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Tartaruga da Amazônia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIAS
CÂMPO SÃO LUIS DE MONTES BELOS
CURSO DE ZOOTECNIA
PRODUÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS 
PRODUÇÃO COMERCIAL DE TARTARUGAS DA AMAZÔNIA (PODOCNEMIS EXPANSA)
Acadêmica. Sara Cristina Lobo Almeida 
Orientadora. Professora. Bruna Silva 
São Luís de Montes Belos
2018
INTRODUÇÃO
 De acordo com Alho et al. (1979), os índios foram os primeiros consumidores da carne, ovos, gordura e vísceras de tartaruga. O costume indígena foi logo estendido às populações ribeirinhas nas áreas de ocorrência dos quelônios e tornou-se um hábito alimentar da população. A caça, que antes era apenas para consumo próprio, é dividida entre a família e o comércio nas cidades.
 A tartaruga da Amazônia é o maior quelônio de água doce da América do Sul, podendo atingir 80 cm de comprimento por 60 cm de largura e pesar 60 kg (IBAMA, 1989). A exploração zootécnica de quelônios com fins comerciais é uma atividade recente no Brasil e tem despertado o interesse de produtores para novas formas de produção. Os quelônios amazônicos são espécies com altíssimo potencial, particularmente por seu porte, sua alta prolificidade, rusticidade e pelo alto valor econômico que agrega sua carne e seus subprodutos.
 O hábito alimentar da população local por proteína animal originária de animais nativos da região, principalmente tartaruga (Podocnemis expansa), peixe boi (Trichechus inunguis), pirarucu (Arapaima gigas) e tambaqui (Colossoma macropomun), dentre outros, levou algumas dessas espécies quase à extinção. Por conta disso foi criado um projeto para preservação e conservação dos recursos naturais amazônicos chamado de Pé-de-pincha.
REVISÃO DE LITERATURA 
CRIAÇÃO DE TARTARUGA DA AMAZÔNIA 
 Esta é uma espécie que pode ser manejada em cativeiro para fins de repovoamento de áreas onde está em número reduzido, ou para fins comerciais. Possuem um grande potencial devido algumas vantagens como: fácil adaptação às condições bióticas e abióticas de cativeiro, resistência à manipulação, elevada taxa reprodutiva em cativeiro, fácil adaptação aos alimentos de origem animal e vegetal, rápido crescimento inicial, ovos e carne de boa qualidade e boa aceitação no mercado local. A idade pode ser determinada a partir dos anéis das placas da carapaça, sendo que uma fêmea com 45,20 cm de carapaça apresentava 8 anéis na placa dorsal, indicando, provavelmente que teria 8 anos de idade ()
 Produzir quelônios em cativeiro é uma forma de preservar a cultura amazônida de consumir estes animais, além de colaborar com a diminuição da caça de quelônios na natureza. A produção desses animais em cativeiro possibilita o consumo sem o risco de extinção das espécies, já que os animais produzidos em cativeiro irão substituir parte dos animais retirados da natureza para o consumo humano. Além disso, tais animais são de fácil manejo, possuem uma carne muito apreciada e de alto valor de mercado. Assim como o casco e a gordura, os quais também podem ser comercializados e possuem alto valor no mercado internacional (EMBRAPA, 2015).
3.1. Projeto "Pé-de-pincha".
 Em 1999, Manuelino Bentes, comunitário do Lago Piraruacá, em Terra Santa, resolveu lutar contra a extinção dos tracajás em sua região, aonde o animal era conhecido como pé-de-pincha pelas pegadas que os mesmos deixavam na areia, semelhantes a tampinhas de refrigerante. Ele buscou o apoio da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que reuniu-se aos comunitários, ao IBAMA e as prefeituras locais criando o Programa de Manejo Comunitário de Quelônios do Médio Amazonas – PROGRAMA “PÉ-DE-PINCHA”. 
 O programa vem sendo desenvolvido em 106 comunidades de 13 municípios do Amazonas (Nhamundá, Parintins, Barreirinha, Itacoatiara, Barcelos, Borba, Juruá, Carauari e Itamarati) e do Pará (Terra Santa, Juruti, Faro e Oriximiná), em área correspondente a 2,7% da Amazônia, ajudando a conservar, através da gestão participativa, os recursos naturais das comunidades e atuando no processo de conscientização ambiental e na busca de estratégias de desenvolvimento sustentável com professores, alunos e comunitários da zona rural. 
3.2. Tartarugas (Schweigger, 1812)
 É encontrada na bacia amazônica, desde o leste dos Andes, até a bacia do Orinoco. O macho da tartaruga da Amazônia denomina-se comumente por capitari, sendo aproximadamente duas vezes menor em tamanho do que a fêmea, segundo Coimbra Filho (1967). Segundo Smith, 1979, a tartaruga da Amazônia (Podocnemis expansa) e o maior quelônio de água doce da América do Sul, podendo atingir 75 a 107 cm de comprimento, sendo em média 91±22,68 cm (Lima, 1967; Molina & Rocha,1996) por 50 a 75 cm de largura, com média de 62,5±17,68 cm (Lima, 1967) pesando cerca de 60kg de peso vivo (Smith,1979). Em cativeiro, a tartaruga pode ter seu crescimento acelerado, dependendo do tipo de manejo utilizado e da disponibilidade de alimento, podendo alcançar até 1,5 kg de peso vivo no primeiro ano de cultivo (Costa, 1999; Duarte, 1998). 
 Esta é uma espécie que pode ser manejada em cativeiro para fins de repovoamento de áreas onde está em número reduzido, ou para fins comerciais. Possuem um grande potencial devido algumas vantagens como: fácil adaptação às condições bióticas e abióticas de cativeiro, resistência à manipulação, elevada taxa reprodutiva em cativeiro, fácil adaptação aos alimentos de origem animal e vegetal, rápido crescimento inicial, ovos e carne de boa qualidade e boa aceitação no mercado local. 
3.3. Determinação do sexo
A determinação do sexo foi realizada de acordo com a metodologia descrita por IBAMA (2001): 
 Macho: apresenta a cauda mais espessa e comprida, com a cloaca mais próxima da extremidade, e tamanho corporal menor quando comparado ao da fêmea de mesma idade. 
Fêmea: tem a cauda mais curta e menos espessa; enquanto a cloaca se localiza intermediariamente entre a base e a extremidade da cauda. 
3.4. Utilização, manejo e criação de quelônios no Brasil. 
 Apesar das estratégias de manejo que vem sendo desenvolvidas desde 1986, o processo de criação animal em sistema artificial foi implantado com práticas empíricas, devido à falta de conhecimentos adequados da biologia das espécies, constituindo em ameaça (Soini,1997). 
 Conforme a espécie explorada, a ação repercute na incorporação direta e primária da natureza, onde não é medidas por seus planejadores o impacto direto e indiretamente quanto ao controle dos resíduos e uso dos recursos. Esses fatores são essenciais para avaliar a viabilidade da atividade e articular as relações econômicas, sociais e ambientais (Kubitza, 1998). 
 O manejo de animais silvestres, por ser uma das atividades mais antigas no mundo, já trouxe benefícios para a conservação e desenvolvimento de regiões que utilizam desse recurso, e no Brasil, percebe-se que ainda há pouco desenvolvimento, referente a esta atividade, principalmente, pela falta de pesquisas que possam oferecer subsídios científicos para tecnologias adequadas e eficientes de manejo (Magnusson e Mariano 1993). 
 A longa história de utilização de quelônios permite-nos identificar pelo menos quatro fases. Na primeira fase (1700-1860), estima-se que foram colhidos 12-48 milhões de ovos por ano para a produção de óleo. Na segunda fase (1870-1897), a produção caiu para 1-5 milhões de ovos por ano. Na terceira fase, a partir do começo do século, a produção caiu ainda mais, para menos de 300 mil ovos por ano (Smith, 1974). Na quarta fase, a série relatada (1976-1988) da produção das praias protegidas registrou entre 18 mil a 1,6 milhões de filhotes, numa série mais ou menos crescente (IBAMA 1989). Revela-se ainda que existam populações viáveis de tartaruga, mas a produção média é comparável à produção do começo do século XX. 
 Em 1999, alguns comunitários de Terra Santa/PA procuraram a Universidade Federal doAmazonas (UFAM), para obter informações sobre conservação e manejo de quelônios. A UFAM reuniu-se aos produtores, ao IBAMA e às Prefeituras locais, criando a proposta de manejo de quelônios. Inicialmente foram trabalhadas áreas de Terra Santa e Nhamundá. Com isso, nascia o Projeto “Pé-de-Pincha”, assim chamado em homenagem aos pequenos tracajás, que deixam na areia marcas parecido com tampinhas de refrigerante, conhecidas como “pinchas” na região.
 A partir daí, todo ano o Projeto Pé-de-Pincha vai a campo com os Professores, bolsistas e voluntários e, juntamente com os comunitários dos sete municípios de abrangência (Parintins, Barreirinha, Barcelos e Nhamunda no estado do Amazonas e Juruti, Oriximiná e Terra Santa no estado do Pará) realizam as atividades comuns ao manejo e a criação de tracajás, tartarugas e iaçás (Podocnemis sextuberculata). As atividades realizadas são: Coletas de ovos e ninhadas e transferência para as chocadeiras (geralmente ocorre entre os meses de outubro e setembro de cada ano); Eclosão de filhotes (geralmente ocorre entre os meses de dezembro e janeiro) e; Soltura dos filhotes (geralmente ocorre entre os meses de fevereiro e março, podendo se estender até abril). 
3.5. Instalações. 
 Para a criação de tartarugas é necessário ter alguns cuidados, principalmente, em áreas adaptáveis ao seu habitat natural como: a água deve ser renovável; o viveiro deve ser fertilizado para que ocorra uma reprodução de microplâncton, útil ao equilíbrio ecológico do açude; é necessária a construção de tanques de engorda e crescimento inicial. 
 ESPRIELLA (1972; s.d.) indica algumas condições, para a criação em cativeiro como a renovação de água ( oxigenação ); tamanho da fonte de água, que deve ser adequado para fomentar a espécie, pois cada tartaruga necessita em função do manejo, de um espaço vital de 2 m³ de água (cerca de 2000 litros) onde a água deve fluir tranqüilamente; a elevação do nível da água não deve comprometer a barragem, com profundidade de 1,0m a 2,20m; deve-se dispor de bosques dentro da área com o objetivo de manter a presença de insetos ou outros organismos úteis que possam fazer parte da alimentação; a localização da praia de desova deve ser para o oriente, porque ao nascer os filhotes caminham neste sentido até a submersão e a área de praia necessária para cada tartaruga é de 1m² numa profundidade de 80 cm com areia retirada de do rio. 
3.6. Preparo e povoamento do viveiro
 Viveiro escavado em argila com área de 1.792 m com cerca de contenção (distante 2 metros do corpo d'água) de tela (sarão) com altura de 80 cm e enterrada 20 cm (EMBRAPA, 2003).
 A areia da praia de desova não pode ser úmida, pois a desova poderia ocorrer em terra-firme, “compacta”. 
O tamanho da área física para o funcionamento do cativeiro recomendado por MORLOCK (1979), é de 1m² para cada 1 cm de casco de tartaruga. Sendo o proposto pelo SEBRAE (1995) , uma área de 1.250 m2 para 5.000 filhotes, de 1 kg cada animal aproximadamente no período de adaptação. 
 ESPRIELLA (s.d.), cita que as tartarugas nascidas e criadas em cativeiro alcancem em 7 anos 4.086g. No entanto, o SEBRAE (1995) cita que no primeiro ano de vida a tartaruga pode alcançar 1.000g a 1.500g e no segundo ano 4.500g a 7.000g. 
 A carne de tartaruga apresenta de 88 a 94% de proteína, quantidade superior à encontrada na carne bovina (44%), carne suína (44%) e de lagosta (82%). 
3.7. Manejo alimentar
 A disponibilidade de plantas variadas através de cultivo ou não para complementar a alimentação é muito importante. A ração deve variar para permitir um maior crescimento corporal e produção de ovos. Gostam de comer frutas, vegetais e peixes quando livres na natureza. Em cativeiro, comem também carne e ração extrusada para peixes onívoros. 
 Quando criadas em cativeiro tem que estar atento com a quantidade de peixes, carnes, e ração que é dada, pois o excesso desse tipo de alimentação pode causar problemas no fígado, já que em ambiente natural, sua dieta é basicamente frutas, vegetais e sementes que caem das arvores.
3.8. Abate de quelônios (THIAGO LUIZ FERREIRA DE ANÍZIO, 2008).
Pré-lavagem – Os animais são transportados dos boxes de espera ou descanso em caixas plásticas previamente higienizadas até a área suja, onde é realizada uma pré-lavagem dos animais com jatos de água clorada a 5 ppm8 sob pressão de aproximadamente 3 atm9 para remover as sujidades maiores, principalmente nas regiões da carapaça e do plastrão. Deve-se tomar o cuidado para não utilizar pressão excessiva para não lesar o epitélio, estressando os animais.
Insensibilização – Os animais são insensibilizados sob a ação do gelo em água. Permanecendo em recipiente de plástico atóxico em temperatura de 0 a 2ºC (zero a dois graus Celsius) por um período de 15 minutos, quando se obteve a flacidez e a ausência dos reflexos da cabeça e dos membros.
Pendura - Os animais são pendurados pelas membranas interdigitais dos membros posteriores nos ganchos dos trilhos com nora visando facilitar a etapa de sangria, agilizando assim todo o processo. 
Sangria – Realizam testes através da secção total e da secção parcial da porção anterior do pescoço. O melhor método e a secção parcial (como na maioria das espécies domésticas) com o período de sangria de 15 minutos. Obteve-se o melhor escoamento do sangue, aparência menos avermelhada da musculatura e o volume médio de sangue escoado foi de 3,11% do peso vivo dos animais. 
Lavagem – É Iniciada por um primeiro enxágüe com jatos de água sob pressão com água clorada a 5 ppm, seguida por uma escovação (escova pequena) com detergente alcalino a 0,2%10 em todo o animal e nas regiões axilares que não foram acessadas durante a prélavagem. E realizado o último enxágüe, para a remoção dos resíduos de sujidades com o detergente. 
Serragem das pontes – Na serragem, os animais são apoiados em decúbito dorsal no suporte metálico para facilitar a operação e evitar acidentes nos manipuladores. As pontes foram serradas com o auxílio de uma serra elétrica manual . O disco da serra deve ter aproximadamente 07 cm de raio. É usado um plano paralelo com a superfície ventral do plastrão, serrando-se medial e superficialmente, para evitar a ruptura das vísceras e órgãos. Para a desarticulação final das pontes utiliza-se um trinchante de ponta romba. 
Pendura – Pendura-se pelos membros anteriores nos ganchos dos trilhos com nora passando à área limpa do abatedouro, para a retirada do plastrão. 
Retirada do plastrão – Dissecação do plastrão, no sentido longitudinal, até sua porção posterior. Secciona se a junção óssea da plastro-pelviana com auxílio de tesouras metálicas. 
Reversão da pendura – Para facilitar a evisceração, reverteu-se a posição do animal, tornando a fixá-lo nos ganchos dos trilhos da nora pelos membros posteriores.
Evisceração – Ao acessar a cavidade celomática pela incisão na linha alba, seccionou-se uma porção transversal do fígado que comunica as porções hepáticas direita e esquerda. Procedeu-se a dissecação da porção terminal da cloaca junto à cauda, realizando-se uma dissecação da porção terminal do trato digestivo até os rins com o auxílio de facas (higienizadas a cada utilização). A partir daí, procedeu-se uma retração manual de todo o trato digestivo até a porção anterior (esofágica). Deve-se ter o cuidado de remover as partes do fígado que permanecem bem aderido lateralmente, próximo à inserção dos membros anteriores e posteriores. Os pulmões ficam bem aderidos à carapaça e também são retirados por tração manual (arrancamento). A retração das vísceras gastrointestinais deve ser realizada cuidadosamente para evitar a ruptura e a contaminação da carcaça por conteúdo fecal. As facas utilizadas nessa fase devem ser de uso restrito dos manipuladores que trabalham nessa etapa do processo de abate. 
Decapitação – Após retirada das vísceras realizou-se a ablação (retirada) da cabeça. Esfola – Realizou-se, com o auxíliode uma faca, a esfola dos membros posteriores e da cauda e reverteu-se a posição dos animais nos ganchos. Fixando-os pelos membros anteriores para a realização da esfola do pescoço e dos membros anteriores. Foram feitos cortes das regiões metatarsianas e metacarpianas separando a pele do membro da pele da pata. Assim, seguiu-se com a disseção da pele dos membros até a sua retirada. 
Toalete – Foram removidas as partes distais dos membros (patas) pela secção do tarso e do carpo, da cauda e quaisquer resquícios de fáscias musculares ou fragmentos que permaneceram após as operações de evisceração e de esfola. 
Pré-lavagem – Foi realizado um enxágüe com água clorada para a remoção de pequenos resíduos que permaneceram na carcaça durante as etapas anteriores. Retirada da carapaça – Sob condições de manipulação adequada, em ambiente climatizado (temperatura menor ou igual a 15ºC), procedeu-se a retirada da carne da carapaça. 
Fracionamento – Podem ser realizados cortes na carcaça, de acordo com as necessidades do mercado, sob as mesmas condições de higiene na manipulação e do ambiente climatizado (temperaturas do ambiente menor ou igual a 15ºC) utilizadas na etapa anterior. 
Embalagem – As embalagens poderão ser de polietileno ou outro material de embalagem que evite contaminação física, química ou microbiológica dos produtos que também devem ser rotulados conforme a legislação vigent. 
3.9. Situação atual de alguns queloniocultores do estado do AmazonasAM.
Águas Claras Piscicultura Ind. e Com. Ltda. – esse empreendimento tem como proprietária atual a D. Ely de Almeida, o empreendimento está localizado na Rod. AM – 070, no km 66 no município de Manacapuru. O número de registro do junto ou IBAMA 1/13/1995/00045-4, mais esse registro pelo novo sistema do IBAMA não é valido, para o criador obter o novo registro tem que fazer o cadastro de forma on-line no site do IBAMA. Tamanho da propriedade é 1.314 ha, mais a área alaga é de 1,5 ha, as instalações estão dividida um tanque escavado (1.500m²), três berçário sendo que o berçário 1ª (10m²), berçário 2ª e 3ª (32m²) foram feitos dentro da própria barragem, com madeira e de forma arredondada para evitar fungas. O responsável técnico pelo projeto na época da implantação foi um Eng. de pesca. Os animais solicitados foram 3.000 P. expansa, que foi recebido em dois lotes (primeiro 1.000 (1994) e segundo 2.000 (1996)). Na fazenda também é cultivado é o tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarucu (Arapaima gigas). A alimentação fornecida é ração, peixe e macrófitas, a ração é ministrada 12 kg três vezes na semana, verduras 20 kg duas vezes na semana eventualmente macaxeira 30 kg. A densidade de cultivo no berçário 01 é de 255 animais/m² e no tanque escava é de 1,7 animais/m². 
Antonio Barros Penha – A criação está localizada na Rua Guanabi, 250, Novo Israel, na área urbana de Manaus. O número de registro do junto ou IBAMA 02/13/1997/0000002-7. As instalações estão divididas em uma barragem (16.000m²), cinco tanques (100m²) e dois tanques de recria e engorda (1ª 10.000m² e 2ª 5.000m²) e possui também uma praia de nidificação (18,20 x 21,70m) o criador não pretende vender os animais. O responsável técnico pelo projeto na época da implantação foi uma Bióloga. Os animais solicitados foram 8.000 P. expansa, que foi recebido em dois lotes (primeiro 2.500 (1996) e segundo 2.500 (1998)) no relatório anual de 2007 o produtor declaro um plantel 2.905 animais. Na fazenda também é cultivado o tambaqui (Colossoma macropomum) e pirarucu (Arapaima gigas). A alimentação fornecida é ração, peixe, peixe triturado, verduras, legumes, frutas (melancia, pupunha, goiaba, maça e mamão), tubérculos (batatas, mandioca, cenoura e beteraba), milho, aboboras, raízes e sementes. No ano de 2006 o que consta em sue ultimo relatório entregue, foi observado que alguns animais subiram na praia no período de postura, mais somente foi encontrada uma cova com 62 ovos, dos quais 40 animais eclodiram e restante de ovos goraram. 
Agropecuária Exatas Ltda. - A criação está localizada na Rod. AM – 070, no km 71 no município de Manacapuru . O número de registro do junto ou IBAMA 1/13/1996/00000-9. Tamanho da propriedade é 6.000 ha, mais a área alaga é de 6 ha, as instalações uma barragem com cerca de 70.000m², um berçário de 25m de diâmetro feito de madeira dentro do próprio barragem. O responsável técnico pelo projeto na época da implantação foi uma Tecnólogo em Aquacultura. Os animais solicitados foram 27.000 P. expansa, que foi recebido em quatro lotes (primeiro 2.100 (1995), segundo 10.000 (1996), terceiro 5.000 (1998) e quanrto 5.000 (1998)), segundo consta no relatório anual de 2000 produtor declaro um plantel 19.065 animais. A alimentação fornecida além da ração para peixe (5% de proteína bruta) é dado peixe triturado. A inda não aconteceu postura, pois não foi feito sexagem para separar as matrizes e reprodutores, mais até 2000 não ocorreu reprodução. 
Jose Bastos de Oliveira - O empreendimento está localizado na Rod. AM – 070 no km 75 no município de Manacapuru. O número de registro do junto ou IBAMA 327/4-2007. Tamanho da propriedade é 1.200 ha, mais a área alaga é de 4,4 ha, as instalações estão dividida quatro tanques (1ª 34.000m²; 2ª 10.000m²; 3ª (5.000m²) e 4ª (20.000)). O responsável técnico pelo projeto na época da implantação foi um Eng. de pesca. Os animais solicitados foram 12.000 P. expansa, que foi recebidos em três lotes (primeiro 4.000 (1999), segundo 2.000 (2002) e quarto (2002)). A alimentação fornecida é ração para peixe. Até 2005 os animais destinados para venda somaram 180. Até o ano de 2005 não teve reprodução Eric Bona Chantac - Possui um criadouro chamado Fazenda Ana Nardia que está localizada na BR-174, Km21, ramal do pau rosa, Tarumã Mirim. É criador legalizado de quelônios desde: 19/05/2005 e tem como numero de registro no IBAMA: 660578. Foram solicitados junto ao IBAMA, 2400 animais, mais foram recebidos apenas 17.500. Sua lamina d’água tem dimensões de 15.000m², a instalação contém: 1 berçario e 3 tanques de concreto, possuindo no berçário 1 tem 246 tartarugas e na barragem principal 77 matrizes e 23 reprodutores (capitaris). A alimentação fornecida é a ração e também frutas da propriedade. Seus custos mensais totalizam: manutenção R$100,00, alimentação R$2.300,00, mão de obra R$ 600,00. Já comercializou 300 animais na feira do regional do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva) e na REPROPESCA. Seu plantel atual é de 5.256 animais. 
Carlos Alberto de Souza - Possui um criadouro chamado Sítio São Carlos registrado no IBAMA, com o número:2/13/95/0109-2 desde 07/12/95 que está localizado no município de Manaus, na comunidade João Paulo no Puraquequara. Sua área inundada é de 6.690m². Foram adquiridos 1.535 animais, de forma parcelada, hoje encontram-se no recinto um total de: 829 tartarugas e 440 tracajás. A alimentação fornecida é: macaxeira, milho e ração eventualmente. Raimundo Martins de Mendonça - Possui um criadouro chamado Fazendinha do Riacho registrado no IBAMA com número: 2/13/01/000593-3 concedido no dia: 06/12/2001. Está localizada na estrada ZF-1, Km 50 da AM-010. A área total do terreno é de 100, 4.329ha. Foram solicitados 5.400 animais e recebido 5.000 em duas parcelas. 
José Itamar da Silva - Possui o criadouro PROPESCA, registrado no IBAMA com o número: 2/13/1999/001833-9 concedido em 1997 a criação da espécie P. expansa tendo como técnico responsável uma bióloga. O recinto está estruturado com: uma barragem e tanques escavados, tendo uma área disponível para criação de 1,5ha de espelho d’áqua. Foram solicitados e recebidos 6000 animais parcelados. Seu plantel atual é de aproximadamente 5000 bichos. A alimentação é fornecida diariamente, uma vez ao dia, pela manhã ou à tardezinha, tendo como alimento principal a ração para peixes, extrusada com 28% de proteína e mandioca, goiaba e araticum como alimento adicional. Até a data da visita cerca de 800 filhotes teriam nascidos no local. A praia de reprodução não atende os parâmetrospara uma boa postura desses animais, contudo, como se trata de informações prestadas pelo dono do empreendimento, tratamos a informação como procedente. Foram vendidos aproximadamente 460 animais até março de 2008. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O consumo de quelônios e seus ovos fazem parte da cultura e da alimentação dos povos da Amazônia e é muito apreciada, porém, a exploração descontrolada dos estoques naturais fez com que as populações de tartarugas fossem reduzidas drasticamente. Por conta disso foi criado um programa chamado Pé-de-pincha para preservação e conservação das espécies. 
 A criação de Tartaruga da Amazônia, em escala comercial com a ajuda do projeto serviu como instrumentos para sustentação de políticas ambientais voltadas à preservação e restabelecimento de estoques naturais da espécie. Com isso as pessoas não precisaram deixar de consumir a carne e seus subprodutos, o intuito é que a espécie não seja mais tirada de seu habitat natural, deixando assim de ser ameaçada de extinção, além de ajuda na economia dessas regiões que em sua maioria são carentes. 
REFERÊNCIAS
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EMBRAPA, 2003 Criacão de Tartaruga da Amazônia (Podcnemis expansa). 14 p.
ESPRIELLA, Rodrigo Otero de la. 1972. Manual para la explotacion tecnica de la tortuga “charapa”em zoocriaderos. Instituto de desarrollo de los recursos naturales renovables. Divisão de Parques Naciolales y Vida Silvestres. Bogota, Colombia. p.38.
FERRARINI, S. A 1980. Quelônios; Animais em extinção. Manaus. P. 68.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Projeto quelônios da Amazônia 10 anos. Brasília, 1989. 119 p.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Relatório final 98-2000 do projeto "Diagnóstico da criação de animais silvestres no estado do Amazonas". Manaus: IBAMA: CNPq, 2001. 
LIMA, F.F. (1967). Criação de peixes e quelônios; cria e recria em lago natural. Série V. no. 3. 
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MAGNUSSON, Willian E. & MARIANO, Jorge S. 1993. Manejo da vida silvestre na Amazônia. Ferreira, E. J.G.; Leão, E. L. M.; Oliveira, L. A. (eds). In: Bases Científicas para estrátegias de preservação e Desenvolvimento da Amazônia. V. 2. INPA. Manaus. p. 313-18. 
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