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INTRODUÇÃO À CIÊNCIA POLÍTICA, CAPÍTULO 5 O PODER POLÍTICO É a possibilidade efetiva que tem o estado de obrigar os indivíduos a fazer ou não fazer alguma coisa, e seu objetivo deve ser o bem público. Quando o poder, no seu exercício, não visa ao bem público, não é mais o poder do Estado, não é mais um direito, não obriga jurídica e moralmente; é apenas a força, a violência de homens que estão no governo. A quem cabe decidir se o poder está ou não visando ao bem público? .É essencialmente uma vontade Democracia clássica É a vontade que os governantes, escolhidos pelo povo, realizam, de acordo com a Constituição, o que eles próprios entendem por bem público. Democracia contemporânea É a vontade de que os governantes, eleitos pelo público, realizam o que o próprio povo entende ser o bem público. Monocracia ou ditadura É a vontade dos governantes, sem a obediência a qualquer Constituição ou lei elaborada pelo povo através de seus representantes. CAUSAS DO PODER A formação social do poder Poder difuso Nas sociedades há sempre uma pressão externa sob o indivíduo, e que se manifesta sob vários aspectos, desde a força material até a persuasão psicológica. Essa pressão é que constitui o poder e, em geral, não há nenhum órgão especializado para exercê-la. . É a tradição, são preceitos, costumes, ritos que se impõem inelutavelmente Poder onímodo Que é de todos os modos; que tem ou pode ter todas as formas; ilimitado. Poder anônimo Senso de propósito, portanto pela presença de um agente humano. EXEMPLO Diante das crianças, das mulheres e dos velhos inválidos, os homens adultos eram um grupo dominante, pois se encarregavam dos alimentos e da defesa contra os inimigos. Poder personalizado Em muitas circunstâncias e vicissitudes comuns à vida coletiva, uma autoridade deveria surgir naturalmente, espontaneamente. . A autoridade aceita para a guerra tenderia naturalmente a se prolongar durante a paz e não faltariam motivos para que ela procurasse se impor e o grupo aceitasse EXEMPLO Durante as caçadas, o mais hábil caçador, o mais experimentado, assumia naturalmente uma autoridade transitória para a busca ou captura da presa. Por ocasião das guerras entre as hordas diversas, é lógico que o guerreiro mais valoroso, audaz e astucioso seria escolhido para chefe. Poder institucionalizado Existe quando "há uma estrutura organizada para cumprir a função social do poder e quando essa estrutura obedece a normas preestabelecidas, independentemente da vontade própria dos que exercem o poder". Na fase institucional, o poder volta à massa dos indivíduos e são as normas por eles editadas ou aprovadas que regulam a ação dos governantes e as relações dos indivíduos entre si. O conjunto dessas normas, costumeiras ou escritas, é o direito, e a organização daí decorrente é o Estado moderno. . Etapa mais avançada, e até agora mais perfeita da evolução política EXEMPLO Surge quando aos homens, pelo desenvolvimento da cultura, repugna obedecer o arbítrio de alguns, quando se afirma a consciência da necessidade de uma ordem estável, de uma organização permanente a serviço do bem público. CAUSAS SOCIAIS E PSICOLÓGICAS DO PODER À causa social eficiente: é o fato de o homem viver em sociedade. Mesmo no exercício de atividades lícitas e de direitos inegáveis, os homens, pelo fato de viverem em comum, têm de obedecer a normas legais que devem ser defendidas e aplicadas por um poder permanente. As formas de poder, comentou Bertrand Russel, assume duas formas: explícita nos chefes, implícitas nos comandados. . "Os homens que se põem às ordens de um chefe têm por fim conseguir o poder para o grupo a que pertencem e consideram como suas as vitórias do chefe Assim como é da natureza do homem viver em sociedade, e esta exige o poder, é da natureza do homem desejar e obedecer ao poder. CONDIÇÕES DO PODER A força não é a do poder e sim de suas condições indispensáveis. causa uma O poder para ser obedecido e permanente, precisa absolutamente do consentimento da maioria dos membros do grupo social. Alega-se que é o temor das punições e represálias que faz com que a maioria obedeça. É apenas meia verdade, que explica períodos transitórios na vida dos povos. A força nos Estados modernos é virtual, é uma possibilidade, uma ameaça a pequena porcentagem de indivíduos: é certo, todavia, que não são muitos os que consentem o poder em consequência de reflexão e convicção; a maioria o faz por . hábito, comodidade, resignação Mas o consentimento tem que existir, expresso ou tácito. Nas sociedades modernas, a força, a coerção material é substituída em grande parte por outra força: a . a coação psicológica persuasão EXEMPLO Propaganda nas ruas, nos jornais, nas escolas, na família... Outra condição, se não do poder, pelo menos de quem o exerce, é o . Compreende o respeito, a gratidão, a confiança, a simpatia, que em muitos casos vão até a idolatria. prestígio . Aos olhos do povo, o que comprova a capacidade dos governantes é a eficiência A LINGUAGEM DO PODER O meio normal de exercício do poder é a linguagem, que compreende todos os meios de comunicação do pensamento, desde a , pura e simplesmente enunciada na lei ou no decreto, até os regulamentos e decisões administrativas. ordem . Palavras valem mais que espadas, e propaganda mais que mãos . A ação política depende do uso eficiente da linguagem, da comunicação prática A linguagem do controle social (linguagem diretiva) deve ser objetiva e persuasiva. DISTINÇÃO Linguagem do poder É imperativa, não tem por fim convencer, mas obrigar. Propaganda política Procura disseminar ideias, criar atitudes, convicções e opiniões.
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