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Aulas de Direito Internacional - Profa. Renata Barros

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DIREITO 
INTERNACIONAL PÚBLICO
Professora Renata Furtado de Barros​
Doutoranda em Direito Público / Internacional – PUC Minas
Mestre em Direito Público / Internacional – PUC Minas
Especialização em Direito Processual – PUC Minas
Professora da Faculdade Estácio de Sá
Coordenadora do Curso de Direito do Centro Universitário da Faculdade Estácio de Sá
renata.barros@estacio.br
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CONCEITO  É O DIREITO QUE REGULA AS RELAÇÕES DA SOCIEDADE INTERNACIONAL.
NÃO É UM SISTEMA VERTICAL
SISTEMA HORIZONTAL NAS RELAÇÕES
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O QUE É DIREITO 
INTERNACIONAL PÚBLICO?
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O Direito Internacional disciplina e rege a sociedade internacional, MAS O QUE É SOCIEDADE INTERNACIONAL?
Sociedade Internacional  Grupo de Estados e OI’s que convivem harmoniosamente ENQUANTO ESSAS RELAÇÕES SÃO CONVENIENTES. – Relação de suportabilidade – ligações por interesses.
Comunidade Internacional  Grupo de Estados e OI’s que se unem por possuírem uma identidade entre eles (familiar, cultural, religiosa, social etc). – Entendimento majoritário de que ainda não existem comunidades internacionais.
SOCIEDADE INTERNACIONAL X COMUNIDADE INTERNACIONAL
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SOCIEDADE INTERNACIONAL X COMUNIDADE INTERNACIONAL
Tratados e acordos internacionais utilizam o termo “comunidade internacional” de forma equivocada – a realidade do cenário internacional é a relação existente na sociedade internacional → RELAÇÃO PAUTADA NO INTERESSE E NÃO NA IDENTIDADE!!!
MAS EXISTE IDENTIDADE NOS BLOCOS ECONÔMICOS?
NÃO
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O SURGIMENTO DO 
DIREITO INTERNACIONAL
Sobrevivência humana → agrupamentos
Necessidades humanas: Primárias + Secundárias
Capacidade de Produção < Necessidade Produtiva → divisão do trabalho em âmbito internacional
Indivíduo produz apenas um tipo de objeto ou serviço em quantidade superior à sua necessidade e TROCA o excedente.
Trocas → Com a evolução do pensamento humano o campo de troca ampliou.
Indivíduo → Cidade → Nações → Mundo
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Agrupamentos Humanos → criou blocos de indivíduos com características comuns
Família: Origem primitiva dos agrupamentos humanos
Identidade entre famílias → cria uma comunidade ligada por um laço espontâneo e definitivo de identidade
Direito → cria normas para reger a vida em grupo (interno)
Comunidades humanas ultrapassam barreiras e encontram-se com outras comunidades: necessidade de coexistência 
LUTA: dificuldade de coexistir com o diferente
Comunidades diferentes = suportam umas as outras para evitar a guerra - relação negocial
Direito → ultrapassa as fronteiras territoriais do Estado. 
O DI transcende as fronteiras da soberania estatal.
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Direito Internacional (DI) → busca atender os interesses de Estados diferentes para coordenar o intercâmbio entre as diferentes civilizações.
SISTEMA DE NORMAS JURÍDICAS QUE BUSCA REGULAMENTAR AS ATIVIDADES QUE ULTRAPASSAM OS LIMITES TERRITORIAIS DOS ESTADOS  DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional como Direito Interestatal
Do século XIX até a II Guerra Mundial
Conceito da Doutrina Positivista  Direito Internacional é um sistema de leis que governa a relação entre Estados (interestatal).
Conjunto de regras que determinam direitos e deveres nas relações entre Estados
Produto da expressão da vontade dos Estados ao se relacionarem
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Direito Internacional (DI) X Sociedade Internacional
Após a II Guerra Mundial
Expansão do DI  além dos Estados outros sujeitos passam a influenciar as relações internacionais e a serem regidos pelo DI. (OI’s, Ong’s, empresas, grupos de pessoas, indivíduo)
Conceito de Direito Internacional = direito aplicável à sociedade internacional.
DI = Consiste de regras e determinações de aplicação geral para a condução do relacionamento entre Estados, organizações internacionais e algumas pessoas sejam elas naturais ou jurídicas.
(conceito do American Law Institute)
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Dominância dos Estados na formação do DI e das Relações Internacionais.
Dominada pelos Estados mais fortes.
Não há um poder acima da soberania dos Estados.
Os Estados atuam em busca de seus próprios interesses e não em prol da sociedade internacional.
CARACTERÍSTICAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
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É cada vez maior a necessidade de aplicação direta das normas internacionais na proteção de valores internacionalmente importantes 
(ex: crimes contra a humanidade).
O DI reflete a necessidade da sociedade internacional contemporânea, cujo destinatário final é o homem (está em constante mutação).
CARACTERÍSTICAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
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ROMA – O estrangeiro podia ser vendido como escravo. Seus bens eram sempre sequestrados. 
Necessidades comerciais = foi elevado à categoria de peregrino e passou a ter alguns direitos civis.
Ius civilis – direitos do cidadão romano.
Ius gentium – direitos do estrangeiro.
Direito das Gentes – tradução literal de ius gentium
Direito Internacional X Direito das Gentes  Discussão ultrapassada!!! – utilizado como sinônimos
Direito Internacional  Direito entre as nações e sujeitos de DI
Direito das Gentes  Direito comum às pessoas
Direito Internacional (DI) X Direito das Gentes
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Guerras e violações ao DI  corrente negadora do DI
Dúvida sobre a existência enquanto corpo de regras obrigatórias!!!
Equívoco = analisar o DI a partir dos padrões normativos do direito interno e ao se perceber que o DI é distinto do direito interno → o DI é negado, como se direito não fosse.
O DI é direito mas é diferente do direito interno!!!
O DI é um direito positivo porque os Estados reconhecem a sua existência devem assegurar a sua aplicação.
Problema do poder nas Relações Internacionais = Poder – determina as normas internacionais que serão, portanto, cumpridas.
O Direito Internacional é realmente direito? 
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Problema da inexistência de sanção no DI = A descentralização normativa permite que o cumprimento da norma seja exigido pelos próprios Estados.
Sanções que poderão ser aplicadas pelos Estados = represálias, bloqueios econômicos, uso da força e até mesmo a guerra.
Hoje  Carta da ONU: não permite em princípio o uso da força nas relações internacionais – preocupação de manutenção da paz e segurança internacionais.
A sanção-repressão é pouco praticada pela sociedade internacional.
Mas o medo de que ela seja usada funciona como coação para que os países cumpram as normas de DI.
Polêmica Estadunidense!
O Direito Internacional é realmente direito? 
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Problema da inexistência de sanção no DI = A descentralização normativa permite que o cumprimento da norma seja exigido pelos próprios Estados.
Sanções que poderão ser aplicadas pelos Estados = represálias, bloqueios econômicos, uso da força e até mesmo a guerra.
Hoje  Carta da ONU: não permite em princípio o uso da força nas relações internacionais – preocupação de manutenção da paz e segurança internacionais.
A sanção-repressão é pouco praticada pela sociedade internacional.
Mas o medo de que ela seja usada funciona como coação para que os países cumpram as normas de DI.
Polêmica Estadunidense!
PACTA SUNT SERVANDA INTERNACIONAL
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Existem duas teorias que se sobressaíram: 
a teoria VOLUNTARISTA e a OBJETIVISTA
AUTOLIMITAÇÃO (Georg Jellinek): Os Estados soberanos se submetem ao D.I em razão da autolimitação Voluntária.
PACTA SUNT SERVANDA INTERNACIONAL
Há consentimento.
OBJEÇÃO: não poderia o D.I depender exclusivamente da Intenção dos Sujeitos do DI.
OBRIGATORIEDADE DA NORMA INTERNACIONAL
TEORIA VOLUNTARISTA (regra)
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Os OBJETIVISTAS defendem a obrigatoriedade do D.I, com base nos princípios, costumes e normas.
“Direito cuja aplicação é obrigatória pela parte e não pode ser afastado pela vontade de particulares”.
“As normas de jus cogens criam obrigações internacionais erga omnes.”
“É a ordem pública para a satisfação do interesse comum dos que integram a sociedade internacional.”
TEORIA OBJETIVISTA (exceções)
JUS COGENS
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OBRIGATORIEDADE DA NORMA
JUS COGENS
	É “uma norma aceita e reconhecida pela Comunidade de Estados Internacionais em sua totalidade, como uma norma da qual não é permitida nenhuma derrogação e que só poderá ser modificada por uma subseqüente norma de lei internacional que tem o mesmo caráter legal”. 
(Convenção de Viena sobre a Lei dos Tratados)
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NORMAS IMPERATIVAS (de JUS COGENS)
Igualdade jurídica dos Estados e o princípio da não-intervenção;
A proibição do uso da força nas relações internacionais e a obrigação da solução pacífica das controvérsias;
O princípio da autodeterminação dos povos;
Os direitos fundamentais do homem.
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Características da Ordem Jurídica Internacional
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CARACTERÍSTICAS LEGAIS DO DI
Século XIV – O Estado Moderno europeu:
 Centralizou o uso da força nas mãos do Estado (monopólio);
 Estados passaram a ter uma força militar permanente;
 O Estado sistematizou todas as áreas da sociedade – criação do sistema legal do país para reger a sociedade;
 Divisão do Estado em 3 funções:
 Função Legislativa
 Função Judiciária
 Função Executiva – administração / polícia / militares 
 O Sistema do Direito Internacional não será controlado por um Estado. Ele viabilizará a relação entre Estados e sujeitos de DI no cenário internacional.
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Funcionamento do Estado
Indivíduo = subordinado ao Estado
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Atribuições do Presidente da República
Art. 84 da Constituição da República de 1988
Inciso VII – manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; 
Inciso VIII – celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
Inciso XIII – exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos;
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Atribuições do Presidente da República
Art. 84 da Constituição da República de 1988
Inciso XIX – declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional
Inciso XX – celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
Inciso XXII – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
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Características legais do DI
SISTEMA LEGAL HORIZONTAL E VALOR NEUTRAL
DI: regula principalmente a relação entre Estados Nacionais
É um sistema legal horizontal: já que falta uma autoridade suprema que centralize as forças militares.
As funções Executiva, Legislativa e Judiciária geralmente são descentralizadas em organizações internacionais (ex: ONU) ou blocos econômicos (União Européia / Mercosul).
Não há um órgão centralizador geral!!!!
O Estados participam diretamente da elaboração das normas internacionais 
Ex: assinatura de tratados / decisões da ONU etc.
DI = possui um forte elemento de coordenação de vontades dos Estados (soberania respeitada).
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Sistema Internacional
Indivíduo = subordinado ao seu Estado Nacional
Possui seu próprio poder militar
Possui seu próprio poder militar
Possui seu próprio poder militar
Possui seu próprio poder militar
Possui seu próprio poder militar
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PROBLEMAS DO SISTEMA LEGAL HORIZONTAL
Estados que participam na legislação internacional representam os seus interesses nacionais.
Os Estados raramente buscam o bem comum da sociedade internacional.
Nenhum Estado pensa no interesse internacional antes de pensar no seu próprio interesse.
Responsabilidade do Estado diante de seus nacionais – impossibilidade de priorizar os interesses da sociedade internacional.
Não há um órgão político supranacional.
Falta de mecanismos que corrijam a desigualdade social entre os Estados.
Normas internacionais são um reflexo do imperialismo dos Estados mais fortes sobre os mais fracos.
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Características legais do DI
SISTEMA DE AUTO-AJUDA
Não há um poder militar internacional e nem um sistema de policiamento internacional.
Proteção = feita pelo sistema de auto-ajuda
O Estado que viola o DI = responsável pelo ato ilegal (wrongful act) diante do Estado que sofreu o dano
Mecanismo de sanção internacional – muito menos organizado e eficaz do que no direito interno
Perigo constante de guerra 
Sanções possíveis – legítima defesa, contra-ataque militar e contramedidas
Retorsão – retorsion 
Represália – reprisal 
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Características legais do DI
SANÇÃO VOLUNTÁRIA? 
Formação da ordem legal internacional
O DI não rege todas as relações internacionais de forma clara e sistematizado como ocorre no direito interno.
A aplicação repetitiva do DI vem contribuindo para a estruturação do sistema legal internacional.
 Apesar dos Estados buscarem seus interesses para decidir no cenário internacional há uma preocupação em fundamentar suas decisões no DI.
O Estado terá mais credibilidade nas relações internacionais se for um Estado preocupado em cumprir as normas de DI.
Relações Comerciais: DI prevalece (OMC)
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SANÇÃO VOLUNTÁRIA? 
Fundamento do direito = sempre é o mesmo
Divergência = interpretação do conceito e o valor do direito em determinada sociedade, de acordo com a sua necessidade contemporânea
Conceitos de direito = variam entre os Estados
DI deve ser aplicado e entendido com base nas características da sociedade internacional.
DI = funciona como uma base orientadora para a relação entre os sujeitos de DI
Bases do DI
Reciprocidade
Consenso
Fairness
Legitimidade
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SANÇÃO VOLUNTÁRIA? 
Se o Estado não cumpre o DI = ocorrerá uma reação da sociedade internacional (SANÇÃO)
A reação da Sociedade Internacional dependerá:
da violação cometida
de qual foi o Estado que cometeu a violação
de quem foi a vítima da violação
Se os Estados e demais sujeitos de DI aceitam os princípios e regras de DI eles passam a estar legalmente obrigados a segui-los (legally binding).
Regra geral = Estados obedecem as normas de DI
Credibilidade internacional.
Exceções = serão julgadas e condenadas nos limites do sistema internacional.
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 NOÇÕES GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL
CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL
Quanto à sua aplicação:
DI Universal  Quando aplicado em todos os países da sociedade internacional.
DI Geral  Quando aplicado em vários países da sociedade internacional, mas não em todos. 
(direito consuetudinário / tratados multilaterais).
DI Regional  Quando aplicado em certos países da sociedade internacional, que possuem as mesmas características regionais
(ex: asilo diplomático – para países da América do Sul / União Européia)
REGIONALISMO x UNIVERSALISMO no DI
O DI busca uma universalidade do DI, mas o regionalismo é uma realidade necessária de união regional dos Estados (UE / Mercosul).
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Direito Internacional Público X Direito Internacional Privado
Ramos autônomos.
 Direito Internacional Público (DIP) é o conjunto de normas que regula as relações externas dos atores que compõem a sociedade internacional (em especial os Estados Nacionais).
O DIP estuda o complexo normativo das relações de direito público externo.
 Direito Internacional Privado (DIPriv.) é um conjunto de regras de direito interno que indica ao juiz local que lei – se a do foro ou a estrangeira; ou dentre duas estrangeiras – deverá ser aplicada a um caso (geralmente privado) que tenha relação com mais de um país.
DIPriv. são as normas internas de um país que determinam qual lei aplicar quando há um choque de legislações – no Brasil a LICC é a principal norma que soluciona esses conflitos.
O DIPriv. não tem nenhuma correlação especial ou dependência em relação ao DIP.
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Relações entre o
Direito Internacional e o 
Direito Interno (Monismo X Dualismo) 
O Direito Internacional e o Direito Interno de cada Estado são duas ordens jurídicas distintas ou são fontes do mesmo Direito? 
Para tentar responder a primeira pergunta, devem ser consideradas as seguintes premissas:
1) Quando as fontes são consideradas distintas  dualismo
2) Quando as fontes são consideradas as mesmas  monismo
DUALISMO: Pressupõe que as normas de Direito Internacional e de direito interno não tem o mesmo objeto e não regulam as mesmas relações sociais. 
Norma interna = se aplica exclusivamente no quadro do Estado
Norma internacional = se aplica exclusivamente na ordem jurídica internacional.
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norma de direito 
internacional
Ordenamento 
jurídico 
de um Estado
norma de direito 
Internacional
 modificada 
para o 
direito interno
Comunicações entre o DI e o direito interno = só podem ocorrer através de processos próprios de cada ordem jurídica  transformação de uma norma característica de uma ordem jurídica em outra norma característica da outra ordem jurídica. 
Estado assina um tratado  Está aprovando o tratado apenas como uma fonte de direito internacional, sem o compromisso de aplicá-lo no âmbito interno.
Tratado  não será recebido pelo direito interno se não foi introduzido formalmente na ordem jurídica do Estado (processo de adoção ou transformação).
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DI = deve regular as relações entre Estados e OI’s.
Direito interno = deve regular a relação do Estado com os seus indivíduos.
Não há conflito entre as normas de DI e de direito interno → um tratado internacional não poderia nunca regular uma questão interna sem antes ser “transformado” em lei nacional.
Sanção para descumprimento de tratado = somente internacional
Heirinch Triepel - primeiro estudo sistematizado acerca da existência de um conflito entre normas foi realizado em 1899.
Fontes: 
direito interno → é resultado da vontade de um Estado 
DIP→ tem como fonte a vontade coletiva dos Estados 
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Críticas à teoria dualista:
Dizer que o DI e o direito interno são distintos pressupõe a não necessidade de cumprimento de tratados no âmbito interno o que acaba com o pensamento de que o DI é direito.
O argumento em favor da independência das ordens interna e internacionais cai por terra em relação aos procedimentos de transformação e adoção porque geralmente a jurisdição internacional vem para reparar ações cometidas pelos Estados e não para anular atos internos.
O direito é uno, não se pode separar a norma interna de um Estado dos tratados que esse próprio Estado assina nas suas relações internacionais.
O Estado que adota a teoria dualista fica desacreditado de que realmente vá obedecer os tratados que assina.
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MONISMO: Pressupõe que o Direito internacional e o Direito interno são elementos de uma única ordem jurídica e, sendo assim, haveria uma norma hierarquicamente superior regendo este único ordenamento. 
DI e direito interno = são dois ramos do Direito dentro de um só sistema jurídico
DI = se aplica diretamente na ordem jurídica dos Estados sem a necessidade de qualquer “transformação ou recepção” pelo direito interno.
Sistema Jurídico
DIREITO
INTERNACIONAL
DIREITO
INTERNO
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DI e direito interno = convergem para um sistema jurídico harmônico.
Alguns assuntos pertencem exclusivamente à jurisdição do DI
DI = não possui jurisdição exclusiva
Assinatura e ratificação de um tratado = firmação de um compromisso jurídico
Não é necessária a criação de um novo documento interno para que o tratado tenha validade no território do Estado.
DI + direito interno = unidade jurídica  não pode ser afastada em detrimento dos compromissos assinados pelo Estado no cenário internacional.
A teoria monista é a seguida pela maioria da doutrina internacionalista = Kelsen / Hildebrando Accioly / Celso D. de Albuquerque Mello etc.
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O problema da hierarquia entre o DI e o direito interno:
PRIMAZIA DO DIREITO INTERNO 
Hegel e Jellinek 
A função do DI é a limitação do direito dos Estados
O DI é obrigatório porque é um direito estatal externo
Direito do Estado comanda o DI
PRIMAZIA DO DIREITO INTERNACIONAL
Kelsen - Teoria Pura do Direito 
Idéia do ordenamento jurídico como um conjunto hierarquizado de normas jurídicas estruturadas na forma de uma pirâmide abstrata, cuja norma mais importante, que subordina as demais normas jurídicas de hierarquia inferior, é a denominada norma hipotética fundamental, da qual as demais retiram seu fundamento de validade. 
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Toda norma intersocial (internacional) supera uma norma interna.
norma hipotética fundamental → norma de direito internacional que aduz que os pactos devem ser cumpridos
Constitucionalistas se apropriam da pirâmide de Kelsen – mas ele afirma que a constituição deriva da norma hipotética fundamental do Direito Internacional.
DI
Constituição
Leis, decretos, jurisprudência
Atos normativos, portarias e resoluções
Contratos, sentenças, atos e negócios jurídicos
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Críticas à teoria monista:
Sobre a primazia do Direito Interno → nega a existência de um Direito Internacional autônomo e independente, reduzindo-o a simples direito estatal, o que não pode prevalecer porque tratados realizados perante um regime jurídico devem ser cumpridos pelo regime posterior
Sobre a primazia do Direito Internacional → teoria que não corresponde ao estudo histórico, pois segundo a História, o Estado é anterior ao DIP. 
As instâncias nacionais, em muitos casos, tendem a negar a supremacia das normas internacionais, legando-os, quando muito, à paridade com as normas constitucionais ou infraconstitucionais. 
A superioridade do DI corre o risco, então, de parecer puramente nominal
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As teorias dualista e monista são relevantes e práticas ou já perderam sua importância?
Premissas para resposta: 
Há diferença entre direito interno e direito internacional
Existe alternativa ao monismo ou ao dualismo
Para Michel Virally:
DI se desenvolve em uma sociedade caracterizada pelo pluralismo conferido pelas ordens jurídicas distintas.
Essas ordens são as únicas a assegurar a execução forçosa do direito e que caberia aos Estados a aceitação por meio da vontade da submissão a suas prescrições.
O DI e o direito interno constituem ordens que integram categorias distintas e autônomas em seus modos de criação, mas não rigorosamente separadas. 
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O DI e o direito interno → reconhecem-se mutuamente suas respectivas validade e mantém entre si múltiplas relações regidas pelo princípio da superioridade do direito internacional.
Várias normas → são consideradas mistas, ou complementares, que pertencem ao mesmo tempo ao direito interno e ao direito internacional.
O problema de conflito de normas também se apresenta na prática, cuja solução deve ser buscada tanto na ordem interna quanto na internacional.
Para Kumm
Depois da 2ªGM questões mais práticas chamaram a atenção dos doutrinadores, que passaram a adotar o dualismo, principalmente países de tradição na common law.
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A constituição então teria efeito constitutivo (não declaratório) do direito ao dizer que o direito internacional é direito. Se fosse declaratório, haveria então o monismo.
A soberania é usada como autodeterminação do Estado frente ao Direito Internacional.
Questões como os Direitos Humanos e falta de lógica na concepção dualista fizeram com que vários doutrinadores internacionalistas adotassem o monismo. Muitos países também o fizeram, principalmente países de tradição do civil law. 
Kumm afirma que monismo e dualismo não servem para explicar a atual relação entre o direito interno e o direito internacional. Falta, portanto, melhor estrutura para aparelhar a relação entre direito nacional e direito internacional
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Como sugestão para a relação entre as normas de direito interno e DI, o autor sugere os seguintes princípios baseados na democracia constitucional:
Princípio formal da legalidade internacional: presunção em favor da autoridade do DI, desde que não haja violação da democracia constitucional.
dever dos cidadãos de obedecer, prima facie, as normas de direito internacional por serem normas da comunidade internacional que estabelece uma estrutura justa de cooperação entre sujeitos do DI 
Princípio jurisdicional da subsidiariedade: proporcionalidade e custo-benefício, aplicado em relação à coletividade.
Parte do processo de substituição do conceito de soberania (que em nada ajuda), como idéia principal para demarcar as esferas de nacionalidade e internacionalidade.
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Princípio processual da adequada participação e da responsabilidade (em prestar contas): legitimidade na produção das normas.
Princípio substantivo de alcançar resultados que não violem direitos fundamentais e a razoabilidade: inclui o dever substantivo dos Estados em observar os direitos humanos e integralizá-los em seu ordenamento jurídico não apenas como norma interna, mas como norma que não pode ser revogada por legislação posterior (alcance de resultados).
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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
DIFICULDADE DE APLICAÇÃO: 
 O direito internacional é, indubitavelmente, a área da ciência jurídica MAIS COMPLEXA DE SE APLICAR, pois será implantado em uma sociedade muito heterogênea e NÃO POSSUI UMA AUTORIDADE SUPREMA PARA IMPOR SUA VONTADE. 
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EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Muitos autores confundem a história do Direito Internacional Público (DIP) com a história de formação do Estado Moderno.
O DIREITO INTERNACIONAL PRECEDE A FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO!!!
FUNDADORES DO DIP
Francisco de Vitória 
(1480-1546/ Espanha)
Interessou-se por estudar juridicamente a invasão das Américas.
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Foi quem começou a estudar cientificamente os fluxos migratórios, ou seja, qual seria o porquê de o homem sair de sua terra natal para enfrentar, em outro território, adversidades culturais, econômicas, geográficas e políticas, dentre outras. 
O direito de imigração (jus communications) é o estudo mais famoso deste espanhol, que ainda definiu a ideia de soberania limitada do Estado, a intervenção humanitária (quando um Estado intervém em outro para proteção dos direitos do homem) e o que convencionou chamar de guerra justa. 
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Francisco Suarez
(1548-1617/Espanha)
Escreveu que a necessidade de regular a sociedade internacional, diante de sua diversidade, é a origem do direito internacional. 
Este autor muito contribuiu com o direito internacional e, juntamente com Francisco de Vitória, liderou a Escola Espanhola de Direito Internacional. 
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Hugo Grotius
(1583-1646/Holanda)
Escreveu em 1625 a obra De Jure Bellis ac Pacis (O direito da guerra e da paz) inspirada na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e participou ativamente, como Embaixador do Rei da Suécia, dos Tratados de Westfália. 
Grotius ganhou projeção em todo o mundo e passou a ser reconhecido como o pai do direito internacional, além de conduzir esta disciplina como ciência aos círculos cultos europeus.
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A GRÉCIA ANTIGA E AS RELAÇÕES ENTRE AS CIDADES
Séc. VIII a.C. Cidade-estado (pólis gregra) 
Relação dos gregos com estrangeiros:
Isolamento e desconfiança com estrangeiros
Possibilidade constante de guerra
Possibilidade de Guerra = permanente
Guerra = não era permanente
Tratados  assinados entre cidades-estado para a instituição de períodos de paz entre eles 
Esparta e Atenas acordaram uma paz de 30 anos em 446a.C.
Tratado de Nícias – paz entre Esparta e Atenas por 50 anos em 431a.C.
Tratado de paz perpétua entre Grécia e Pérsia em 386a.C.
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Necessidades econômicas → Séc. V a.C.→ Atenas torna-se um centro de comércio internacional marítimo.
Cidades → entidades politicamente organizadas e independentes
Povos – fazem parte de uma mesma comunidade de raça, civilização e cultura – afinidades.
Helenos X Bárbaros
Tucídides descreve 2 instrumentos essenciais para a relação entre as cidades-estado:
O TRATADO
A DIPLOMACIA
Prova de que existiam relações jurídicas entre essas cidades-estado.
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Grécia Antiga  em muito contribuiu para o desenvolvimento do Direito Internacional.
ROMA
A prática dos tratados foi importada da Grécia.
Séc. V. a.C.  Foi constituída uma Liga Latina = o tratado conferiu condições de igualdade entre Roma e as cidades do Lácio.
306 a.C.  Tratado entre Roma e Cartago = tratado de paz e de cooperação na proteção de bens naturais.
Romanos:
Crença na superioridade por terem grandes conquistas militares.
Não sentem a necessidade de tratarem os outros povos como iguais.
foedus aequum  foedus iniquum
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Foedus iniquum romano = postura incompatível com o direito internacional que pressupõe relações de igualdade.
Relações entre romanos e estrangeiros:
Baseavam-se no interesse.
Não havia igualdade entre romanos e estrangeiros.
DIREITO INTERNACIONAL ROMANO  era o que era estabelecido unilateralmente por Roma.
Direito romano = baseado nas crenças religiosas dos deuses
Atentar contra um romano  ofensa aos deuses 
Relação jurídica internacional submetida a normas jurídicas internas romanas
Ius Civilis  direito dos cidadãos romanos
Ius Gentium  direito dos estrangeiros (muito mais limitados) = primeiro direito comum da humanidade.
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IDADE MÉDIA
Séc. VII – os Estados começam a ser organizar em Monarquias.
Monarquias = parte de uma comunidade cristã
Unidade de pensamento religioso.
Reis combatem:
No plano interno – seus vassalos.
Nas relações exteriores 
o papa (que tem pretensão de dominação universal)
outros reis
Regime feudal  mina a força dos Estados
Relações internacionais = entre particulares, sem participação do Estado que não possui controle central.
Séc. IX = criação de feiras e mercados internacionais.
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Nesse período o direito internacional é dividido em:
DIREITO DA GUERRA
DIREITO DA PAZ
O DI é aperfeiçoado e os tratados e a arbitragem passam a ser utilizados como meios de manutenção de relações pacíficas.
Fim da Idade Média:
Desenvolvimento da diplomacia
Criação dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros
Criação de Embaixadas Permanentes
Regulamentação comum a toda Europa que concede privilégios e imunidades diplomáticas. 
Relações comerciais intensas = originam o “Direito do Mar” – que vigora em tempos de paz e guerra.
Proteção dos comerciantes – instituição dos cônsules
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1º TRATADO REALIZADO NO MUNDO
O primeiro registro de assinatura de um tratado bilateral no século XII a.C. –– Tratado de Paz entre o faraó egípcio Ramsés II e o rei dos Hititas, Hatusil III, no ano aproximado de 1272 a.C. ––, sendo o direito internacional fruto do avanço das transações comerciais no sistema feudal (Idade Média) e da crescente necessidade de os Estados se relacionarem entre si. 
Ramsés II recebeu 3 enviados reais do rei Hatusil III e apresentaram uma GRANDE BARRA DE PRATA, onde se propunha a paz entre os povos.
Quase até o nascimento de Cristo as nações viveram em paz.
DIREITO DOS TRATATOS NÃO ERA REGULAMENTADO
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DO FIM DA IDADE MÉDIA À REVOLUÇÃO FRANCESA
Período de formação do DIREITO INTERNACIONAL INTERESTATAL.
Reforma Protestante – quebra o vínculo religioso
Nova comunidade intelectual → fundada no Renascimento.
Ideal da Liberdade, Igualdade e Fraternidade
INTERESTATISMO = DI adquire princípios e características específicas.
Monarquias européias  Estados Modernos – poder central exercendo as funções estatais de forma plena em um território  fim do sistema feudal.
Primeiro Estado = Inglaterra (iniciou a Reforma)
França = só no reinado de Luís XI (1461-83) = o território é unificado no território sob autoridade real.
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– JEAN BODIN (1530-96) – 
PRINCÍPIO DA SOBERANIA DO ESTADO
Jurista francês defensor da monarquia
Busca por um “suporte jurídico” para a ação do rei na construção do Estado.
Estado = Res publica
(coisa+povo)= para ele essas expressões são sinônimos.
Definição de Estado para Jean Bodin:
“O justo governo de várias famílias e do que lhes é comum com poder soberano”.
PODER SOBERANO = característica essencial do Estado.
Não há Estado sem soberania. 
Não importa se a soberania é do rei ou do povo.
Pensamento de criação do Estado – independente se é democrático ou não!
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Soberania deve ser:
UNA
INDIVISÍVEL
PERPÉTUA
SUPREMA
Realidade da época  a soberania deve ser de um monarca hereditário.
Soberania se divide:
Soberania no Estado → RELAÇÕES INTERNAS
Soberania do Estado → RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Legitimação da luta do monarca contra:
Feudalidade → RELAÇÕES INTERNAS
Papado e Reis → RELAÇÕES INTERNACIONAIS
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– TRATADOS DE VESTFÁLIA – 
NOVA ORDEM INTERSTATAL EUROPÉIA
GUERRA DOS TRINTA ANOS - denominação genérica de uma série de guerras que diversas nações europeias travaram a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados: rivalidades religiosas, territoriais, comerciais e disputas de poder.
O Sacro Império Romano de Nação Germânica foi formado por Otto, o Grande, imperador católico em 962 (Início do 1º Reich dissolvido apenas em 1806).
Recusa da Liga Evangélica em aceitar a eleição do imperador católico radical Ferdinando II (1578–1637).
Em represália, coroou o protestante Frederico 5º (1596–1632) rei da Boêmia (atual Rep. Tcheca).
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Tropas imperiais invadiram o território boêmio e derrotaram os protestantes.
Ferdinando II condenou os revoltosos à morte e confiscou os domínios de Frederico V, cancelou seu direito de príncipe, declarou abolidos os privilégios políticos e a liberdade de religião. 
Os demais principados protestantes do Sacro Império Romano de Nação Germânica sentiram-se ameaçados e entraram no conflito.
Defenestração de Praga  23 de maio de 1618: nobres protestantes invadiram o castelo da Boêmia (atual Rep. Tcheca). Defenestraram os representantes do imperador em protesto à intenção de demolir duas igrejas luteranas, contrariando a liberdade religiosa. 
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SACRO IMPÉRIO ROMANO DA NAÇÃO GERMÂNICA
Criado por OTTO, o grande, em 962 d.C.
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A guerra acabou tomando proporções internacionais:
INGRESSO DA DINAMARCA E DA NORUEGA (2ª fase)
INGRESSO DA SUÉCIA (3ª fase - acabou derrotada)
Última fase – Entrada da França na Guerra
Cardeal Richelieu (governante da França)  política externa visava transformar a França em uma potência na Europa.  DISPUTA DE PODER
A França já havia apoiado dinamarqueses e suecos e declarou guerra à Espanha em 1635. 
O conflito estendeu-se até 1648, quando a Espanha, bastante enfraquecida, aceitou a derrota.
Os próprios soberanos reconheceram que ninguém sairia vitorioso  resolveram organizar o armistício em duas frentes. 
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GUERRA DOS TRINTA ANOS TOMOU PROPORÇÕES INTERNACIONAIS
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2 tratados assinados nas cidades alemãs:
Münster (católica)
Osnabrück (luterana)
Tratado de Osnabrück e Tratado de Münster
Assinados entre: França e seus aliados + Alemanha 
Tratado bilateral, já que era a única forma conhecida na época (desconhecimento dos tratados coletivos)
Alemanha = transformada em 355 estados independentes – com um imperador de autoridade apenas nominal.
Concessão de Independência a alguns Estados (ex: Países Baixos)
Vitória da Monarquia sobre o papado.
Católicos e Protestantes passaram a ser considerados confissões com os mesmos direitos 
INSTITUÍDA A LIBERDADE RELIGIOSA TOTAL NA EUROPA
TRATADOS DE VESTFÁLIA
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MAS QUAL A IMPORTÂNCIA 
DESSES TRATADOS PARA O DI?
Determinaram os PRIMEIROS ELEMENTOS DE UM DIREITO EUROPEU.
SOBERANIA e IGUALDADE DOS ESTADOS = reconhecidos como princípios fundamentais para as Relações Internacionais.
Sistema baseado na pluralidade de Estados independentes e iguais.
Tratado = meio de solução para problemas comuns através de acordo entre as partes.
Criam mecanismos para assegurar a manutenção da nova ordem européia (França poderá intervir na Alemanha e na Europa).
TRATADOS DE VESTFÁLIA  um dos pontos de partida de toda evolução do direito internacional contemporâneo.
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DIREITO INTERNACIONAL = DIREITO INTERESTATAL
Direito Interestatal:
Superioridade da vontade do Estado soberano
Poder Estatal = absoluto
Paz – desejada pelos monarcas
Glória Militar – maneira de conquistar poder
Guerra – autorizada quando necessário
Impossibilidade de limitação da soberania dos Estados
IDADE CONTEMPORÂNEA
1789 – Revolução Francesa
Idéias de Liberdade e Autodeterminação dos Povos
DESAFIARAM A BASE DO SISTEMA INTERNACIONAL DE OBEDIÊNCIA CEGA AO ESTADO SOBERANO
Expansão napoleônica suspendeu temporariamente o sistema de respeito mútuo entre os Estados e difundiu as ideias da Revolução Francesa.
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QUEDA DE NAPOLEÃO
01/10/1814 a 09/06/1815 – Congresso de Viena  Conferência entre embaixadores das grandes potências européias para:
Redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleônica
Iniciar a recolonização (Brasil ainda era colônia - 07/09/1822)
Restaurar os respectivos tronos às famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte  
Firmar uma aliança entre os signatários. 
O Congresso de Viena buscou garantir a “paz” na Europa.
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Além das disposições políticas territoriais, estabeleceu:
o princípio da livre-navegação do Reno e do Meuse;
a condenação do tráfico de escravos, determinando sua proibição ao norte da linha do Equador;
medidas favoráveis para a melhoria das condições dos judeus;
um regulamento sobre a prática das atividades diplomáticas entre os países.
ANTES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Completa anarquia das Relações internacionais criava um apelo da necessidade da criação de uma organização internacional entre os Estados.
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Triunfo do interestatismo  incompatível com qualquer sacrifício da soberania.
Primeiras iniciativas de organização = copiavam os processos tradicionais de cooperação.
1914 – 1918: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Tríplice Entente (Inglaterra, França, Rússia + EUA em 1914) X Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria e Itália) 
A Tríplice Aliança perdeu a guerra, principalmente por causa da ajuda estadunidense.
FIM DA 1ª GUERRA MUNDIAL 
28 de junho de 1919: TRATADO DE VERSALHES
Assinado entre EUA + Inglaterra + França + Itália + Japão (como principais potências)
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Secundados por→ Bélgica + Bolívia + Brasil + China + Cuba + Equador + Grécia + Guatemala + Haiti + Hdjaz + Honduras + Libéria + Nicarágua + Panamá + Peru + Polônia + Portugal + Romênia + Estado Servo-Croata-Sloveno + Sião + Tchecoslováquia e Uruguai.
Da outra parte = ALEMANHA 
PRINCIPAIS DETERMINAÇÕES DO TRATADO DE VERSALHES:
Criação da Liga das Nações (ou Sociedade das Nações)
Organização Internacional criada pelo Tratado de Versalhes com o intuito de manter a paz após a 1ªGM.
Após o início da 2ªGM = fracasso levou à extinção
Tratado encerrou a 1ªGM, com algumas condições impostas à Alemanha:
A cláusula de culpa da guerra = dava uma base jurídica para a imposição de pesados encargos sobre a Alemanha
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3 tipos de sanções impostas à Alemanha:
SANÇÕES TERRITORIAIS
SANÇÕES MILITARES
SANÇÕES INDENIZATÓRIAS
SANÇÕES TERRITORIAIS Art. 45 – determinava que a Alemanha cederia o território do Sarre, rico em minas de carvão, por um prazo de quinze anos à França. Art. 51 – estabelecia que a Alsácia e a Lorena voltariam à posse dos franceses. Art. 102 – determinava que a cidade de Dantzig era considerada cidade livre e administrada pela Liga das Nações. Art.119  – determinava que todas as colônias alemãs passariam às mãos dos aliados.
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SANÇÕES MILITARES Art. 160 – estabelecia a quantidade máxima de tropas que a Alemanha poderia manter. No geral, só poderia ter 100 mil soldados voluntários. Art. 168 – qualquer fabricação de armamentos deveria ter a aprovação dos aliados. Art. 198 – determinava que a Alemanha não poderia
ter aviação nem marinha militar.
SANÇÕES INDENIZATÓRIAS Art. 231 – estabelecia o reconhecimento da culpa dos alemães pela guerra e por todas as perdas e danos dos aliados.
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SANÇÕES INDENIZATÓRIAS Artigo 231 - Os Governos aliados e associados declaram e a Alemanha reconhece que a Alemanha e os seus aliados são responsáveis, por deles ter sido a causa, por todas as perdas e por todos os prejuízos sofridos pelos Governos aliados e associados e pelos seus nacionais em conseqüência da guerra, que lhes foi imposta pela agressão da Alemanha e dos seus aliados. Artigo 231 - Os Governos aliados e associados exigem (...) e a Alemanha a tal se obriga, que sejam reparados todos os prejuízos causados à população civil de cada uma das Potências aliadas e associadas e os seus bens.
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SANÇÕES INDENIZATÓRIAS  Artigo 235 - Com o fim de habilitar as Potências aliadas e associadas a empreender desde já a restauração da sua vida industrial e econômica, enquanto não é realizada a fixação definitiva da importância das suas reclamações, a Alemanha pagará, durante os anos de 1919 e 1920 e os quatro primeiros meses de 1921 (...) em ouro, mercadorias, navios, valores ou outra forma (...) o equivalente a 20 000 000 000 (vinte biliões) de marcos ouro (...)
dinheiro, matérias-primas, navios mercantes e navios de guerra, submarinos, aviões, animais, etc.
 Tudo foi contabilizado e a Alemanha foi obrigada a pagar. 
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SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Tratado de Versalhes : Alemanha humilhada
Alemanha descontente  Surge Adolf Hitler 
Apelando para a convicção do povo alemão de que tinham sido brutalmente oprimido pelos vencedores da guerra → conseguiu uma larga audiência.
Pregava: 
Grandeza nacional + superioridade racial nórdica; 
Denunciava judeus e comunistas como aqueles que haviam apunhalado a Alemanha pelas costas e levado o país à derrota.
No verão de 1934, eliminou implacavelmente os rivais e, desprezando a regra de lei, estabeleceu um regime totalitário.
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Hitler = criou um programa de rearmamento
Desobediência ao Tratado de Versalhes 
→ aliados não se manifestaram
1936 = Recuperou o território do Reno.
→ aliados não se manifestaram
Aliança entre  Alemanha + Itália
1938 = Conquistou a Áustria
→ aliados não se manifestaram
1° de Setembro de 1939 = Hitler invade a Polônia.
Em 3 de setembro, em resposta as hostilidades, França e Reino Unido, seguidos por Canadá, Nova Zelândia e Austrália, entre outros, declararam guerra contra a Alemanha nazista. 
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As principais nações que lutaram pelo Eixo foram Alemanha, Itália e Japão. 
As que lutaram pelos Aliados foram, principalmente Grã-Bretanha, França, União Soviética, EUA e China. 
Pensamento alemão:
Limpeza da raça ariana
Eliminação de judeus (holocausto)
Proliferação de arianos puros
Tomada territorial
1942  Alemanha perde sua 1 batalha, em Stalingrado.
Em 1944  um contra ataque russo retoma a Romênia, Hungria, Bulgária e Finlândia. 
Nesta época começam a ser descobertos os campos de concentração de Hitler.
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Em 1944 a Alemanha começa a ser muito pressionada, surge uma frente de invasão americana, francesa e inglesa, a invasão foi pela Normandia, no norte da França.  Esse dia ficou conhecido como o DIA “D” (06/06/1944).
Em 1945 a Alemanha e invadida por todas as partes, os soviéticos entram em Berlim, e Hitler se mata com sua mulher Eva Braum.
Os Japoneses continuam as lutas no oriente, para indicar os rumos da Guerra Fria, os americanos jogam as bombas atômicas em Nagasaki e Hiroshima, e o Japão não agüenta mais.
A Alemanha ficou dividida entre Alemanha Oriental (socialista) e Ocidental (capitalista) por exatamente esse episodio, as invasões de URSS e EUA. – INÍCIO DA GUERRA FRIA
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PREOCUPAÇÕES DO DI NO PERÍODO 
PÓS 2ª GUERRA MUNDIAL:
EVITAR UMA NOVA GUERRA MUNDIAL
Criação de uma organização internacional para regular as relações dos Estados com o objetivo de manutenção da PAZ e SEGURANÇA INTERNACIONAIS 
→ ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU)
PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO ÂMBITO INTERNACIONAL
Experiência dos campos de concentração nazistas
Tribunal de Nuremberg
RESPEITO À SOBERANIA E INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS
Evitar os mesmos erros do Tratado de Versalhes (uma das causas da 2ªGM)
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FONTES DE DIP - Tratados
AS FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Sistema legal horizontal
Não há nenhum órgão legislativo da sociedade internacional.
Não há legislação universalmente vinculativa.
Não há corte internacional com jurisdição compulsória
Sujeitos de DI → Criam o DI → processo legislativo internacional constituído de vários participantes e vários meios para se atingir esse objetivo.
1947 – Comissão do Direito Internacional  órgão auxiliar da ONU para codificar as regras de DI existentes
1969 – Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados 20/07/2009 → BRASIL ADERIU!!!
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Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados
Elaborada pela Comissão do DI da ONU
Entrou em vigor em 1980 quando o 35° país aderiu
Trata-se de um dos mais importantes tratados celebrados após a 2ª Guerra Mundial, que rege todos os demais tratados assinados entre os países. 
Fontes de DI:
	 documentos dos quais surgem os direitos e deveres dos sujeitos de DI – documentos que formalizam o DI. 
	 modo pelo meio do qual o direito é exposto e se exterioriza.
Tipos de Fontes de DI:
POSITIVISTAS ou VOLUNTARISTAS → Consideram a vontade conjunta dos Estados a única fonte formal do DI.
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OBJETIVISTAS (doutrina majoritária) → Identificam duas espécies de fonte de DI:
FONTE FORMAL = modo de exteriorização das normas.
FONTE MATERIAL = são as origens das fontes formais e auxiliam na compreensão do DI.
Fontes formais  tratados, costumes, princípios gerais do direito, atos unilaterais e decisões de OI’s.
Corte Internacional de Justiça  principal órgão judiciário da ONU, obedecendo seu funcionamento ao que estipula seu Estatuto, que é parte integrante da Carta da ONU.  
Estatuto da Corte Internacional de Justiça → define quais são as fontes de DI – Art. 38.
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Artigo 38 – 1. A Corte, cuja função é decidir em conformidade com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:  a. As CONVENÇÕES INTERNACIONAIS, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;  b. O COSTUME INTERNACIONAL, como prova de uma prática geral aceita como direito;  c. Os PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO, reconhecidos pelas nações civilizadas;  d. Com ressalva das disposições do artigo 59, as DECISÕES JUDICIAIS e a DOUTRINA dos publicistas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito. 2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes assim convierem.
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HARD LAW x SOFT LAW
Trata-se da classificação das fontes de DI de acordo com a sua força vinculativa:
HARD LAW (“direito duro”) fontes de DI com força vinculativa → força obrigatória
TRATADOS 
COSTUMES INTERNACIONAIS
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
DIREITO ADMINISTRATIVO INTERNACIONAL
DECISÕES JUDICIAIS
DOUTRINA
SOFT LAW (“direito mole”) fontes de DI sem força vinculativa → não tem força obrigatória
RESOLUÇÕES DAS OI’s
TRATADOS COM DISPOSITIVOS NÃO TAXATIVOS 
(ex: tratados econômicos)
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TRATADOS INTERNACIONAIS
CONCEITO: Acordo internacional celebrado por escrito entre dois ou mais sujeitos de DI, sob a égide do DI.
Estatuto de Haia  não estabelece nenhuma hierarquia entre as fontes de direito internacional → mas reconhece que os tratados, os costumes e os princípios gerais do direito são fontes fundamentais e os demais meios auxiliares. 
Não há, no plano do direito internacional, qualquer hierarquia entre os tratados e os costumes → ao contrário do que ocorre no direto interno, o costume pode derrogar norma expressa num tratado, quando se diz que o
tratado se extinguiu pelo desuso.
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CARTA DE PLENOS PODERES:
 Instrumento expedido pelo Chefe do Estado que habilita o indivíduo a praticar atos conforme instruções. Quem recebe a Carta de Plenos Poderes é chamado de PLENIPOTENCIÁRIO.
 Alguns indivíduos estão dispensados da apresentação da Carta de Plenos Poderes em razão do Cargo que ocupam:
DISPENSADOS INCONDICIONALMENTE – Chefe de Estado; Chefe de Governo; Ministro das Relações Exteriores.
DISPENSA CONDICIONADA – Chefes de Missões Diplomáticas: Embaixador; Representantes dos Estados em Organizações Internacionais.
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TRATADOS INTERNACIONAIS
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TRATADOS INTERNACIONAIS
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FASES DO PROCESSO DE 
CRIAÇÃO DE UM TRATADO
Negociação e Assinatura  Representantes com competência para celebrar tratados representarão a vontade dos sujeitos de DI na discussão e assinatura do tratado.
 A fase de discussão, ao fim da qual é elaborado o texto do tratado.
 O texto assinado pelo representante plenipotenciário de cada Estado. 
 Em princípio, o valor desta assinatura → é “ad referendum”, conforme termos da Convenção de Viena, ou seja, precisa ser corroborada pelo Estado.
 Possibilidade dos Estados se obrigarem imediatamente com o tratado nos casos em que o Representante possua competência para tal ou caso fique acordada a vigência imediata.
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A interpretação da CR Brasileira de 1988 permite que o Poder Executivo celebre alguns acordos, dispensando a apreciação congressual. 
São duas as hipóteses:
1. Acordo executivo como subproduto de um tratado vigente→ pois, neste caso, entende-se que a aprovação do Congresso sofreu uma antecipação no tempo. Neste sentido, os acordos de detalhamento, especificação e suplementação previstos no texto original.
2. Acordo executivo como expressão de diplomacia ordinária→ uma vez que é da competência privativa do Presidente manter relações com os Estados estrangeiros (artigo 84, VII, da CR/88). 
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Assim, pode o Poder Executivo, sem a aprovação do Legislativo, decidir sobre intercâmbio consular, a atuação dos representantes do Estado nas organizações internacionais, a aceitação ou recusa de convites para entendimentos visando à preparação de tratados.
Ratificação  ato pelo qual um Estado informa aos demais sua aprovação ao projeto de tratado concluído por seus plenipotenciários, e que torna sua observância para aquele Estado obrigatória perante a comunidade internacional. 
Poder competente para a ratificação → fixado pela Constituição de cada Estado→ sendo um ato do Poder Executivo, ainda que este não possa prescindir da aprovação do Legislativo. 
Obrigatoriedade da ratificação  relativa = tem decaído face ao crescente número de tratados bilaterais que entram em vigor sem que haja ratificação  produz efeitos a partir da assinatura.
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Não há prazo para os Estados procederem a ratificação!
Não ratificação → não enseja qualquer responsabilização jurídica do Estado → embora possa dar ensejo a retaliações de caráter político. 
Os tratados que a exigem ratificação  só passam a ser obrigatórios quando da troca ou depósito dos instrumentos de ratificação, sendo tal procedimento imprescindível inclusive nos tratados de adesão.
BRASIL  Dependem de ratificação do Congresso Nacional:
Tratados que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (artigo 49, I, da CR/88)
Tratados sobre operações externas de natureza financeira de Estados, Municípios e do Distrito Federal (artigo 52, V, da CR/88) 
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Aprovação do Congresso Nacional → promulgação de um decreto legislativo
Aprovação apenas do Senado Federal → resoluções. 
Presidente da República  tem a última palavra quanto à celebração de tratados → podendo este se opor à ratificação.
A partir da ratificação, o acordo entra em vigor na ordem internacional.
Promulgação e Publicação  atos jurídicos internos → tornam o tratado válido e executável dentro dos limites territoriais do Estado.
Promulgação = tratados passam a integrar o direito interno dos Estados.
Publicação = para dar ciência à população.
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Publicação = A observância pelo Estado do tratado no plano internacional independende da publicação interna!!!!
Aplicação dos tratado → aplicação de norma de DI que o Brasil, após seguidos todos os trâmites de elaboração, se obrigou a respeitar. 
Esclarecemos, entretanto, que a aplicação do tratado enquanto norma de direito internacional em nada diminui sua força cogente ou sua eficácia para a população brasileira, a qual tem o dever de respeitá-lo desde a data de sua publicação.
ADESÃO = Ocorre quando o Estado não participou da elaboração do tratado, mas deseja dele se tornar parte  manifestação unilateral da vontade de um Estado de seguir um tratado que não negociou e nem participou. 
ADESÃO COM RESERVAS
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Negociações
e Assinatura
Referendo
Parlamentar
Ratificação
Promulgação e Publicação
Fases Internacionais
Fases Internas
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Tratados Internacionais 
e o Direito Interno
Conflito entre normas constantes de dois tratados  Convenção de Viena soluciona o problema:
REGRA GERAL  é a de que o mais recente prevalece sobre o anterior quando as partes contratantes são as mesmas nos dois tratados;
Quando os dois tratados não têm como contratantes os mesmos Estados:
1 - entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado mais recente se aplica o mais recente;
2 - entre um Estado parte em ambos os tratados e um Estado parte somente no tratado anterior se aplica o tratado anterior;
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3 - entre os Estados partes nos dois tratados só se aplica o anterior no que ele não for incompatível com o novo tratado.
Conflito entre normas de direito interno e tratados em que o Brasil é parte
Inconstitucionalidade de Tratados = só se justifica nos tratados auto-executórios 
Inconstitucionalidade formal = erro no processo de elaboração do tratado
Inconstitucionalidade material = erro material no tratado que atenta contra a CR/88.
O Brasil, por expressa norma constitucional (artigo 102, III, b) consagrou o princípio da supremacia da Constituição, ao conceder ao STF competência para declarar a inconstitucionalidade dos tratados.
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Conflito entre lei federal e tratado 
3 posicionamentos:
 1. Tratado promulgado e publicado no Brasil tem status de lei federal, resolvendo-se eventuais discrepâncias pela clássica regra hermenêutica lex posteriori derrogat priori.
 2. A lei tem prioridade de aplicação sobre o tratado no que forem incompatíveis, em obediência ao princípio de que os tribunais não podem se furtar a aplicar as leis do país.
 3. A norma internacional é dotada de primazia sobre a lei interna, em obediência ao princípio do pacta sunt servanda (MAJORITÁRIA).
1. Tratado e lei não podem revogar-se mutuamente, por se tratar de normas de natureza diversa. 
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2. Se há obrigação de os tribunais aplicarem as leis, igual responsabilidade lhes cabe em relação aos tratados.
3. A vigência inarredável dos tratados advém, em primeiro lugar, da liberdade dos Estados para celebrar ou não tratados. Livres para escolher, não podem, uma vez celebrado o acordo, deixar de efetivá-lo sob a escusa de que seu cumprimento contrariaria o direito interno → pacta sunt servanda.
O Poder Legislativo permite a conclusão dos tratados, entendendo-os compatíveis com o direito interno.
O Congresso Nacional, ao longo de sua história, não permitiu a conclusão de tratados inconstitucionais, em respeito ao princípio da primazia da Constituição.
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Alterações nos Tratados
EMENDAS
Os Estados contratantes poderão propor emendas aos tratados, as quais serão incorporadas desde que aceitas pelos Estados partes no tratado (artigo 39 da Convenção de Viena). 
Art. 39. Regra Geral Relativa à Emenda de Tratados Um tratado poderá ser emendado por acordo entre as partes. As regras estabelecidas na parte II aplicar-se-ão
a tal acordo, salvo na medida em que o tratado dispuser diversamente. Art. 40. Emenda de Tratados Multilaterais 1. A não ser que o tratado disponha diversamente, a emenda de tratados multilaterais reger-se-á pelos parágrafos seguintes.
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2. Qualquer proposta para emendar um tratado multilateral entre todas as partes deverá ser notificada a todos os Estados contratantes, cada um dos quais terá o direito de participar: a) na decisão quanto à ação a ser tomada sobre essa proposta; b) na negociação e conclusão de qualquer acordo para a emenda do tratado. 3. Todo Estado que possa ser parte no tratado poderá igualmente ser parte no tratado emendado. 4. 0 acordo de emenda não vincula os Estados que já são partes no tratado e que não se tornaram partes no acordo de emenda; em relação a esses Estados, aplicar-se-á o artigo 30, parágrafo 4 (b). 5. Qualquer Estado que se torne parte no tratado após a entrada em vigor do acordo de emenda será considerado, a menos que manifeste intenção diferente: a) parte no tratado emendado; e b) parte no tratado não emendado em relação às partes no tratado não vinculadas pelo acordo de emenda.
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CLÁUSULAS DE RESERVA
Declaração unilateral do Estado que adere a um tratado coletivo, visando a excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em relação a esse Estado (Convenção de Viena, art. 2). 
Art. 2. Expressões Empregadas 1. Para os fins da presente Convenção:(...) d) "reserva" significa uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado; 
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Permite que o Estado se torne parte do tratado, ressalvando-se o direito de não cumprir certas normas com as quais não assente.
Impossível a reserva em tratado bilateral!!!
As partes podem decidir livremente quanto à impossibilidade de serem inseridas cláusulas de reserva, em sua totalidade ou de forma parcial.
DENÚNCIA DO TRATADO
 Um Estado manifesta sua vontade de retirar-se de um tratado do qual é parte.
 Nem todos os tratados são passíveis de serem denunciados, como, por exemplo, os tratados de demarcação de fronteiras. 
 Quanto aos tratados de teor humanitário, há doutrinadores que os entendem não denunciáveis.
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Art. 56. Denúncia, ou Retirada, de um Tratado que não Contém Disposições sobre Extinção, Denúncia ou Retirada 1. Um tratado que não contém disposição relativa à sua extinção, e que não prevê denúncia ou retirada, não é suscetível de denúncia ou retirada, a não ser que: a) se estabeleça terem as partes tencionado admitir a possibilidade da denúncia ou retirada; ou b) um direito de denúncia ou retirada possa ser deduzido da natureza do tratado. 2. Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 1.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE TRATADOS INTERNACIONAIS:
Condições de validade dos tratados:
Consentimento mútuo
Capacidade das partes (Estados e OI’s)
Habilitação dos agentes signatários (concedida através de uma “Carta de Plenos Poderes” firmada pelo chefe de Estado.
Objeto lícito.
Interpretação dos tratados:
Princípios gerais do DI + Carta da ONU (hierarquia superior)
Boa-fé na interpretação dos tratados
Interpretação sistemática – analisando a finalidade do tratado
Textos preparatórios dos tratados – auxiliares de interpretação
As partes poderão pactuar sobre a interpretação
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Discordância do texto produzido em cada língua = cada Estado se obriga com o texto que produziu 
Admite-se a analogia
Respeito à soberania dos Estados
Interpretação de acordo com as regras de DI em vigor no momento de sua conclusão
Tratados obscuros e ambíguos serão interpretados contra a parte que os redigiu.
Vigência:
A partir do ato de ratificação.
Tratados que determinam a necessidade de um n° de ratificações para entrarem em vigor respeitarão essa norma.
Extinção de Tratados:
Pela execução total do objeto;
Ab-rogação (partes acordam em extinguí-lo)
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Denúncia (uma das parte deixa de fazer parte do tratado)
Renúncia (tratado passa a beneficiar apenas 1 parte)
Mudanças Circunstanciais (impossibilidade de execução)
Guerra entre os pactuantes
Prescrição Liberatória (falta de execução do tratado por certo lapso temporal)
Inexecução de uma das partes contratantes (violação ou descumprimento de obrigação)
Controle de Constitucionalidade dos Tratados:
STF
Passíveis de controle constitucional.
Tratados no Ordenamento Jurídico Brasileiro:
Art. 102,III, b e Art.105, III da CR = Lei Ordinária Federal
Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos = aprovação pelo PL – 2 turnos por 3/5 - EC
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DIFERENTES NOMENCLATURAS:
Tratado→ acordos solenes 
		Ex: Tratado de Paz
Convenção→ tratado que cria normas gerais, principalmente de teor técnico.
		Ex: Convenção sobre Mar Territorial
Declaração→ acordos que criam princípios jurídicos ou afirmam uma atitude política comum
		Ex: Declaração Universal de Direitos Humanos
Pacto→ tratado solene, principalmente de teor político
		Ex: Pacto da Liga das Nações
Carta→ tratado solene que estabelece direitos e obrigações→ atos constitutivos de OI’s.
		Ex: Carta da ONU
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Protocolo→ possui 2 significados:
	Protocolo de uma conferência→ ata da conferência 
	Protocolo-acordo→ tratado criador de normas jurídicas, utilizado geralmente como suplemento a um acordo já existente. 
		Ex: Protocolo de Ouro Preto de 1994, suplemento ao Tratado de 	Assunção de 1990 que criou o MERCOSUL.
Acordo→ tratado de cunho econômico, financeiro, comercial e cultural.
Modus Vivendi→ acordo temporário
		Ex: Modus Vivendi de 1936 sobre a navegação do Reno.
Concordata→ acordos assinados pela santa Sé sobre assuntos religiosos (competência comum da Igreja e do Estado) 
		
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Convênio→ tratados que versam sobre matéria cultural ou transporte
Acordo de Sede→ Acordo em que um Estado permite a instalação de uma OI em seu território.
Estatuto→ tratados coletivos que estabelecem normas para os tribunais internacionais.
		Ex: Estatuto da Corte Internacional de Justiça. 
Para termos certeza de que um tratado obriga o Brasil, necessário é saber se todos os trâmites foram corretamente obedecidos, o que requer a análise das fases do processo de conclusão dos tratados, constantes da Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados. 
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SUJEITOS DE DIP
CONCEITO: Sujeitos de DIP são todos aqueles entes ou entidades cujas condutas estão diretamente previstas pelo Direito Internacional Público e que têm a possibilidade de atuar, direta ou indiretamente, no plano internacional. 
2 conotações do sujeito de DIP:
Passiva: sujeito de Direito Internacional Público é o destinatário da norma de Direito Internacional Público;
Ativa: sujeito de Direito Internacional Público tem capacidade para atuar no plano internacional. 
PJ de DI = capacidade de agir internacionalmente
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Não ter capacidade para participar do processo de formação das normas de DIP  não retira a PJ internacional de um ente, mas  limita sua atuação, como acontece com os indivíduos.
Os sujeitos de DIP podem ser classificados em:
a) Estados;
b) Coletividades Interestatais;
Organizações Internacionais  criadas por acordos constitutivos e que têm personalidade jurídica distinta das de seus membros.
c) Coletividades não-estatais;
Beligerantes  movimentos armados da população, politicamente organizados, que utilizem a luta armada (a ponto de constituir guerra civil) para fins políticos. 
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Insurgentes  grupos sublevados dentro de um Estado que visam a tomada do poder, cuja luta atinge certo grau de efetividade, sem, no entanto, constituir guerra civil ou zona livre. Os direitos e deveres dos insurgentes
dependem do que lhes é atribuído pelos Estados que os reconhecem. 
Movimentos de libertação nacional movimentos que visam à independência de povos. 
Ex: Organização para a Libertação da Palestina (ONU reconhece direito de voz, mas não de voto).
Soberana Ordem Militar de Malta comunidade monástica, localizada em Roma, que embora tenha uma Constituição na qual se diz soberana e sujeito de DIP, e mantenha “relações diplomáticas” com mais de 90 Estados não é reconhecida pela comunidade internacional como Estado soberano, por funcionar em estreita dependência da Santa Sé.
d) Indivíduos. 
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ESTADO NACIONAL
Primeiro elemento que surgiu na sociedade internacional, sendo o único sujeito de DIP até o início do século XX (DI – Direito Interestatal).
Sujeitos clássicos ou originários de DIP.
Estado X Nação X Povo X Grupo de Pessoas
Estado = é toda nação politicamente organizada. É o organismo administrativo, dirigido por um governo próprio e é internacionalmente reconhecido. 
Nação = forma particular de agrupamento humano que apresenta valores e realidades históricas comuns.
Não há hierarquia entre os Estados no DI.
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Estado é “um ente jurídico, dotado de personalidade internacional, formado de uma reunião (comunidade) de indivíduos estabelecidos de maneira permanente em um território determinado, sob a autoridade de um governo independente e com a finalidade precípua de zelar pelo bem comum daqueles que o habitam” Mazzuoli
4 elementos do Estado:
Povo  indivíduos que habitam permanentemente o território com ânimo definitivo, independentemente da eventual união por laços comuns. É o elemento humano do Estado. → POVO x POPULAÇÃO
Povo = conjunto dos nacionais, natos e naturalizados
População = povo mais os estrangeiros e apátridas que se encontram no território.
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Território  fração do planeta em que o Estado se assenta com sua população, delimitada por faixas de fronteiras formadoras dos limites. 
É o elemento material, base física ou âmbito espacial do Estado.
Direito que o Estado tem sobre seu território → exclui que outros entes exerçam ali qualquer tipo de poder e lhe atribui amplíssimo direito de uso, gozo e disposição.
O território inclui:
a) o solo, dentro de seus limites reconhecidos;
b) o subsolo e as regiões separadas do solo;
c) os rios, lagos e mares interiores;
d) os golfos, baías e portos;
e) a faixa de mar territorial e a plataforma submarina, para os Estados que têm litoral;
f) o espaço aéreo correspondente ao solo. 
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Governo  Aquele capaz de decidir de modo definitivo dentro do território estatal, não admitindo a ingerência de nenhuma outra autoridade exterior (função interna), bem como participar da arena internacional e de conduzir sua política externa (função externa).
É o elemento político do Estado.
SOBERANIA:
a) o poder que o Estado tem de impor e resguardar, dentro das fronteiras de seu território e em último grau, as suas decisões (soberania interna);
b) a faculdade que o Estado detém de manter relações com Estados estrangeiros e de participar das relações internacionais, em pé de igualdade com os outros atores da sociedade internacional (soberania externa). 
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Finalidade  Traduz-se na idéia de que o Estado deve perseguir uma finalidade, que deve ser o bem comum dos indivíduos que o compõe. 
É o elemento social do Estado.
Não é reconhecido por toda a doutrina.
Divergência = Estados que não buscam a democracia.
O reconhecimento do Estado tem dupla característica:
a) demonstra a existência do Estado como sujeito de Direito Internacional Público;
b) constata que o Estado possui as condições necessárias para participar das relações internacionais e que a sua existência não contrasta com os interesses dos Estados que o reconhecem.
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A natureza jurídica do reconhecimento é explicada por duas correntes distintas:
a) Teoria constitutiva, para a qual o reconhecimento é que atribui ao Estado a condição de sujeito de Direito Internacional Público;
b) Teoria declaratória, para a qual o reconhecimento apenas declara que o novo Estado é sujeito de Direito Internacional Público (Art. 13 carta da OEA)
A existência política do Estado é independente do seu reconhecimento pelos outros Estados. Mesmo antes de ser reconhecido, o Estado tem o direito de defender a sua integridade e independência, de promover a sua conservação e prosperidade, e, por conseguinte, de se organizar como melhor entender, de legislar sobre os seus interesses, de administrar os seus serviços e de determinar a jurisdição e a competência dos seus tribunais. O exercício desses direitos não tem outros limites senão do exercício dos direitos de outros Estados, conforme o direito internacional. 
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 Unidade 4 – SUJEITOS DE DIP – OI’s / ONU
CONCEITO: Associação voluntária de sujeitos de DI, constituída por ato internacional e disciplinada pelo DI.
Organizações Internacionais:
Possuem pelo menos 3 membros com direito de voto;
Instituições intergovernamentais
Estrutura formal;
Funcionários de diversas nacionalidades;
Possuem pelo menos 3 membros que contribuem para o orçamento;
Deve ser independente para escolher seus funcionários;
Deve desempenhar atividades regularmente;
Objetivo internacional;
Tamanho, sede, política, ideologia e nomeclatura são irrelevantes.
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OI’s X ONGs
OI = pessoa jurídica de direito internacional (assim como o Estado soberano) – submete-se ao DI (ONU / OEA)
ONG = constituídas pela iniciativa de pessoas ou entidades não governamentais – submete-se ao D. interno de um Estado (Cruz Vermelha / Greenpeace)
CLASSIFICAÇÃO DAS OI’s
OI universal e regional
OI Universal = aceita como membro qualquer país e atua mundialmente. (ONU / OMC)
OI Regional = aceita como membros apenas os países de uma região determinada. (OEA)
OI de competência limitada e competência geral
OI de competência limitada = possui funções e objetivos em áreas limitada. (OMS)
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OI de competência geral = para realizar seus objetivos a OI se envolve em praticamente todas as áreas da sociedade (ONU / OEA)
OI de cooperação e de integração
OI de Cooperação = visa a ajuda mútua entre Estados respeitando a soberania e independência deles.
OI de Integração = visa a formação de uma comunidade regional integrada através da limitação do poder soberano.
CONSTITUIÇÃO DAS OI’s
Tratado Constitutivo = tratado multilateral que cria as OI’s e determina suas regras de funcionamento.
Regras de constituição
Criação dos principais órgãos e seus poderes
Objetivos da OI
Direitos e deveres dos Estados membros da OI.
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OBS: importância da ratificação do tratado constitutivo para a entrada em vigor da OI.
MEMBROS DAS OI’s
Estados Independentes
Personalidade legal internacional da OI→ aptidão ou qualidade da organização de ser sujeito ativo e passivo de direito internacional. 
ESTRUTURA BÁSICA DAS OI’s: Órgãos indispensáveis
Assembléia Geral = órgão normativo, de comando, uma espécie de “poder legislativo” da OI (representantes teriam direito a voz e voto, de forma equânime).
Secretariado = órgão administrativo, de funcionamento permanente, onde seus integrantes (servidores) têm de ser neutros em relação aos Estados membros, enquanto durarem seus mandatos. 
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Conselho Permanente = funcionamento é ininterrupto, com competência executiva, normalmente atrelada a atribuições específicas, para atuar nos momentos em que requisitado, como é o caso de situações de emergência (pode ser constituído por todos os membros ou não).
Instalações físicas = Por não possuírem território, necessitam que algum país (pode até haver mais de uma sede) ofereça seu território como base para o funcionamento físico e instalação da estrutura da OI (acordo de sede).
ADMISSÃO DE NOVOS MEMBROS
A admissão de novos Estados-membros depende de:
Obediência das condições prévias do ingresso, ou seja, os limites de abertura do tratado
institucional, (critérios geográficos; ideológicos)
b) adesão do interessado ao tratado institucional; 
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c) aceitação da adesão do Estado interessado pelos Estados membros, que na prática, se traduz no beneplácito do órgão competente, nos termos do tratado. 
(A Carta da ONU estabelece que a Assembléia Geral decidirá mediante recomendação do Conselho de Segurança). 
SANÇÕES
O Estado membro de uma organização que não cumprir com determinado dever estabelecido pelo tratado constitutivo pode estar sujeito a sanções, aplicáveis pela própria organização. 
Estas sanções normalmente são de dois tipos: suspensão de direitos ou exclusão do quadro
RETIRADA DO ESTADO MEMBRO
Decurso de um lapso temporal entre a manifestação de vontade do Estado;
 exigência de que o Estado membro que deseja afastar-se coloque em dia suas obrigações financeiras com a OI.
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ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS
26/06/1945 – Assinatura da Carta da ONU e do Estatuto da Corte Internacional de Justiça.
Com o fim da 2ª Guerra Mundial os países resolveram unir esforços pois estavam resolvidos, nos dizeres do preâmbulo da Carta das Nações, a: 
a) preservar as gerações vindouras do flagelo da guerra; 
b) reafirmar a fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor do ser humano, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, assim como das nações grandes e pequenas; 
c) estabelecer condições sob as quais a justiça e o respeito às obrigações decorrentes de tratados e de outras fontes de direito internacional; 
d) promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla. 
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4 grandes objetivos da Carta da ONU:
1) Manter a paz e a segurança internacionais, tomando as medidas coletivas cabíveis; 
2) Desenvolver relações amistosas entre as nações, baseadas no respeito ao princípio de igualdade de direito e de autodeterminação dos povos; 
3) Realizar a cooperação internacional para resolver os problemas mundiais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais; 
4) Ser um centro destinado a harmonizar a ação dos povos para a consecução desses objetivos comuns. 
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A ONU é uma organização de cooperação, baseada no princípio da igualdade soberana. 
Não se trata de um governo mundial! Apenas um meio para a facilitação das relações pacíficas entre Estados.
Seu documento base é a Carta das Nações Unidas. 
Princípios a serem cumpridos na realização dos objetivos gerais da ONU: 
	1) Igualdade soberana de todos os membros; 
	2) Cumprimento em boa-fé dos compromissos da Carta; 
	3) Resolução de conflitos por meio de soluções pacíficas; 
	4) Não utilização de ameaça ou força contra outros Estados; 
	5) Prestar assistência à ONU e não prestar auxílio a outro Estado contra o qual a ONU agir de modo preventivo ou coercitivo; 
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	6) A organização fará com que os Estados que não são membros procedam em conformidade com seus princípios; 	
	7) Não intervenção em assuntos essencialmente nacionais de cada país.
Membros da ONU:
51 membros fundadores da ONU
O Brasil é membro originário da ONU. 
O depositário da carta da ONU é os EUA. 
A admissão como membro das Nações Unidas está aberta a todos os Estados amantes da paz que aceitarem as obrigações contidas na Carta. 
“Art. 4º - A admissão de qualquer desses Estados como membro das Nações Unidas será efetuada por decisão da Assembléia Geral, mediante recomendação do Conselho de Segurança”.
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Principais órgãos da ONU:
Assembléia Geral
Conselho de Segurança
Conselho Econômico e Social
Conselho de Tutela
Tribunal Internacional de Justiça
Secretariado. 
Todos eles estão situados na sede da ONU, em Nova York, com exceção do Tribunal, que fica em Haia, na Holanda.
Sede = território internacional!!!!
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Órgãos da ONU:
Assembléia Geral:
Principal órgão deliberativo da ONU;
Composto pelos representantes de todos os Estados membros;
Cada membro pode ter cinco representantes que, equivalem a apenas 1 voto;
Decisões sem força vinculativa;
Importância das decisões (formação da opinião pública internacional)
Competência geral e abrangente (discute qualquer assunto que estiver dentro da finalidade da Carta ou que se relacionar com atribuições e funções dos órgãos ligados à ONU) .
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 Assembléia Geral:
Os votos de diferentes países têm o mesmo peso na Assembléia Geral.
 A Carta da ONU estabelece que um país pode perder direito de voto na AG se o atraso de sua contribuição financeira à Organização igualar ou superar a soma das contribuições dos 2 anos anteriores (exceção: circunstâncias alheias à sua vontade). 
 Secretário Geral das Nações Unidas 
 Lidera as ONU, é seu principal administrador, o símbolo da ONU para a opinião pública, particularmente no seu papel de principal mediador internacional e incentivador da paz.
 Nomeado pela Assembléia Geral, por recomendação do Conselho de Segurança (veto). – mandato de 5 anos, renovável.
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Conselho de Segurança:
Principal responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais.
Composto de 15 Membros das ONU.
5 membros permanentes com direito de veto (vencedores da 2GM):
EUA
França
Reino Unido
China
Rússia
10 membros rotativos que ficam por 2 anos. Quem os escolhe é a AG (critérios: mérito e geografia).
Os outros membros concordam em aceitar as decisões do CS.
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Conselho de Segurança:
CS adota recomendações para a solução pacífica de conflitos e decide sobre medidas coercitivas para combater ameaças à paz e segurança internacionais.
PROCESSO DE VOTAÇÃO:
Cada membro tem 1 voto 
(9 votos decidem)
(mesmo peso)
Veto
DEVE SER MANIFESTO = abstenção não caracteriza o veto!!!! Deve ser manifesto!!!!
Questões processuais = não estão sujeitas à veto
Reforma do CS
Determinação de novos membros permanentes com direito de veto – Estado atual.
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Conselho Econômico e Social (ECOSOC):
Discussão sobre questões econômicas e sociais internacionais.
Possui 54 membros escolhidos pela AG, por um período de três anos. 
Importante local de debates sobre questões de desenvolvimento econômico.
Conselho de Tutela:
Serve para administrar povos não autônomos (Estados que perderam soberania).
Secretariado:
É o principal órgão executivo e administrativo da ONU.
Auxilia a atuação dos outros órgãos.
Arquiva documentos de todos os outros órgãos.
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Tribunal Internacional de Justiça (Corte de Haia):
É o principal órgão judicial da ONU e o seu Estatuto é parte integrante da Carta.
Localizado em Haia.
Aberto a todos os países membros e não membros que aderiram ao estatuto (jurisdição voluntária).
Julgamento = obrigatório, final e irrecorrível.
15 juízes membros eleitos pela AG e CS por 9 anos (recondução permitida indefinidamente).
Julga Estados.
Solução de problemas ligados à paz e segurança internacionais. 
E o Tribunal Penal Internacional?
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Tribunal Penal Internacional:
Tribunal permanente e autônono não vinculado à ONU.
Localizado em Haia.
Julga crimes de abrangência internacional (genocídio; crimes contra a humanidade; de guerra e de agressão) cometidos após a instauração do tribunal, todos com repercussão internacional.
Penas: 
Não há pena de morte ou cruel. 
Aplica pena de prisão até 30 anos. 
Prisão perpétua (excepcionalmente, dependendo da gravidade do crime). Pode haver pena de multa e de perda de bens.
Julga indivíduos (entrega).
O Brasil faz parte do TPI. ART. 5º, § 4º, CR. 
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 Unidade 5 
Sistema Internacional de Soluções de Conflitos e Segurança
Conflito internacional  Todo desacordo, oposição ou divergência entre sujeitos de DI.
Oposição de Interesses
Vontade das partes de solucionar a questão
Teoria da soberania absoluta nas relações internacionais
Não se aceitava a solução através de um poder supra-estatal
Solução usual = GUERRA
Relativização da soberania = possibilidade de solução

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