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1) Um eixo de 10 cm de diâmetro composto de certa liga metálica está engastada em uma de suas extremidades. Esta está submetida a um momento torçor na sua extremidade livre que provoca um deslocamento angular de 70. Dado que a barra está sob torção pura, e a deformação de cisalhamento admissível é de 0.01 rad, determine qual deve ser o mínimo comprimento da barra? Para o caso de torção pura a deformação de cisalhamento máx e o deslocamento angular podem ser expressos pela equação: Rearranjando temos: Com o comprimento da barra já isolado na equação, basta inserir os respectivos valores. Torna-se necessário a conversão de unidades. Logo, 2) Em uma barra engastada com 7cm de diâmetro e 2m de comprimento, esta sendo aplicado um torque de intensidade 2kN.m na sua extremidade livre. Calcule a máxima tensão de cisalhamento e o deslocamento angular dado que o módulo de elasticidade de cisalhamento é de 60 GPa. CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA Os momentos torçores são os únicos esforços solicitantes considerados. Como temos uma equação de equilíbrio e uma incógnita MA estamos tratando de uma estrutura isostática. CÁLCULO DAS REAÇÕES MA adquiriu valor positivo, mostrando que o sentido do momento torçor indicado na figura está correto. CÁLCULO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES Para o cálculo dos esforços solicitantes apenas um corte torna-se necessário. CORTE I (0 X 2) DIAGRAMA DOS ESFORÇOS SOLICITANTES O momento torçor é constante e positivo ao longo de todo o comprimento da barra. CALCULO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO A tensão de cisalhamento é dada pela equação: E o módulo de resistência a torção para a seção circular cheia e diâmetro constante é dado pela expressão: Logo, CÁLCULO DO DESLOCAMENTO ANGULAR O deslocamento angular é obtido pela equação: Atribuindo para x o comprimento L da barra, obtemos: O momento de inércia para seção circular cheia é calculado pela expressão: O deslocamento é nulo na seção A, devido ao engastamento e é máximo na extremidade livre B. 3) Em um ensaio, um tubo de alumínio de seção circular vazada está engastado em uma parede. O mesmo é torcido por um momento de 3kN.m aplicado na sua outra extremidade. O tubo apresenta comprimento 2m e seu diâmetro interno e externo é de 6cm e 10cm respectivamente. Observou-se por meio de medições que o deslocamento angular é de 2.8o Pede-se: a) Máxima tensão de cisalhamento . b) O módulo de elasticidade de cisalhamento G. CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA Considerando apenas os momentos torçores e desprezando o peso da barra, temos uma única incógnita (momento reativo) e uma equação de equilíbrio Portanto trata-se de uma estrutura isostática. CÁLCULO DAS REAÇÕES A reação MA é positiva, estando correto o sentido adotado na figura. CÁLCULOS DOS ESFORÇOS SOLICITANTES Para realizar o cálculo dos esforços solicitantes um corte é suficiente ao longo da peça. CORTE I (0 x 2) Como se pode observar no diagrama, o momento torçor é constante e positivo ao longo do tubo. CLASSIFICAÇÃO DA SEÇÃO DO TUBO Tubo de Parede Grossa Critério: Sendo a espessura dado pela fórmula: e , temos um tubo de parede grossa. TENSÃO DE CISALHAMENTO MÁXIMA A tensão de cisalhamento pode ser obtida pela equação: Onde: Mt é o momento torçor é o modulo de resistência a torção Para o caso de seções circular vazadas de parede grossa o módulo de resistência a torção é dado pela equação Conhecido o módulo de resistência à torção, então igual a: MÓDULO DE ELASTICIDADE DE CISALHAMENTO G Para determinar o módulo de elasticidade de cisalhamento é preciso utilizar a equação: Atribuindo x = L e rearranjando a equação, temos que o módulo de elasticidade de cisalhamento da barra considerada pode ser expresso por: Onde I é o momento de inércia a torção para seções circulares de parede grossa, que á dado pela equação: Logo: Observe que o deslocamento angular foi medido em graus (2.8o), no entanto é necessário transformar para radianos. 4) Considere o eixo esquematizado na figura, determinar as tensões de cisalhamento (desconsiderando o peso próprio da estrutura) nas bordas dos trechos AB, BC, CD e DE, e o deslocamento angular da seção F em relação à seção A. Dado que o módulo de elasticidade de cisalhamento é G=80 GPa. CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA Como consideramos apenas o efeito dos momentos torçores, resta apenas uma incógnita MA e uma equação de equilíbrio (∑Mt =0 ). Portanto trata-se de uma estrutura isostática. CALCULO DAS REAÇÕES O momento reativo deu positivo, isso significa que está correto o sentido adotado na figura. CÁLCULO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES Existem cinco pontos de aplicação de momento ao longo do comprimento da barra, sendo necessários quatro cortes para obter o diagrama de corpo livre. CORTE I (0 x 3,5) O corte neste trecho indica que o momento torçor é negativo, dessa forma a barra gira no sentido anti-horário. CORTE II (3,5 x 5,5) O corte mostra que nesse trecho o momento é positivo, portanto a seção C gira no sentido horário com relação à seção B. CORTE III(5,5 x 7,5) O momento positivo indica que a seção D gira no sentido horário em relação à seção C. CORTE IV(7,5 x 8,5) O momento torçor negativo evidencia que a seção E gira no sentido anti-horário em relação a seção D. DIAGRAMA DOS ESFORÇOS SOLICITANTES A equação de equilíbrio é aplicada considerando o sentido da convenção adotada, sendo assim o momento do diagrama é o mesmo obtido na equação de equilíbrio. O diâmetro D da barra é constante da seção A até a seção C, e da seção C até a seção D o diâmetro externo se conserva, embora a seção transversal adquira configuração vazada com diâmetro interno d. Logo a área da seção transversal diminui e o módulo da tensão de cisalhamento aumenta. Da seção D até E o diâmetro externo diminui, sendo necessária a verificação do tipo de parede nos trechos CD e DE. No regime elástico-linear vale a superposição de efeitos e o problema é resolvido como se cada trecho fosse uma barra distinta. Na seção A a rotação é nula, devido ao engastamento. Já nas outras seções B,C,D e E a hipótese de um engastamento fixo é simplesmente um artifício de cálculo para obter os deslocamento de cada seção considerada em relação aoutra. Já para os deslocamentos das seções em relação a seção A vale a super posição de efeitos. CALCULO DAS TENSÕES DE CISALHAMENTO A tesão de cisalhamento também é calculada como se cada trecho fosse um eixo distinto, pois os Mt e O são distintos em alguns trechos. A tensão de cisalhamento é dada pela equação: E o módulo de resistência a torção para uma seção circular cheia é dado pela expressão: TENSÃO DO TRECHO AB TRECHO BC TRECHO CD Nesse trecho a tensão é vazada, sendo necessário verificar o tipo de parede do trecho considerado. Parede Grossa Critério: sendo a espessura dado pela fórmula: logo, Portanto, parede grossa. Para esse trecho é preciso adotar o módulo de resistência a torção para seções vazadas de parede grossa, que é dado pela equação: TRECHO DE No trecho DE o diâmetro externo D diminui e o diâmetro interno d continua o mesmo. Logo é preciso fazer uma nova verificação do tipo de parede para o trecho considerado. Parede Grossa Critério: Sendo a espessura dado pela fórmula: Logo, Portanto, tubo de parede fina. O modulo de resistência a torção em parede fina é dado pela expressão: CÁLCULO DOS DESLOCAMENTOS ANGULARES A equação abaixo é válida para Mt, G e I constantes. Se fizermos x= comprimento de cada trecho, é possível obter o deslocamento de cada seção em relação ao trecho considerado. Onde: I é momento de inércia para seção circular cheia. Deslocamento da seção B em relação a seção A Deslocamento da seção C em ralação a seção B O momento de inércia nesse trecho é o mesmo do trecho AB. Deslocamento de D em relação a C Nesse trecho a seção passa a ser vazada de parede grossa então é preciso calcular o momento de inércia para esse tipo de seção, que é dado pela equação: Deslocamento de E em relação a D Nesse trecho o tubo é de parede fina e momento de inércia para esse tipo de seção é dada pela equação: O deslocamento angular de cada trecho foi calculado como se cada trecho fosse um eixo distinto. Assim sendo, o ponto A tem deslocamento nulo em função do engastamento fixo. O deslocamento da seção E em relação à seção A é a soma algébrica dos deslocamentos de cada trecho existente entre a seção A e a seção E. 5) Dado a figura, calcular a tensão de cisalhamento nos dois trechos considerados na figura e o deslocamento angular da seção B em relação às extremidades. Dado que o módulo de elasticidade transversal G = 80GPa. CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA Considerando apenas a ação dos momentos torçores, temos uma equação de equilíbrio e as duas incógnitas . Logo trata-se de uma estrutura isostática. CALCULO DAS REAÇÕES Como temos uma equação e duas incógnitas, torna-se necessário a utilização de uma equação de compatibilidade de deslocamentos. ESFORÇOS SOLICITANTES Parra essa estrutura são necessários dois cortes para traçar o diagrama de momentos torçores. CORTE I (0 x 1) CORTE II (1 x 2,5) Equação da compatibilidade de deslocamentos: Logo: O momento de inércia é particular para cada trecho da barra, pois o diâmetro é distinto em cada segmento. Momento de inércia para o trecho AB Momento de inércia para o trecho BC Utilizando a equação de equilíbrio para o cálculo das reações temos: Desse modo o diagrama dos momentos torçores apresenta a seguinte configuração: CÁLCULO DAS TENSÕES DE CISALHAMENTO A tensão de cisalhamento é obtida por meio da equação: Para uma seção circular cheia o módulo e resistência a torção é obtido pela equação: O diâmetro é diferente para cada trecho da barra, então cada trecho apresenta um módulo de resistência a torção particular. Assim temos que: O momento torçor é constante no trecho AB ( e no trecho BC ( , assim temos: Logo a máxima tensão de cisalhamento equivale a , e ocorre nas bordas do trecho AB. DESLOCAMENTO ANGULAR Deslocamento de B em relação a A Deslocamento de B em relação a C O deslocamento de B em relação a A é negativo, ou seja, tem sentido anti-horário. Já o deslocamento de B em relação a C é positivo (sentido horário) conforme a convenção. 6) Considere uma barra de módulo de elasticidade de cisalhamento G e seção circular com o diâmetro variando linearmente ao longo de seu comprimento. O diâmetro da extremidade livre é DB e o diâmetro da extremidade engastada é DA, sendo DB > DA . Pede-se: a) Desenvolver uma expressão analítica para o deslocamento angular da barra. b) Para DA=5cm, DB =10cm, L = 2m, G= 80GPa e um torque aplicado igual à 0,3 kN.m. Calcule o deslocamento angular. c) Determine a máxima tensão de cisalhamento. a) CLASSIFICAÇÃO DA ESTRUTURA A barra esta engastada, sendo considerado apenas a ação dos momentos torçores. Temos uma equação de equilíbrio e uma incógnita MA, portanto trata-se de uma estrutura isostática. CÁLCULO DAS REAÇÕES CÁLCULO DOS ESFORÇOS SOLICITANTES O momento torçor é constante e positivo ao longo do comprimento da barra. DETERMINAÇÃO DO MOMENTO DE INÉRCIA AO LONGO DO COMPRIMENTO DA BARRA Momento de inércia é dado pela equação: Porém o diâmetro varia ao longo da barra segundo uma função do tipo dentro da seguinte condição de contorno: Assim o diâmetro em relação a X fica: Agora com o diâmetro definido é possível escrever uma expressão para o cálculo do momento de inércia da barra, assim temos: Para o elemento diferencial temos: Logo, temos uma integral da forma: Em que ; (O) ; (P) Assim, a solução fica sendo: Substituindo x pelos limites de integração 0 e L e substituindo os valores para a e b as expressões O e P temos: Substituindo a integral dentro da equação criamos uma expressão que evidencia o deslocamento angular da barra. b) Para obter o deslocamento angular da barra descrita, basta inserir os dados na equação obtida no item anterior. c) A máxima tensão de cisalhamento ocorre na extremidade de menor diâmetro, pois a tensão é inversamente proporcional o módulo de resistência a torção que, por sua vez, é diretamente proporcional ao diâmetro. Portanto, quanto menor o diâmetro, maior a tensão de cisalhamento. Logo a máxima tensão ocorre na extremidade A.