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Epistemologia da Psicomotricidade
Abordaremos neste tópico a localização do momento histórico onde surge a Psicomotricidade no campo da saúde e sobre tudo, da saúde mental. A partir destes conhecimentos passaremos a conceituar a Psicomotricidade na atualidade.
OBJETIVOS
Neste capítulo pretende-se que sua aprendizagem seja referente a:
Reconhecer os dados históricos sobre a evolução do pensamento científico
Definir o conceito de Psicomotricidade;
Compreender as diversas formas de intervenção em psicomotricidade.
A história do corpo
Desde a Grécia Antiga o corpo físico era exaltado tanto por poetas (como Homero) quanto por filósofos. Os pré-socráticos falavam de “alma” sob uma visão metafísica, um tanto materialista.
Já Sócrates (470 – 399 a.C.) e seu discípulo Platão (428 – 347 a.C.) refletiam sobre a imortalidade da “alma” e viam o corpo como lugar transitório para a “alma” imortal. Preocupavam-se com a moral e com a ética.
“A alma é claramente superior ao corpo e encontra-se nele como uma prisão... deve-se, por isso, cuidar da alma e não temer a morte.” (Mondin apud Beresford, 1999)
Discípulo da escola platoniana, Aristóteles (384 - 322 a.C.) posiciona-se como mais racionalista que Platão. Para ele o corpo é matéria moldado pela alma. A alma é que põe o corpo em movimento. A alma é a forma do corpo. O homem é matéria e forma, elementos inseparáveis do Ser.
Foi o olhar sobre os distúrbios funcionais que deslocou o foco da classe médica para funções que estavam alteradas, porém, sem lesões orgânicas localizáveis (asma, rinites, gastrites, gagueiras, alucinações, alterações posturais etc.).
Diante desses quadros clínicos de transtornos funcionais, surgem os profissionais que darão suporte a esses tratamentos, com o nome de paramédicos (psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicomotricistas etc.). É exatamente o enfoque sobre os distúrbios funcionais que faz com que o modelo anatomoclínico não responda mais a todas as questões, forçando a evolução da ciência.
Poderíamos fazer uma imagem em analogia ao quadro descrito anteriormente. Imagine se o médico da época visse o corpo como uma bicicleta. Nesse ramo da Neurologia ele a veria assim:
Essa bicicleta não anda porque há uma lesão em sua estrutura!
Outra analogia que pode ser interessante para dar uma melhor ideia do modelo dessa época é pensarmos o corpo como uma máquina (por exemplo, um automóvel), e o meio médico desse grupo de estudiosos como sendo a montadora dos carros – preocupam-se com as peças!
O segundo ramo da Neurologia que veio a ser berço para a Psicomotricidade foi justamente o ramo da Neurofisiologia que tinha como representante o famoso neurologista russo Ivan Pavlov (1849 – 1936). O objetivo desse grupo de cientistas era o de compreender o funcionamento do cérebro. Eles desenvolviam estudos sobre o modelo neurofisiológico da época que era o modelo estímulo-resposta, e foi trilhando esse percurso que chegaram à teoria do condicionamento.
Ilustração do procedimento experimental feita em 1907 por Nicolai, discípulo de Pavlov
Ao mesmo tempo, novas descobertas da Neurofisiologia verificavam que a correspondência entre centro cortical e função não explicava certas disfunções graves. Foi com Sherrington, em 1906, que o modelo estímulo-resposta é suplantado pelo que ele descreve como a Ação Integrada do Sistema Nervoso, isto é, seu papel na regulação das condutas de um organismo em interação com o meio. Esse pressuposto questiona o paradigma de Pavlov uma vez que sugere que, embora nossos cérebros sejam semelhantes em estrutura, cada um deles possui uma forma peculiar de funcionar a partir de suas relações com o meio e os estímulos aos quais é submetido. É o início do pensar a individualidade biológica!
Embora estejamos no mesmo momento histórico onde o corpo era visto como máquina, esse grupo de cientistas não estava intrigado com a estrutura do cérebro, mas, sim com seu funcionamento, assim, o corpo é visto como uma máquina em funcionamento(preocupação em como a estrutura funciona). A simples teoria do reflexo já não permitirá compreender o funcionamento do organismo, pois, o organismo isolado é diferente do organismo em uma situação.
Continuando a fazer a analogia com a bicicleta:
Essa bicicleta anda, mas a corrente não permite mudar a marcha. Há alteração funcional e não lesão estrutural. No que se refere à analogia do corpo como máquina, podemos pensar esse grupo de cientistas como sendo os mecânicos do carro – preocupando-se com o funcionamento.
No terceiro ramo da Neurologia, que baseou o surgimento da Psicomotricidade, temos a Neuropsiquiatria Infantil. Na primeira metade do século XIX, não se estudava a infância, e o modelo da época, em relação aos transtornos da infância era de que qualquer distúrbio infantil era visto como “idiotia” ou debilidade mental, cujo grupo de estudiosos buscava entender o desenvolvimento do cérebro e da mente.
Nesse campo do saber, se destacam Étienne Esquirol, Philipe Pinel e Jean-Martin Charcot, com o surgimento do conceito de inconsciente definido de maneira rigorosa por Freud. Todos os conceitos de persona surgem nesse momento da evolução da Medicina, e o corpo máquina começa a ganhar características humanas!
Os estudos do neurologista francês Ernest Duprè (1907) definem a síndrome da “debilidade motora” composta por sincinesias (movimentos involuntários que acompanham uma ação); paratonias (incapacidade para relaxar voluntariamente uma musculatura) e inabilidades, sem que sejam atribuídos a eles danos ou lesão localizada, e ainda, sem retardo mental! Dupré correlaciona motricidade e inteligência (paralelismo), mas suas pesquisas situavam-se em um eixo essencialmente neurológico.
Se usarmos nossa analogia, esse grupo poderia ser associado ao nosso mecânico de confiança– que se preocupa também em como estamos cuidando da máquina!
Surgem práticas com propostas de trabalho para esses sintomas, sem lesão específica
Ginástica terapêutica;
Psicodinamia – Philippe Tissié (final séc. XIX — pré-concepção da Psicomotricidade) que se opõe à Educação Física militarizada e propõe uma educação pelo movimento, abordada por Le Camus em meados do séc. XX). Propõe a aproximação entre o ponto de vista puramente mecânico e o ponto de vista psicológico.
É por esse caminho que os olhares se voltam para a importância do outro na formação da pessoa! O humano é o único animal que depende totalmente do outro para sobreviver aos primeiros anos, e, mais que isso, depende do outro por toda a vida!
“A Psicomotricidade se ocupa de um sujeito que fala através de seu corpo, suas posturas, seus movimentos, seus gestos, seu tônus muscular, seu eixo corporal.”... “não é o corpo que sofre ou que fala, mas sim um sujeito que fala através de seu corpo, de seus movimentos, de suas relações tônicas, de seus gesto.” “Tornar-se psicomotricista é um trabalho que não tem fim, pois, a cada vez, com cada paciente, começa o trajeto cheio de particularidades que só culmina com um recomeçar de novo...” O compromisso e a responsabilidade do psicomotricista é “não retroceder frente ao sujeito que fala e sofre através de seu corpo.” (A especificidade da prática Psicomotora — Anais VI Congresso Brasileiro de Psicomotricidade, 1995)
Objeto de estudo
O objeto de estudo da Psicomotricidade refere-se ao “indivíduo humano e suas relações com o corpo” (Psicomotricidade — Coste, 1981)
Qual o papel da Psicomotricidade?
No campo da educação infantil, a Psicomotricidade visa a promover situações que coloquem o corpo em cena, estimular o desenvolvimento sensorial e da postura, dos movimentos e das relações que possibilitem uma evolução psicomotora e ainda prevenir futuras alterações ou obstáculos que possam vir a surgir no processo da aprendizagem formal.
Quais os instrumentos da prática psicomotora?
	O olhar psicomotor que busca ver além do sintoma que o sujeito possa apresentar;
	O jogo corporal, onde são colocados em cena os fantasmas, as fantasias e os desejos do sujeito, fornecendo diversaspossibilidades de ressignificação destes;
	O movimento, envolvendo o corpo do sujeito e suas relações com os objetos;
	O tônus, enquanto ponte entre o hemisfério psíquico e o físico;
	A postura enquanto atitude do ser-no-mundo;
	As noções de espaço e de tempo na relação com o corpo do sujeito.
Quem é o psicomotricista?
É o profissional que tem por campo de trabalho o corpo do sujeito em movimento, analisa as relações que esse constrói com o tempo e o espaço, auxilia nas descobertas de novas formas de utilização desse corpo por meio de recursos técnicos específicos, em busca de um maior conhecimento pessoal, mais conforto e destreza corporal.
Qual a formação de um psicomotricista?
No Brasil, hoje, temos a graduação de Psicomotricidade, no IBMR; Algumas pós-graduações (UNESA, UERJ, IBMR, UNIFOR).
No exterior, os grandes centros de formação nesta área são França, Itália, Espanha, Uruguai e Argentina.
Princípios básicos da Psicomotricidade
Quando se fala em desenvolvimento motor é preciso reconhecer de que forma ele se dá, quais as normas de evolução e todo o processo de maturação motora. Dessa forma é preciso identificar as leis que acompanham o desenvolvimento motor, são elas:
	CÉFALO - CAUDAL
	a evolução motora da criança se dá da cabeça (controle e sustentação da cabeça), para parte inferior do corpo (até o controle dos membros inferiores que possibilita o “andar”);
	PRÓXIMO DISTAL
	o desenvolvimento motor responde pela sequência evolutiva direcionada do eixo do corpo para as extremidades dos membros, e dos grandes grupos musculares para as menores unidades, ou seja, primeiro observa-se o controle do tronco até chegar ao controle motor mais finos dos dedos.
Dessa forma podemos estudar a evolução motora de um bebê, observando e avaliando seu desempenho, sua destreza, sua força e todo seu controle motor.

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