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Filosofia E ETICA - DIALETICA

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Filosofia do Conhecimento
Prof. Dr. Guilherme Cardozo
Polo: Méier I
Tipos e teorias do conhecimento.
A dialética
A Ética grega
O racionalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a razão, que conhece o bem, o deseja e guia nossa vontade até ele;
O naturalismo: a vida virtuosa é agir em conformidade com a Natureza (o cosmos) e com nossa natureza (nosso ethos), que é uma parte do todo natural;
A inseparabilidade entre ética e política: isto é, entre a conduta do indivíduo e os valores da sociedade, pois somente na existência compartilhada com outros encontramos liberdade, justiça e felicidade.
Aristóteles e os tipos de conhecimento
Sensação
Percepção
Imaginação
Memória
Linguagem
Raciocínio
Intuição
Conhecimento sensível
Sensação: o conhecimento vem somente pelo que o homem pode sentir conhecimento dado.
Ex.: homens perdidos em uma floresta, com fome, sentem o cheiro de carne assada. Dirigem-se desesperadamente a um grupo de mercenários canibais que faziam um “lanche”.
Conclusão: A sensação pode nos fornecer uma verdade incompleta.
Conhecimento sensível
Percepção: há uma participação do homem na construção do conhecimento, pois a natureza e a sensação fornecem os dados e ele age ativamente para percebê-los.
Ex.: Em um processo acusatório, todos acusam o réu elencando argumentos, mas o réu permanece calado. Percebe-se que ele não possui argumentos para se defender, logo, é culpado.
Conclusão: a percepção pode nos iludir, mas ela não deixa de nos fornecer algumas verdades.
Conhecimento sensível
Imaginação: vai além da sensação e da percepção. Entra a capacidade de o homem conjecturar, construir possibilidades no conhecimento.
Ex.: Um jovem com graduação, especialização, experiência como chefe de setor, dirige-se a uma entrevista de emprego com muita confiança, pois imagina que, graças a suas qualidades, será escolhido.
Conclusão: A imaginação nos leva a um evento futuro, que não está no universo real, mas das possibilidades. Temos que saber lidar com as frustrações que ela traz.
Conhecimento sensível
Memória: é um arquivo pessoal que nossa mente produz, para nos trazer à tona conhecimentos, porventura, esquecidos. Temos a participação de 3 entes: natureza, homem e psique.
Ex.: Reencontro da turma de ginásio, 20 anos depois. Todos se cumprimentam, riem dos fatos, mas você sabe que Roberto é um homem mau, pois não esquece de um traumático episódio.
Conclusão: a memória traz os fatos como eles parecem ser, pois não traz sempre a verdade, mas interpretações que temos ou tivemos dela.
Conhecimento sensível
Linguagem: como vimos ao estudarmos os sofistas, a linguagem é um meio de persuasão, o que nos faz chegar à verdade ou não. Capacidade humana de comunicar algo. Arte retórica.
Ex.: Um advogado de defesa que consegue convencer o tribunal do júri da inocência de um assassino em série, alegando debilidade mental.
Conclusão: a linguagem é uma arte retórica, podendo nos levar ao conhecimento mais profundo das coisas ou trazer-nos ilusões obscuras.
Conhecimento intelectual
Raciocínio: o conhecimento não é mais apenas fruto da sensibilidade, o exercício da razão é o caminho para o conhecimento da verdade. Investigação filosófica, empirismo, ciência.
Ex.: Galileu Galilei desconfiava de que a terra não fosse plana. Mas se fosse redonda, que lei não nos deixaria simplesmente cair? E se é plana, porque, ao chegar um navio, só enxergamos primeiro sua vela?
Conclusão: o raciocínio nos faz desconfiar das crenças pré-concebidas e chegar a uma verdade científica.
Conhecimento intelectual
Intuição: une o trabalho do raciocínio (físico) a um conhecimento espiritual (metafísico), na busca da verdade.
Ex.: Einstein buscava uma teoria que explicasse todas as coisas físicas do universo (uma teoria de tudo), mas suas equações, somente, não o levaram a uma conclusão. Através de um sonho, o físico judeu-alemão “vê” a teoria da relatividade desenhada e um painel.
Conclusão: elementos psíquicos e metafísicos fornecem verdades revolucionárias, quando física e epistemologicamente o homem está pronto.
Platão x Aristóteles
PLATÃO:
Conhecimento sensível sensação e opinião;
Conhec. Intelectual  raciocínio e intuição;
ARISTÓTELES:
Conhecimento sensível  sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem;
Conhec. Intelectual  raciocínio;
Pensamento puro  intuição.
Observações importantes
AMBOS concordavam que somente a intuição nos dá conhecimento pleno e total da realidade e seus princípios, ou seja, do Ser;
Platão achava que o conhecimento sensível fornecia apenas aparência da realidade, enquanto o conhecimento intelectual nos oferecia a verdade como ela é;
Aristóteles, ao contrário, não achava que os conhecimentos sensíveis eram ilusórios, mas ofereciam tipos de conhecimentos diferentes, que vão de um grau menor a um grau maior de verdade.
Dialética
Para Platão, o processo de diálogo e discussão racional sobre alguma coisa, poderia fazer com que os homens chegassem à verdade;
			COMO?
Através da DIALÉTICA  diálogo racional, envolvendo opiniões contraditórias, cujos conceitos falsos são abandonados por meio da discussão esclarecida. Dessa forma, chega-se aos poucos à ideia universal (essência da coisa);
A DIALÉTICA era um confronto entre imagens e opiniões contraditórias em busca da verdade universal.
Método dialético de Platão
Opinião x Verdade
Desejo x Razão
Interesse particular x Interesse universal
Senso comum x Filosofia
Crátilo (Obra de Platão)
Diálogo entre Sócrates, Hermógenes e Crátilo;
Hermógenes acredita que a linguagem não passa de convenção social (qualquer nome funciona desde que haja um acordo sobre seu uso);
Crátilo parte de uma posição naturalista, onde cada nome revela a essência do nomeado (por exemplo, Hermógenes não poderia ser o nome de um comerciante mal-sucedido);
Sócrates estabelece o diálogo, através da dialética, para que se chegue a uma posição mais próxima da verdade universal.
Crátilo (exemplos dialéticos)
Sócrates: Quem elabora as leis?
Hermógenes: O legislador, ora.
Sócrates: E por que o legislador, e não qualquer um do povo?
Hermógenes: Tu bem o sabes! De fato o legislador possui o conhecimento do Direito para tanto.
Sócrates: Então a lei para ser perfeita deve ser feita pelo legislador, presumo.
Hermógenes: Exatamente.
Sócrates: e quanto a uma espada, quem a faz precisamente?
Hermógenes: certamente o ferreiro.
Crátilo (exemplos dialéticos)
Sócrates: Poderia um legislador fazer uma espada tão perfeita como a do ferreiro?
Hermógenes: certamente que não, pelo conhecimento que falta a um e sobra ao outro.
Sócrates: então como tu, Hermógenes, diz-me que um nome é uma convenção social, proveniente de um acordo sobre seu uso, se as leis e a espada só são perfeitas e corretas se feitas por quem de direito e de conhecimento?
Hermógenes: Prossiga, Sócrates.
Sócrates: não achas que, para a invenção dos nomes das coisas, também há alguém especializado em tal matéria?
Dialética para Aristóteles
Para Aristóteles, a dialética era um método inadequado ao pensamento, pois lida com opiniões prováveis;
Não fornecem material suficiente para atingir o conhecimento pleno das coisas, pois nada garante que os conflitos de opiniões tenham sido superados;
Dialética é importante para disputas oratórias da política e do teatro (retórica);
Filosofia e ciência não precisam da dialética (precisam de demonstração e provas).
Lógica em vez de Dialética
Para se chegar à verdade, necessita-se de um conjunto de procedimentos de demonstração e prova;
Para tanto, Aristóteles criou a LÓGICA (ou Analítica);
Os silogismos eram instrumentos de conhecimento que não consideravam premissas prováveis, mas afirmações indubitáveis:
Ex.: João é sábio / João é homem / Todos os homens são sábios  CONCLUSÃO DÚBIA
Dialética x Lógica
DIALÉTICA
Exercício direto do pensamento e da linguagem;
Modo de pensar que opera com conteúdos do pensamento e do discurso;
Atividade intelectual destinada a trabalhar contrários, a fim de superá-los;
Depurando as opiniões contrárias, a dialética chega à verdade, ao que é idêntico a todos.
Modo de conhecer as coisas.
Lógica x Dialética
LÓGICA
Instrumento que antecede o exercício do pensamento e da linguagem;
É um instrumento para o conhecimento, e não modo.
Oferece procedimentos que devem ser aplicados ao raciocínio;
Seu ponto de partida não são opiniões contrárias, mas princípios, regras e leis necessárias e universais do pensamento.

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