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UNIDADE 1: CONCEITOS BÁSICOS DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA Profa. MSc. Luciane Katrine Evolução Histórica da Cirurgia 1. Conceitos de CIRURGIA Especialidade médica caracterizada por procedimentos invasivos, executados mediante técnicas, e podem representar um método terapêutico ou um método diagnóstico. 1. Conceitos de CIRURGIA Conjunto de gestos manuais e instrumentais, executados pelo cirurgião, que abrange a abertura ou não do corpo. FINALIDADE: Diagnóstica; Terapêutica; Estética. 1. Conceitos de CIRURGIA Cirurgia ou operação é o tratamento de doença, lesão ou deformidade externa e/ou interna. OBJETIVO: Reparar; Corrigir ; Aliviar um problema físico. Pintura de 1889 de Thomas Eakins 2. Aspectos Históricos O homem realiza práticas cirúrgicas desde a antiguidade. Na Idade Media, restringiam-se a amputação de membros, drenagem de abscessos e retirada de tumores. Os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico tinham que superar a dor, hemorragias e infecção. 2. Aspectos Históricos Muitas descobertas contribuíram para prevenção de infecção em pacientes cirúrgicos, entre elas pode-se citar o uso de máscara, avental e padronização da degermação das mãos. A cirurgia teve importante evolução a partir de 1846, com a descoberta da anestesia, com narcose sendo realizada pela inalação do éter. O uso de luvas nas salas de operação foi introduzida em 1890, por William Halsted, não para proteção do paciente e sim para proteger a enfermeira, que era alérgica a anti-séptico. 1900 a 1919: realizada na casa do paciente, a enfermeira chegava algumas horas antes. 1920 a 1939: conceito de consentimento. 1940 a 1959: necessidades individuais foram enfatizadas. 1960 a 1979: implementada a pesquisa em enfermagem. 2. Aspectos Históricos 2. Aspectos Históricos No século XX com o desenvolvimento científico, ocorreu: A evolução das técnicas cirúrgicas e da ligadura vascular; Criação de instrumentos próprios; Introdução da anestesia geral; Técnicas assépticas para realização de intervenção cirúrgicas. 2. Aspectos Históricos Desde os primórdios os enfermeiros são responsáveis pelo ambiente seguro. Hoje os cuidados de enfermagem são focadas na competência tecnico-científica. 2. Aspectos Históricos Nessa estrutura, o Enfermeiro Perioperatório: Avalia o paciente; Identifica resultados desejados pelo paciente; Desenvolve e implementa um plano de cuidados de enfermagem; E avalia esse cuidado em termos dos resultados obtidos pelo paciente. Classificação das Cirurgias 3. Classificação das Cirurgias Quanto ao ambiente: HOSPITALAR AMBULATORIAL Segundo a Urgência Cirúrgica: ELETIVA (OPCIONAL E NECESSÁRIA) DE URGÊNCIA DE EMERGÊNCIA 3. Classificação das Cirurgias Segundo o Risco Cardiológico: GRANDE PORTE (Cirurgias vasculares arteriais) MÉDIO PORTE (Prótese de quadril) PEQUENO PORTE (Timpanoplastia) Segundo Tempo de Duração da Cirurgia: PORTE I (Rinoplastia) PORTE II (Colecistectomia) PORTE III (Craniotomia) PORTE IV (Transplante de fígado) 3. Classificação das Cirurgias Segundo a Finalidade: DIAGNÓSTICA OU EXPLORATÓRIA CURATIVA RECONSTRUTORA PLÁSTICA PALIATIVA TRANSPLANTE RADICAL 3. Classificação das Cirurgias Segundo o Potencial de Contaminação: LIMPAS (Cirurgias cardíacas) POTENCIALMENTE CONTAMINADAS ( Histerectomia) CONTAMINADAS (Apendicectomia) INFECTADAS Limpas: realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação, na ausência de processo infeccioso local, sem penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário, em condições ideais de sala de cirurgia. Potencialmente contaminadas: envolvem os tratos respiratórios, digestivo, genital e urinário, sem processo infeccioso e inflamatório, em tecido com flora microbiana pouco numerosa. Contaminadas: realizadas em tecidos abertos e recentemente traumatizados , de difícil descontaminação, com processo inflamatório mas sem supuração. Infectadas: realizadas em tecido com supuração local, tecido necrótico, feridas traumáticas sujas. 3. Classificação das Cirurgias Segundo a AMB: De porte 0 a 8, em ordem crescente de complexidade anestésica e cirúrgica. Terminologia Cirúrgica 4. Nomenclatura Cirúrgica Termos utilizados para indicar um procedimento cirúrgico a ser realizado. É formada por: Prefixos: designam a parte do corpo relacionada à cirurgia Sufixos: indicam o ato cirúrgico que será realizado. Ex: Traqueostomia – traqueo (órgão) e stomia (abertura de uma nova boca) 4. Nomenclatura Cirúrgica OBJETIVOS DA TERMINOLOGIA: Fornecer a definição do termo cirúrgico. Descrever os tipos de cirurgia. Facilitar o preparo dos instrumentais e equipamentos cirúrgicos apropriados para cada tipo de cirurgia. 4. Nomenclatura Cirúrgica Cabe à equipe de enfermagem entender os diversos aspectos que envolvem o procedimento cirúrgico, em especial a terminologia do mesmo. Os profissionais de enfermagem que atuam na Central de Material e Esterilização precisam conhecer essa terminologia cirúrgica. 5. Principais Prefixos Prefixo Relativo a Adeno glândula Blefaro pálpebra Cisto bexiga Cole vesícula Colo cólon Colpo vagina Entero intestino delgado Gastro estômago Histero útero 5. Principais Prefixos Prefixo Relativo a Nefro rim Oftalmo olho Ooforo ovário Orqui testículo Osteo osso Oto ouvido Proto reto Rino nariz Salpingo trompa 6. Principais Sufixos Sufixo Significado anastomose formação de passagem entre dois órgãos centese punção clise fechamento dese fixação ectomia extirpação, remoção parcial ou total lise dissolução, liberação 6. Principais Sufixos Sufixo Significado pexia fixação de um órgão plastia alteração da forma e ou função do órgão rafia sutura síntese composição stasia detenção, parada scopia visualização do interior do corpo em geral 6. Principais Sufixos Sufixo Significado strofia torção tomia abertura de um órgão stomia abertura de uma boca tripsia esmagamento 7. Exemplos Apendicectomia Cistopexia Ritidoplastia Colporrafia Artroscopia Ileostomia 7. Terminologia que não segue as regras citadas Cirurgia Objetivo Amputação remoção de um membro ou de parte necrosada do corpo Artrodese fixação cirúrgica de articulações Bartholinectomia retirada de cisto de Bartholin Biópsia remoção de um tecido vivo para fins diagnósticos Cauterização destruição de tecido por meio de agente cáustico ou calor - bisturi elétrico Cesariana retirada do feto por incisão através da parede abdominal Circuncisão ressecção da pele do prepúcio que cobre a glande As fases do Perioperatório 8. Períodos do Perioperatório Pré-Operatório Mediato Imediato Transoperatório Intra-operatório Pós-Operatório Imediato Mediato9. Pré-Operatório Pré-Operatório Mediato: Cliente é submetido a exames que auxiliam na confirmação do diagnóstico e que auxiliarão o planejamento cirúrgico; O tratamento clínico permanece para diminuir os sintomas e as precauções necessárias para evitar complicações pós-operatórias; Começa no momento da indicação da cirurgia e termina 24 horas antes do seu início. 9. Pré-Operatório Pré-Operatório Imediato: Corresponde às 24 horas que antecedem a cirurgia. (o paciente pode ser hospitalizado, nesta fase, para iniciar o preparo). Tem por objetivo preparar o cliente emocionalmente e fisicamente para o ato cirúrgico. 10. Transoperatório Compreende o momento em que o paciente é recebido no CC até o momento em que é encaminhado para a SRPA; Toda equipe deve estar atenta no sentido de oferecer ao cliente apoio, atenção, respeitando sua crenças, seus valores, seus medos, suas necessidades, atendendo-o com segurança, presteza e eficácia. 11. Pós-Operatório RECEPERAÇÃO PÓS-ANÉSTÉSICA: Desde a chegada do paciente na SRPA até a sua alta para unidade de destino. PO IMEDIATO: Primeiras 24h após a cirurgia. PO MEDIATO: Começa ao final das primeiras 24 horas após a cirurgia e vai até a alta hospitalar ( unidade de internação). “Provavelmente, nenhuma outra área da enfermagem exige a larga base de conhecimentos, a memória instantânea da ciência cirúrgica, a necessidade de ser guiada intuitivamente pela experiência de enfermagem, a diversidade de pensamento e ação, as resistências física e mental e a flexibilidade necessárias nas tarefas de enfermagem perioperatória” (ROTHBOCK, 2007). REFERÊNCIAS POSSARI, J. F. Centro Cirúrgico: Planejamento, Organização e Gestão. 4.ª Edição. São Paulo. 2009 ROTHROCK, J. C. A. Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico. 13ªedição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. SOBECC. Práticas recomendadas em Centro Cirúrgicos, Recuperação Pós-Anestésicas e Central de Material Esterilizado. 6.ª Edição. São Paulo.2013
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