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F´ısica experimental IV : Leis de refrac¸a˜o e reflexa˜o e polarizac¸a˜o por reflexa˜o Hellen Pereira 15 de abril de 2018 Resumo O objetivo do experimento era verificar em laborato´rio a lei de re- flexa˜o e refrac¸a˜o -comparando com o observado na natureza- e ainda determinar o aˆngulo de Brewster. Ale´m disso tratamos das duas for- mas de determinar o ı´ndice de refringeˆncia. Os resultados obtidos fo- ram satisfato´rios. Obtivemos um erro percentual menor que 4% para a estimativa do ı´ndice de refringeˆncia no experimento de Brewster e menor que 1% no experimento de reflexa˜o e refrac¸a˜o. Introduc¸a˜o Quando a luz incide sobre uma superf´ıcie que separa dois meios oticamente diferentes ela sofre reflexa˜o e refrac¸a˜o, e´ grac¸as a ambos fenoˆmenos que podemos enxergar, isto e´, ver atrave´s de um liquido ou ga´s que refrata e reflete a luz ou ver um objeto que simplesmente a reflete. Entre outras aplicac¸o˜es, destaca-se o uso de lentes para corrigir defeitos de visa˜o, defeitos estes que atingem cerca de 25% dos brasileiros. Newton defendia a teoria sobre luz e cores, que se baseava num modelo corpuscular, Huygens em desacordo publicou ”Dio´ptrica”, obra que tornou conhecida a descoberta de Snell. A lei da refrac¸a˜o tambe´m e´ conhecida como lei Snell-Descartes, foi desenvolvida no se´culo 16, sendo que ambos cientistas (Snell e Descartes) trabalharam separadamente e chegaram a`s mesmas concluso˜es. Na sec¸a˜o desenvolvimento teo´rico nos aprofundaremos nas contribuic¸o˜es de Huygens para refrac¸a˜o e reflexa˜o. Podemos destacar algumas situac¸o˜es excepcionais que ocorrem com os fenoˆmenos estudados, como, por exemplo: Quando o angulo de refrac¸a˜o e´ 90◦, temos a reflexa˜o total. Ale´m disso temos o aˆngulo de Brewster, que e´ o aˆngulo de incideˆncia para o qual a reflexa˜o anula completamente a componente paralela da onda em relac¸a˜o ao plano de incideˆncia. Com isso, a onda refletida so´ tem uma componente que e´ a perpendicular ao plano de incideˆncia. Esse fenoˆmeno tem diversas aplicac¸o˜es, as mais casuais sa˜o nas lentes de o´culos solares e caˆmeras fotogra´ficas. 1 Desenvolvimento Teo´rico A reflexa˜o, segundo a teoria corpuscular, pode ser explicada usando coliso˜es: Uma part´ıcula que atinge um plano com um determinado aˆngulo e velocidade e sofre uma colisa˜o totalmente ela´stica vai ter sua componente vertical da velocidade invertida e a componente horizontal permanece a mesma. O que a teoria corpuscular na˜o explica e´ por que parte da luz reflete e parte refrata. Na teoria ondulato´ria superamos esse obsta´culo, obtendo a lei da reflexa˜o pelo Principio de Huygens. Veja a Figura (1), QP1 e´ uma frente de onda incidente sobre a interface segundo o aˆngulo θ1. O ponto P1 da frente incide sobre a interface apo´s um tempo d/v1. Ainda na figura d = P1P e v1 e´ a velocidade da onda no meio 1. Nesse instante, a onda secunda´ria gerada por Q ja´ tera´ atingido Q′1, com d = QQ′1 e a frente de onda refletida e´ PQ′1. Figura 1: Ilustrac¸a˜o da onda sendo refletida Os triangulos retangulos QP1P , PQ ′ 1Q sa˜o iguais, e´ facil perceber, ja´ que ambos teˆm mesma hipotenusa e um dos catetos iguais a d, logo θ′1 = θ1. Enunciamos: A lei de reflexa˜o: o raio refeltido permanece no mesmo plano de inci- dencia e obdece a equac¸a˜o (1). θ′1 = θ2 (1) Para explicar a lei de refrac¸a˜o, vamos usar um processo ana´logo: Veja a Figura (2). A frente de onda incidente QP1 da´ origema` frente de onda refratada Q2P . O tempo necessa´rio para que a luz percorra a distancia d1 = P1P no meio 1 e´ a mesma para percorrer d2 = QQ2 no meio 2, se v1 e v2 sa˜o as velocidades para percorrer o meio 1 e 2, enta˜o temos a equac¸a˜o (2): 2 Figura 2: Ilustrac¸a˜o da onda sendo refratada t = d2 v2 = d1 v1 (2) Os triaˆngulos retaˆngulos QP1P e QQ2P nos da˜o uma relac¸a˜o para d1 e d2. Substituindo na equac¸a˜o 2 e isolando as velocidades, temos q equac¸a˜o (3): d1 d2 = senθ1 senθ2 = v1 v2 (3) Sabemos que, pelo efeito da descontinuidade: n12 = v1 v1 Lei da refrac¸a˜o: o raio refratado permanece no plano de incideˆncia e obedece a equac¸a˜o (4). n2 n1 = senθ1 senθ2 (4) Note que quando θ2 = 90 ◦, temos um evento particular. Quando o raio passa de um meio mais refringente para um meio menos refringente (n1 > n2), ele muda sua direc¸a˜o, tangenciando a superf´ıcie no ponto de incideˆncia. O raio sofreu reflexa˜o total. Quando a luz na˜o polarizada incide em uma superf´ıcie que separa dois meios transparentes, a luz refletida e´ parcialmente polarizada. Para um certo aˆngulo de incideˆncia a luz refletida e´ totalmente polarizada (restando a componente perpendicular ao plano de incideˆncia), esse angulo e´ o angulo de Brewster, neste caso a soma dos aˆngulos de reflexa˜o e refrac¸a˜o e´ 90◦. Veja a Figura (3) 3 Figura 3: Ilustrac¸a˜o da onda sendo refratada e refletida Quando polarizamos a onda antes de incidir na superf´ıcie submetida a este evento, dependendo da componente da onda polarizada, ela pode ser totalmente transmitida. Para isso a componente do raio polarizado precisa ser paralela ao plano de incideˆncia. Veja Figura(4) Figura 4: Ilustrac¸a˜o da onda sendo totalmente refratada Partindo do princ´ıpio de que a soma do aˆngulo de refrac¸a˜o e de reflexa˜o e´ 90◦, temos que: sen(θ2 − 90◦) = sen(θ′1) = −cos(θ2) Usando a lei de Snell-Descartes encontramos a equac¸a˜o(5). θp = tan −1( n2 n1 ) (5) E´ observado que o ı´ndice de refrac¸a˜o varia de acordo com o comprimento de onda. Enta˜o teremos diferentes aˆngulos de Brewster para cada regia˜o do espectro vis´ıvel. 4 Procedimento experimental Utilizamos os seguintes materiais: Disco graduado, cilindro de acr´ılico com sec¸a˜o semi circular, placa com fendas estreitas, polarizadores, filtros verde e azul, suportes e laˆmpada. No primeiro experimento, centramos o cilindro sobre o disco graduado de forma que o diaˆmetro coincidisse com a superf´ıcie plana. Posicionamos a placa de fendas em frente a lampada, formando um feixe estreito de luz que passava pelo centro do disco, e escolhendo quatro angulos de incidencia entre 0◦ e 90◦ medimos a posic¸a˜o do feixe refletido e refratado no disco (girando-o em sentido hora´rio e depois anti-hora´rio) .Veja a Figura (5). Figura 5: Esquematizac¸a˜o do experimento Para medir o aˆngulo de Brewster, colocamos um polarizador em frente ao feixe luminoso - na mesma configurac¸a˜o ja´ descrita acima- e com o feixe inci- dente ja´ polarizado, variamos o aˆngulo de incideˆncia. Quando a intensidade do feixe refletido era mı´nima, retiramos o polarizador (para aumentar a in- tensidade luminosa) e medimos o aˆngulo entre os raios refletido e refratado. Repetimos o processo colocando os filtros azul e verde. Na˜o realizamos para o filtro vermelho porque a intensidade da luz era muito fraca. Observamos o que acontecia com o feixe refletido e refratado quando coloca´vamos mais polarizadores e inclina´vamos estes. Resultados e Discussa˜o θ1[ ◦] θ′1[◦] θ2[◦] sen(θ1) sen(θ2) 15 ± 0,5 15 ± 0,5 9,75 ± 0,5 0,258 ± 0,009 0,169 ± 0,009 30 ± 0,5 30 ± 0,5 19,25 ± 0,5 0,500 ± 0,009 0,329 ±0,009 45 ± 0,5 45 ± 0,5 28,25 ± 0,5 0,707 ± 0,009 0,473 ±0,009 60 ± 0,5 59 ± 0,5 35,50 ± 0,5 0,866 ± 0,009 0,580 ±0,009 75 ± 0,5 74 ± 0,5 40,25 ± 0,5 0,965 ± 0,009 0,646 ±0,009 Tabela 1: Tabela com dados obtidos experimentalmente 5 Sabemos que o meio 2, o semi-c´ırculo, e´ feito de acr´ılico(nacrilico = 1, 49). Para calcular o ı´ndice de refrac¸a˜o do acr´ılico, utilizamos a equac¸a˜o (4), com os dados que sa˜o apresentados na tebela(1). O ı´ndice de refrac¸a˜o do ar (n1) e´ muito pro´ximo de 1,tal que comparado a` incerteza, e´ va´lido aproxima´-lo. Propagando a incerteza de nR2 para o tipo B (em raza˜o do disco graduado) e o tipo A. Encontramos o ı´ndice de refrac¸a˜o para o meio 2: n2 = 1, 50± 0, 05 10 20 30 40 50 60 70 80 10 20 30 40 50 60 70 80 th et a'1 theta 1 Dados obtidos experimentalmente Ajuste linear Figura 6: Gra´fico do θ′1 em func¸a˜o de θ1 obtidos experimentalmente e seu ajuste linear Da func¸a˜o que melhor se ajusta aos pontos obtidos representados na figura(6), a derivada e´ 0,98. Isso nos diz que o valor do aˆngulo de incideˆncia (θ1) e´ muito pro´ximo ao do aˆngulo refletido (θ ′ 1). Sabemos que a teoria afirma que os aˆngulos incidentes e refletidos devem ser iguais. 6 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 se n (th et a 1) n sen (theta 2) Dados obtidos experimentalmente Ajuste linear Figura 7: Gra´fico do sen(θ1) em func¸a˜o de n R 2 sen(θ2) O mesmo vale para o ajuste de sen(θ1) em func¸a˜o de n R 2 sen(θ2). Veja a figura(7) A derivada e´ 1,01. Isso significa que sen(θ1) e´ aproxidamente nB2 sen(θ2). Na teoria para refrac¸a˜o, como ja´ foi discutido vale a igualdade abaixo: n1sen(θ1) = n2sen(θ|2) Nesta etapa tambe´m medimos o aˆngulo limite de reflexa˜o total e seu respectivo nc2e encontramos: θc = (42, 5± 0, 5)◦ nc2 = 1, 466± 0, 014 Enquanto os outros valores obtidos pra n2 sa˜o baseados em va´rias medic¸o˜es e diferentes aˆngulos ou situac¸o˜es, para o nc2 so´ foram feitas duas medic¸o˜es, enta˜o na˜o vamos usa´-lo para compara-lo ao nacrilico. 7 Situac¸a˜o do feixe angulo de Brewster me´dio nB2 Feixe que passou pelo filtro azul 55 1,43 Feixe que passou pelo filtro vermelho 55,5 1,45 Feixe monocroma´tico 55 1,43 Tabela 2: Dados obtidos experimentalmente A tabela (2) apresenta os aˆngulos nos quais a onda polarizada era to- talmente refletida para a luz monocroma´tica, nos feixes azul e verde. O feixe submetido ao filtro vermelho era muito pouco luminoso, assim na˜o foi poss´ıvel coletar uma medida va´lida experimentalmente. E´ interessante construir um gra´fico do ı´ndice de refrac¸a˜o em func¸a˜o do comprimento de onda e observar o comportamento de natureza exponencial. Infelizmente como so´ coletamos dois pontos (azul e verde) na˜o faz sentido construir esse gra´fico com estes. Segundo este experimento, temos o ı´ndice de refrac¸a˜o do meio 2: nB2 = 1, 44± 0, 14 nacrilico n R 2 n B 2 1,49 1, 50± 0, 05 1, 44± 0, 14 Tabela 3: Comparac¸a˜o do ı´ndice de refrac¸a˜o do acr´ılico com os medidos nos dois experimentos. O segundo e´ o feito com o experimento de refrac¸a˜o e reflexa˜o e o terceiro com o aˆngulo de Brewster. Note que o nacrilico esta´ dentro dos intervalos de n R 2 e n B 2 . Conclusa˜o Podemos dizer que o experimento foi bem sucedido, pois todos os valores encontrados esta˜o dentro do esperado. Os resultados sa˜o coerentes quando comparados com os valores reais, assim podemos dizer que teoria descreve com precisa˜o os fenoˆmenos observados na natureza da luz interagindo com os materiais estudados. Refereˆncias Nussenzveig, H.Moyse´s;Curso de f´ısica Ba´sica, O´tica, relatividade e f´ısica quaˆntica, primeira edic¸a˜o, editora Edgard Blucher, 1997. TIPLER, P. A.; MOSCA, G. F´ısica para cientistas e engenheiros (Volume 2)- Eletricidade e magnetismo, o´ptica. 5.ed. LTC, 2009. 8 TARANTINO,Moˆnica. Olho no futuro. Dı´sponivel em: < https : //istoe.com.br/24574OLHO + NO + FUTURO > acesso em:12 de abril de 2018. WIKILIVROS.Histo´ria e epistemologia da f´ısica/o´ptica. Disponivel em: < https : pt.wikibooks.orgwiki/Hist%C3%B3ria e epistemologia da F%C3%ADsica/C3%93ptica#Leis da Refra%C3%A7%C3%A3o > acesso em: 12 de abril de 2018. 9 Introdução Desenvolvimento Teórico Procedimento experimental Resultados e Discussão Conclusão
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