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TESTAMENTOS E CODICILOS
Introdução e conceituação
Os testamentos são instrumentos através dos quais alguém, dotado de capacidade civil, dispõe da situação de seus bens após o momento de seu falecimento.
Os codicilos, conforme enunciação do art. 1.881 do Código Civil/2002, são documentos particulares, com data e assinatura, pelos quais se dispõe de futuro enterro, esmolas, móveis, roupas, joias, desde que de pouco valor.
O Código Civil regulamenta a Sucessão Testamentária, em que se encontram disposições sobre a capacidade para realizar tal ato, a natureza deste, as espécies de testamento ordinários e especiais, os codicilos etc.
O Novo Código de Processo Civil, por seu turno, disciplina o procedimento judicial quando do recebimento do testamento, que visa ao reconhecimento jurídico e formal da manifestação de vontade do falecido.
Testamentos ordinários
O ordenamento jurídico brasileiro apresenta três espécies de testamentos ordinários ou comuns: testamento público, testamento cerrado e testamento particular.
O testamento público é escrito por tabelião, devidamente lavrado e assinado. É necessário que seja levado ao Poder Judiciário por qualquer interessado, para que se dê efetividade ao instrumento.
O testamento cerrado (lacrado/sigiloso) é realizado pelo próprio particular, levado ao tabelião e, posteriormente à morte do testador, ao juiz por interessado para que seja aberto e cumprido. O juiz encarregado averiguará se há violações, irregularidades ou falsidade, e, se constatar qualquer vício não ordenará cumprimento.
O testamento particular, por fim, é aquele escrito manual ou mecanicamente com ao menos três testemunhas estando presentes, as quais irão confirmar posteriormente em juízo tal feito para cumprimento daquele.
Testamentos especiais e nuncupativo
Existem, outrossim, três espécies de testamento tratados como especiais pelo diploma civil: testamento marítimo, aeronáutico e militar.
Os testamentos marítimos e aeronáuticos são realizados “em viagem, a bordo de navio nacional, de guerra ou mercante... perante o comandante, em presença de duas testemunhas...”, conforme art. 1.888 do Código Civil de 2002.
Por sua vez, o testamento militar é realizado por pessoa a serviço das Forças Armadas, diante de duas ou três testemunhas (testamento nuncupativo), se não houver tabelião.
É importante destacar, neste sentido, que o procedimento previsto no art. 737 do CPC aplica-se também as espécies em discussão, por força do § 3º.
Dos procedimentos
A regulamentação dos testamentos e codicilos encontra-se no Código de Processo Civil – CPC dentre os artigos 735 a 737. Para o entendimento do assunto designado em sala tendo como fim produzir este escrito, será tratado cada artigo do Código ora referido isoladamente e pela ótica da doutrina.
O artigo 735, do CPC, refere-se ao testamento cerrado (escrito pelo próprio testador ou por outra pessoa, a seu rogo, e assinado por aquele, admitindo a lei, que seja digitado, nesse caso, necessária a numeração e autenticação de cada página com a assinatura do subscritor – artigo 1.868, Código Civil - CC) que chega as mãos do juiz.
Já distribuída a petição inicial, em audiência anteriormente marcada para abertura do testamento, tanto o Ministério Público quanto os herdeiros, se houver, tem direito de vista aos autos. Após aberto pelo juiz, o escrivão lê o testamento, presente quem o apresentou em juízo, MP e herdeiros existentes. Por sua vez, o juiz fará a análise do testamento, observando a existência de vício externo, tendo por base o artigo 1868, CC, gerando a nulidade ou falsidade desse documento.
Feito o termo de abertura, em que conste: o nome do apresentante e como ele obteve o testamento, a data e o lugar do falecimento do testador, tudo comprovado, além de outro quesito importante, se existir, o juiz proferirá sentença determinado que se proceda o registro do testamento ou indeferindo o registro, por exemplo quando a abertura ou dilaceramento do testamento pelo testador ou com seu consentimento – hipótese de revogação do documento. Se registrado, será cumprido pelo testamenteiro nomeado ou dativo, o qual deve prestar contas em juízo. 
 A legitimidade é bem ampla, considerando-se o procedimento acima, pois qualquer pessoa com conhecimento de que há um testamento pode ser seu apresentante, independente de ser herdeiro ou legatário, o que não supre a possibilidade da iniciativa de instauração pelo Ministério Público e até pelo magistrado.
Importante ter em destaque, que tudo isso pode ocorrer antes do inventário, sendo competente o foro de último domicílio do testador ou no foro do apresentante. Se for incidentalmente ao inventário, como parece já uma obviedade, será o mesmo foro deste procedimento.
Mesmo com o registro, existe a possibilidade de proposição de ação declaratória, visto que somente o aspecto extrínseco é avaliado pelo julgador, pode-se alegar, a título exemplificativo, que o testador não tinha pleno discernimento no ato de testar - artigo 1.860 do CC - ou que não sabia ou não podia ler - artigo 1.872 CC - (MONTENEGRO FILHO, 2016).
O artigo 736, do CPC, traz o testamento público, nessa condição, não é necessária sua abertura, na petição inicial deve ter o conteúdo do testamento, recebida a exordial, os interessados são citados - herdeiros legítimos e legatários, MP -. Esses não se manifestando, há a observação dos requisitos extrínsecos - artigo 1864 do CC - e posterior prolação de sentença pelo juiz para o registro. Se houver manifestação, dá-se vista aos autos e possibilidade de produção de provas, a posteriori o magistrado pode ou não autorizar o registro.
O artigo 737 faz referência ao testamento particular - artigo 1876, do CC- , marítimo aeronáutico, militar e nuncupativo, assim como ao codicilo - artigo 1886 do CC -. Quanto ao cumprimento desses, aponta os parágrafos do artigo 735, do CPC. Observado que, serão intimados os herdeiros que não tiverem requerido a publicação do testamento, será ouvido o Ministério Público e feito o registro, se preenchidos os requisitos extrínsecos de cada testamento em especial.
O procedimento logo acima segue o que dispõe o artigo 48 do CC para a definição de competência: 
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Quanto a legitimidade vale destacar que o Código traz o herdeiro, o legatário ou o testamenteiro, bem como terceiro detentor do testamento, se impossibilitado de entregá-lo a algum dos outros legitimados. Todavia, poderá ser, também, o Ministério Público e o próprio magistrado, de ofício, porque a confirmação de higidez do testamento interessa ao Estado (MONTENEGRO FILHO, 2016).
Referências
MONTENEGRO FILHO, Misael. Novo código de processo civil comentado. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2016.
Jr., THEODORO, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Vol. II, 51ª edição. Forense, 05/2017. [Minha Biblioteca].

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