduzimos o pino lentamente no conduto e fotopolimerizamos por 5 a 10 segundos; 4. Vamos colocando e tirando o pino do conduto enquanto fotopolimerizamos; 5. Depois fotopolimerizamos durante 40 segundos fora do conduto; 6. Fazemos o tratamento da superfície novamente; 7. Lavamos e secamos o canal; 8. Inserimos o cimento dual e inserimos o pino devagar; 9. Tiramos os excesso e colocamos resina para formação do núcleo; 10. Preparamos o núcleo e o remanescente para receber a coroa. 9 RESTAURAÇÃO METÁLICA FUNDIDA São realizadas com ligas áureas ou ligas alternativas (paládio-prata). Indicações: ● Dentes debilitados por cárie ou tratamento endodôntico; ● Restaurações amplas em dentes posteriores; ● Prótese unitária. Contra-indicações: ● Pacientes com grande susceptibilidade à cárie; ● Dentes em posições anormais na arcada; ● Envolvimento estético. Preparo: ● Caixa oclusal - faz-se a redução oclusal com uma broca diamantada tronco cônica 3069, com profundidade de 1,5 mm (cúspide de trabalho) e 1 mm (cúspide de não trabalho); a caixa deve ser plana e com expulsividade de 6 graus; entramos com apenas ⅓ da broca, seguindo a sinuosidade do sulco; ● Caixas proximais - colocamos ⅔ da broca tronco-cônica 3069, protegendo sempre os dentes adjacentes; caixa proximal plana e com 1,5 mm de profundidade, 10 perpendiculares ao longo eixo do dente; fazemos o bisel proximal para dar um pouco mais de espessura para o material; ● Rompemos o ponto de contato com a broca 2200 ou 3113; ● Ombro - fazemos o ombro na cúspide de trabalho, com broca reta, deve ter de 0,5 a 1 mm; ● Bisel e contra-bisel - fazemos o bisel e contra bisel na cúspide de não trabalho. OBS.: os ângulos externos devem estar arredondados, os internos devem estar nítidos. A retenção e resistência é dada pela altura das caixas. A durabilidade estrutural é dada pelo desgaste oclusal. A integridade marginalé dada pelo bisel proximal e pelo biselamento como um todo. O preparo não pode ser muito cônico, a expulsividade é mínima para que o material não solte. 11 OVERLAY CERÂMICA São feitas com material de dissilicato de lítio/híbridas. Preparo: ● Chanfro - espesso na vestibular, lingual reta ou chanfro; ● As caixas oclusais e proximais devem ser amplas; ● A caixa oclusal tem redução de 2 mm; ● As caixas proximais têm de 1,5 a 2 mm de altura; ● Os ângulos são arredondados e liso, com expulsividade de 8 a 15 graus; ● Fazemos a união do chanfro com a caixa proximal, formando a pista de skate; ● Desgaste oclusal - feito com uma broca tronco-cônica de topo arredondado, seguindo os sulcos de orientação e depois unindo esses sulcos, sempre respeitando a inclinação das cúspides; ● Caixa oclusal - fazemos com a broca em formato de balde 3131, a inclinação da broca não faz diferença visto que temos que ter expulsividade; ● Caixas proximais - desenhamos elas bem amplas, rompemos os pontos de contato com uma broca 2200 ou 3113. Resumindo: 1. Núcleo de preenchimento; 2. Preparo; 3. Restauração provisória; 4. Moldagem; 5. Conferência do laboratório; 6. Ajustes; 7. Cimentação. 12 SISTEMAS CERÂMICOS INDICAÇÃO TIPO DE CERÂMICA Recobrimento de infraestrutura metálica ou cerâmica Feldspáticas Próteses parciais (inlays, onlays, facetas e laminados) Feldspáticas, dissilicato de lítio e cerâmicas reforçadas por leucita Coroa unitária Feldspáticas, cerâmicas reforçadas por leucita, dissilicato de lítio ou zircônia (monolítica) Próteses parciais fixas (até 3 elementos) Dissilicato de lítio ou zircônia Copings/infraestrutura de coroas unitárias e próteses parciais fixas de até 3 elementos Dissilicato de lítio, espinélio magnésio-alumina, alumina+zircônia ou zircônia (monolítica) Copings/infraestrutura de próteses parciais fixas com mais de 3 elementos Cerâmicas reforçadas por Zircônia TRATAMENTO DAS CERÂMICAS Facetas laminadas: 13 Dente: profilaxia; condicionamento ácido por 30s; aplicação de adesivo sem fotopolimerizar; Cerâmica: Feldspática e leucita - condicionamento com ácido fluorídrico por 90s; limpeza com ácido fosfórico por 30s e aplicação de silano por 1 min. Dissilicato de lítio - condicionamento com ácido fluorídrico por 20s; limpeza com ácido fosfórico por 30s e aplicação de silano por 1 min. Cimento: fotopolimerizável, dual amina free ou resina termo modificada. Onlays e Coroas Vítreas: Dente: profilaxia; ácido fosfórico; sistema adesivo convencional; ou adesivo autocondicionante em único passo. Cerâmica: Feldspática e leucita - ácido fluorídrico por 90s; lavagem com jato de água/ar por 1 min e limpeza ativa com ácido fosfórico por 30s; silano por 1 min. Dissilicato de lítio - ácido fluorídrico por 20s; lavagem com jato de água/ar por 1 min e limpeza ativa com ácido fosfórico por 30s; silano por 1 min. Coroas cerâmicas ácido resistentes (zircônia): Dente: profilaxia; aplicação de adesivo autocondicionante ou não aplicar nada. Cerâmica: jateamento com óxido de alumínio; limpeza com jato de água/ar; limpeza com álcool 70; primer metálico/cerâmico. OBS.: quando utilizamos cimento autoadesivo não utilizamos adesivo no dente. CIMENTOS ODONTOLÓGICOS Fosfato de zinco - aplicação clínica principalmente para cimentação de coroas metalocerâmicas, pontes metálicas e preenchimento de espaços. 14 Vantagens - fluidez, fácil manipulação, baixo custo Desvantagens - baixa dureza, alta solubilidade, sensibilidade pós operatória, metal free: opacidade, sem adesão entre o material e estruturas dentárias. Hidróxido de cálcio - pulpotomia, forramento e cimentação provisória. Vantagens - fácil manipulação, biocompatibilidade, estimula a produção de dentina terciária, boas propriedades biológicas Desvantagens - péssimas propriedades mecânicas, alta solubilidade, sem adesão entre o material e estruturas dentárias. Ionômero de vidro - cárie remanescente, forramento, cimentação de bandas e acessórios ortodônticos, base de cavidade Vantagens - liberação de íons flúor, boas propriedades mecânicas, se assemelha a dentina (função), adesão às estruturas dentárias. Desvantagens - mais opaco que a resina composta, baixas propriedade mecânicas para algumas soluções, baixa resistência a tração e cisalhamento (áreas sujeitas a grandes cargas oclusais), alta solubilidade e desintegração. Cimento OZE - restaurações provisórias, cimentação de peças protéticas, proteção do complexo dentino-pulpar. Vantagens - bom selador, diminuição da sensibilidade. Desvantagens - baixas propriedades mecânicas, sem adesão ao dente. Ionômero de vidro modificado por resina - utilizado para cimentação de restaurações metálicas, metalocerâmicas, zircônia ou alumina, pinos e núcleos metálicos. Características - técnica moderadamente simples (aplicação de primer ou condicionamento prévio), podem aderir ao dente, liberam flúor, são biocompatíveis, resistência moderada a alta, baixa solubilidade nos fluidos orais. Cimentos resinosos - cimentação de restaurações metálicas, metalocerâmicas, zircônia e alumina, cerâmicas vítreas, pinos e núcleos metálicos, pinos e núcleos estéticos. Características - técnica mais complexa (quando associado a um adesivo), podem aderir ao dente, resistência moderada a alta, menor solubilidade, controle do tempo de trabalho, excelente propriedades mecânicas e estéticas. 15 LAMINADOS CERÂMICOS/FACETAS LAMINADAS Restaurações estéticas indiretas parciais, das faces vestibulares dos dentes anteriores e posteriores, de preparos conservadores, aderidas à estrutura dental por agentes cimentantes resinosos e técnicas de cimentação adesiva. Quando indicar? ● Alteração de cor; ● Pequenas giroversões ou inclinações; ● Restabelecimento de guia anterior; ● Restaurações insatisfatórias na face vestibular; ● Alteração de forma. Planejamento ● Enceramento diagnóstico - representação em cera ou resina da forma, disposição, tamanho e textura desejadas para os dentes ao final de um tratamento reabilitador. Quando realizar o enceramento diagnóstico? ● Sempre que for modificar forma, tamanho… (guias de orientação de desgaste). Mock-up: é a maquete ou protótipo em tamanho natural, obtido a partir do enceramento diagnóstico. Sequência: 1. Planejamento digital do sorriso; 2. Enceramento dos modelos de estudos; 3. Mock-up. Obs.: seguindo essa sequência teremos uma maior previsibilidade do tratamento. Qual material de escolha? ● Cerâmicas feldspáticas (+ estéticas) ● Cerâmicas reforçadas por leucita ou dissilicato de lítio (+ resistentes porém não muito estéticas) Características do Preparo Convencional: 16 ● Término em chanfro; ● Área de visibilidade dinâmica; ● Manutenção dos pontos de contato (sempre que possível); ● Desgaste incisal. Quanto desgastar? ● Cervical - 0,3 a 0,5 mm ● Médio - 0,5 a 0,7 mm/ dentes escurecidos - 1,0 mm ● Incisal - 1,5 a 2 mm Baratieri, 2010 Condição dos dentes Média de desgaste Preparo dental mínimo Dentes sem alteração de cor, forma e/ou posição 0,2 a 0,4 Preparo dental moderado Dentes com alteração de cor moderada, forma e/ou posição 0,4 a 0,7 Preparo dental acentuado Dentes com alteração de cor acentuada, forma e/ou posição 0,7 a 1,0 Conceição, 2018 Se tenho uma espessura de 0,2 a 0,3 mm não consigo alterar a cor do substrato. Se tenho uma espessura de 0,5 mm consigo mudar um tom de substrato. Se tenho uma espessura de 0,9 mm consigo mudar três tons de substrato. Quando levar o término intrasulcular? ● Fechamento de diastema; ● Dente escurecido. Sequência de preparo: 17 1. Canaleta cervical - se estende de proximal até a cervical e passa para a outra proximal. Realizamos com uma broca esférica (1014) com inclinação de 45 graus da superfície dentária; 2. Canaletas incisais - desgaste de 1 a 2 mm na superfície incisal (4138), entramos com a broca inteira. Fazemos duas canaletas e depois unimos com a mesma broca; 3. Canaletas vestibulares - entramos com metade da broca 4138. Fazemos as canaletas seguindo as três inclinações do dente.Depois unimos as canaletas; 4. Sempre que possível manter o ponto de contato, caso o paciente não tenha restaurações extensas na proximal, devemos apenas romper o ponto de contato com uma tira de lixa, para que o material de moldagem consiga penetrar ali sem que rasgue; Obs.: antes de realizar o preparo devemos realizar a moldagem (guia de desgaste com silicone). Restauração provisória: ● Resina foto (cimentar com resina flow); ● Resina bisacrílica; ● Resina laboratorial. Cimentação provisória: 1. Ácido fosfórico 37% em um ponto central do preparo; 2. Adesivo (não pode ser o autocondicionante); 3. Resina flow. PRÓTESES PARCIAIS FIXAS MÚLTIPLAS ● Pilares - são os dentes que suportam a prótese fixa ● Retentores - são os elementos da prótese fixa que se encaixam nos dentes pilares ● Pôntico - o elemento ausente ● Conectores - estruturas que vão unir os retentores Os dentes pilares devem apresentar uma boa condição. Se o paciente já apresenta uma ponte fixa que necessita de troca o passo a passo que devemos seguir: 18 ● Moldagem; ● Enceramento; ● Remover restauração; ● Restauração provisória (bisacrílica). Pônticos podem ter os seguintes formatos: ● Sela ● Em bala ● Plano inclinado ● Plano higiênico 19
Compartilhar